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sábado, 28 de outubro de 2023

Pix ao ex-presidente: Servidores, pessoas no Cadúnico, e com mandados de prisão estão entre doadores

 

                                               imagem:reprodução


Um relatório elaborado por técnicos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8 de janeiro, ao qual o Metrópoles teve acesso, mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu doação de recursos via Pix de 18.082 servidores federais já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A somatória de todos os valores recebidos por doação passa de R$ 18 milhões.

A análise usou como base de dados a quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que acabou atingindo Bolsonaro porque Cid constava como procurador das contas do ex-presidente.

Técnicos da comissão analisaram todas as transações via Pix de 20 de junho a 31 de julho e fizeram um raio-x das pessoas que doaram ao ex-presidente em duas contas diferentes. Segundo eles, o valor chega a R$ 18,1 milhões em 809,8 mil transações feitas por 770,2 mil pessoas.

O valor é oriundo da campanha de doação feita por aliados do ex-presidente no fim de junho deste ano, sob alegação de que Bolsonaro era vítima de um “assédio judicial” e que precisava angariar recursos para pagar multas. Ainda em julho, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à comissão já havia mostrado que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix neste ano, até 4 de julho.

Técnicos da CPMI que examinaram todas as transações via Pix apontaram que, já no governo do presidente Lula (PT), servidores públicos federais doaram valores significativos, que chegaram a 5,7% do total arrecadado. Observando apenas quantias acima de R$ 1 mil, 60 servidores realizaram doações que chegaram a R$ 272,6 mil.

Os servidores federais que mais fizeram doação para a “vaquinha” do ex-presidente são do Ministério da Saúde, com 1.589 doadores.

Já no âmbito estadual, o número chega a 60.258 servidores — a maior parte é do estado de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro. Os servidores paulistas foram os que mais doaram: 3.689 servidores, a maioria policiais militares, com o valor estimado em R$ 78,3 mil.

Houve, ainda, 135 servidores de gabinetes de deputados federais que colaboraram com a “vaquinha” do ex-presidente. A campanha teve início no dia 23 de junho, uma sexta-feira, e o maior número de doações ocorreu no fim de semana, chegando ao montante de R$ 12,5 milhões.

Entre os doadores, estão algumas figuras conhecidas, como deputados federais e ex-ministros de Bolsonaro. O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, por exemplo, doou R$ 500, e o ex-ministro de Desenvolvimento Regional e atual senador, Rogério Marinho (PL-RN), doou R$ 1.022,22.

 ex-comandante da Aeronáutica Antônio Carlos Moretti Bermudez doou R$ 200. Ele pediu demissão do cargo de comando em 2021, junto com os então comandantes do Exército, general Edson Pujol, e da Marinha, almirante Ilques Barbosa, depois que Bolsonaro demitiu o então ministro general Fernando Azevedo.

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) doou um valor menor, R$ 22,17, em referência ao número do Partido Liberal, que é 22, e ao número que foi usado por Bolsonaro na campanha de 2018, o 17, do então Partido Social Liberal.

Houve doação também do senador Magno Malta (PL-ES), de R$ 222,22, e do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), de R$ 1.022.

Os técnicos também observaram que 4.222 militares das Forças Armadas fizeram doações, um número pouco expressivo. O documento mostrou, ainda, que 129 doadores foram presos no 8 de janeiro e 49, identificados como invasores do Congresso Nacional. A quantia doada por essas pessoas é pequena, e a soma não chega a R$ 4 mil.
Esse documento não foi incluído no relatório final da CPI, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e votado na semana passada, mas foi encaminhado a alguns parlamentares que integraram a comissão.

O montante doado via Pix a Bolsonaro na vaquinha feita entre junho e julho tem tido repercussões até hoje. Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a Polícia Federal (PF) investigue o caso.

O relatório ainda apresenta um índice de estados mais atuantes — uma taxa que considera o valor arrecadado na unidade em relação a sua proporção populacional. Nesse recorte, lidera o estado de Goiás, que é seguido por Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Rondônia.

Os técnicos ainda se debruçaram sobre uma análise das cidades em que estão os doadores. Da capital paulista, partiram R$ 1,1 milhão, de mais de 39 mil doadores. As contribuições da capital carioca somaram R$ 788 mil e Brasília, R$ 714 mil.

O relatório destaca que, entre os municípios que lideram o ranking, não houve concentração atípica, já que está proporcional à distribuição populacional. Ainda assim, o texto ressalta ser possível notar regiões de concentração específicas que nem sempre condizem com as regiões mais populosas.

Exemplo disso são as doações originadas de Brasília. Enquanto a região administrativa mais populosa é Ceilândia, o texto dá destaque para o grande volume de doações partindo do Plano Piloto, especialmente na Asa Sul, e na região acima da Asa Norte.

Metrópoles entrou em contato com o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, para saber do interesse em falar a respeito do caso, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.


Distribuição territorial

De acordo com o relatório dos técnicos da CPMI do 8 de janeiro, o estado com o maior valor em doações é São Paulo. Mais de 152 mil pessoas na unidade da federação dirigiram um montante de cerca de R$ 3,7 milhões à conta do ex-presidente.
O próximo da lista é Minas Gerais, já que 70,5 mil doadores destinaram R$ 1,6 milhão à vaquinha de Bolsonaro. Em seguida, figura o Rio de Janeiro, com um volume de R$ 1,4 milhão em doações, vindos de 70,8 mil doadores.




Servidores de órgãos federais que mais fizeram doações em números absolutos


Pix a Bolsonaro

Confira perfil das pessoas que doaram dinheiro ao ex-presidente entre junho e julho

Revolta global contra o genocídio promovido por Israel em Gaza mobiliza centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo


Manifestação pró-Palestina na Malásia

Manifestação pró-Palestina na Malásia (Foto: Reuters)


LONDRES (Reuters) – Centenas de milhares de manifestantes se reuniram em cidades da Europa, Oriente Médio e Ásia neste sábado para mostrar apoio aos palestinos enquanto os militares de Israel ampliavam sua ofensiva aérea e terrestre na Faixa de Gaza.

Numa das maiores marchas, em Londres, imagens aéreas mostraram grandes multidões a marchar pelo centro da capital para exigir ao governo do primeiro-ministro Rishi Sunak um cessar-fogo.

"As superpotências em jogo não estão a fazer o suficiente neste momento. É por isso que estamos aqui: apelamos a um cessar-fogo, apelamos aos direitos dos palestinos, ao direito de existir, de viver, aos direitos humanos, a todos os nossos direitos." disse a manifestante Camille Revuelta.

“Não se trata do Hamas. Trata-se de proteger as vidas palestinas”, acrescentou ela.

Fazendo eco da posição de Washington, o governo de Sunak não chegou a pedir um cessar-fogo e, em vez disso, defendeu pausas humanitárias para permitir que a ajuda chegasse às pessoas em Gaza.

A Grã-Bretanha apoiou o direito de Israel de se defender após o ataque de 7 de outubro do grupo militante Hamas, que Israel disse ter matado 1.400 pessoas, a maioria civis.

O número de mortos em Gaza subiu para 7.650 mortos, também a maioria civis, desde que o bombardeio de Israel começou há três semanas, de acordo com um relatório diário divulgado no sábado pelo Ministério da Saúde palestino.

Tem havido um forte apoio e simpatia por Israel por parte dos governos ocidentais e de muitos cidadãos devido aos ataques do Hamas, mas a resposta israelita também suscitou raiva, especialmente em países árabes e muçulmanos.

Na Malásia, uma grande multidão de manifestantes entoava slogans em frente à embaixada dos EUA em Kuala Lumpur.

Dirigindo-se a centenas de milhares de apoiantes num grande comício em Istambul, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Israel era um ocupante e repetiu a sua posição sobre o Hamas não ser uma organização terrorista.

Erdogan recebeu uma forte repreensão de Israel esta semana por chamar o grupo militante de “combatentes pela liberdade”.

Os iraquianos participaram de um comício em Bagdá e na Cisjordânia ocupada por Israel. Os manifestantes palestinos em Hebron pediram no sábado um boicote global aos produtos israelenses.

“Não contribuam para o assassinato das crianças da Palestina”, gritavam.

Noutras partes da Europa, as pessoas saíram às ruas de Copenhaga, Roma e Estocolmo.

Algumas cidades em França proibiram comícios desde o início da guerra, temendo que pudessem alimentar tensões sociais, mas apesar da proibição em Paris, teve lugar um pequeno comício no sábado. Várias centenas de pessoas também marcharam na cidade de Marselha, no sul do país.

Na capital da Nova Zelândia, Wellington, milhares de pessoas segurando bandeiras palestinas e cartazes com os dizeres “Palestina Livre” marcharam até o Parlamento.

Em Londres, existiam restrições especiais que restringiam os protestos em torno da Embaixada de Israel.

A marcha de sábado foi maioritariamente pacífica, mas a polícia disse ter feito nove detenções: duas por agressões a agentes e sete por ofensas à ordem pública – algumas das quais foram tratadas como crimes de ódio.

A polícia estimou a participação entre 50.000 e 70.000 pessoas.

A polícia de Londres tem enfrentado críticas nos últimos dias por não ter sido mais dura com os slogans gritados por alguns manifestantes durante outra marcha pró-Palestina na capital na semana passada, que atraiu cerca de 100 mil pessoas.

Fonte: BRASIL 247 - 28/10/2023


CE: Humorista " Dr. Piru" é encontrado morto com tiros em praia em Cascavel

                                O humorista Valdir Henrique da Silva, conhecido como "Dr. Piru". Reprodução


O humorista Valdir Henrique da Silva, conhecido como "Dr. Piru",  foi encontrado morto com marcas de tiros, nesta sexta-feira (27), na Praia do Caponga, em Cascavel (CE). Ele trabalhou em programas de televisão junto a grandes nomes do humor cearense, como Tom Cavalcante e Tiririca (PL-SP).

Por meio da Delegacia Municipal de Cascavel, a Polícia Civil investiga o caso e não identificou o autor do assassinato e a motivação do crime. A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foi acionada para a investigação e encontrou cápsulas de munição no local.

"O corpo da vítima foi encontrado no bairro Caponga. A Perícia Forense do Estado do Ceará também foi acionada para a ocorrência, que segue em andamento. As investigações ficarão a cargo da Delegacia Municipal de Cascavel", declarou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará.

Dr. Piru ganhou notoriedade com a participação em programas de TV, como Show do Tom, da TV Record, e Show do Tony Nunes, na TV Diário, do Ceará. Em suas redes sociais, gravava vídeos narrando histórias de humor, com finais engraçados.

Fonte: Revista Fórum -28/10/2023

Salvador: Justiça decreta prisão do marido de cantora gospel Sara Mariano

                                            foto:reprodução/redes sociais


 A Justiça decretou a prisão temporária do esposo de Sara Mariano, Ederlan Santos Mariano, na noite da última sexta-feira (27). Segundo informações do Mais Região, parceiro do Bahia Notícias, o homem teria confessado a participação na morte da vítima.

 

corpo da cantora gospel foi encontrado carbonizado, na sexta, nas margens da BA-093, em Dias d’Ávila, e foi reconhecido pelo próprio marido de Sara, que esteve o esteve presente no local no momento da busca. A pastora estava desaparecida desde a terça (24), quando saiu de casa no bairro de Valéria, em Salvador, para seguir rumo a um suposto evento religioso na cidade.

 

O Mais Região obteve detalhes da investigação da Polícia Civil, onde as circunstâncias apontaram Ederlan como o mandante do crime.

 

Segundo investigações, o principal indício contra o acusado, foi um pedido realizado, um dia após o desaparecimento de Sara, na quarta (25). O suspeito foi até uma assistência técnica de celulares no bairro onde reside e pediu para que o aparelho celular que pertencia à cantora fosse formatado. O proprietário do estabelecimento contou à Polícia que Ederlan estava nervoso e apreensivo no momento que chegou à loja. O homem disse que não tinha conhecimento do desaparecimento de Sara.

 

Um segundo depoimento prestado na sexta, reforçou mais ainda as suspeitas contra Ederlan, já que ele havia negado à Polícia a existência de traição por parte da cantora. 


Além disso, após ter conhecimento do desaparecimento de Sara, um homem revelou à polícia que teve uma relação extraconjugal com Sara há cerca de quatro meses e que o caso teria sido descoberto pelo esposo, após ter acesso às conversas da pastora com o suposto amante. O homem contou que a conheceu há seis meses quando trabalhava como Uber em Salvador, que passou a fazer várias viagens para Sara e que através desse contato eles acabaram se envolvendo.

 

A polícia também teve acesso a um áudio de Sara enviado pelo Whastapp onde ela relata que Ederlan estava tentando comprar uma arma. Na gravação, a cantora disse que ameaçou terminar o casamento caso ele aparecesse com alguma arma em casa.

 

Após os indícios apresentados, Ederlan acabou confessando ao delegado Euvaldo Costa, titular da 25ª Delegacia de Dias d’Ávila.

 

O acusado foi encaminhado para Salvador onde fará exame corpo delito, em seguida retornará para a  25ª, onde ficará custodiado.


Fonte:BN - 28/10/2023

Do Metrópoles: Mensagens mostram que aluno foi instruído a atacar escola em Sapopemba

Montagem com imagem de jovem com capuz e mensagens relacionadas a ataques violentos - metrópoles


São Paulo — Prints de mensagens obtidos com exclusividade pelo Metrópoles mostram que o autor do ataque a tiros que matou uma aluna na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na última segunda-feira (23/10), foi incentivado e instruído a cometer o atentado por integrantes de um grupo do qual fazia parte no Discord, plataforma de conversas em texto, voz e vídeo popular entre os jovens.

Nas mensagens, trocadas horas antes do ataque, o adolescente de 16 anos fala sobre os preparativos para o que chama de “missão” e discute qual seria a melhor maneira de posicionar o celular para filmar e transmitir o atentado pelo servidor. Após o crime, os integrantes do grupo lamentam o saldo de vítimas. “Uma morte cara, q cara merda [sic]”, reclama um dos administradores do grupo.

As conversas estão em posse da Polícia Civil de São Paulo e do Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça, que investigam como integrantes do grupo no Discord estimularam o adolescente a realizar o ataque que deixou outras duas alunas feridas a bala. O atirador usou um revólver calibre 38 do pai. Ele foi apreendido em seguida e disse à polícia que agiu sozinho. A motivação seria uma reação ao bullying que ele sofria na escola por ser homossexual.

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As mensagens mostram, contudo, que o autor do ataque compartilhou fotos da escola onde estudava em Sapopemba no grupo do Discord antes do atentado para pegar dicas de como executar o crime. Há imagens da sala de aula onde ele entrou armado por volta das 7h30 da segunda-feira e das escadas onde ele matou a estudante Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, com um tiro na nuca, à queima-roupa.

Depois que o ataque ganhou o noticiário, integrantes do grupo desmonstraram preocupação em serem descobertos pela polícia. “Eu vou formatar meu celular, desativar minha conta do Discord, sair desse serve e dos outros 10 [sic]”, escreveu um deles, às 9h16. “Eu vou até desativar minha localização”, digitou outro integrante, logo em seguida.

“Mas alguém daqui empurrou o cara p fazer? Pq aí sim vai dar merda [sic]”, questionou um terceiro membro do grupo no Discord. “Tava geral kkkkkk”, respondeu outro participante.

Metrópoles decidiu não divulgar o nome do grupo no Discord do qual o adolescente fazia parte, nem os apelidos usados pelos integrantes, porque, como como mostram as próprias mensagens, o objetivo deles é, justamente, obter fama e prestígio no submundo da internet por meio dos atos de violência que praticam ou estimulam dentro e fora da plataforma.

Em maio deste ano, o Metrópoles mostrou que, por meio do mesmo Discord, jovens promovem sessões de tortura virtual com meninas, obrigando-as a se masturbarem ou se automutilarem diante da câmera, em transmissões ao vivo nos grupos fechados, a enviarem fotos nuas e até a mutilarem animais de estimação ou incendiarem mobílias. Tudo sob forte ameaça.

Horas antes do ataque

O material obtido pelo Metrópoles mostra que o adolescente que matou a estudante de 17 anos dentro da escola na zona leste paulistana discutiu seu plano no grupo do Discord durante a madrugada da última segunda-feira (23/10), menos de cinco horas antes do ataque. Um dos integrantes do servidor pergunta onde seria o atentado e se ele iria fazer uma transmissão ao vivo da ação criminosa pela plataforma.

Segundo ele, havia tempo que não aconteciam “coisas interessantes” na “panela”, termo usado por integrantes (“paneleiros”) para se referir aos grupos de Discord. O adolescente promete, então, fazer um atentado “bem melhor” do que o executado em março, na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. Na ocasião, um garoto de 13 anos matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e deixou outras duas feridas.

2h50 – Integrante – “[Vai ser] em qual bairro?”
2h50 – Adolescente – “Sapopemba”
2h50 – Integrante – “Brabo. […] Vai fazer em call?”
2h50 – Adolescente – “Sim”
2h51 – Integrante – “Que servidor?”
2h51 – Adolescente – “Naquele lá que agente tá conversando eu já combinei de fazer lá
Já ta marcado”
2h51 – Integrante – “Caralho…Vai ser foda então. Estava a um tempo sem coisas interessantes em panela”

2h52 – Adolescente – “Vai ser um bem melhor que o daquele mlk lá”
2h52 – Integrante – “Qual?”
2h52 – Adolescente – “Da faca, sabe?”
2h52 – Integrante – “Ah, sim Aquela criança mongoloide”

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O administrador do grupo dá instruções sobre como o adolescente deveria posicionar seu celular para fazer a transmissão ao vivo do ataque na escola.

2h55 – Integrante – “Testa em colocar o celular na sua máscara”
2h55 – Adolescente – “Hmm vou ver dps no espelho aqui de casa. […] Mas sla acho q n vai dar bom isso não. Mas vou testar”
2h56 – Integrante – “Ou pega uma fita. E dps de conectar na call”
2h56 – Adolescente – “N quero q a call atrapalhe a minha missão. Mas vou dar um jeito de fazer”
2h57 – Integrante – “Vai ser massa se conseguir”
3h01 – Adolescente – “Eu vou”
3h01 – Integrante – “Vou ficar acordado então”

Por volta das 7h30 da segunda-feira (23/10), o adolescente sai da sala de aula, no segundo andar da escola, e vai até o banheiro, onde coloca uma máscara de caveira. Segundo as mensagens no grupo, neste momento, ele liga a câmera, mostra o rosto mascarado e o revólver, mas depois encerra a filmagem. Foi logo em seguida que ele matou Giovanna com um tiro pelas costas. Segundo a polícia, ela não era próxima do autor do ataque.

“Fiz ele fazer esse massacre”

Às 9h06 da segunda, cerca de 1h30 após o atentado, um dos administradores envia no grupo do Discord o link de uma reportagem sobre o atentado e afirma que os integrantes não tinham envolvimento. Segundo ele, o adolescente que atirou contra colegas não era membro regular do grupo e entrou com o objetivo de cometer o ataque.

“Só quero esclarecer que não temos envolvimento com o acontecido hoje de manhã! A pessoa que fez entrou no server já com o objetivo de cometer o crime! Ninguém incentivou, ele fez porque quis e tava planejando fazia tempo! Mesmo antes da [nome do grupo] existir”, diz o líder do grupo.

Em outro trecho da conversa, um integrante diz que o adolescente havia entrado no servidor no dia anterior ao atentado, perguntando se eles praticavam “lulz”. O termo faz referência a sessões de mutilação ou automutilação transmitidas ao vivo por meio do Discord. Em alguns casos, as vítimas são animais ou pessoas com deficiência.

Nessa hora, um outro integrante do grupo admite, então, que ajudou o estudante da Escola Estadual Sapopemba a cometer o atentado. “Fiz ele fazer este massacre”.

Print do DiscordPrint do Discord

“Nem 5?”

Membros do grupo do Discord demonstram decepção com o adolescente pelo saldo do atentado à Escola Estadual Sapopemba. Eles citam o massacre de Columbine, que deixou 15 mortos em uma escola no Colorado (EUA), em abril de 1999, e dizem que o menor de idade deveria ter feito pelo menos cinco vítimas.

9h35 – Administrador – “Uma morte cara, q cara merda”
9h35 – Integrante – “Tem q respeitar q ele fez com uma gaúchinha”
9h35 – Integrante – “Difícil superar Columbine”
9h35 – Administrador – “Sim, mas porra, uma morte?? Nem 5? É só atirar”

Os membros do grupo também se decepcionaram com o fato de o adolescente não ter registrado o atentado na transmissão ao vivo que iniciou dentro do banheiro da escola.

9h39 – Integrante – “Ele ligou a câmera, entrou no banheiro da escola, colocou a mascara, mostrou a arma e desligou”
9h39 – Administrador – “Ninguém gravou eu acho. Queria q ele tivesse mostrado matando alg, achei paia”
9h59 – Administrador – “lulz merda”

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Medo da repercussão

Após o atentado, membros do servidor discutem de que maneira podem se livrar das evidências de envolvimento no crime. Alguns dizem que usam VPN (rede privada virtual) para acessar o grupo por meio de um IP (protocolo de rede) de outro estado para dificultar o rastreamento.

O administrador do grupo tenta tranquilizar os colegas, dizendo que o adolescente foi banido.

9h16 – Integrante 1 – “Eu vou formatar meu celular desativar minha conta do discord sair desse server e dos outros 10”
9h16 – Integrante 2 – “Eu vou ate desativar minha localização”
9h18 – Integrante 2 – “Se entrar policia meu IP vai ta la na bahia, coitado dos baianos”
9h18 – Administrador – “Eu bani o cara já FIQUEM TRANQUILOS. so da merda se ele falar do sv [servidor]”
9h25 – Administrador – “Problema q ele tava filmando AQUI”

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Escola não sabia

Segundo pais e alunos do colégio, o adolescente disse, na semana anterior ao atentado, que iria “matar todo mundo na escola”. Estudantes afirmaram que ele era alvo de bullying e de agressões dentro da escola. Um vídeo mostrando o jovem sendo agredido em sala de aula, em junho, também foi compartilhado no grupo do Discord. Em abril, a mãe do jovem havia registrado boletim de ocorrência na delegacia por lesão corporal e ameaça contra o filho.

Em entrevista coletiva concedida no dia do ataque, o secretário estadual da Educação, Renato Feder, disse que a pasta não tinha conhecimento sobre as ameaças que teriam sido feitas pelo autor do atentado que matou uma adolescente de 17 anos e feriu outras duas na escola da zona leste. Segundo ele, o garoto de 16 anos “não apresentava sinais no sentido de ser um potencial agressor”.

Tanto a Polícia Civil paulista quanto o Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça investigam o envolvimento de outras pessoas no ataque à Escola Estadual Sapopemba. A polícia já constatou que ele executou o atentado sozinho, mas as mensagens apreendidas no celular dele mostram que os integrantes do grupo no Discord, no mínimo, influíram na ação.

FONTE:METRÓPOLES/REPRODUÇÃO - 28/10/2023 08h:15min.