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sábado, 4 de setembro de 2010

Mundo: Terremoto atinge a Nova Zelândia


As autoridades da Nova Zelândia declararam estado de emergência neste sábado (4) no sul do país após o terremoto de magnitude 7,2, que deixou 20 feridos e grandes danos em edifícios. O tremor ocorreu durante a madrugada, a 28,4 km de profundidade no mar. Duas pessoas estão gravemente feridas, e vários edifícios foram destruídos pelo tremor, que também deixou sem eletricidade e água várias zonas de Christchurch, a segunda maior cidade do país, onde vivem cerca de 380 mil pessoas, segundo a "Radio Nova Zelândia".
Fonte:BN
Foto:Reprodução

Cultura: Literatura revela diálogo desigual na mesma Língua

Na Bienal Mia Couto de Moçambique e José Eduardo Agualusa de Angola/Foto:Sergio Neves/AE

Entre Angola, Portugal e Brasil, o escritor Ondjaki escolheu há dois anos a terceira opção como moradia. Nasceu em Luanda, passou os primeiros anos da juventude em Lisboa e foi no Rio que recebeu, nesta semana, a notícia de que está pela terceira vez entre os finalistas de uma das maiores honrarias para livros em língua portuguesa editados no Brasil, o Prêmio Portugal Telecom. Concorre com o romance AvóDezanove e o Segredo do Soviético (Companhia das Letras), também recém-anunciado entre os dez candidatos à categoria juvenil do Prêmio Jabuti.


Se um país tem influência no reconhecimento do angolano de 32 anos em terras nacionais, esse país é Portugal. AvóDezanove, assim como três outros títulos de Ondjaki aqui publicados, contou com o programa de apoio à edição de obras de lusitanos e africanos promovido pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), com sede em Lisboa. Foi o caso também dos recentes A Máquina de Joseph Walser, do angolano Gonçalo M. Tavares, A Trança Feiticeira, do macaense Henrique de Senna Fernandes, e de outros cerca de 220 títulos lançados no Brasil desde 2002, quando o Ministério da Cultura de Portugal adaptou para o maior território de mesmo idioma um incentivo que desde os anos 80 ajudava autores a ganharem traduções mundo afora. Em vez de apoiar editoras daqui com os custos de tradução, já que esta, naturalmente, não é necessária, a entidade passou a arcar com algo entre 30% e 60% do valor que casas brasileiras gastariam na produção dos livros. Também pagou viagens desses escritores a feiras literárias como a Flip.

O resultado desse trabalho - e também da atuação do Instituto Camões, mantido pelo governo lusitano - foi que ao longo desta década o Brasil conheceu mais de uma geração de autores lusófonos, como o moçambicano Mia Couto, o angolano José Eduardo Agualusa, os portugueses Inês Pedrosa, Miguel Sousa Tavares e José Luís Peixoto, e o próprio Gonçalo - ganhador em 2007 da primeira edição do Portugal Telecom, que incluiu autores de outros territórios lusófonos. "O livro impresso em Portugal e exportado ao Brasil chegava a preços incomportáveis para os leitores devido aos custos de importação", diz Fabíola Afonso, diretora-geral da DGLB. "O apoio permitiu a atualização do conhecimento sobre a produção literária portuguesa contemporânea. Antes, eram conhecidos dos brasileiros sobretudo autores clássicos mais emblemáticos, como Eça de Queiroz e Fernando Pessoa."

Enquanto isso, a literatura brasileira experimenta efeito inverso no além-mar. Ondjaki conta que já tentou indicar escritores que conheceu no Brasil a editores portugueses. "Eles dizem que é difícil, que não vende. Isso vem se tornando mais perceptível nos últimos cinco, dez anos. Os brasileiros são respeitados do ponto de vista intelectual, mas não vendem perto do que já venderam. Não sei a razão." Não chega a ser mistério, na verdade. Ao contrário do governo português, o do Brasil não tem nenhum incentivo estabelecido para levar sua literatura aos outros países da comunidade lusófona.

"Precisamos conhecer melhor o que vem sendo feito em Portugal. Eles têm feito um bom trabalho. Não é um dos fortes do Brasil", admite Marcelo Dantas, diretor de Relações Internacionais do Ministério da Cultura brasileiro. O fato é que o País está um passo atrás - enquanto em Portugal foram feitos grandes investimentos na rede de bibliotecas nos últimos 30 anos, esse é um cenário que só agora começa a se desenvolver por aqui. "Antes de estabelecer o diálogo desejado, falta superar deficiências internas. Bibliotecas, políticas de fomento, número de leitores", diz Dantas.

Agualusa, um dos donos da editora Língua Geral, especializada em livros no idioma português, afirma que é perceptível a diferença entre o leitor português e o brasileiro, resultado dessas diferenças nas políticas culturais. "O público leitor em Portugal é mais sofisticado, lê mais e melhor. As tiragens de obras literárias são similares, sendo que há uma diferença de dez para 200 milhões de habitantes. Assim, é incompreensível que um grande autor como Rubem Fonseca não venda mais tanto em Portugal."

Nem sempre foi dessa maneira, como lembra Benjamin Abdala Júnior, professor de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa na USP. "África e Portugal olhavam muito para o Brasil, para o modernismo, o regionalismo. (O angolano) Luandino Vieira deve muito a Guimarães Rosa. Na época do salazarismo, intelectuais portugueses recorriam a escritores mais críticos no Brasil. Graciliano Ramos foi importantíssimo. O fato de nossa literatura ter perdido o impacto mostra que falta coordenar edições brasileiras no exterior."

Parcerias. Um dos curadores desta edição do Portugal Telecom, Abdala vê nas premiações que reúnem países de língua portuguesa o efeito de voltar a aproximar esses cenários. É o caso ainda do Prêmio Camões, que o poeta maranhense Ferreira Gullar recebe no dia 16, na Fundação Biblioteca Nacional - o valor de 100 mil é pago meio a meio pelos governos de Brasil e Portugal. Outras parcerias entre os dois principais países da comunidade lusófona são eventuais, como na atual exposição sobre Fernando Pessoa em cartaz no Museu da Língua Portuguesa - em pouco mais de quatro anos da instituição, esta é a primeira mostra dedicada a um autor português. A organização incluiu uma parceria - os ministérios da Cultura de ambos os países indicaram os curadores -, e a intenção é, depois da passagem pelo Rio, levar a exposição a Lisboa, no segundo semestre de 2011.

O Brasil, entretanto, tem noção da importância de fortalecer o idioma, o terceiro mais falado no mundo ocidental. Prova disso é 1.º Congresso de Cultura de Língua Portuguesa, previsto para ocorrer de 1.º a 7 de novembro no Rio. Arcado pelo governo brasileiro e dividido em uma série de módulos, como teatro e música, terá um ciclo de mesas sobre língua e literatura. "Vamos trazer escritores de outros países, só a gente pagando. Ainda estamos orçando. Não sairá barato. Mas é importantíssimo manter esse diálogo. A literatura e o mercado do livro no Brasil precisam ser ampliados, e a comunidade lusófona é nossa área natural de expansão", diz Marcelo Dantas.

Internacional. Muito se discute sobre a criação de um instituto para assumir as ações de apoio à língua e à literatura em português. O problema é que ele já existe. Idealizado durante encontro promovido pelo governo Sarney, em 1989, e instalado em Cabo Verde apenas dez anos depois, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa acabou se tornando um entrave para qualquer política nesse sentido ao virar o centro de uma desavença relacionada ao Acordo Ortográfico, que não prevê especificidades da realidade linguística dos países africanos.

No ano passado, a diretora, a angolana Amélia Mingas, deixou a instituição reconhecendo que o IILP não tinha nenhum fundo para trabalhar, e foi substituída pelo brasileiro Gilvan Müller de Oliveira. No último dia 25, um comunicado no site do Instituto Camões anunciava a intenção de escolher por concurso um novo diretor e dotar a instituição de "estrutura de apoio". Enquanto isso não acontece, foi destinado ao local um "orçamento de funcionamento" de 209 mil. "É uma salinha com três pessoas", informa Dantas. "Ninguém sabe onde está, ninguém sabe o que faz. É um fantasma", afirma Ondjaki. A página da instituição criada para fortalecer o idioma faz jus à fama de assombração. Não tem e-mail nem telefone para contato, e em nenhum lugar aparece um endereço para correspondência. A atualização mais recente trata de um importante simpósio de língua portuguesa. Em 2008. Reportagem publicada pela jornalista Raquel Cozer do estadão.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Educação: UNEB -Irecê oferece nova especialização


A UNEB- Universidade do Estado da Bahia, através do DCHT- Campus XVI-Irecê, oferecerá mais uma Pós-Graduação na área de humanas. A especialização em Metodologia de Ensino em Língua Portuguesa e das Literaturas será presencial com 465h em 12 meses com encontros a cada quinze dias. A autoria do Projeto é de professor Roberio Pereira Barreto e da professora Marcia Lanza, a qual coordenará as atividades do curso.

As inscrições para o curso poderá ser realizada na sede do Campus no período de 01 a 30 de setembro, no valor de R$100,00(Cem reais) e a mensalidade será de R$ 150,00(Cento e cinquenta reais) e tem como público alvo portadores de diploma nível superior em Letras ou áreas afins.
Maiores informações poderão ser obtidas pelos telefones (74)3541-4532/8108/3503 -Ramal 36 com o servidor Dan Silva.

Bahia: Polícia confirma mais 04 adolescentes vítimas da "competição sexual" em Tanhaçu


A delegada de Tanhaçu, Ana Paula Ribeiro, divulgou, nesta sexta-feira, 3, que mais quatro adolescentes foram vítimas de estupro na "competição sexual" atribuída a 40 homens, de 23 a 35 anos, no município localizado a 471 km de Salvador. Com estes casos - atestados após recebimento de resultados de exames periciais solicitados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) - sobe para oito o número de vítimas adolescentes confirmadas.
Além destes casos, pelo menos outras 34 supostas vítimas, com idade variando entre 12 e 14 anos, teriam sido abusadas sexualmente por um grupo que elegeria como vencedor da “competição” aquele que conseguisse “tirar a virgindade de um maior número de garotas” na pequena cidade de 20 mil habitantes. Depois de ouvir 13 garotas, ao longo de quase um mês de investigação, a delegada solicitou a prisão temporária de três acusados, porém a Justiça só deferiu dois pedidos, dos irmãos André, 23, e Luiz Fernando Moreira Pereira, 24 anos.
À medida em que essas jovens, com idade inferior a 12 anos, são ouvidas em companhia dos pais são imediatamente encaminhadas para exame pericial. "Caso seja constatado abuso, a polícia prossegue investigando, a despeito de a suposta vítima recuar, negando o crime ou alegando estupro consentido”, salientou a delegada.
Desde que tiveram a prisão decretada, os irmãos desapareceram da cidade e só se comunicam com a família por meio de cartas, segundo a mãe, Cristina Souza Moreira, 43. “Nós temos a certeza de que eles não cometeram esses crimes, mas os meninos tiveram que sair da cidade porque foram ameaçados de morte pelos parentes dessas meninas”, justifica.
Além do advogado da família, que tenta revogar o pedido de prisão, deferido há uma semana, a família dos jovens acusados faz a defesa por meio de vídeos e comunidades na internet. Os pais das supostas vítimas dos irmãos só se pronunciaram uma vez, quando reforçaram as denúncias, cobrando punição aos citados no inquérito.
Abusos negados - A polícia afirma que encontra uma série de dificuldades para conseguir provas materiais contra os acusados pelo fato de mães de algumas das vítimas forçarem as filhas a negar os abusos. De acordo com a polícia, mesmo quando os exames periciais detectam o rompimento do hímen, as meninas, orientadas pelos pais, fazem questão de mudar a versão, alegando que iniciaram a vida sexual com os supostos namorados.
Algumas adolescentes, ainda segundo a polícia, estariam sendo obrigadas por alguns suspeitos a persuadir outras vítimas a negar o crime, inocentando-os. Diante disso, de acordo com a delegada Ana Paula Ribeiro, as mães das vítimas podem ser indiciadas criminalmente por falso testemunho e desobediência ao dificultarem o andamento das investigações.
As vítimas são ouvidas pela delegada nas suas residências e são encaminhadas a psicólogos disponibilizados pelo Ministério Público, Secretaria de Saúde e Prefeitura de Tanhaçu. Reportagem reproduzida de atardeonline de 02.09.10.
Imagem:Google