“A Justiça brasileira precisa ser respeitada. Somos um país grande, soberano, de tradições diplomáticas históricas com todos os países. O Brasil vai tomar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas”, afirmou o presidente.
"Trump está mal informado"
Lula rebateu a justificativa apresentada por Trump para a taxação, desmentindo o suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil. “Quero dizer com todo respeito ao presidente Trump: o senhor está mal informado, muito mal informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit com os EUA. Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele”, declarou.
O presidente também afirmou que recorrerá a fóruns internacionais para tentar reverter a medida. “Vou brigar na OMC, vou conversar com os companheiros do BRICS. Agora, se não tiver jeito no papo, vamos estabelecer a reciprocidade: taxou aqui, vamos taxar lá. Não tem outra coisa a fazer.”
Resposta dura à defesa de Bolsonaro
Lula também reagiu com indignação ao conteúdo de uma carta divulgada por Trump, na qual o norte-americano criticou o processo contra Jair Bolsonaro (PL), chamando-o de “vergonha internacional” e “caça às bruxas”. Para Lula, o posicionamento representa uma interferência inaceitável no sistema judicial brasileiro.
“Qual a lógica dele? ‘Ah, não processe o Bolsonaro, pare com isso imediatamente’. Que tipo de presidente interfere assim na justiça de outro país?”, questionou Lula, antes de ironizar: “A coisa mandou o filho dele que era deputado [Eduardo Bolsonaro] se afastar da Câmara para ficar pedindo: ‘Trump, pelo amor de Deus, solta meu pai, não deixa meu pai ser preso’. É preciso essa gente criar vergonha na cara”.
Diplomacia com firmeza
Apesar da contundência nas críticas, o presidente brasileiro reafirmou seu compromisso com o respeito entre nações. “Eu não quero saber se ele [Trump] gosta de mim ou não. Ele foi eleito pelo seu povo, e isso tem que ser respeitado. E essa é a minha vida: tratar os presidentes com respeito, mas exigir o mesmo em troca”, concluiu Lula.
Com o anúncio das tarifas e o clima diplomático tenso, o Planalto se prepara para adotar uma política de retaliação comercial e buscar apoio de parceiros internacionais. “Se nos provocam, vamos responder à altura. O Brasil não é colônia de ninguém”, reforçou um assessor próximo ao presidente.
Fonte:Brasil 247 - 12/07/2025





