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sábado, 15 de agosto de 2020

Covid-19: Bolsonaro levou brasileiros a desfiladeiro mortal, diz Mandetta

Mandetta quando estava no MS  e Bolsonaro -foto:reprodução


No mesmo dia em que o Datafolha mostrou uma divisão entre os brasileiros sobre a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro por mais de 100 mil mortes por covid-19 no país até o momento, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez suas mais duras críticas ao ex-chefe. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, um dos mais importantes do mundo, Mandetta acusou Bolsonaro de levar os brasileiros a um desfiladeiro mortal por causa de seu egoísmo e sua posição anticientífica.

O ex-ministro, que foi demitido em abril após uma série de desentendimentos com o presidente, considera que Bolsonaro faz política com a morte de milhares de brasileiros.

Atualmente o Brasil soma mais de 106 mil mortes por covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos em número de casos e óbitos confirmados. Para Mandetta, Bolsonaro brincou de política com a vida dos cidadãos em meio a uma crise global.

"É interessante que ele rejeita totalmente a ciência e goza de todos aqueles que falam de ciência. Mesmo assim, quando há qualquer perspectiva de vacina, ele é o primeiro a bater na porta da ciência. Como se uma vacina fosse redimi-lo da sua marcha cambaleante pela epidemia", disse Mandetta.


O ex-ministro também comentou a forma fria com o que presidente tem tratado as mortes decorrentes do novo coronavírus no país. Bolsonaro fez referência aos recuperados, e não aos 100 mil mortos, no sábado passado, quando o país atingiu essa marca. Desde o início da pandemia, o presidente não visitou hospitais com pacientes infectados. Esse comportamento, na visão de Mandetta, pode indicar um sentimento de culpa.

"Ele conduziu o povo brasileiro para um desfiladeiro em marcha rápida e as pessoas caíram e morreram - e ter que reconhecer que isso foi um erro, que causou dor, acho que deve ser politicamente complicado para ele agora.”

Ainda no início da pandemia, Mandetta alertou para o risco de colapso do sistema de saúde brasileiro e para um elevadíssimo número de mortos. Também defendeu a necessidade de isolamento social como medida preventiva, fazendo eco às posições da Organização Mundial de Saúde (OMS). Orientações que foram confrontadas pelo presidente e seus seguidores e que resultaram na demissão do então ministro.

Depois de uma breve passagem de seu sucessor, o médico Nelson Teich, o Brasil está há três meses sem um titular à frente da pasta. Até hoje o general do Exército Eduardo Pazuello atua como interino, mesmo não tendo experiência prévia em gestão pública ou saúde.


Para Mandetta, há uma "sabotagem absoluta" do Ministério da Saúde. O ex-ministro relatou ao jornal britânico que se sentiu angustiado e impotente diante de toda a situação que vivenciou e que Bolsonaro se cercou de pessoas que apenas concordam com ele, sem consultar especialistas.
O presidente, na visão dele, perdeu a "noção da realidade". Um dos conselheiros de Bolsonaro na área, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) previu, no início da pandemia, que o vírus mataria cerca de 2 mil pessoas no país.Número 50 vezes menor ao registrado até agora. Ex-ministro da Cidadania, Terra foi cotado para assumir o Ministério da Saúde.

"Quando você está em uma situação em que se cerca de pessoas que dizem o que quer ouvir, e não o que é verdade...o líder acaba se cegando perante o que está acontecendo. Ele ouve, mas não escuta. Ele vê, mas não enxerga", disse Mandetta.

Para ele, a pandemia só vai arrefecer no Brasil com uma mudança de rumo no número de mortes diárias - cerca de mil por dia hoje. A continuar como está, a crise deve amenizar somente no fim de setembro, prevê ele.

Considerado como um possível candidato à Presidência ou vice em 2022, o ex-deputado do DEM de Mato Grosso do Sul acredita que o futuro chefe da nação terá o desafio de desanuviar o ambiente tóxico do atual governo e pacificar o país.
"Espero que o líder que saia vitorioso em 2022 seja capaz de reconstruir a fábrica social quebrada do Brasil dando ao país um senso de unidade... e aceitando que não é normal sair dizendo que brasileiros gostam de rolar no esgoto", declarou, em alusão à frase de Bolsonaro de que o brasileiro deveria ser estudado, pois mergulha no esgoto e não contrai nenhuma doença. 

Nesta semana o presidente voltou a defender o uso da cloroquina, medicamento cuja eficácia no tratamento da doença nunca foi comprovada, como medida que poderia ter evitado, segundo ele, as mais de 100 mil mortes no país.

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pela Folha de S.Paulo aponta que 47% dos brasileiros consideram que o presidente não tem qualquer culpa pelas mortes decorrentes da covid-19 no Brasil. Os que acham que Bolsonaro tem responsabilidade somam 52%: 11% os o veem como principal culpado e 41% avaliam que ele é um dos culpadaos, mas não o único, pela tragédia. O instituto ouviu 2.065 eleitores pelo celular, nos dias 11 e 12 de agosto.

fonte:Congresso em Foco - 15/08/2020

Miami: Mulher explica sua reação contra Romero Britto: “ele humilhou meus funcionários, exigiu silêncio e pediu desconto”

foto:reprodução

A polêmica sobre o vídeo em que uma mulher latina quebra uma obra de Romero Britto bem em frente ao artista e o acusa de “humilhar os seus funcionários continua.

Nesta sexta-feira (14), um novo vídeo da mesma cena mostra mais detalhes sobre o ocorrido, com um áudio mais longo, no qual a mulher (ainda não identificada) explica melhor a razão que a levou a reagir daquele jeito.

Antes da cena em que joga a obra no chão, a mulher, falando em espanhol com sotaque latino, diz “sou a dona do restaurante Tapelia, que fica na frente da sua loja. Meu marido veio aqui e comprou para mim esta obra de arte para o meu aniversário. Porque eu colocava você num pedestal e o admirava como artista. Considerava você um homem respeitável, mas me equivoquei (…) Você foi ao meu restaurante, reservou uma mesa para 20 pessoas para tomar café da manhã ao preço de US$ 8 (cerca de R$ 43), que é barato, e ainda pediu desconto. Você humilhou meus funcionários, pediu que eles tirassem a música e pediu que eles não falassem, porque senão o senhor não iria mais. Isso foi humilhante. Para uma pessoa honesta e respeitável, você carece de humildade. Então eu lhe exijo que nunca mais vá ao meu restaurante, nem ofenda aos meus funcionários. Nunca mais”.

O vídeo foi publicado na página de Instagram do restaurante Olé Olé and Tapelia, em Miami, do qual ela é a dona e onde o artista brasileiro teria destratado garçons e cozinheiros.

fonte:Revista Fórum - 15/08/2020

Saúde: Quais os riscos da Covid-19 para as gestantes

Coronavírus: Grávidas correm mais riscos? | Coronavírus | G1

FOTO:REPRODUÇÃO/ G1

Dúvidas e inseguranças normalmente acompanham as mulheres grávidas ou que estão tentando engravidar. É natural que as preocupações com a gestação, o parto e o bebê aumentem nesse período de pandemia do novo coronavírus. Mas, afinal, o que sabemos até agora?

Reunimos as principais questões levantadas pelas gestantes e consultamos o médico Murilo Oliveira, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Reprodução Assistida, para responder os questionamentos e falar sobre a relação entre a gravidez e o agravamento dos sintomas da Covid-19.

1. É indicado adiar o desejo de engravidar por conta da pandemia?

O momento que o casal decide engravidar é sempre muito individualizado. Mas, para os casais em que esperar algum tempo não represente impactos significativos do ponto de vista reprodutivo, o ideal seria aguardar um tempo para iniciar as tentativas.

Apesar do avanço da ciência a cerca da Covid-19, ainda é muito cedo para atestarmos com segurança os impactos da doença na gestação. Além disso, independente do vírus, a própria gestação pode favorecer algumas situações que necessitem de internamento, isso acabaria sobrecarregando ainda mais o nosso sistema de saúde que já está sobrecarregado.

2. Quais os possíveis riscos da covid-19 para a gravidez?

Até o momento, não se tem relatos na literatura sobre impactos diretos do vírus no feto. Existe um trabalho publicado que se refere à transmissão da infecção da mãe para o bebê (transmissão intra-útero), contudo esse é um evento raro.

Por outro lado, a doença tem sido associada ao aumento no número de partos prematuros. E neste caso, por ter nascido antes do tempo, o bebê pode apresentar problemas relacionados à prematuridade em si, não especificamente pelo vírus.

De qualquer forma, ainda é muito cedo para estimarmos o real impacto da doença na gestação.

3. Gestantes são mais vulneráveis ao vírus?

A gestante não apresentam uma vulnerabilidade maior ao vírus, quando comparado a adultos saudáveis da mesma faixa etária. Contudo, se tratam de duas vidas! Sendo que uma delas ainda está em formação. Então, todo cuidado é pouco.

4. Como se proteger do coronavírus durante a gestação?

É importante seguir todas as recomendações locais da secretaria de saúde. O Brasil é um país extremamente extenso e a contaminação se encontra em curvas diferentes em cada estado.

Uso de máscaras, higienização freqüente das mãos, evitar aglomerações e o distanciamento social, continuam sendo as principais recomendações.

5. Mãe com Covid-19 é indicação para cesariana?

Não existe uma indicação formal para via de parto nesses casos, todos devem ser individualizados. Durante o trabalho de parto normal, a gestante exige mais dos seus órgãos, como o coração e o pulmão. Naturalmente na ausência de infecção, esses órgãos trabalham com uma propriedade maior.

Em alguns casos, a infecção pela Covid-19 reduz a função pulmonar e a sua capacidade de trocas de oxigênio, podendo evoluir para um desconforto respiratório significativo. O mais importante é a gestante e o bebê estarem com os sinais vitais monitorizados durante todo o processo e ser acompanhada por uma equipe experiente.

6. O bebê pode ser infectado pela mãe durante a gestação, parto ou amamentação?

Os cuidados durante a gestação, parto e amamentação podem variar de acordo com a sintomatologia da gestante/mãe. Existe um estudo que relatou transmissão do vírus para o bebê enquanto ele estava no útero. Contudo, esse é um evento extremamente raro.

Durante a amamentação, pode ocorrer a transmissão pela via respiratória. Contudo os benefícios da amamentação parecem superar os riscos da infecção. Então, é compartilhado com a mãe a decisão de continuar ou não com a amamentação. Alguns cuidados são recomendados durante esse período, como por exemplo, lavar as mãos antes e após, uso de máscara, evitar que o bebê toque no rosto da mãe, dentre outros.

7. Qual fase da gravidez é mais arriscada para pegar o vírus?

Em todas as fases da gravidez, existe algum risco associado. O início da gravidez é quando o embrião está em desenvolvimento. Então, esse é um período em que poderia prejudicar a formação do bebê. Contudo, não foi demonstrado até o momento tal impacto.

No meio da gravidez, o risco maior é de prematuridade. Em que o bebê ainda precisa do ventre materno para o seu completo desenvolvimento. No final da gravidez, a própria gestação já exige muito dos órgãos da mãe. O coração e o pulmão materno começam a funcionar em um ritmo maior do que o habitual, por exemplo. E a infecção pode acabar solicitando mais desses órgãos do que eles podem oferecer.

Então, a infecção em todas as fases têm o potencial de afetar negativamente o feto e a gestante.

8. Como fica o trabalho de parto durante a pandemia?

Em serviços bem estruturados, não há uma mudança significativa. A justificativa é que já existe uma rotina adequada para o monitoramento fetal e materno durante todo trabalho de parto. Além disso, a equipe sempre fica a disposição para atuar rapidamente de acordo com a necessidade de cada paciente. De qualquer forma, estamos em treinamento contínuo para oferecer a melhor assistência e minimizar os possíveis riscos.

9. Com receber uma parturiente com Covid-19?

As unidades devem criar protocolos, de acordo com as suas necessidades e sua estrutura, para garantir proteção à equipe que dará assistência à futura mamãe, aos demais pacientes do hospital (que devem estar separados das pacientes que não tenham a infecção) e para o bebê que estar por vir. Todas as decisões devem ser compartilhadas entre os membros da equipe médica que atenderá a gestante.

10. Quais são as recomendações para o pós-parto no caso de mães infectadas?

Estar infectada nem sempre quer dizer necessariamente que a pessoa está sintomática. A maioria das gestantes infectadas apresentam sintomas leves.

Por isso, as recomendações devem seguir os protocolos dos órgãos de saúde e incluem:

- Lavar as mãos freqüentemente com água e sabão ou usar álcool em gel 70%.

- Manter o isolamento social e/ou espaço seguro entre as pessoas.

- Evitar tocar olho, nariz e boca.

- Utilizar lenço descartável se tiver vontade de tossir ou espirrar

- Se tiver sintomas relacionados ao Covid-19, procurar imediatamente atendimento em uma unidade de saúde.

- Seguir sua rotina de acompanhamento médico.

- Manter boas práticas durante a amamentação e discutir custo x benefício com a equipe que faz o acompanhamento.

fONTE:  Por Maiara Lopes de ATARDEONLINE EM 15/08/2020

@drmurilooliveira é especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida | Foto: Divulgação
@drmurilooliveira é especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida | Foto: Divulgação

No DF: Mãe e irmãs de Naja que picou estudante foram vendidas por R$ 5 mil


Naja no Zoo de Brasília

foto:reprodução


Naja kaouthia que picou Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, e deu início a uma ampla investigação sobre tráfico internacional de animais exóticos pode ter familiares em Brasília.

Metrópoles teve acesso a conversas que apontam ter havido uma reprodução clandestina no Distrito Federal e cada animal da ninhada de Najas foi vendido por cerca de R$ 5 mil.

Além de Pedro, outros criadores de exóticos em Brasília adquiriram exemplares, que seriam irmãs e até mesmo a mãe da serpente que deixou em coma o estudante de medicina veterinária.

A reportagem ouviu médicos veterinários, que disseram que cobras são diferentes de outros bichos e não se reconhecem como “família”.

Na sexta (14/8), o Metrópoles divulgou que o universitário tinha intenção de reproduzir o animal de origem asiática. Em um diálogo, o interlocutor indaga: “Você vai vender ela (sic)?”. Pedro responde: “Quero reproduzir”. As investigações envolvendo o estudante foram o fio para um esquema enraizado na capital federal há décadas.

Pedro é considerado novato no esquema ilegal de compra e venda de animais silvestres, mas já era conhecido entre os principais fornecedores por adquirir animais caros.

Segundo as investigações conduzidas pela 14ª DP (Gama), Pedro contava com apoio do seu núcleo familiar para cuidar e manter os animais ilegais. A quantidade de especies foi crescendo tanto que ele precisou usar um outro apartamento para colocar parte das serpentes.

O universitário foi indiciado por tráfico de animais, associação criminosa e exercício ilegal da medicina. Este último porque fez cirurgia em uma das cobras dentro do estabelecimento comercial de sua família. A mãe e o padrasto do rapaz são sócios de uma franquia de lanchonete.

Associação criminosa

A mãe de Pedro, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, e o padrasto dele, o coronel da PMDF Eduardo Condi, também foram indiciados, assim como o major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF.

“Foi elucidado um esquema de tráfico de animais a partir desse rapaz, onde se comprovou que ele trafica animais. Ele traz cobras de outros estados. Temos registros de viagens, vendas, diálogos a partir de aplicativos de conversa. Compra, venda, valores. Pessoas que compareceram à delegacia e que confirmaram o valor, modo de entrega”, afirmou o delegado Willian Ricardo, da 14ª DP (Gama).

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Confira todos os indiciados:

    • Pedro Henrique: tráfico de animais, associação criminosa e exercício ilegal da medicina.
    • Rose Meire: fraude processual, corrupção de menores, tráfico de animais, maus-tratos e associação criminosa.
    • Clovis Eduardo Condi: tráfico de animais, fraude processual, maus-tratos e associação criminosa.
    • Gabriel Ribeiro: posse ilegal de animal silvestre, maus-tratos, fraude processual e corrupção de menores
    • Julia Vieira: posse ilegal de animal silvestre e corrupção de menores
    • Fabiana Sperb Volkweis: fraude processual
    • Raynner Leyf: posse ilegal, fraude processual e associação criminosa
    • Major Joaquim Elias: prevaricação, fraude processual, associação criminosa, coação no curso do processo.
    • Silvia Queiroz: fraude processual
    • Luiz Gabriel: favorecimento real
    • Gabriel Moraes: associação criminosa e maus-tratos
Preços

Pedro entrou no mundo do tráfico de animais em 2017, segundo os investigadores. Passou a reproduzir as serpentes e vender os filhotes. Cada filhote custava cerca de R$ 500. “Deixamos claro que não se trata de um colecionador. Nessa investigação, tratamos de separar os criadores de quem compra, vende”, esclarece o delegado.

A afirmação é corroborada por mensagens de texto trocadas entre o jovem e a mãe dele, Rose. Em uma delas, o universitário passava pela cidade de Ibotirama (BA) e trazia consigo uma cobra. Ele também mantinha contatos de outros traficantes de animais.

“Para alimentar essas cobras, são necessários ratos, que são oferecidos vivos ou mortos. Mortos, eles precisam estar congelados. Quem tem esses animais em casa geralmente mantém no congelador e depois descongela em banho-maria. Na residência desse rapaz tinha uma série de camundongos congelados no freezer”, explica Willian Ricardo.

A rede

Pedro passou a ter mais de 20 serpentes. O local em que ele criava, no Guará, ficou pequeno e os amigos passaram a ajudar. A mãe era responsável por alimentar as cobras e cuidar: há fotos e vídeos em que ela alimenta os animais e cuida dos camundongos.

“O material colhido é extenso. Ela (a mãe de Pedro) forneceu o cativeiro e ajudou nos cuidados dessas cobras”, diz o delegado. E Rose foi indiciada por tráfico de animais, associação criminosa e maus-tratos. Os indiciados foram indiciados 22 vezes, uma vez para cada animal.

Em relação ao padrasto, o coronel da PMDF Eduardo Condi, ele foi indiciado pelos mesmos crimes do rapaz e da mãe por ter permitido “que a residência virasse cativeiro”, nas palavras de Willian Ricardo.

Depois da picada

De acordo com as investigações, Gabriel Ribeiro, amigo principal de Pedro, foi acionado pela família quando o caso Naja estourou. Em uma dessas oportunidades, o padrasto de Pedro Henrique teria ajudado a tirar cobras do apartamento. “O delito caracteriza fraude processual. Todos também foram indiciados por fraude por essa conduta”, diz Willian Ricardo.

A Naja e outras serpentes foram escondidas em um haras. Ao fim no dia, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental foi avisado para recolher o animal atrás de um shopping. Então, entra o major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do BPMA, que chegou ao local para pegar a Naja. O policial também foi indiciado por fraude processual, prevaricação e coação no curso do processo.

“O rapaz afirmou à polícia que fez um acordo com o BPMA para entregar o animal e não ser preso. Em razão disso, Elias foi indiciado por prevaricação”, detalha o delegado. “A conduta dos PMs atrapalhou as investigações”.

A professora de veterinária Fabiana Sperb Volkweis também foi indiciada por fraude processual porque incentivou o aluno a soltar a cobra. “Todos fizeram questão de ocultar e atrapalhar as investigações. Não há outra consequência senão a responsabilização penal”, diz o delegado.

A polícia ainda não sabe quanto eles movimentaram em dinheiro, mas todos os indiciamentos serão multiplicados 22 vezes, que é o número de animais envolvidos no tráfico.

fonte:Site Metrópoles - 15/08/2020 -11h18min.

Dnit impede empresas de divulgarem problemas em obras nas redes sociais

Sede do Dnit em Brasília

foto:André Borges/metrópoles


Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério da Infraestrutura, enviou um ofício às gestoras ambientais do país exigindo que informações sobre problemas nas pistas, desvios e acidentes nas rodoviais não sejam mais publicadas diretamente nas redes sociais.

A nova orientação gerou críticas, pois impede que quem circule por uma rodovia se antecipe a um eventual problema, além de ir contra a transparência com questões públicas.

De acordo com o documento, será necessário que as gestoras – empresas contratadas para executar, supervisionar e gerenciar os programas ambientais definidos pelo órgão – que operam em trechos com a marca do Dnit enviem a comunicação ao órgão com 30 dias de antecedência para então divulgar o material. Assim, a coordenação vai avaliar se a informação poderá ou não ser publicada.

“Toda a publicação ou divulgação em qualquer mídia que utilize a marca Dnit – ou esteja relacionada as suas obras – deve ser previamente submetida à aprovação desta Coordenação-Geral de Comunicação Social (CGCOM)”, diz trecho do ofício.

Segundo servidores da autarquia, que pediram para não serem identificados por medo de represálias, a iniciativa limita a transparência com o cidadão e inviabiliza a agilidade de resolver os problemas de infraestrutura – setor que é usado na propaganda governamental como um ponto positivo da gestão de Jair Bolsonaro. No mês passado, o ministro da pasta, Tarcísio Gomes de Freitas, informou que 39 obras foram entregues no primeiro semestre deste ano, apesar da pandemia.

Veja a íntegra do documento:


Essa não é a primeira vez que um órgão do governo Bolsonaro restringe acesso às informações. Anteriormente, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa. O órgão cita que ele teria produzido “censura da comunicação”.

Segundo a Procuradoria, o integrante do Executivo deu início à “desestruturação dos órgãos de transparência”, colocando em risco a proteção ambiental, ao esconder fatos.

A nova regra do Dnit segue linha semelhante à de Salles. Com a necessidade de envio das informações previamente ao órgão, situações de risco e problemas diários serão divulgados somente após análise da área de comunicação da pasta. Para os servidores, a nova diretriz impacta, inclusive, em uma maior incidência de acidentes nas rodovias.

A reportagem questionou o Dnit a respeito da nova diretriz. De acordo com Coordenação-Geral de Comunicação Social da autarquia, ao impedir a gestão direta das redes pelas concessionárias, o órgão está sendo “mais eficiente”.

“A medida faz parte de um processo de aperfeiçoamento da comunicação institucional do órgão, proporcionando mais eficiência e efetividade as ações de comunicação e melhorando o gasto público na área”, respondeu.

fonte:Site do Metrópoles - 15/08/2020