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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Ao STF: Juiz alega impedimento de conselheiro baiano no julgamento de PAD pelo CNJ


                                           foto:reprodução

Juiz do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Luís Roberto Cappio Guedes Pereira impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que abriu um processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele, com afastamento cautelar do cargo. A ação está sob relatoria do ministro Dias Toffoli.  

  

Na sessão do dia 13 de agosto, o CNJ determinou a abertura do PAD e por 8 votos a 5 decidiu pelo afastamento. O relator do processo, o então corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, votou pela permanência do juiz na função e a divergência foi inaugurada pelo conselheiro José Edivaldo Rocha Rotondano, desembargador do TJ-BA. 

 

O PAD em questão investiga a atuação de Luís Roberto Cappio Guedes Pereira à frente da 3ª Turma Recursal do Juizado Especial, no período de 11 de novembro de 2022 a 31 de julho de 2023. 

 

Entre as condutas irregulares apontadas por Salomão estão a resistência do magistrado em seguir as normas legais e regulamentares, utilização da súmula genérica, assinatura eletrônica de mais de 1.000 processos em período de licença por motivo de saúde, e de 172 processos em período de gozo de férias, e situação de grande congestionamento de processos na unidade. 

 

Para o ex-corregedor, não haveria necessidade de afastamento porque Cappio não está mais na 3ª Turma Recursal e não há representações posteriores contra ele. Atualmente, o magistrado é titular da 36ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais de Salvador.

 

No pedido protocolado no STF, o juiz Cappio questiona a validade do voto do conselheiro Rotondano para a abertura do PAD com afastamento cautelar. O magistrado alega que o desembargador baiano estaria impedido de julgar o caso, pois analisou o processo antes dele ser avocado pelo CNJ, enquanto atuava como corregedor-geral de Justiça do TJ-BA.

 

Outro ponto questionado por Luís Roberto Cappio Guedes Pereira é que Rotondano trouxe como argumentos “fatos alheios aos autos, sobre os quais não houve possibilidade de defesa”. “Caso tivesse sido oportunizado o contraditório pelo Juiz Impetrante, poderia ter sido demonstrado que o “histórico” do magistrado não corresponde ao que foi exposto”, diz a defesa do juiz ao sinalizar que as questões trazidas se referem a fatos passados, ocorridos de 2009 a 2016.

 

Ao apresentar o voto no plenário do CNJ, após pedido de destaque durante a 4ª sessão virtual, Rotondano manteve a posição adotada no TJ-BA, enquanto era corregedor-geral de Justiça.

 

O conselheiro defendeu o afastamento com base no histórico disciplinar de Cappio, diante do “caos processual que sempre deixa nas unidades onde atua”, além da prática de atos de obstrução processual. Ele relembrou casos anteriores associados ao magistrado e contabilizou a existência de 52 processos disciplinares contra o juiz. 

 

Rotondano afirmou naquela sessão que permitir a permanência no cargo era “anuir com a manipulação do caos em outras unidades judiciais que atuará”. Ainda falou que o sonho da advocacia baiana e do Ministério Público da Bahia (MP-BA) é “ver esse magistrado longe da judicatura”. “É um prejuízo enorme a permanência do juiz judicando”. 

 

Na análise do pedido, o ministro Dias Toffoli indicou não existirem elementos para conceder a liminar. O relator da ação no Supremo disse ser necessária a colheita prévia de informações do CNJ, “as quais contemplem subsídios para a adequada compreensão da demanda, uma vez que as alegações veiculadas na inicial envolvem a suposta quebra de imparcialidade do Conselheiro relator do aludido pedido de providências, bem como ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa”.

 

Por fim, Toffoli determinou que seja comunicada a decisão à Advocacia-Geral da União para que, caso queira, ingresse no feito, e a abertura de vista à Procuradoria-Geral da República (PGR) para a elaboração de parecer.



Fonte: BN -26/09/2024

Economia: Governo Lula abre 200 novos mercados ao agronegócio brasileiro em menos de dois anos

                                  foto:reprodução

247 - Em uma marca inédita para o agronegócio brasileiro, o governo Lula (PT) anunciou a abertura de 200 novos mercados para produtos do país em apenas 20 meses. Esse feito foi celebrado na quarta-feira (25), destacando a eficiência das políticas de expansão comercial voltadas ao setor. Segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), somente em 2024, o Brasil conquistou 122 novos mercados, ultrapassando os números obtidos entre 2019 e 2021. As informações foram divulgadas pelo Mapa em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, exaltou o resultado, afirmando que a abertura de novos mercados "comprova a competitividade e confiabilidade do setor produtivo brasileiro, reconhecido em mais de 200 países pela qualidade sanitária. Essa expansão impulsiona exportações, contribui para o saldo positivo da balança comercial, gera divisas, empregos e renda". 

A conquista reflete uma estratégia integrada entre o Mapa e o MRE, ampliando a presença do agronegócio brasileiro em todos os continentes. Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, cerca de 60 novos destinos foram alcançados, marcando uma fase de forte crescimento para o setor. Os números impressionam: apenas em 2024, houve recordes mensais sucessivos, com destaque para os 26 novos mercados abertos em junho e 16 em julho.

Recorde histórico e protagonismo global

O avanço de 200 novos mercados em menos de dois anos supera, com folga, o desempenho do governo Jair Bolsonaro (PL), que registrou 239 aberturas ao longo de quatro anos. Em comparação, entre 2019 e 2021, foram conquistados 186 novos mercados, ao longo de 36 meses. Neste ano, as aberturas mais recentes, como a de embriões para a Rússia e erva-mate para Angola e Coreia do Sul, foram essenciais para alcançar essa marca histórica.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), também celebrou o avanço. "O Brasil é um grande protagonista hoje planetário: segurança alimentar, energética e clima", ressaltou, destacando o papel estratégico do país no cenário internacional.

Diversificação e novos mercados

Além de produtos tradicionais, como carnes e soja, o governo tem apostado na diversificação das exportações. Entre os novos produtos que agora têm mercado no exterior, estão pescados, sementes, gelatina e colágeno, ovos, produtos de reciclagem animal, noz-pecã, açaí em pó e café verde, entre outros. Essa diversidade de produtos reforça a posição do Brasil como um dos maiores "players" globais no comércio agropecuário.

A secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa enfatiza que esse crescimento é resultado de uma estratégia sólida de diversificação das exportações, essencial para consolidar o Brasil como um ator relevante nas cadeias globais de produção e comércio.

Perspectivas para o futuro

Com o recorde atingido, o governo federal demonstra confiança em manter o ritmo de expansão comercial. O agronegócio, que já é um dos principais pilares da economia brasileira, deverá continuar crescendo, gerando mais empregos e impulsionando a economia do país. A perspectiva é que os próximos meses tragam novos recordes, com o governo apostando em acordos bilaterais e em uma forte diplomacia comercial.


Fonte: BRASIL 247 - 26/09/2024

BC eleva projeção de crescimento do PIB para 3,2% em 2024


         foto:reprodução

 Banco Central (BC) revisou nesta quinta-feira (26) a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024 , aumentando de 2,3% para 3,2% e mantendo uma previsão de 2% para 2025 . A atualização foi divulgada no Relatório de Inflação (RI).

Essa revisão para 2024 se dá por uma surpresa positiva no segundo trimestre, em que a atividade econômica superou as expectativas. O BC destacou que os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menores do que o previsto, contribuindo para essa melhora.

A atividade econômica brasileira manteve-se robusta no segundo trimestre, com crescimento outra vez acima do esperado, o que levou a uma nova rodada de revisão para cima nas projeções de crescimento para 2024. Os impactos econômicos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menores do que o antecipado, o que explica parte da surpresa”, afirma o BC no relatório.

Os setores que se destacaram no segundo trimestre foram o consumo das famílias, investimentos e atividades cíclicas da economia. A projeção para a agropecuária foi ajustada, passando de um recuo de 2,0% para 1,6%. Para a indústria, a expectativa subiu de 2,7% para 3,5%, e para serviços, de 2,4% para 3,2%.

A demanda agregada também teve revisões positivas: o consumo das famílias foi elevado de 3,5% para 4,5%, o do governo de 1,8% para 2,7%, e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) de 4,5% para 5,5%. O BC ressaltou que essas revisões são resultado de surpresas positivas no segundo trimestre, mas espera um ritmo de crescimento mais lento no segundo semestre.

“Essas revisões foram motivadas principalmente por surpresas positivas no segundo trimestre. Para os três componentes, entretanto, mantém-se a previsão de menor ritmo de crescimento no segundo semestre”, pondera o BC.

Para o setor externo, a projeção de exportações foi aumentada de 0,5% para 3,2%, enquanto as importações foram revisadas de 6% para 11,3%, refletindo um aumento significativo no primeiro semestre.

“Apesar das surpresas sucessivas, espera-se um menor ritmo de crescimento no segundo semestre de 2024 e ao longo de 2025, devido à expectativa de menor impulso fiscal, à interrupção da flexibilização monetária iniciada em 2023, ao menor grau de ociosidade dos fatores de produção e à ausência de forte impulso externo, considerando a perspectiva de crescimento mundial em 2025 semelhante ao de 2024”, afirma.

Em 2025, o BC prevê um crescimento menor, com estimativas de 2% para agropecuária, 2,4% para a indústria e 1,9% para serviços. A demanda também deverá apresentar aumentos mais modestos: 2,2% no consumo das famílias, 2,0% no consumo do governo e 2% na FBCF, com exportações e importações previstas para crescer 2,5% cada.

Fonte: PORTAL IG - 26/09/2024

ELEIÇÕES 2024: DE COACH A POLÍTICO: A FORTUNA DE PABLO MARÇAL E AS PERGUNTAS SEM RESPOSTAS





Foto:reprodução/Wikipédia

                                               Pablo Marçal  - Foto: Reprodução/

A carreira política de Pablo Marçal como candidato à Prefeitura de São Paulo tomou o Brasil de surpresa. Ele desponta como um inegável fenômeno nas redes sociais, mas o crescimento veloz de sua fortuna e suas atividades empresariais, somadas às ligações questionáveis de figuras do seu partido com o crime organizado, demandam explicações. Restam, inclusive, dúvidas sobre o porquê de sua primeira entrada na cena eleitoral ter coincidido com um prejuízo de R$ 2 milhões em sua maior empresa.

Um dos principais ativos declarados por Marçal à Justiça eleitoral é a “Aviation Participações Ltda.”, com capital social registrado no montante de R$ 100 milhões. Embora o nome da empresa faça alusão ao setor de aviação, suas atividades registradas estão concentradas na administração, compra, venda e aluguel de imóveis próprios. A empresa foi constituída em outubro de 2021 e tem como sócios Pablo Marçal e Marcos Paulo de Oliveira.

Na retórica triunfal de Marçal, tudo é sobre conquistas e vitórias, mas o balanço patrimonial mais recente, registrado na Junta Comercial de São Paulo, conta uma história um pouco diferente. O exercício de 2022, longe de refletir o brilho de um sucesso empresarial incontestável, apresentou um resultado econômico negativo de R$ 2.227.654,07, e tanto os ativos quanto os passivos somam modestos R$ 9.654.136,87. Parece que, em vez de decolar, a “Aviation” está mais próxima de um pouso forçado.

O prejuízo, por sinal, foi reconhecido pelo próprio candidato: a ata da assembleia deliberativa do último balanço registra que os sócios foram unânimes em identificar o resultado negativo no ano em que, coincidentemente, Pablo Marçal embarcou pela primeira vez na política, disputando inicialmente para presidente da república e, mais tarde, para deputado federal.

A reunião aconteceu em agosto de 2023, um ano antes de sua entrada na disputa pela prefeitura da capital. O Congresso em Foco questionou a assessoria de comunicação sobre quais fatores o candidato atribui ao prejuízo, e se, em sua avaliação, houve relação com a disputa eleitoral de 2022. Ainda não houve resposta.

Ata da assembleia deliberativa do último balanço registra prejuízo, mostra documento da Junta Comercial de São Paulo

 

Pablo Marçal tem um patrimônio declarado de R$ 193,5 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Muitas de suas empresas atuam em setores conhecidos por serem usados para lavagem de dinheiro, levantando suspeitas sobre a origem de sua riqueza e suas verdadeiras alianças.

Explosão sem respostas

Marçal apoiou Bolsonaro em 2022, mas sua ascensão este ano dividiu o campo bolsonarista. Ex-presidente apoia Ricardo Nunes em São Paulo

Ex-coach e influenciador digital, ele construiu uma base sólida de seguidores, utilizando sua plataforma para expandir seu alcance em números exponenciais e lançando mão de técnicas inovadoras de marketing digital. A ascensão de Pablo Marçal não se limita à política paulistana. Ele tem conseguido, aos poucos, dividir o eleitorado conservador, colocando em risco a hegemonia de Jair Bolsonaro entre os eleitores de direita. Em eventos como o 7 de setembro, Marçal apareceu para dividir as atenções com Bolsonaro, e sua popularidade nas redes sociais só cresce.

Essa fragmentação da direita é preocupante para os bolsonaristas, que veem em Marçal um rival inesperado à hegemonia do ex-presidente, capaz de mobilizar um público jovem e insatisfeito com “as mesmas figuras políticas de sempre”. Ao contrário do ex-Capitão que adveio da estrutura de poder após quase três décadas como deputado, Marçal é, sim, um legítimo “outsider”.

Desconforto na direita

Sua ascensão, embora meteórica, não ocorre sem gerar desconforto. Jair Bolsonaro e outros líderes de direita (como Silas Malafaia) estão cada vez mais inquietos com o espaço que Marçal vem conquistando. Para um candidato que não depende de grandes partidos nem de tempo de TV, sua capacidade de mobilização nas redes e sua entrada no campo conservador mostram que ele não pode mais ser subestimado.

Contudo, a ascensão de Marçal vem acompanhada de um questionamento central que ele ainda não respondeu: como ele conseguiu acumular tamanha fortuna, declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$ 193,5 milhões, em um período de dez anos nas condições que são apresentadas agora, para o público? Tal fortuna, claro, não é compatível com a esmagadora maioria do empresariado, ainda que “coach” de palestras motivacionais e vídeos no YouTube.

Furto qualificado

Essa é uma das questões que mais intrigam observadores e críticos. Marçal tem um passado criminal relevante não ligado à política que merece destaque. Ele foi condenado por sua participação em meados dos anos 2000 por integrar um esquema de fraudes bancárias na internet, como parte da “Operação Pegasus” (Tribunal Regional Federal da Primeira Região; Processo nº 182459420054013500 / 2005.35.00.018391-1/GO), realizada pela Polícia Federal. Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado, após ser identificado como o responsável por capturar listas de e-mails que, posteriormente, eram infectadas com programas maliciosos.

O objetivo do esquema era roubar dados bancários para transferências fraudulentas. Marçal, no entanto, não cumpriu a pena: ela foi extinta pela prescrição, já que ele era menor 21 anos na época do cometimento dos crimes. Isso significa que ele não foi inocentado, mas sim que sua punibilidade foi extinta pelo tempo decorrido entre a condenação e o julgamento final.

De onde vem a fortuna?

Esse episódio, minimizado por Marçal e seus apoiadores quando questionados, revela um lado obscuro de sua história, que, combinado com seu rápido crescimento financeiro, levanta ainda mais preocupações com a verificação sobre a lisura de suas atividades empresariais. A pergunta que surge é como ele conseguiu, em apenas uma década, passar de um “coach” a um multimilionário, com um patrimônio declarado que impressiona até o mais otimista dos empresários.

A questão sobre sua evolução patrimonial é um ponto de grande dúvida. Quando empresários sérios olham para os números de Marçal, fica difícil acreditar que ele conseguiu acumular R$ 193,5 milhões em dez anos. A conta simplesmente não fecha. Amealhar uma fortuna de R$ 20 milhões, R$ 30 milhões nesse período seria algo crível. Porém, não há como acumular R$ 193 sem chamar atenção do meio empresarial.

Relembrando que a discrepância entre o valor declarado e o valor de mercado das empresas usualmente é maior, é de se presumir que, na realidade, seu patrimônio empresarial possa valer muito mais, já que capital social, frequentemente utilizado em registros formais, não reflete o valor real de uma empresa no mercado. Com maior razão pelas histórias de sucesso que Marçal gosta de alardear.

Cortes e suspeitas

Esse rápido acúmulo de riqueza, sem que haja clareza nos detalhes e aliado a outros fatos que margeiam a biografia do candidato, levanta suspeitas. A conta da evolução do patrimônio de Marçal é típica de fenômenos digitais que preferem apresentar versões de fatos, “cortes”, em vez de uma análise profunda. Marçal é um mestre no uso de “cortes”, que são cuidadosamente editados para entregar uma mensagem atraente, porém superficial. Seu público compra essas versões sem questionar se elas têm profundidade ou coerência com a realidade.

Na prática, o mundo real impõe restrições e complexidades que o discurso das redes muitas vezes ignora. Não é normal para alguém, em tão pouco tempo, acumular uma fortuna de R$ 193,5 milhões comprando e vendendo terrenos e operando em setores que exigem alto investimento inicial. Usualmente, a construção de uma fortuna genuína, que se sustenta ao longo do tempo, está intrinsicamente ligada ao trabalho árduo, à dedicação e ao esforço constante. Ganhar dinheiro dá muito trabalho. Mantê-lo, idem. Não perder esse capital, também. Quem tem essas cifras costuma não ter tempo a se dedicar a redes sociais.

20 setores

Momento em que Datena atira cadeira contra Marçal durante o debate da TV Cultura. Foto: Reprodução

E isso é um ponto importante. Para acumular uma fortuna tão grande em um período tão curto, seria necessário ter lucros consistentes e bem acima da média de mercado, com dedicação e foco. No entanto, Marçal ainda não explicou consistentemente de onde vem a maior parte de seus recursos. Ele afirma atuar em mais de 20 setores diferentes, o que levanta ainda mais dúvidas. É possível que, em apenas dez anos, uma pessoa domine tantos setores e consiga um crescimento financeiro dessa magnitude, dedicando-se tanto às atividades em redes sociais?

A grande pergunta que precisa ser respondida para quem pretende assumir a maior capital brasileira e, tal como um certo “gestor” que já prefeitou antes em São Paulo, precisa ser respondida é: de onde vem a fortuna de Pablo Marçal? Como alguém que começou com um trabalho de coach e influenciador digital pode, em uma década, acumular tanto capital de modo nada usual, especialmente considerando o tempo e esforço necessários para manter e expandir uma fortuna dessa magnitude? Essas questões não podem ser ignoradas pelo eleitor (como estão!) e a falta de explicações claras sobre seu crescimento patrimonial levanta suspeitas sobre a origem de sua riqueza.

PCC

A candidata Tabata Amaral (PSB), entre outros adversários políticos, já levantou publicamente essas questões. Em seus vídeos, Tabata tem questionado diretamente a origem dos recursos de Marçal e as possíveis ligações obscuras em torno de sua fortuna. E, ao que parece, ela não está sozinha. Empresários sérios também observam com ceticismo a trajetória do candidato, questionando como ele conseguiu multiplicar seu patrimônio de forma tão rápida e “heterodoxa”, e em setores onde o lucro não é tão garantido quanto ele afirma.

Tabata Amaral questiona ligações de Pablo com acusados de integrar o PCC. Foto: Reprodução/Twitter

O que poderia ser uma narrativa de “sucesso empreendedor” esconde aspectos complexos que envolvem empresas em setores sensíveis, como aviação e imóveis, que coincidem com atividades associadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Outro destaque de seu patrimônio é a “Marçal Loteamento Participações Ltda.”, outra empresa envolvida no setor imobiliário, com um capital social declarado de R$ 100 mil. Sem conhecer o negócio, não é possível opinar se um capital social desse montante transmite segurança à atividade de loteamentos, ainda que essa atividade envolva patrimônios vultosos. Mas é fato que, sem que possamos afirmar se há alguma relação com facções criminosas ou se há algum crime, essas atividades de loteamento são frequentemente utilizadas para disfarçar grandes somas de dinheiro ilícito.

A polícia já demonstrou que o PCC tem controle direto sobre negócios imobiliários em várias regiões do Brasil, sendo um mecanismo eficiente para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Conexões sombrias

Um dos nuances mais intrigantes da trajetória de Marçal é a conexão com Florindo Miranda Ciorlin, um piloto e empresário acusado de atuar na aquisição e ocultação de aeronaves para traficantes. Florindo é acusado de ser uma peça-chave no transporte de grandes quantidades de cocaína da Bolívia para o Brasil, operação ligada diretamente ao PCC.

Em 2021, Marçal concedeu a Florindo uma procuração para representá-lo junto a órgãos federais, o que coloca Marçal em uma posição desconfortável. A relação entre eles, especialmente quando se considera a associação de Florindo com atividades ilícitas, pode levantar suspeitas sobre as operações da “Aviation Participações” e o uso de empresas de fachada para disfarçar negócios ilícitos, já que o nome sugere envolvimento com a atividade de aviação.

Essa conexão entre Marçal e Florindo é particularmente preocupante, pois se encaixa no padrão já conhecido de uso de empresas no setor de aviação e imóveis como canais para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O PCC, como uma organização fortemente estruturada, utiliza esses mesmos métodos para manter suas operações longe do radar das autoridades, e a presença de figuras como Florindo no círculo empresarial de Marçal reforça a necessidade de o eleitor conhecer mais as “histórias de sucesso” vertiginoso do ex-coach.

Partido enrolado

Investigações recentes revelaram que figuras importantes do partido, como o seu presidente, Leonardo Avalanche, estão ligadas diretamente a operações de tráfico de drogas. Foto: Instagram

Além das atividades empresariais de Marçal, seu partido, o PRTB, está imerso em controvérsias que envolvem o PCC. Investigações recentes revelaram que figuras importantes do partido estão ligadas diretamente a operações de tráfico de drogas. Um exemplo é Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, acusado de trocar carros de luxo por cocaína para a facção. Ele e Júlio César Pereira (Gordão) foram implicados em esquemas que financiaram o tráfico de drogas com bens de alto valor, utilizando esse mecanismo como uma forma de lavar dinheiro para o PCC.

Ambas as figuras são ligadas a Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB e aliado próximo de Marçal (que já deu declarações isentando seu líder partidário de ligações com a facção criminosa).

“Banco do crime”

Essas conexões são alarmantes, uma vez que o próprio partido de Marçal está implicado em esquemas que beneficiam o crime organizado. As investigações sugerem que o PCC criou uma espécie de “banco do crime”, envolvendo dezenas de empresas de fachada para lavar dinheiro e financiar candidaturas políticas, movimentando mais de R$ 8 bilhões.

O fato de Marçal se associar a essas figuras e se suas empresas não serem conhecidas para um empresário que declara quase R$ 200 milhões amealhados em uma década (enquanto expande suas operações empresariais nos mesmos setores onde o PCC atua), é uma coincidência que não pode ser ignorada.

Outro aspecto crucial é o financiamento da campanha de Marçal. Candidato pelo PRTB, um partido de pouca expressão, sem acesso significativo ao fundo partidário e com tempo mínimo de propaganda eleitoral na TV, Marçal, ainda assim, conseguiu manter uma campanha de alta visibilidade. Seu domínio sobre o cenário digital e sua forte presença nas redes sociais levantam questões sobre a verdadeira origem dos recursos que sustentam sua impressionante estrutura de campanha, para além de seus milhões de seguidores.

Mais perguntas que respostas

A ascensão de Pablo Marçal no cenário político brasileiro levanta mais perguntas do que respostas. Seu patrimônio declarado, as atividades empresariais e as conexões com figuras ligadas ao crime organizado criam um cenário de suspeitas que precisam ser investigadas com seriedade. O que parece ser uma história de sucesso nas redes sociais pode esconder uma teia de interesses obscuros que envolvem facções criminosas e o uso de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.

Com a gravidade das suspeitas que pairam sobre a candidatura Marçal, o eleitor e as autoridades precisam exigir respostas claras e uma investigação rigorosa sobre a origem de sua fortuna e suas conexões. Essa explicação não virá do candidato. Talvez porque explicar o impossível seja realmente uma tarefa difícil, mesmo para um coach de sucesso. O Brasil não pode permitir que facções criminosas utilizem a política como fachada para expandir seu poder e influência.

Colaborou Lucas Neiva

FONTE:Cláudio Castello de Campos Pereira * Especial para o Congresso em Foco

 Ex-ouvidor da Câmara Municipal de São Paulo. Advogado formado em Direito pela Faculdade de Direito da USP e especialista em controle social de políticas públicas pela Escola do Tribunal de Contas do Município de São Paulo.

Texto reprodução em 26/09/2024 às 10h:20min.


Imprensa: Aos 36 anos, morre a jornalista Nathalia Urban


foto:reprodução

                                           

Morreu, nesta quarta-feira (25/9), a jornalista brasileira Nathalia Urban, aos 36 anos, em Edimburgo, na Escócia. A notícia foi confirmada pelo veículo Brasil 247, onde Nathalia atuava como correspondente internacional.

A jornalista sofreu um acidente e estava internada. O Brasil 247 expressou seu luto em uma mensagem divulgada nas redes sociais.

“Infelizmente, nossa colega Nathalia não resistiu e os aparelhos serão desligados. Num último gesto de humanidade, os órgãos serão doados. Nathalia lutou pela liberdade de todos os povos. Estamos em luto e consternados. Oremos para que ela tenha uma boa passagem. Nathalia Urban sempre presente!”, diz a publicação do véiculo.

 

Quem era Nathalia Urban

O Brasil 247 descreve Nathalia Urban como uma “lutadora pela liberdade de todos os povos” e afirma que ela “deixa um exemplo de humanidade e compromisso com o jornalismo”.

A jornalista foi a criadora do programa “Veias Abertas”, na TV 247, um espaço dedicado à luta dos povos latino-americanos.

Seu trabalho era reconhecido pela seriedade e profundidade com que tratava temas de relevância global, sempre conectando suas análises com uma visão humanista e engajada.

Amigos prestam homenagens

Amigos e colegas lamentaram a morte de Nathalia. Thiago Ávila, ativista internacionalista, expressou a dor diante da perda.

Além disso, era presença constante no programa “Bom Dia 247” e apresentava o “Globalistas”, oferecendo análises sobre questões internacionais ao lado do jornalista Brian Mier.

Em 2021, Nathalia foi destaque na série “Grandes Jornalistas”, onde compartilhou sua trajetória e reafirmou seu compromisso com o jornalismo como uma ferramenta de transformação social.

“O mundo parece mais duro e triste quando perdemos alguém que amamos para partilhar dessa caminhada. A dor da perda também tem a ver com o quanto aquela pessoa era importante para as pessoas mais próximas, para a comunidade, para o mundo”, escreveu.

Carol Proner, jurista e articulista, também homenageou a colega em suas redes sociais, destacando o talento e a contribuição de Nathalia.

Fonte:Metrópoles 26/09/2024

PF prende hacker e servidores do INSS por venda de dados de brasileiros

Prédio da previdência social
Rafa Neddermeyer / Agência Brasil - Prédio da previdência social



A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a operação "Mercado de Dados" , visando três servidores do  Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspeitos de vender dados de brasileiros . Um hacker também é alvo da operação.

Os policiais cumpriram 29 mandados de busca e 18 mandados de prisão preventiva em estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pará, Goiás, Paraná, Bahia e no Distrito Federal.

A investigação é coordenada pela PF de Cascavel (PR) e conta com o apoio do Ministério da Previdência.

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As investigações, iniciadas em setembro de 2023, revelaram a formação de uma organização criminosa composta por:

  • hackers que utilizavam técnicas avançadas para invadir o banco de dados do INSS;
  • servidores do INSS que vendiam suas credenciais de acesso;
  • indivíduos que comercializavam os dados dos beneficiários.

Entre os alvos está um hacker, conhecido por suas habilidades em invasões cibernéticas, que já havia sido investigado pela PF. Ele conseguia contornar a autenticação multifator, alterar níveis de acesso e utilizar certificados digitais de servidores do INSS.

Além dos três servidores, um estagiário do INSS também está sob investigação. A Justiça ordenou o sequestro de 24 imóveis dos envolvidos e o bloqueio de até R$ 34 milhões em contas bancárias.

Os suspeitos enfrentarão acusações de organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, comercialização de dados sigilosos e lavagem de capitais, com penas que podem ultrapassar 15 anos de prisão. 

Fonte:PORTAL IG- 26/09/2024

Adolescente brasileiro morto em ataque de Israel ao Líbano estava trabalhando, diz irmã


Brasileiro morto em ataque no Líbano nasceu em Foz do Iguaçu
Reprodução - Brasileiro morto em ataque no Líbano nasceu em Foz do Iguaçu

Hanan Abdallah, irmã do adolescente  brasileiro que morreu no Líbano junto com o pai, informou que eles viajaram ao país para trabalhar em uma pequena fábrica familiar de produtos de limpeza. Ambos foram vítimas de um bombardeio  israelense na região do Vale do Bekaa.

"Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família", declarou Hanan.

Essa é a primeira morte de brasileiros no Líbano registrada pelo Itamaraty desde o início do conflito. O órgão está em contato com a família, que reside em Foz do Iguaçu.

Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, nasceu em Foz do Iguaçu, enquanto seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, era libanês naturalizado paraguaio. Segundo a família, ambos faleceram na segunda-feira (23) após um foguete atingir a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.

As mortes aconteceram devido a um ataque aéreo que atingiu a região onde o menino estava com o pai. Eles haviam se mudado para o país juntamente com dois irmãos, que não sofreram danos e estão se preparando para voltar ao Brasil, segundo informações do Itamaraty.

A tragédia envolvendo um brasileiro já movimentou também a política local. O vereador Adnan El Sayed já havia lamentado a morte, ainda que não houvesse confirmação oficial.

"Haj Kamal Abdallah e seu lindo filho Ali estavam até pouco tempo aqui ao nosso lado em Foz do Iguaçu, brincando e sorrindo. Quero arranjar forças na justiça divina e na capacidade da resistência libanesa para seguir o caminho da verdade apesar das perdas diárias desse massacre à Palestina e ao Líbano", escreveu ele no Facebook.

Na segunda-feira (23), também antes da confirmação das duas mortes, o Itamaraty havia informado que enviou instruções à Embaixada do Brasil no Líbano, para que fosse feita uma consulta sobre os brasileiros que vivem no país.

Escalada no conflito

Os bombardeios israelenses no Líbano aumentaram nos últimos dias, resultando em mais de 560 mortes e 1.800 feridos em ataques direcionados ao Hezbollah, tornando-se o dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.

Hanan relatou que a família viveu mais de dez anos em Foz do Iguaçu e retornou ao Líbano há cerca de quatro anos, onde tinham uma empresa em Sohmor, cidade vizinha ao local do bombardeio. Além de Ali, Kamal Hussein morava em Kelya com outros dois filhos. O irmão de 16 anos também se feriu, mas sobreviveu e está a caminho do Brasil, junto com a irmã, previsto para chegar na quinta-feira (26). Ambos estão muito abalados.

Hanan também compartilhou que conversou com o pai na madrugada de segunda-feira e que ele estava angustiado, tentando conseguir passagens para que os filhos retornassem ao Brasil devido ao medo crescente.

Ela, que tem um bebê e não vê a família há mais de um ano, retornou ao Brasil após se casar há cerca de dois anos. A mãe de Hanan chegou a Foz do Iguaçu uma semana antes dos ataques.

Os bombardeios na segunda-feira resultaram em 569 mortes e 1.835 feridos, conforme dados do governo libanês. Israel afirmou que está conduzindo operações militares na fronteira para permitir que moradores retornem, enquanto intensificou ataques contra o Hezbollah, em resposta ao aumento das hostilidades na região.

Fonte: PORTAL IG -26/09/2024


Roraima: sucuri tenta dar o bote em homem após ser atropelada por carro; Vídeo

                                      foto:reprodução

Uma sucuri-verde de cerca de 4 metros foi atropelada por um carro em uma rodovia no Cantá, município ao norte de Roraima, na última segunda-feira (23/9). Após o atropelamento, um homem se aproximou do animal, que tentou dar vários botes para se defender.

As imagens mostram o momento em que um homem se aproxima com um galho e começa a bater no animal, para afastá-lo para o acostamento. A serpente ataca para se defender.

Veja:

A sucuri é puxada por dois homens para ser levada ao acostamento. O animal tenta dar ao menos quatro botes contra o homem, que a atinge. As informações são do g1.

As imagens foram gravadas por Robson Júlio, um servidor público de 27 anos que atropelou a serpente. Ele estava dirigindo na rodovia e tentou frear ao avistar o animal, mas não conseguiu evitar o impacto e acabou passando por cima. “Foi o momento em que parei o carro, respirei e voltei. Quando cheguei no local, me deparei com aquele animal já se enrolando todo. Notei que ela ficou, sim, ferida com os pneus que passaram por cima. Porém, foram apenas cortes superficiais dos pneus”.

Robson tentou remover o animal com a ajuda de outras pessoas, mas não teve sucesso, acreditando que a sucuri estava com medo. Segundo Rodrigo Feltran, biólogo e chefe do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a reação do animal é normal, pois esses animais tendem a agir dessa forma para se proteger.

Segundo o biólogo, um carro pode machucar o animal, o que pode levar à morte. A sucuri-verde não é peçonhenta e utiliza a estratégia de “estrangulamento” para imobilizar e matar as presas. Ele também ressaltou a importância de ter cuidado ao se deparar com esse tipo de animal.

As orientações informadas para quando se encontra animais silvestres nas ruas são acionar o Corpo de Bombeiros (193) e a Companhia Independente de Policiamento Ambiental da Polícia Militar (190).

Fonte:METRÓPOLES - 26/09/2024