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sábado, 27 de setembro de 2025

Cientista político vê onda bolsonarista enfraquecida após condenação


                                           Foto:Marcelo Camargo/reprodução



No movimento agitado das marés políticas, a onda bolsonarista estaria perto de virar espuma. A metáfora expressa a visão do cientista político Gabriel Rezende, que caracteriza o fenômeno político liderado nos últimos anos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como “populismo de direita”. Em análise histórica mais ampla, o Brasil teria vivido quatro ondas populistas, e a mais recente delas mostra sinais de enfraquecimento.

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Gabriel lançará, no início de outubro, o livro A ascensão do populismo de direita no Brasil, pela Editora Appris. A obra trata o populismo como um fenômeno político e uma ferramenta de representação, que emerge sempre em momentos de crise.

Em entrevista por telefone à Agência Brasil, o autor defende que as crises política, econômica e social brasileiras, entre 2013 e 2016, formaram a “tempestade perfeita” para ascensão da onda bolsonarista. Entre as características principais, esse novo populismo de direita teria se apresentado com um líder carismático central, discursos que opõem “o povo” a uma “a elite da velha política", narrativas nacionalistas e religiosas, e o uso estratégico das mídias sociais.

Nesse sentido, Gabriel Rezende entende que a tentativa fracassada de golpe de Estado pelo núcleo bolsonarista e o papel do Judiciário no enfrentamento das tendências autoritárias colocam o populismo de direita em rota decrescente.

 

Brasília (DF), 26/09/2025 - Gabriel Rezende, cientista político, lança livro sobre populismo de direita. Foto: Gabriel Rezende/Arquivo Pessoal
Gabriel Rezende, cientista político, lança livro sobre populismo de direita. Gabriel Rezende/Arquivo Pessoal

Confira a entrevista

Agência Brasil: Poderia falar, em linhas gerais, o que motivou a pesquisar o “populismo de direita” e como o tema é abordado no livro que está prestes a lançar?

Gabriel Rezende: O livro é fruto da minha tese de doutorado. O que despertou a minha curiosidade foi perceber a emergência de líderes populistas pelo mundo. Primeiro, em 2016, com Donald Trump, nos Estados Unidos; Kaczyński, na Polônia; Beppe Grillo, na Itália; Viktor Orbán, na Hungria; e Jair Bolsonaro, no Brasil. Isso me mostrou a necessidade de estudar o fenômeno.

Busquei identificar, no meu livro, quais foram os fatores estruturais para a ascensão desse tipo de populismo no Brasil, entre 2016 e 2022. A partir daí, compreendi o bolsonarismo como movimento político. E que o Brasil sempre viveu ondas populistas.

A primeira onda populista foi da década de 30 até a década de 60; a segunda onda populista, nos anos 90, a chamada onda populista neoliberal, com o Fernando Collor como protagonista; a terceira onda, que foi a rosa, o populismo de esquerda, que, além do Brasil, também se fez presente na América Latina com Evo Morales [Bolívia], Chávez [Venezuela] e Kirchner [Argentina]; e a quarta, que estamos vivendo agora, paralela à onda populista de direita que também acontece na Europa e nos Estados Unidos.

Agência Brasil: Populismo é um termo com muitos sentidos, disputado por diferentes teóricos e movimentos políticos. Pode ser visto como pejorativo ou fenômeno positivo de inclusão maior das demandas populares. Como você caracteriza esse conceito na sua obra?

Gabriel Rezende: Não entendo o populismo como ideologia ou regime político, uma vez que não pode ser atribuído a ele um conteúdo programático específico. Ele regimenta um conjunto de questões ideológicas dentro de um centro.

Ele é um fenômeno político que sempre surge em processos de crise da democracia. Também pode ser visto como uma ferramenta de política de representação, seja da direita ou da esquerda. Para ser caracterizado assim, precisa de alguns elementos.

Primeiro, uma figura central, um líder carismático que vai amalgamar todas as insatisfações sociais. E, quando ele faz isso, se funda a partir do antagonismo, da diferenciação entre “nós” e o “outro”, ou melhor, entre o povo e a elite. Ou seja, ele trabalha numa ordem dicotômica. Ele procura fazer uma distinção entre o povo, que é a massa, e aqueles que dominam essas massas. No populismo de direita, por exemplo, o inimigo pode ser o imigrante, os membros da classe política. Bolsonaro usou muito essa retórica sobre a velha política e a nova política.

Agência Brasil: Quais seriam as diferenças entre os populismos de direita e os de esquerda?

Gabriel Rezende: No caso do populismo de direita, se trabalha muito a narrativa nacional nativista, por exemplo, caso do Trump com o lema Make America Great Again [Faça a América grande de novo, em inglês]. Essa ideia de América fortalecida. O segundo elemento muito comum é a religião. No caso do Brasil, nós somos uma nação mais de 60% cristã. Então, o populismo usa a narrativa conservadora e moral.

No caso do Brasil, em 2018, a direita conseguiu mobilizar isso, porque quem estava no poder até então era um partido de esquerda, o PT. E a direita batia muito nessa questão antissistema.

Já o populismo de esquerda é diferente. Ele busca uma ampliação das lacunas da vida social, por exemplo, questões mais progressistas em relação aos direitos das minorias. Ele busca amalgamar essas pessoas à margem e o discurso vai ser um elemento aglutinador delas.

As pautas vão ser voltadas para a democracia, para questões de liberdade moral. Por exemplo, a grande crítica do populismo de direita no Brasil foram questões liberais em relação à população LGBT, ao aborto, etc.

Agência Brasil: Quais particularidades envolvem o populismo de direita protagonizado pelo bolsonarismo?

Gabriel Rezende: Bolsonaro foi eleito porque conseguiu mobilizar cinco elementos. Primeiro, a questão do lavajatismo. Lembrando que o próprio Sérgio Moro foi ministro no governo dele. Bolsonaro vai na esteira da questão moral e ética na política.

O segundo pilar estrutural foi a questão dos evangélicos. Apesar de se dizer católico, ele foi muito ágil em lidar com essas lideranças religiosas por meio do discurso, com o próprio, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. E os evangélicos conseguem mobilizar um eleitorado muito expressivo.

O terceiro elemento é o agronegócio, setor que mais cresce no Brasil, que abrange uma fatia expressiva do PIB. O agronegócio, de fato, abraçou a campanha do Bolsonaro por várias questões. Para citar um exemplo, o respaldo em relação à invasão de terras. O governo tinha a Teresa Cristina no Ministério da Agricultura, uma figura importante do agronegócio.

Outro elemento importante são as mídias digitais. O bolsonarismo foi muito habilidoso nas redes sociais, com uma série de representantes que ajudaram muito na mobilização das pautas e do eleitorado.

E o último elemento é a aproximação com os militares, como forma de moralizar a política. Eles, inclusive, fizeram parte dos escalões da Esplanada dos Ministérios e estão envolvidos nessa condenação recente por golpe de Estado.

 

Brasília (DF) 14/09/2025 Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao hospital onde ele se internou nessa manhã  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao hospital onde ele se internou em 14 de setembro Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Agência Brasil: E como você analisa o Judiciário nesse contexto de atuação do populismo de direita. Vimos alguns juízes do Supremo serem caracterizados pelos bolsonaristas como inimigos dos seus interesses.

Gabriel Rezende: O STF, no caso do Brasil, cumpre papel de guardião da Constituição, segundo estabelecido em 1988. Nos últimos anos, o Poder Judiciário foi crescendo por receber demandas que eram próprias do Executivo ou do Legislativo, mas que estes não conseguiam responder. Então, muitos processos foram judicializados. Na minha visão, o que se vê é um Judiciário responsivo, que é levado a se posicionar diante de demandas muito complexas.

A preocupação por parte do populismo de direita é tentar mitigar o poder do judiciário, porque ele foi o único no Brasil que conseguiu se contrapor ao governo de Bolsonaro. E que atuou, com muitas aspas, como poder moderador.

Temos as questões recentes de projetos de anistia e a PEC da Blindagem, que foram respostas desse bolsonarismo ao julgamento da Primeira Turma do STF aos acusados por tentativa de golpe de Estado. São respostas da extrema direita para tentar mostrar que eles têm poder para medir com o Judiciário.

Só que o efeito foi contrário. O que aconteceu foi que a PEC da Blindagem não foi bem recebida socialmente. A PEC é um vazio argumentativo, porque vai contra o que esses próprios congressistas pregavam quando foram eleitos. A pauta da moral, da lei e da ordem.

Agência Brasil: Você falou em ondas populistas, o que significa que elas têm movimentos de início e fim. O que podemos esperar a partir de agora em relação a esse populismo de direita? É possível projetar se ele está mais próximo de um enfraquecimento ou de um fortalecimento?

Gabriel Rezende: Por algum tempo, nossas instituições não foram muito hábeis para lidar com esse movimento de extrema direita autoritário. Por exemplo, a Procuradoria-Geral da República não conseguiu ou não quis levar à frente questões em relação ao governo Bolsonaro. O Judiciário foi quem mais atuou nesse sentido.

Com a condenação dele recentemente, há um enfraquecimento no sentido político. Apoiadores fiéis a ele perdem uma base, uma referência mais concreta. A proibição de ele dar entrevista enfraquece muito. Imagine um populismo de direita em que a principal figura não pode falar.

Temos visto outras pessoas querendo assumir essa posição. O [pastor Silas] Malafaia, a Michelle Bolsonaro [ex-primeira dama], os filhos dele, o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Abre-se um flanco muito grande de quem vai disputar o legado desse populismo. Nesse sentido, podemos falar que existe um enfraquecimento do populismo. Estão mensurando o quanto a imagem do bolsonarismo está danificada e se é possível um rearranjo em relação à figura política principal.

Ao mesmo tempo, o [presidente] Lula não conseguiu ainda construir uma sucessão, uma outra figura que assuma o seu legado. Quem será o candidato que vai conseguir amalgamar todos esses princípios em relação à esquerda, caso o próprio Lula não possa ou não queira se reeleger?

O momento é de rearranjo político. Na política, uma semana é um mundo. Podem acontecer mil coisas antes da eleição de 2026.


Fonte:Rafael Cardoso - repórter da Agência Brasil/agência brasil 27/09/2025

Bahia: Família suspeita de extorquir juros milionários de médico no interior é alvo de novas denúncias

 

                                            Foto: Arquivo Pessoal


A família suspeita de extorquir um médico, em cidades do sudoeste 

do Estado da Bahia, foi denunciada por mais duas pessoas, após 

a repercussão do caso. A informação foi divulgada ao g1 pelo

delegado Odilson Pereira, responsável pelas investigações.

Confira no link abaixo do site G1.com

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/09/27/familia-suspeita-de-extorquir-juros-milionarios-de-medico-na-bahia-e-alvo-de-novas-denuncias.ghtml



Bahia: Três pessoas de Garanhuns morrem em acidente na BR-116 neste sábado (27)


                                   foto:Reprodução/ Blog de Carlos Eugênio

 Três pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida após uma batida entre dois caminhões e um carro na madrugada desta sexta-feira, dia 26, na BR-116, em trecho de Feira de Santana, no interior da Bahia.

Ainda não se sabe o que causou o acidente. A batida aconteceu por volta de 1h20, no km 433, no sentido Santo Estevão. Testemunhas contaram para os policiais que o motorista do caminhão que transportava tomates perdeu o controle da direção, atravessou a pista contrária e bateu nos outros dois veículos.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os mortos estavam no carro de passeio, que tinha placa de Anápolis-GO. Eles foram identificados como Korbinian Andreas Dengler, de 36 anos, Herbson Nunes Negrão, 24, e Luana Raquel de Araújo Melo, de 29 anos, completados hoje, dia 29, e que são de Guaranhus, no interior do Estado de Pernambuco.

Veja AS FOTOS do acidente no Blog de CarlosEugênio de Guaranhus:






Fonte:Blog de Carlos Eugênio com adaptações

Violência: Marido simula assalto, mata esposa com tiro na cabeça e é preso

 


                                        foto:reprodução


Adriano Forgiarini, de 37 anos, foi preso nessa sexta-feira (26/9) em São Miguel do Iguaçu, no interior do Paraná, suspeito de assassinar a esposa, Jaqueline Rodrigues Pereira, também de 37 anos. O marido da vítima foi encontrado escondido em um hotel da cidade, após a Justiça expedir mandado de prisão preventiva por feminicídio.

O assassinato ocorreu no dia 13 de setembro. Inicialmente, o caso foi registrado como um possível assalto seguido de morte. Jaqueline foi encontrada sem vida na área externa da residência do casal, com um disparo na cabeça. Adriano também apresentava ferimentos por arma de fogo e chegou a ser hospitalizado em estado grave, reforçando a ideia de que ambos teriam sido vítimas de criminosos. Contudo, a polícia agora afirma que o ferimento do homem foi causado por ele mesmo, em uma tentativa de passar credibilidade para sua história.


Fonte:Metrópoles - 27/09/2025

Congresso: Apenas 6 bolsonaristas radicais votaram contra MP que reduz filas no SUS; dentre eles, Tiririca



                                      foto: réditos: Bruno Spada / Câmara dos Deputados/reprodução



Por 403 votos a favor e apenas 6 contra, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 1301/25, que cria o Programa Agora Tem Especialistas. No total, 112 deputados não estavam presentes no momento da votação - presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos) não precisou votar por questão regimental.

De autoria do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a proposta tem como objetivo reduzir as filas no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentando a oferta de profissionais especialistas para atendimento. 

Por meio de requerimentos do líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o PL, partido de Jair Bolsonaro (PL), tentou retirar a MP da pauta, mas foi vencido pela ampla maioria.

Após a medida ser finalmente colocada em votação, apenas 5 dos 71 deputados do PL e 1 dos 3 do PRD - todos bolsonaristas radicais - votaram contra a medida para reduzir as filas no SUS. A matéria foi enviado ao Senado, que aprovou por unanimidade e enviou para sanção do presidente Lula.


Votaram contra a medida:

  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
  • Mario Frias (PL-SP)    
  • Tiririca (PL-SP)
  • Dr. Frederico (PRD-MG)

Agora Tem Especialistas


O programa Agora Tem Especialistas é a maior iniciativa da história do SUS para a redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias.

“Lançado pelo presidente Lula para reduzir o tempo de espera por atendimento, consultas e cirurgias, o Agora Tem Especialista já contava com amplo apoio da população, do setor privado e público da saúde. A votação de hoje também mostra o amplo apoio do Congresso Nacional”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que ressaltou a aprovação por maioria esmagadora na Câmara e com unanimidade no Senado. “Isso mostra que estamos no caminho certo de atender uma preocupação da ampla maioria da população”, disse.

Para Padilha, a aprovação dá solidez às ações do programa, “sobretudo aquelas que são inovadoras, como a troca de dívidas dos planos de saúde e dos hospitais privados por mais cirurgias, atendimentos e exames; a criação do painel nacional de acompanhamento e monitoramento dos tempos de espera de cirurgias de todo o país; a qualificação da Fundação Oswaldo Cruz, do Grupo Hospitalar Conceição, da AGSUS, para colaborar com os estados e municípios a fim de fazermos mais cirurgias, mais exames, mais consultas e menos tempo de espera”, detalhou.

Para ampliar a capacidade de atendimento do SUS, o Agora Tem Especialistas mobiliza toda a estrutura de saúde do país, a pública e a privada. São dez eixos de ações que visam ampliar a oferta de serviços especializados de média e alta complexidade em seis áreas prioritárias: oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Essas iniciativas envolvem as unidades de saúde do SUS e, também, as operadoras de planos de saúde, os hospitais, as clínicas e os estabelecimentos de saúde privados que aderirem ao programa.

Carretas para levar atendimento móvel para onde a população está

Várias ações já estão em andamento, como a oferta inédita de serviços de saúde dentro de carretas estruturadas com equipamentos, equipes e insumos. O objetivo é levar atendimento móvel até onde a população está, principalmente em locais remotos e de difícil acesso. Na última semana, Goiânia (GO) recebeu o projeto-piloto da iniciativa, atendendo 94 pacientes que foram submetidos a exames de imagem, como tomografia, além de consultas ginecológicas, mamografia e ultrassonografia.

Já nesta semana, a ação chegou a Ribeirão Preto (SP), com previsão de 120 atendimentos oftalmológicos, inclusive cirurgias, que terão um diferencial: o uso da lente dobrável, menos invasiva, além da entrega de óculos de proteção e colírios como parte do tratamento.

Em outubro, após a conclusão dessa etapa, 27 carretas estarão em funcionamento em todas as regiões do país. Elas estarão posicionadas em 22 estados em áreas urbanas sem infraestrutura física de saúde, em comunidades indígenas, quilombolas, populações do campo, da floresta e das águas. A expectativa é que, até dezembro deste ano, o país conte com 81 carretas e, até o final de 2026, com o total de 150.

Mutirões e ampliação de turno de atendimento

Outras frentes do programa visam aumentar os atendimentos nas unidades públicas de saúde. No último dia 13 de setembro, por exemplo, mutirões simultâneos em 45 hospitais universitários federais realizaram mais de 39,2 mil atendimentos, o que representa 216,1% a mais em relação aos 12,4 mil realizados em julho em ação semelhante.

Território indígenas da Amazônia também receberam mutirões de saúde do Agora Tem Especialistas: foram mais de 15,9 mil procedimentos realizados em aldeias no Alto Rio Solimões, Médio Rio Solimões e Vale do Javari. Outros estão previstos para novembro deste ano e janeiro de 2026.

Mais iniciativas em andamento são a ampliação de turnos de atendimento, como nos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição; a aquisição de 3 mil kits de telessaúde, que começam a ser distribuídos para ampliar o atendimento especializado a distância nas UBS; e o credenciamento de instituições públicas e privadas para aumentar a oferta de núcleos de telessaúde no país.

Credenciamento de planos de saúde e hospitais privados e filantrópicos

As operadoras de planos de saúde também já podem se credenciar ao programa a fim de reforçar o atendimento da rede pública, de forma complementar. Em troca, poderão converter até R$ 1,3 bilhão/ano de dívidas de ressarcimento ao SUS em mais serviços especializados para o SUS.

Em Recife (PE), oito pacientes do Sistema Único de Saúde foram submetidos a duas cirurgias de artroplastia de quadril com colocação de próteses, duas cirurgias de vesícula, duas tomografias e duas ressonâncias magnética por um hospital privado da Hapvida. Com unidades hospitalares em todas as regiões do país, a operadora de plano de saúde aderiu ao programa. A expectativa é expandir a oferta de serviços de saúde especializados para outros municípios e estados, na medida em que novos contratos forem firmados.

O credenciamento de hospitais privados e filantrópicos também está em andamento. Neste primeiro momento, quatro estabelecimentos devem reforçar o atendimento do SUS até o final de setembro: a Maternidade São Francisco (RJ), a Santa Casa de Misericórdia do Recife (PE), a Santa Casa de Misericórdia de Sobral (CE) e a Santa Casa de Valinhos. Atualmente, o Ministério da Saúde analisa 190 manifestações de entidades interessadas em atender pacientes do SUS para receberem créditos financeiros, que poderão abater até R$ 2 bilhões de dívidas por ano.

Rede nacional integrada de prevenção, diagnóstico e controle do câncer

Lançado em São Paulo, o Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer deve reduzir de 25 dias para 5 dias o resultado do parecer médico. Trata-se de uma rede nacional integrada que, com tecnologia de ponta e foco em telemedicina, tem capacidade para realizar até 1 mil laudos por dia e 400 mil por ano. A unidade pode realizar mais da metade dos exames necessários para o diagnóstico de câncer no Brasil.

O programa também já entregou 12 aceleradores lineares para GO, CE, MG, PB, PE, PR, RS e SP. Além disso, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) aprovou projetos oncológicos para aquisição de mais 13 aceleradores e três tomógrafos por entidades filantrópicas e hospitais de excelência. Até o final de 2026, serão entregues 121 aceleradores para todo o país.


Fonte:Revista Fórum - Com informações do Ministério da Saúde - 27/09/2025

Alemanha: Em Berlim, 60 mil vão às ruas por Gaza


                                              foto:reprodução


 Ao menos 60 mil pessoas, segundo a polícia, participaram da manifestação "Todos os olhos em Gaza", que percorreu as principais vias de Berlim neste sábado (27). Liderado pelo partido A Esquerda, quarta força do Parlamento alemão atual, o ato foi em geral pacífico, apesar de diversos contraprotestos.

 

De acordo com a prefeitura, 50 organizações e indivíduos se registraram na manifestação, uma exigência das autoridades na capital alemã. Por quase cinco horas, os manifestantes foram da Alexanderplatz, principal ponto turístico da antiga Berlim oriental, até o monumento da Grande Estrela, obelisco que em geral abriga as grande concentrações na cidade, no lado ocidental.
 

Segundo os organizadores, no total mais de 100 mil pessoas compareceram ao protesto.
 

Quase 2.000 policiais foram destacados para o evento. Uma polêmica legislação sobre antissemitismo, aprovada no ano passado pelo Bundestag, o Parlamento alemão, torna bastante complexa a tarefa de protestar contra Israel no país. Antecedido por um longo debate, o projeto de lei acabou aprovado na esteira do ataque terrorista do Hamas, em 2023, mas é contestado por grupos de direitos humanos e advogados.
 

"Estamos todos aqui hoje porque exigimos o fim da cumplicidade do nosso governo federal na morte de mais de 60.000 palestinos, incluindo 18.000 crianças", declarou um dos promotores do evento em discurso. "Também rejeitamos os crimes do Hamas e a contínua tomada de reféns. Um crime jamais justificará outro", ponderou, logo em seguida.
 

A Alemanha é a única grande potência europeia que não reconheceu o Estado da Palestina, nesta semana, durante a Assembleia Geral da ONU. Liderado pela França, o movimento destacou a trágica situação na Faixa de Gaza e a controversa retaliação de Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.
 

Vários manifestantes carregavam cartazes comparando a situação atual com o Holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando 6 milhões de judeus foram exterminados pelo regime nazista de Aldolf Hitler. A dívida histórica é traduzida por uma frase cunhada pela ex-primeira-ministra Angela Merkel, que declarou que "a existência de Israel é uma razão de Estado para a Alemanha", o que na conjuntura atual se transformou em um nó para o país.
 

Líder do partido A Esquerda, Ines Schwerdtner declarou que o ocorria na Palestina neste momento "era um genocídio". "O primeiro-ministro e seus ministros falam, mas não agem. Falam de 'razões de Estado', enquanto hospitais são reduzidos a escombros. Eles permanecem em silêncio sobre o genocídio. São cúmplices", declarou, em discurso.
 

Ainda que não tenha entrado na onda internacional sobre o reconhecimento da Palestina, o atual governo alemão, capitaneado pelo conservador Friedrich Merz, tentou deixar seu recado. Classificou a situação em Gaza como inaceitável e interrompeu a exportação de armas para Israel.
 

Johann Wadephul, ministro das Relações Exteriores, mais de uma vez reiterou que a solução de dois Estados é a única capaz de fazer frente ao conflito.
 

A complexa posição alemã transpareceu no protesto, com a polícia reprimindo palavras de ordem em favor do Hamas e outros slogans considerados inconstitucionais.
 

Uma manifestante carregava um cartaz improvisado com os dizeres "Netanyahu = Hitler, Gaza = Auschwitz, Grande Israel = Grande Alemanha".



Fonte: Por José Henrique Mariante / Folhapress/reprodução - 27/09/2025

Câmera: atrelar votação da isenção do IR à da anistia é loucura, diz Haddad


                                                  

 foto:Diogo Zacarias/MF



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou como “loucura” parlamentares atrelarem a votação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil à apreciação da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

A declaração de Haddad foi dada em entrevista ao Podcast 3 Irmãos, na manhã deste sábado (27).

“Nem me passa pela cabeça que isso possa estar sendo discutido, porque é uma loucura. Você vai submeter um projeto de justiça social, justiça tributária a isso? Faz a discussão que quiser, mas atrelar uma coisa à outra? Em vez de ser um dia de festa, que dia é esse? Vota com a tua consciência no projeto de imposto de renda”, disse, dirigindo-se a parlamentares.

A Câmara dos Deputados deverá colocar em votação na próxima quarta-feira (1º) o projeto de lei (PL) que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil. A matéria prevê também redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

O relator do projeto da anistia, Paulinho da Força, disse na última quinta-feira (24) que caso o perdão aos condenados pela tentativa de golpe de Estado não fosse votado antes do projeto tributário, a apreciação da mudança no imposto de renda estaria em risco.

“Tudo leva a crer que o texto será votado na terça. Acho, inclusive, que se não votar, não votamos IR”, disse.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que a mudança no IR pode ampliar de 10 milhões para 20 milhões o total de trabalhadores isentos do imposto. Já a redução parcial do imposto para quem ganha até R$ 7,3 mil deve alcançar 16 milhões de pessoas.

Atualmente, é isento do IR quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês).

Haddad apoia fim da escala 6×1

O ministro da Fazenda disse ainda ser favorável ao fim da escala 6 por 1, projeto que também está em discussão no Congresso Nacional.

Haddad ressaltou que as pessoas vão viver mais tempo e defendeu que elas trabalhem mais anos, porém menos dias por semana.

“Tudo me leva a crer que o equilíbrio entre essas coisas vai exigir que a gente trabalhe mais tempo ao longo da vida, mas menos dias por semana para usufruir melhor da vida”, disse.

“A gente precisava entender uma forma de liberar tempo para as pessoas. Hoje, você com filho pequeno, está trabalhando 12 horas por dia, 14 horas por dia. Não seria melhor você trabalhar mais tempo, mas com tempo livre para você?”, acrescentou.


Fonte: ICL NOTÍCIAS - 27/09/2025

Transporte: melhor lugar de criança no carro é o meio do banco de trás

                                                      Marcelo Camargo/agência Brasil


O melhor local para instalar um dispositivo de segurança para o transporte de crianças é o meio do banco de trás do veículo. De acordo com o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Flavio Adura, transportar a criança no centro do banco traseiro pode aumentar em 24% a segurança do menor.

Durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, ele destacou que não há diferença significativa quanto ao risco entre o posicionamento da criança no lado direito ou no lado esquerdo do banco de trás do veículo. Além disso, a escolha correta do dispositivo pode reduzir em 60% o risco de morte de crianças em acidentes de trânsito.

Adura lembrou ainda que crianças só devem andar no banco da frente a partir dos 10 anos ou ao atingirem altura mínima de 1,45 metro, quando já não necessitam de nenhum tipo de dispositivo. As exceções incluem casos onde o carro só conta com o banco dianteiro e casos onde todos os assentos do banco de trás já estão ocupados por crianças.

“Nessas situações, o dispositivo de segurança apropriado para a idade deve ser mantido, o airbag do passageiro da frente deve ser desligado e o banco deve ser ajustado o máximo possível para trás”, explicou. Em carros com quatro crianças, a mais alta e não necessariamente a mais velha deve ser transportada no banco da frente.

O diretor científico da Abramet destacou também que, em carros fabricados antes de 1988 e que não tem cinto de três pontos no banco de trás, a orientação é transportar a criança no banco da frente, onde o cinto de três pontos está disponível, utilizando o dispositivo apropriado para a idade e mantendo as orientações de desligar o airbag e recuar o banco o máximo possível.

Fonte:Paula Laboissière - Enviada especial*/agência Brasil. A repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet)

'Ainda Estou Aqui' vence prêmio como melhor filme ibero-americano

 




                                              foto:Divulgação

  • Longa soma mais de 60 prêmios desde estreia em Veneza. 

  • Produção brasileira superou títulos do México e Portugal.

  •  CONFIRA NO LINK ABAIXO DO SITEE DA Folha DE SÃO PAULO DESTE SÁBADO (27):

COVID-19: Processo sobre produção de cloroquina pelo Exército está parado há mais de 3 anos no TCU

                                              Foto: Reprodução



O processo que apura a regularidade na produção de cloroquina pelo Comando do Exército para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 está parado há mais de três anos, sem desfecho no TCU (Tribunal de Contas da União).

 

O caso foi aberto em julho de 2020, a pedido do Ministério Público no TCU, que solicitou ao tribunal que avaliasse o risco envolvido na decisão pelo aumento da produção do fármaco em 84 vezes na pandemia, sem haver comprovação médica ou científica do medicamento para a Covid-19.
 

O MP também requisitou que o órgão averiguasse a responsabilidade direta do então presidente Jair Bolsonaro (PL) na orientação do incremento dessa produção. Crítico das vacinas, Bolsonaro apostava no uso da droga usada no combate à malária para o tratamento da Covid-19 e anunciou diversas vezes que o Exército iria intensificar a produção de cloroquina em seus laboratórios.
 

Em sua peça inicial, o subprocurador-geral Lucas Furtado apontou, a partir de reportagens jornalísticas, que a unidade militar havia comprado, sem licitação, insumos para a produção do remédio por preço seis vezes maior do que o pago pelo Ministério da Saúde no período.
 

Furtado disse que tal circunstância, aliada à ausência de comprovação de eficácia do medicamento contra a Covid-19, importava em possível desperdício de recursos públicos, o que deveria ser devidamente apurado pelo TCU.
 

Em seu último despacho do caso obtido pela Folha de S.Paulo, de abril de 2022, o relator Benjamin Zymler determinou a sua suspensão até que o tribunal concluísse outro processo aberto em 2020 que apura a inclusão de medicamentos sem autorização da Anvisa no protocolo do Ministério da Saúde.
 

Apesar disso, o ministro solicitou, na ocasião, diligências com pedidos de informações ao Ministério da Saúde e ao Exército.
 

A última análise do caso feita pela unidade técnica, em maio daquele ano, concluiu que o Ministério da Saúde ainda não havia respondido ao órgão quem havia autorizado o uso de comprimidos de cloroquina para tratamento da Covid-19, adquiridos no âmbito de política pública contra malária. O tribunal também afirmou que a pasta não forneceu o documento que embasou a decisão.
 

O parecer afirmou que, caso não existissem esses documentos formais autorizando o uso de comprimidos de cloroquina, seria necessário avaliar a necessidade de responsabilizar servidores que eventualmente tenham dado tal destino sem autorização.
 

Há várias peças relativas a este pedido nos autos, mas não houve ainda qualquer análise. A última movimentação do processo é de 31 de janeiro de 2023, um procedimento burocrático de troca de setores da mesma unidade.
 

Uma nota técnica do Ministério da Saúde juntada no processo afirmou que, de 3,7 milhões comprimidos de cloroquina 150 mg produzidos em 2020 pela Fiocruz, 670 mil foram encaminhados à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, "apesar de 99% dos casos anuais de malária se concentrarem na região Amazônica do Brasil".
 

Em fevereiro de 2021, o Exército, que havia produzido 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina a partir de solicitações dos Ministérios da Defesa e da Saúde, afirmou à Folha de S.Paulo que o gasto foi de R$ 1,16 milhão. O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército fez pelo menos nove dispensas de licitação para adquirir insumos e o princípio ativo da droga.
 

Já a análise da contratação da empresa Sulminas Suplementos e Nutrição para fornecer o insumo da cloroquina para o Exército, sem licitação, foi desdobrada para um processo, que concluiu que ela não teria porte para isso. A empresa sofreu a sanção de não contratar com o poder público por um ano.
 

Procurada, a empresa respondeu que participou de tais licitações "em razão de erro interpretativo de seus contadores, que a enquadraram como empresa de pequeno porte" e que o superfaturamento da compra não foi comprovado.
 

Em nota enviada à Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (26), o Exército afirmou que o laboratório ampliou a produção de cloroquina "motivado pela emergência de saúde pública declarada pelo governo federal em razão da pandemia de Covid-19".
 

Sobre o aumento da produção em 84 vezes em relação aos anos de 2017 a 2019, disse que a decisão foi tomada para atender às solicitações legítimas dos ministérios da Saúde e da Defesa.
 

Afirmou que isso foi feito 'buscando sempre adquirir insumos pelo menor preço possível, sem exceder necessidades reais, considerando o contexto emergencial e extraordinário, conforme orientações do Ministério da Saúde em duas notas informativas de 2020".
 

A Força disse que o processo de aquisição do insumo difosfato de cloroquina foi conduzido em conformidade com a lei que permite dispensa de licitação em caráter emergencial, "sempre com suporte de pareceres da AGU e da Consultoria Jurídica do Ministério da Defesa".
 

Acrescentou que toda a documentação relativa às aquisições foi juntada no processo do TCU, "demonstrando que não houve superfaturamento" e que aguarda as deliberações subsequentes relativas às medidas que porventura venham a ser recomendadas pelo tribunal".
 

O TCU respondeu que o processo estava sobrestado (suspenso), aguardando a conclusão do processo que apura a inclusão de medicamentos sem autorização da Anvisa e que este foi apreciado na sessão do último dia 3 de setembro. "A partir dessa decisão, será retomada a análise do primeiro processo", disse à Folha de S.Paulo.
 

O Ministério da Saúde disse que "condena o negacionismo adotado pelo governo anterior, que comprou com recursos públicos e incentivou o uso de medicamento comprovadamente ineficaz para o tratamento de Covid-19, ao mesmo tempo em que fez campanhas contra a vacinação, agravando a crise sanitária no país que culminou em 700 mil vidas perdidas".




Fonte: Por Constança Rezende / Folhapress 27/09/2025