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Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de investigação contra o youtuber bolsonarista Allan dos Santos. A iniciativa se deve a uma publicação em que ele forjou prints de uma falsa conversa que atribui a jornalista Juliana Dal Piva, do ICL Notícias
A solicitação feito nesta quarta-feira (17) pelo procurador-geral, Paulo Gonet, acolhe um pedido de investigação feito por advogados da jornalista ao Supremo.
A PGR quer que a Polícia Federal (PF) investigue “se há uma atuação coordenada com o fim de, deliberadamente, difundir informações falsas com o intuito de interferir no curso de investigação criminal em trâmite no Supremo Tribunal Federal”.
Paulo Gonet também defendeu o bloqueio de duas contas de Allan dos Santos nas redes sociais.
O caso tramita no Supremo sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Juliana denunciou farsa de Allan
Foragido nos Estados Unidos desde 2021, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou sua prisão por conta do inquérito das milícias digitais, ele publicou na plataforma prints de mensagens falsificadas que Juliana teria enviado a ele, com supostas ameaças. Ele também ataca o Instituto Conhecimento Liberta (ICL).
A jornalista gravou vídeo para esclarecer o público que acompanha seu trabalho e seguidores das redes sociais.
“Infelizmente estou aqui pra desmentir uma fraude que foi feita contra mim essa madrugada. O Allan dos Santos passou a espalhar uma série de prints forjados de uma conversa que nunca existiu, mas ele manipulou essa imagem pra dar a entender que seria uma conversa comigo no chat do Instagram”, disse ela na gravação. “Eu estou aqui para dizer a vocês o óbvio: que tudo isso é uma grande mentira com a intenção de me atacar e atacar meu trabalho”.
Juliana exibe um print de sua conta no Instagram para provar que nunca trocou mensagens com o militante bolsonarista.
“Eu tenho um recado tanto para o Allan quanto para as pessoas que estão orquestrando esse ataque, que é o seguinte: eu não vou deixar de trabalhar, eu não vou deixar de fazer o meu trabalho como jornalista. Eu já fazia antes de tudo isso e eu vou continuar fazendo. Então, não adianta ficar criando campanha para me atacar porque isso não vai me fazer parar de trabalhar”, disse a jornalista, que também é diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Ela disse que precisava dar essa explicação como esclarecimento às pessoas que acompanham seu trabalho. “Essa troca de mensagem é totalmente fraudulenta, então eu peço que vocês espalhem a verdade, e não as mentiras dele. Não compartilhem o vídeo em que ele forja essa conversa comigo porque isso não é verdade”, explicou.
Coletivo de mulheres jornalistas presta solidariedade
O coletivo Mulheres Jornalistas pela Democracia divulgou manifesto em solidariedade à repórter do ICL, Juliana Dal Piva, que vem sendo atacada pelo bolsonarista Allan do Santos e seus seguidores.
Criminoso e foragido da Justiça brasileira, Allan do Santos afirmou nas suas redes sociais que a jornalista forjou imagens com ofensas de cunho misógino, com o intuito de difamá-la como profissional.
O trabalho investigativo de Juliana Dal Piva revelou os esquemas de enriquecimento de Jair e de toda família Bolsonaro.
Leia a seguir a íntegra do manifesto:
“Nós, do Coletivo Mulheres Jornalistas pela Democracia, manifestamos total solidariedade à jornalista Juliana Dal Piva, do ICL Notícias, que vem sendo alvo de uma onda de ataques e ameaças em redes digitais da extrema direita.
Juliana faz um notável trabalho jornalístico ao investigar e mostrar como a família Bolsonaro enriqueceu depois de entrar na política. Seu excelente livro, “O negócio do Jair”, foi finalista do Prêmio Jabuti, em 2023.
A onda de ataques começou com o extremista Alan dos Santos, foragido da justiça brasileira nos Estados Unidos. Cobramos das autoridades que os perpetradores dessas agressões sejam punidos e que sejam tomadas as devidas providências para que cessem as ameaças à Juliana Dal Piva.
O assédio contra ela é também um ataque ao ICL Notícias e visa intimidar o trabalho da imprensa brasileira comprometida com a democracia e com o jornalismo de qualidade. Não podemos aceitar tal nível de agressão contra jornalistas, especialmente mulheres, alvo preferencial da direita extremista e violenta representada, no Brasil, pelo bolsonarismo.”
Coletivo Mulheres Jornalistas pela Democracia
Andrea Penna
Cláudia Noronha
Conceição Lemes
Cristina Serra
Denise Assis
Eliara Santana
Fátima Belchior
Graça Caldas
Inês Castilho
Kátia Brasil
Letícia Nunes
Lívia Ferrari
Lourdes Nassif
Lucila Soares
Marcelle Chagas
Nina Valente
Simone Romero
Teresa Garcia
Vera Durão
Vera Perfeito
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