A recepção da torcida do Flamengo antes da final da Libertadores virou um momento inesquecível para o feirense Daniel Oliveira, de 25 anos. O baiano, apaixonado pelo Rubro-Negro desde a infância, conseguiu algo que milhões de torcedores nunca chegaram perto de fazer: entrou no ônibus oficial do clube durante o AeroFla realizado no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (27). A história foi revelada pelo portal Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias.
A multidão rubro-negra se concentrou no aeroporto para impulsionar o time rumo à final da Libertadores, marcada para este sábado (29), contra o Palmeiras, em Lima, no Peru. No meio do empurra-empurra típico das festas do Flamengo, Daniel aproveitou o momento em que torcedores se aglomeravam ao redor do ônibus e, com ajuda de outras mãos, conseguiu subir — e entrar.
Dentro do veículo, deu de cara com ninguém menos que Giorgian De Arrascaeta, ídolo máximo da torcida. A reação? Nervosismo puro. Relembre:
"Eu não sabia se falava com ele, se gravava… meu celular travou, parecia mais nervoso do que eu", contou, entre risos.
O vídeo viralizou imediatamente. Em menos de 24 horas, Daniel ultrapassou 2 milhões de visualizações no Instagram e ganhou mais de 2 mil seguidores. Segundo ele, não houve tempo para pedir autógrafo, camiseta ou qualquer lembrança física. E, sinceramente, isso nem passou pela cabeça dele.
"Na hora, eu não conseguia pensar em nada. Eu só queria aproveitar. Foi um choque, uma emoção absurda. Isso vale mais que qualquer assinatura", relatou.
O feirense também destacou o peso emocional do momento. Criado no bairro Jardim Sucupira, Daniel lembrou da trajetória da família e de como o futebol sempre foi parte da rotina. Para ele, viver algo tão grande ao lado do clube pelo qual é fanático desde menino foi a verdadeira recompensa.
"Passou um filme na cabeça. Tudo na minha vida veio com muito sacrifício. Estar ali, naquele instante, foi como se Deus tivesse separado esse momento pra mim", disse.
Hoje, Daniel encara a repercussão com surpresa e gratidão — e com a consciência de que, entre mais de 40 milhões de flamenguistas, ele viveu uma cena que poucos podem dizer que já experimentaram.
"Eu viralizei no meio de milhões. Até agora não acredito", completou.
Flamengo e Palmeiras se enfrentam na noite deste sábado, às 18h (de Brasília), no Estádio Monumental de Lima. Quem vencer o confronto será o tetracampeão inédito da Libertadores da América.
A informação foi revelada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) ao Metrópoles nesta quinta-feira (27/11). O caso repercutiu nesta semana.
Acúmulo de funções
Recém-promovida a juíza titular do TRT-2, a magistrada está se formando em medicina na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), no litoral de São Paulo, curso em que ingressou em 2020.
Em setembro deste ano, ainda enquanto juíza substituta, Adriana estava lotada na secretaria do tribunal e recebeu R$ 61.763,63 em salário líquido, de acordo com portal da transparência do Conselho Nacional de Justiça. A remuneração de outubro, paga após promoção, ainda não foi atualizada no portal.
Nos dois últimos anos, o 5º e o 6º da graduação, ela teria feito residência em um internato da Santa Casa do município, estando ocupada de segunda a sexta, em horário comercial – no mesmo turno de expediente no tribunal.
TRT-2 negou irregularidade
Em nota, o Tribunal do Trabalho de Santos afirmou que não há irregularidade no acúmulo de funções desempenhado por Adriana. A Corte argumentou citando o artigo 95, parágrafo único, I, da Constituição Federal, que impede que o magistrado exerça outro cargo ou função, salvo uma de magistério.
Qual o papel das corregedorias dos órgãos de Justiça
Corregedoria do TRT-2: o colegiado é local e apura condutas e possíveis irregularidades de membros da Corte do Trabalho da 2ª região apenas. Está submetida à Corregedoria-Geral do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e à Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Corregedoria-Geral do TST: o colegiado tem âmbito nacional e apura condutas e possíveis irregularidades de membros de todos os tribunais regionais do trabalho do país. Pode intervir em procedimentos do órgão do TRT-2.
Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ: órgão regulador externo, também de âmbito nacional, que apura condutas e possíveis irregularidades de membros de todos os tribunais do país, exceto do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não existe qualquer impedimento legal para a realização de atividades discentes em curso universitário”, afirmou a corregedoria da Corte.
O órgão afirmou ainda que acompanhou a produtividade e o trabalho da magistrada durante todo o curso de medicina, de acordo com determinação da Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ.
Também para sustentar o argumento de que não há irregularidades, a Corte citou a Lei Orgânica da Magistratura (LC nº 35/1979), que não fixa horário de trabalho aos magistrados brasileiros, que são obrigados a realizarem trabalho em todos os dias de expediente forense e, de acordo com decisão do CNJ, presencialmente, no mínimo, três dias da semana.
O órgão não falou sobre o choque de horários entre o trabalho na Corte e a residência no internato da Santa Casa de Santos.
Corregedoria investiga juíza desde 2021
A juíza foi alvo de um pedido de providências do TRT-2 logo no início da graduação para apurar o acúmulo de funções. Em 2021, a maioria do pleno da Corte decidiu pelo arquivamento do procedimento e informou sobre a decisão à Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, que esclareceu o caso ao Metrópoles.
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os magistrados que analisaram a situação de Adriana naquele ano concluíram que não havia irregularidade “por ausência de vedação legal e por não haver prova de prejuízo à jurisdição”.
“Por não concordar com o arquivamento, o então Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho encaminhou o procedimento para a Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ para possível instauração de revisão disciplinar da decisão”, informou o TST.
Em julho de 2023, a Corregedoria Nacional decidiu que a apuração pelo colegiado local havia sido correta e o arquivamento, adequado. Ficou determinado, então, apenas o acompanhamento trimestral da produtividade da magistrada.
O rendimento e a produtividade de Adriana passaram a ser acompanhados regionalmente, com acompanhamento do órgão nacional do CNJ e regional do TRT. Não foi constatado, pelos dados informados, qualquer prejuízo na atuação da magistrada por conta dos estudos em medicina.
Em outubro de 2025, logo após Adriana ser promovida a juíza titular, o colegiado regional informou novos fatos ao órgão nacional indicando possíveis prejuízos à atuação dela como magistrada por conta do curso de graduação.
Haveria, por exemplo, “possível incongruência entre os dados estatísticos analisados e a atividade discente”, disse a Corregedoria-Geral à reportagem.
Diante das possíveis irregularidades, inclusive com a possibilidade de cometimento de eventual infração disciplinar logo após ser alvo de avaliação pela Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho determinou ao órgão fiscalizador do TRT-2 que promovesse a imediata apuração do caso.
O órgão nacional acompanha a apuração. “Até a presente data, nada foi informado a respeito pela Corregedoria Regional do TRT-2”, informou a Corregedoria-Geral nesta quinta-feira (27). O caso repercutiu na imprensa nesta semana.
O Metrópoles não conseguiu contatar Adriana de Jesus Pita Colella para comentar o assunto. O espaço segue aberto.
O empresário Oyama Figueiredo, preso durante aOperação Sinete, é um nome conhecido da política e do setor empresarial deFeira de Santana. Figueiredo foi um dos sete detidos na última quarta-feira (26) na ação, que investiga um grupo suspeito de fraudes documentais, grilagem de terras e lavagem de dinheiro na cidade e em municípios vizinhos.
Segundo a TV Subaé, ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, Oyama comandou o Legislativo entre 1991 e 1994. A influência política fez até o nome dele batizar um conjunto habitacional no bairro Tomba.
Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu 47 mandados de busca e apreensão, um deles na residência da cartorária Mauracy de Carvalho Barretto, no bairro Kalilândia, conforme informou o Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias.
A cartorária segue afastada do 1º Ofício do Registro de Imóveis do município por determinação do corregedor-geral do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Roberto Frank. O afastamento ocorreu após a abertura de um processo administrativo disciplinar.
Ao todo, a operação recolheu 12 carros de luxo, duas motocicletas, dinheiro em espécie, joias e diversos documentos que podem reforçar as acusações.
A Justiça também determinou o sequestro judicial de bens e valores, autorizando o bloqueio de até R$ 6 milhões por CPF e R$ 60 milhões por CNPJ dos investigados. Além de Oyama de Figueiredo, também foram presos Geraldo Bispo Ferreira, Pedro Henrique dos Reis de Figueiredo, Arnaldo Novais de Melo e Lívia Cajado de Figueiredo Cosmo.
Dois dos detidos não tiveram os nomes informados. Segundo o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), o grupo teria integrado um esquema que falsificava e manipulava documentos públicos e judiciais para a apropriação clandestina de propriedades.
O esquema envolveria servidores de cartórios, empresários, advogados, corretores e agentes de segurança pública. Há relatos de uso irregular de procurações, certidões, decisões judiciais e, em alguns casos, até coação, violência e porte ilegal de arma.
A investigação avançou com apoio de interceptações telefônicas autorizadas, análises financeiras, diligências e correições administrativas. A Justiça também determinou o afastamento cautelar de servidores públicos suspeitos de envolvimento.
Ainda segundo informações, a Operação Sinete mobilizou equipes da Force, da Corregedoria da PM-BA, da Corregedoria da PC-BA e da Corregedoria-Geral de Justiça do TJ-BA. Um oitavo alvo segue procurado, uma vez que há um mandado de prisão em aberto contra o mesmo.
Servidores públicos baianos realizaram um protesto contra o sucateamento do Planserv, o plano de saúde dos funcionários estaduais, nesta quinta-feira (27), em Salvador. Dezenas de manifestantes se reuniram em frente ao Hospital de Brotas, unidade que atende exclusivamente aos usuários da assistência médica. Eles cobram melhorias no serviço diante da proposta de reestruturação do plano
Os servidores levaram faixas e cartazes e bloquearam parcialmente a avenida Dom João VI, onde fica localizado o hospital, na manhã desta quinta. O objetivo é chamar atenção do Governo do Estado para os problemas enfrentados pelos beneficiários do Planserv, como descredenciamento de clínicas e as dificuldades em marcar exames e consultas.
O serviço prestado pelo Hospital de Brotas também foi alvo de reclamações. “Os recursos dados pelo Governo do Estado são insuficientes, o que leva a uma péssima assistência. Muitos de nós vem chamando o hospital de matadouro do servidor porque colegas nossos já morreram pela falta de regulação e de profissionais. A assistência digna nos é negada”, denuncia Rosângela Monteiro. O protesto foi convocado pelo coletivo independente Devolvam Nosso Planserv.
A manifestação ocorre no momento em que o Governo do Estado apresenta propostas para alterar a forma de contribuição dos servidores, como mostrou o CORREIO. Entre os principais pontos abordados estão a fixação de uma contribuição de 6,5% para todos os beneficiários, além de teto mínimo e máximo para a cobrança de mensalidades.
O governo ainda prevê o aumento da participação do Estado em 1% em dois anos, o que é considerado insuficiente pelos servidores. As medidas tentam diminuir os prejuízos financeiros causados pelo plano, que fechou as contas com endividamento nos últimos dois anos. Em 2024, o rombo chegou a R$ 198 milhões.
Rodadas de negociação estão sendo feitas entre integrantes do governo e entidades sindicais antes da divulgação oficial do plano de reestruturação. O objetivo é que o governo estadual possa usar como justificativa para o aumento de mensalidade o diálogo com os servidores públicos.
Integrantes do governo afirmam que ao menos 130 mil usuários serão beneficiados com as novas medidas. O quantitativo representa 26% do total de beneficiários do plano, que é de 500 mil, segundo o próprio governo. Também foi apresentado o plano para aumento da contribuição do Estado.
O empresário Osman dos Anjos, de 44 anos, mais conhecido como 'Rey da Pizza', foi baleado nesta quinta-feira, 27, na Rua do Campo, no bairro KM-25, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Osman foi baleado enquanto seguia para o trabalho, na Praça Sete de Novembro, mais conhecida com o Praça da Prefeitura.
Ele foi levado às pressas para o Hospital Municipal da cidade e, em seguida, transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde passará por cirurgia. Não há informações atualizadas sobre seu estado de saúde.
A motivação para o crime ainda é investigada pela Polícia Civil, no entanto, há duas versões para o fato: uma que aponta uma briga de trânsito e outra que suspeita de uma tentativa de roubo.
Mas além de Magro e seus parentes, sócios, empresas e fundos de investimentos, foi alvo de busca e apreensão nesta quinta o comentarista político Cristiano Beraldo. Segundo o MPSP, ele é o responsável por manter empresas offshores nos Estados Unidos, cujos endereços coincidem com firmas ligadas a Magro.
Registros empresariais americanos mostram que a esposa do dono da Refit e Beraldo aparecem como diretores de um empreendimento no mesmo local em Miami, cidade onde Magro vive nos Estados Unidos.
Os investigadores indicam que, além de e-mails corporativos e documentos, um depoimento de Beraldo ajudou a corroborar as provas da “confusão patrimonial” comandada por Magro para blindar o dinheiro que seria fruto de uma sonegação fiscal bilionária. O Grupo Refit deve cerca de R$ 9,6 bilhões em impostos apenas em São Paulo.
Segundo o MPSP, Cristiano Beraldo mantém cinco empresas offshores em Delaware, estado americano conhecido por ser paraíso fiscal. São elas: Quantum Bay, Hm Mia, Cascais Bay e as imobiliárias Real Estate Assets e Oceana KB Real Estate. Ele ainda foi CEO da J.Global Energy Inc., empresa parceira da Refit.
Nesta quinta-feira, o MPSP, em parceria com a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo e polícias Civil e Militar, cumpriram 190 mandados de busca e apreensão em cinco estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Maranhão – e no Distrito Federal.
Quem é Cristiano Beraldo
Além da vida empresarial, Cristiano Beraldo se define como um “brasileiro indignado” nas redes sociais. Ele é membro do Movimento Brasil Livre (MBL) e foi candidato a deputado federal em 2022, pelo União Brasil.
Beraldo também atua como comentarista político da Jovem Pan. A emissora não quis se manifestar sobre o caso.
Dois dias antes da operação, a emissora publicou um vídeo com uma análise de Beraldo sobre o cenário político após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além dos comentários políticos, Beraldo mantém nas redes sociais vários vídeos sobre assuntos diversos, que vão desde entrevistas com políticos até opiniões sobre comportamentos.
O Metrópoles procurou Cristiano Beraldo para se manifestar, mas não conseguiu contato. Nas redes sociais, ele disse que foi surpreendido com a notícia de que é alvo da operação.
“Ainda estou apurando os detalhes que me dizem respeito, mas o que posso afirmar é que tenho um histórico profissional de mais de 25 anos e todas as minhas atividades sempre foram e continuam sendo lícitas.
Atualmente trabalho nos EUA onde atuo integralmente em linha com a legislação local sem nada a dever às autoridades. Enquanto isso, afasto-me das minhas atividades na Jovem Pan e da militância política para focar em responder eventuais questionamentos às autoridades”, afirmou.
Entre a lista dos 500 maiores devedores de tributos inscritos na Dívida Ativa do Estado de São Paulo em 2024, estão ao menos 28 empresas beneficiadas com R$ 289 milhões em benefícios fiscais. No total, as beneficiárias somam atualmente R$ 20,3 bilhões em dívidas tributárias junto ao erário estadual, boa parte referente a débitos de dívidas de ICMS.
Os dados são de um cruzamento feito a partir de bases de dados públicas do governo paulista, compilados pelo gabinete do deputado estadual Paulo Fiorilo (PT). O levantamento leva em conta apenas as empresas contempladas na modalidade de benefício chamada “crédito outorgado”, única modalidade sobre a qual o governo tem divulgado os dados sobre as empresas contempladas.
No topo da lista dos 500 maiores devedores, mas que não está entre os agraciadas com o benefício do crédito outorgado, está o grupo Refit, que nessa quinta-feira (27/11) foi alvo de uma megaoperação contra um suposto esquema bilionário de sonegação fiscal. Apenas em São Paulo, o grupo é acusado de ter cerca de R$ 9,6 bilhões em dívidas tributárias.
Os dados estão em relatório técnico sobre as contas do governador de 2024, feito pelo conselheiro Dimas Ramalho, relator da matéria no TCE. Em junho, tribunal aprovou as contas da gestão, mas fez ressalvas sobre alguns pontos, especialmente quanto às renúncias fiscais.
Em outubro, após ter sido alvo de críticas pelo acúmulos de renúncias de receitas tributárias pela oposição e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Secretaria Estadual da Fazenda firmou um acordo com a Corte e passou publicar a razão social e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CPNJ) das empresas beneficiadas com desonerações de ICMS.
No modelo de crédito outorgado, o governo permite que a empresa reduza o imposto a pagar por meio de um crédito criado por lei, sem depender das situações comuns que normalmente dão direito a crédito. Ou seja, enquanto a isenção fiscal elimina o imposto e a redução de alíquota diminui o valor desde o cálculo inicial, o crédito outorgado mantém o imposto “normal”, mas concede depois um abatimento direto, como forma de incentivar aquela atividade econômica.
Entre as empresas devedoras que integram a lista de beneficiadas, estão grandes grupos como BRF, Claro, Gerdau e White Martins.
“A constatação de que uma parcela significativa dos maiores beneficiários de incentivos fiscais em São Paulo também figurar na lista de devedores da dívida ativa levanta sérias e preocupantes questões sobre a racionalidade e a equidade da política de incentivos”, afirmou o conselheiro no relatório.
Para Ramalho, “é paradoxal e, no mínimo, contraproducente que empresas contempladas com tratamento tributário diferenciado acumulem débitos com o erário”.
O conselheiro ainda afirma que tal situação pode se configurar em “possível falha nos critérios de concessão” ou no acompanhamento dos benefícios.
“Permitindo que entes negociais com saúde financeira questionável ou com histórico de inadimplência continuem a se beneficiar de recursos públicos indiretamente, em detrimento de outros contribuintes e da própria sustentabilidade fiscal do Estado”, diz.
O cenário também tem gerado críticas por deputados da oposição.
“É escandaloso que o governo siga premiando com benefícios fiscais empresas que devem bilhões aos cofres do Estado sem que ao menos apresentem as contrapartidas para angariar este tipo de benefício. É recurso suado do contribuinte paulista que o governador vem utilizando para fazer média com o setor privado. Nosso mandato vai acionar o TCE e o MP para que o governo do Estado se explique”, afirma Fiorilo.
O advogado tributarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Eduardo Navarro, explica, no entanto, que o fato de uma empresa ser devedora de tributos não necessariamente impede que ela tenha algum tipo de benefício fiscal.
“Muitas vezes, as empresas estão discutindo essas dívidas na esfera administrativa ou judicial. Se for na esfera judicial, muitas vezes essas dívidas estão garantidas. Como regra, isso não impede o aproveitamento de incentivos fiscais. Claro que os incentivos podem ter regras diferentes, mas de maneira geral, os incentivos não podem ser aproveitados por aquelas empresas que são efetivamente devedoras e não estão garantindo essa dívida”, aponta Navarro.
O que diz o Governo de SP
Em nota, a Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP) afirma que os incentivos fiscais, incluindo a modalidade de crédito outorgado, são concedidos de forma setorial, vinculados a atividades econômicas previstas em lei e não a empresas individualmente.
“A legislação não autoriza a concessão ou a retirada de benefícios com base na situação específica de cada contribuinte”, diz a pasta.
“A existência de débitos inscritos no CADIN Estadual ou na Dívida Ativa não implica, necessariamente, inadimplência exigível. A manutenção do benefício pode ocorrer nas situações previstas na legislação, como parcelamentos ativos, garantias apresentadas ou processos administrativos ou judiciais que suspendem a exigibilidade do crédito, casos em que o débito não produz efeitos impeditivos”, ressaltou a gestão estadual.
Além disso, a Sefaz afirmou que “aprimora continuamente os mecanismos de transparência e controle de renúncias, com avanços na governança e na gestão dos benefícios fiscais reconhecidos pelo Tribunal de Contas do Estado, incluindo melhorias no compartilhamento de informações e a governança da concessão de incentivos”.
(UOL/Folhapress) – AAnvisadeterminou nesta quinta-feira (27) o recolhimento de produtos da marcaYpêusados para lavagem de roupas, por risco de contaminação biológica por bactéria encontrada em alguns lotes.
A empresa Química Amparo, responsável pelo produto, detectou a presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa em lotes de lava roupas líquidos. Os produtos que devem ser recolhidos, segundo divulgado pela Anvisa são:
Lava roupas líquido Tixan Ypê (lotes 254031 e 193021);
Lava roupas líquido Ypê Power Act (lotes 190021, 223021 e 228031).
Determinação da Anvisa também prevê a suspensão da comercialização, distribuição e uso dos lotes especificados. A resolução foi publicada hoje no Diário Oficial da União.
Procurada, Química Amparo, pertencente à Ypê, diz que “já havia identificado a necessidade do recolhimento [dos produtos] e comunicado ao mercado”. Em nota, a empresa afirmou que divulgou informações sobre os produtos em questão em todos os canais oficiais da marca. Ressaltou que “a publicação da Anvisa está diretamente relacionada às análises realizadas pela própria empresa”, e acrescentou que “trata-se de uma medida preventiva e cautelar, aplicada a 14 lotes específicos de lava-roupas”. Por fim, alegou que o risco à saúde dos consumidores “é baixo” (leia mais do posicionamento abaixo).
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)
Risco à saúde
Bactéria localizada em produtos pode causar infecções que variam de “externas leves” a “distúrbios sérios”. A conclusão é de um artigo publicado no Manual MSD, do laboratório Merck Sharp & Dohme.
Segundo o documento, a contaminação por Pseudomonas aeruginosa pode afetar desde ouvidos e coro cabeludo até pulmões e válvulas do coração.
Infecções que podem ser causadas pela Pseudomonas aeruginosa são diversas. Entre elas, estão: otite [infecção no ouvido] externa, também conhecida como “ouvido de nadador”, otite externa maligna (com implicações mais graves), foliculite, feridas na pele e infecções oculares, em músculos, tendões, ligamentos, gordura, pele, trato urinário, ossos, articulações ou na corrente sanguínea.
Riscos aumentam para pessoas com quadros clínicos graves ou hospitalizadas, segundo laboratório. Os sintomas, conforme o MSD, variam dependendo da área do corpo infectada e e tendem a ser mais severos em pessoas debilitadas, com diabetes ou fibrose cística, com doenças graves e sob tratamentos que enfraquecem o sistema imunológico, como em pacientes com câncer ou órgão transplantado.
“Infecções por Pseudomonas aeruginosa variam de infecções externas pequenas a distúrbios sérios com risco de morte. (…) Essas bactérias podem infectar o sangue, a pele, os ossos, os ouvidos, os olhos, as vias urinárias, as válvulas cardíacas, os pulmões, assim como feridas”, diz trecho de artigo do Manual MSD (versão para pacientes).
Bactérias Pseudomonas, incluindo Pseudomonas aeruginosa “estão presentes em todo o mundo, no solo e na água”, ainda segundo laboratório. “Elas são favorecidas por áreas úmidas, como lavatórios, sanitários, banheiras de hidromassagem e piscinas com cloro inadequado, e soluções antissépticas vencidas ou inativadas”. Às vezes, segue o laboratório, essas bactérias também estão presentes em axilas e genitais de pessoas saudáveis.
Contaminação ocorre mais comumente em hospitais. Isso porque, em unidades de saúde, as bactérias muitas vezes estão presentes em pias, soluções antissépticas e recipientes usados para coletar urina de cateter de bexiga, ainda segundo o MDS.
Diagnóstico e tratamento
Diagnóstico é feito por cultura de sangue e outros fluidos corporais. Ainda de acordo com o MSD, a amostra é então enviada a um laboratório para identificação da bactéria.
Tratamento inclui aplicação tópica de antibióticos na área afetada, no caso de infecções externas leves, ou por via oral ou intravenosa no caso de inflamações internas mais sérias. Um médico deverá ser consultado para a confirmação do diagnóstico e prescrição dos medicamentos.
Química Amparo alega que “risco ao consumidor é considerado baixo”. De acordo com a empresa, isso se dá “segundo a autoridade sanitária e considerando as características normais de uso do produto (diluição em água e ausência de contato prolongado com a pele)”.
Recolhimento de produto capilar de outra marca
A Anvisa também determinou hoje o recolhimento de todos os lotes de produto capilar de outra marca.
Segundo o órgão, o Smart Hair Micro – Smart Gr, da empresa Klug Indústria Química e de Cosméticos, foi regularizado “de forma irregular” como cosmético pela fabricante. Isso porque, conforme a Anvisa, o produto “possui características que induzem o usuário à aplicação e ao uso de forma invasiva, ou seja, além da camada superficial da pele e cabelos”, o que “não se enquadra como cosmético”.
Além do recolhimento, foi proibido pelo órgão a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e o uso do produto.
A reportagem tentou localizar a fabricante do produto para esclarecimentos. O texto será atualizado em caso de futuros posicionamentos da empresa.
A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (28), a Operação Fake Road, para investigar irregularidades em contratos de pavimentação firmados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) e financiados por emendas parlamentares.
A ação desta sexta-feira acontece em parceria com a ontroladoria-Geral da União (CGU). Segundo a PF, as investigações tiveram início a partir de auditorias da CGU, que identificaram indícios de superfaturamento, execução parcial ou inexistente dos serviços, medições fraudulentas e favorecimento indevido de empresas contratadas.
De acordo com a polícia, os elementos colhidos apontam para a atuação de servidores públicos e representantes de empresas privadas, em possível organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos. O prejuízo foi estimado em mais de R$ 22 milhões.
A PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de Fortaleza (9 mandados) e Natal (2 mandados)
Conforme a corporação, as medidas incluem ainda pedidos de bloqueio judicial de bens e valores, indisponibilidade de imóveis e veículos, busca pessoal e veicular, bem como a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos investigados.
A ação conta com a participação de aproximadamente 50 policiais federais e tem por finalidade coletar novas provas, assegurar a interrupção de eventuais práticas ilícitas e reforçar o compromisso da Polícia Federal no combate ao desvio de recursos públicos e à corrupção.
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