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sábado, 7 de agosto de 2021

Economia: Apoio a Bolsonaro entre empresários cai “a olhos vistos”, diz Edmar Bacha

 O apoio da classe empresarial ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está diminuindo “a olhos vistos”, disse o economista e ex-diretor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Edmar Bacha.

Em entrevista, o economista e ex-diretor do BNDES, Edmar Bacha, afirmou que Bolsonaro não pode continuar na presidência© Agência Senado/Roque de Sá Em entrevista, o economista e ex-diretor do BNDES, Edmar Bacha, afirmou que Bolsonaro não pode continuar na presidência

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste sábado (7.ago.2021), ele afirma que as ações do presidente já resultam em uma grave ameaça à democracia. Se persistirem, saída será pressionar o Congresso para abrir um processo de impeachment.

Segundo Bacha, o manifesto em favor do atual sistema eleitoral, do qual é signatário, já reúne mais de 17 mil assinaturas. Entre elas estão empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), Guilherme Leal (Natura) e Arminio Fraga (ex-Banco Central).

A adesão da elite econômica ao manifesto é fundamental porque responde às “bravatas” do presidente, disse o atual diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças.

“Ele chegou a um ponto que realmente virou uma ameaça à democracia brasileira. Está desafiando as instituições democráticas, não somente o Judiciário, mas o sistema eleitoral”, afirmou. Bacha classificou o desafio às instituições democráticas como “inaceitável”.

“Havia a crença de que a Faria Lima [centro financeiro] não iria fazer nada. Enquanto a Bolsa estiver subindo e a economia estiver crescendo, os empresários vão ficar satisfeitos”, pontuou. “Mas nós sabemos distinguir os nossos interesses empresariais do que é fundamental, que é o Brasil, o valor da democracia, o valor supremo. Temos lei, regras, respeito à Humanidade”.

A expectativa, segundo ele, é que a pressão da elite econômica surta algum efeito. Se isso não acontecer, o jeito será pressionar o Congresso para votar o impeachment.

“Ele não pode continuar na Presidência. Está vendo que vai ser derrotado, resolveu extremar. Estamos numa democracia representativa, vamos pressionar nossos representantes no Congresso. O caminho legítimo é esse”, pontuou.

Consequências

A proximidade de 1 novo impeachment depois de o Brasil já ter tido 2 presidentes afastados (Fernando Collor, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016), sinaliza a necessidade em repensar o sistema político-eleitoral. “Está demonstrando certa instabilidade”, afirmou Bacha.

envolvimento das Forças Armadas também não é o ideal, segundo ele. “Não é crível que o Exército de Caxias se comporte dessa forma. Está perdendo prestígio com a população”.

Os reflexos da crise política na economia serão claros em meio a retomada pós-pandemia. Segundo ele, o reaquecimento econômico está “surpreendentemente forte”, em especial por causa da força dos EUA e China.

Mas essa agilidade só respingará no Brasil se o governo souber o que está fazendo, afirmou. “Este [governo] está demonstrando que está perdido. Um presidente que não se concentra em questões fundamentais e está criando instabilidade nesse nível. Se não há investimento, não haverá crescimento”, pontuou.

Fonte: Poder 360 - 07/08/2021

Embaixada da China diz que ataque contra Huawei sobre 5G é 'mal-intencionada'

Pressão aumentou após visita de membros do alto escalão do governo americano ao Brasil
Divulgação/Embaixada dos Estados Unidos - Pressão aumentou após visita de membros do alto escalão do governo americano ao Brasil


As “fortes preocupações” dos Estados Unidos com a adoção de tecnologias da gigante chinesa Huawei na instalação da infraestrutura do 5G no Brasil foram consideradas ataques “mal-intencionados e infundados” pela Embaixada da China no Brasil. Em um comunicado, a representação diplomática manifestou "forte insatisfação e veemente objeção" ao comportamento americano, que afirma ter por fim "sabotar a parceria sino-brasileira".

"Os ataques dos EUA à segurança da tecnologia 5G e às empresas chinesas são mal-intencionados e infundados. Seu verdadeiro objetivo é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas da supremacia americana e o monopólio na ciência e tecnologia", diz a nota da Embaixada chinesa

Os comentários divulgados neste sábado são uma resposta à declaração emitida na sexta-feira pelo porta-voz da Embaixada dos EUA no Brasil, Tobias Bradford, sobre a visita de uma equipe encabeçada pelo conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, a Brasília na quinta-feira. Sullivan foi o principal funcionário da Casa Branca a desembarcar em território nacional desde a posse de Joe Biden.

Segundo o comunicado emitido por Bradford, o objetivo da visita foi “discutir os interesses nacionais compartilhados das duas maiores democracias das Américas”. Entre os assuntos pautados, como o GLOBO já havia relatado, estiveram a crise climática — Biden, desde antes mesmo de chegar ao poder, pressiona Brasília por compromissos mais contundentes —e um reforço da mensagem sobre preservação da democracia.

O porta-voz da Embaixada, no entanto, disse também que os EUA “continuam a ter fortes preocupações sobre o papel potencial da Huawei na infraestrutura de telecomunicações do Brasil, bem como em outros países ao redor do mundo”. Foi este trecho que despertou a resposta quase imediata dos chineses, que travam uma disputa com Washington por influência global e regional em meio a tensões militares, espaciais, territoriais e tecnológicas.

Os EUA tentam impedir que a gigante Huawei instale a infraestrutura 5G em diversos países aliados, argumentando que isto facilitará a espionagem chinesa em áreas estratégicas. No caso brasileiro, Washington quer que a empresa fique de fora do leilão para a instalação da rede de telefonia 5G, que deverá ocorrer ainda este ano.

A previsão é que o TCU (Tribunal de Contas da União) se pronuncie sobre o edital no dia 18. O documento não exclui a gigante das telecomunicações da rede comercial, mas cria uma rede separada para o governo, da qual a empresa não participaria, segundo já disse o ministro Fábio Faria, das Comunicações.

A Embaixada chinesa manifestou "forte insatisfação e veemente objeção” ao comportamento americano, afirmando que Washington "busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G". Deu ainda um recado para pressionar Brasil, que tem Pequim como sua maior parceira comercial:

"Acreditamos que o Brasil vai fornecer regras de mercado em sintonia com os parâmetros de transparência, imparcialidade e não discriminação para empresas chinesas (...), bem como continuar a manter um bom ambiente de negócios para a cooperação econômico-comercial sino-brasileira."

Na nota, a representação disse que a Huawei já construiu mais de 1.500 redes de telecomunicação em mais de 170 países e territórios, atendendo a mais de um terço da população global, e disse não haver quaisquer indícios de que ela é usada para fins de espionagem.

Em 22 anos de atuação em território brasileiro, diz a Embaixada chinesa, a empresa criou mais de 16 mil postos de trabalho, coopera com mais de 500 empresas nacionais e fornece equipamentos a quase metade das redes de telecomunicação e 40% das redes núcleo do país, atendendo a 95% da população brasileira.

O comunicado acusa ainda os EUA de serem o maior “império de hackers do mundo”, constituindo uma “verdadeira ameaça à segurança cibernética global”. Historicamente, afirma a nota, as agências de inteligência de Washington conduziram de “forma organizada e indiscriminada” atividades de vigilância e espionagem até mesmo contra países aliados, violando a privacidade e a segurança de terceiros.

“Sem nenhuma base factual, os EUA abusam do seu poder de Estado para difamar, por qualquer meio, as empresas chinesas de alta tecnologia”, diz o comunicado. “Este grosseiro ato hegemônico já foi e continua sendo criticado amplamente pela comunidade internacional.”

Fonte:Portal IG - 07/08/2021 - 18h:18min.

Aceno de Bolsonaro para zerar imposto de diesel é 'conversa para boi dormir', diz caminhoneiro

 

Aceno de Bolsonaro para zerar imposto de diesel é 'conversa para boi dormir', diz caminhoneiro
Foto: Reprodução/Flickr Palácio do Planalto

O aceno feito pelo presidente Jair Bolsonaro aos caminhoneiros na sexta-feira (8), quando disse que planeja zerar o imposto federal do óleo diesel em 2022, não foi suficiente para aliviar a insatisfação da categoria com os preços dos combustíveis.
 

Na avaliação do motorista José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (associação nacional do transporte), trata-se de "conversa para boi dormir". O que os caminhoneiros querem, segundo ele, é o fim do PPI (Preço de Paridade de Importação) no cálculo dos combustíveis pela Petrobras. A política acompanha as variações de preços no mercado internacional e é afetada pelo dólar.
 

Para Stringasci, sem alterar o PPI, o custo pode voltar a subir em pouco tempo. “Foram palavras jogadas ao vento. Se quiser mexer, não adianta querer tirar só a casca e não tratar o ferimento”, afirma o motorista. Ele diz que os caminhoneiros já enviaram uma proposta à Petrobras, pedindo para retirar a política, mas não tiveram retorno.
 

Segundo Plínio Dias, presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) que organizou uma tentativa de greve da categoria no fim de julho, se a solução proposta por Bolsonaro vier só em 2022, será tarde demais.
 

“Nós agradecemos, mas estamos precisando para esse ano. Quem faz ano que vem pode fazer hoje. Sabemos que vai ter muita promessa no ano que vem por causa das eleições”, diz Dias. Informações da Folha em 07/08/2021.

Covid-19: Com delta, é irresponsável manter planos de reabertura, dizem especialistas

 

Com delta, é irresponsável manter planos de reabertura, dizem médicos
Foto: Reprodução/CDC

A decisão de estados e municípios de manter os planos de reabertura das atividades econômicas, mesmo com o avanço da variante delta no país, é considerada por especialistas como imprudente e irresponsável.

 

Para os infectologistas, o Brasil ainda não tem controle da transmissão do vírus nem patamar seguro de pessoas vacinadas para flexibilizar as regras de distanciamento.
 

Na quarta (4), o governador João Doria (PSDB) anunciou que manterá o plano de retirar todas as restrições de funcionamento dos comércios e serviços a partir do dia 17 de agosto.
 

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) chegou a anunciar um plano de flexibilização que incluía até quatro dias de festa. Nesta sexta (6), ele recuou. No entanto, a prefeitura carioca continua prometendo festa de Réveillon.
 

"É arriscado e precoce falar na retirada das restrições. Estamos vendo uma entrada importante da variante delta no país em um momento em que a maioria da população ainda não está com a imunização completa", diz Alberto Chebabo, vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
 

O país tem menos de um terço da população adulta completamente vacinada. Dados da quinta-feira (5) mostram que 27,5% dos adultos receberam as duas doses ou imunizante de dose única.
 

Apesar de a vacinação ter avançado no Brasil nos últimos meses, 67,7% dos adultos ainda só receberam uma dose, ou seja, uma imunização parcial. Estudos científicos e os dados de outros países mostram que uma única dose de qualquer imunizante fornece pouca proteção contra a delta.
 

No Brasil, já há circulação comunitária da variante delta, que é mais transmissível e tem escape imune.
 

Ainda que os estudos indiquem a proteção somente após a aplicação das duas doses, os governos afirmam que a flexibilização das regras é possível diante do avanço da vacinação, mesmo que incompleta. Em São Paulo, por exemplo, a data para a retirada das restrições está prevista para um dia depois de todos os adultos do estado terem recebido uma dose.
 

"Quem só recebeu uma dose não está protegido. Estão planejando a reabertura com a maioria da população ainda sem proteção. Corremos o risco de ter uma onda pior do que a dos Estados Unidos e países da Europa, porque ainda não temos proteção vacinal para a maioria", diz o infectologista Renato Grinbaum, consultor da SBI.
 

Para o infectologista Hélio Bacha, o Brasil desperdiça a vantagem de estar num estágio anterior da pandemia em relação a outros países, o que permitiria adiantar medidas de contenção.
 

"Mais uma vez desperdiçamos a possibilidade de agir antes de a situação piorar. Estamos vendo o risco da liberação precipitada e dos riscos da variante delta, mas as autoridades ignoram o que está acontecendo."
 

Para os especialistas, o Brasil está vendo os efeitos positivos da vacinação, com a queda de internações e mortes, mas ainda tem alta taxa de transmissão. A média móvel de casos se encontra em queda, mas ainda é de 32.462 infecções registradas por dia.
 

"Não diria que as autoridades estão sendo otimistas em planejar a reabertura, mas, sim, irresponsáveis. Vivemos um momento epidemiológico complexo, e falar na retirada de restrições pode provocar mudança no comportamento social que depois vai ser difícil de retroceder", diz Bacha.


Fonte:FOLHAPRESS - 07/08/2021 14h:10min.

Covid-19: Documentos revelam governo sem direção e desistência de 43 milhões de doses

 

O presidente Jair Bolsonaro conversa com o então chanceler, Ernesto Araújo, no Itamaraty - MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro conversa com o então chanceler, Ernesto Araújo, no ItamaratyImagem: MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO


  • UOL obteve acesso a quase 500 páginas de telegramas internos do Itamaraty e que revelam as negociações para a compra de vacinas da Covax;
  • Governo chegou a enviar carta indicando interesse em adquirir 86 milhões de doses. Mas, menos de um mês depois, reduziu volume para 43 milhões;
  • Planalto queria manter espaço para privilegiar acordos bilaterais. Mas ignorou ofertas, como a da Pfizer;
  • Telegramas também indicam que governo foi informado que indústria farmacêutica já havia abandonado a cloroquina;

CONFIRA A REPORTAGEM COMPLETA  NO LINK ABAIXO DO JORNALISTA JAMIL CHADE:

Assessor de Biden disse a Bolsonaro que EUA acreditam em eleições justas no Brasil

Assessor de Biden disse a Bolsonaro que EUA acreditam em eleições justas no Brasil


Foto: Reprodução / Embaixada dos EUA no Twitter


 O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou, em conversa com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (5), que o governo americano acredita que as instituições brasileiras são fortes e podem conduzir eleições livres e justas com o sistema eleitoral atual.

 

Os principais objetivos da viagem do assessor, acompanhado de vários altos funcionários do governo americano, eram reiterar a oposição dos Estados Unidos à participação de fornecedores chineses, como a Huawei, na infraestrutura do 5G brasileiro, além de discutir a política ambiental do governo Bolsonaro.
 

No entanto, as autoridades americanas quiseram também dar o recado de que estão preocupadas com as ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral. O tema ocupou boa parte da conversa na quinta.
 

Sullivan e os outros altos funcionários do governo americano que vieram ao Brasil se reuniram com Bolsonaro, o secretário Especial para Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil, Almirante Flávio Rocha, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o chanceler Carlos Alberto França.



 

Os americanos disseram estar preocupados com as alegações falsas de que teria havido fraude eleitoral. Segundo um alto funcionário americano disse à reportagem, “os Estados Unidos foram muito diretos ao expressar a grande confiança que depositam na habilidade atual das instituições brasileiras de realizarem eleições livres e justas, com salvaguardas adequadas para evitar fraudes”.
 

“Ressaltamos a importância de não minar a confiança no processo, especialmente porque não há evidências de fraudes em eleições anteriores no Brasil”, disse.
 

Sullivan estava acompanhado do diretor sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Conselho Nacional de Segurança, Juan Gonzalez, do diretor sênior para Tecnologia e Segurança Nacional, Tarun Chhabra, do diretor para assuntos do Brasil e do Cone Sul, Andrew Sanders, e do oficial sênior do Departamento de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Ricardo Zúniga.
 

Segundo relatos, Bolsonaro disse que as eleições se realizarão em 2022, respeitando as quatro linhas da Constituição. Mas insistiu na tese de que houve fraude eleitoral.
 

O assunto é particularmente sensível para o governo do presidente democrata, Joe Biden. O ex-presidente Donald Trump espalhou a narrativa falsa de que as eleições presidenciais americanas, em 2020, tinham sido fraudadas.
 

Essa campanha de desinf ormação liderada por Trump culminou na invasão do Capitólio por apoiadores do presidente, encorajados por ele, e deixou cinco mortos. Até hoje, pesquisas mostram que mais da metade dos eleitores republicanos acham que as eleições foram roubadas, embora os trumpistas tenham perdido mais de 50 ações judiciais questionando os resultados.
 

O presidente Bolsonaro e o então chanceler Ernesto Araújo demoraram a reconhecer a vitória do democrata e manifestaram solidariedade aos invasores do Capitólio, o que gerou protestos de legisladores democratas.
 

Durante a visita, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo, Sullivan ofereceu ao governo Bolsonaro apoio para que o Brasil se torne um sócio global da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em nova pressão contra a participação de empresas chinesas no 5G brasileiro.
 

Os americanos confirmam a oferta de apoio para que o Brasil se torne parceiro da Otan, que veem como uma forma de aprofundar a cooperação em segurança entre os países. A oferta foi feita, pela primeira vez, pelo então assessor de segurança nacional do governo Trump, o linha-dura John Bolton, durante visita de Bolsonaro à Casa Branca, em março de 2019.
 

Mas autoridades americanas negam ter havido qualquer tipo de sugestão de troca e afirmam que o apoio não está condicionado a um veto à Huawei. “São duas questões separadas”, disse o funcionário.
 

Outros temas importantes da visita foram a política ambiental de Bolsonaro e o acesso à OCDE. Os americanos condicionaram um maior apoio às pretensões do Brasil de se tornar membro da OCDE a “uma maior ambição” em relação à política ambiental. E, em relação à reunião do clima, a COP, pediram, mais uma vez, metas mais ambiciosas e “uma clara demonstração dos esforços para combater o desmatamento”.
 

O gesto de oferecer apoio ao Brasil como parceiro da Otan, um dia após Bolsonaro novamente questionar as urnas eletrônicas e pôr em dúvida a realização de eleições presidenciais no Brasil no ano que vem, havia causado surpresa entre alguns congressistas americanos.
 

Em carta enviada a Sullivan no dia 4 de agosto, na véspera da viagem, o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Robert Menendez, afirmou que o presidente “Bolsonaro está disseminando narrativas falsas com o objetivo de minar a confiança dos brasileiros no sistema eleitoral”, apesar de o sistema, segundo o texto, ser considerado um dos mais seguros do mundo, e de o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal não terem encontrado nenhuma evidência de fraude.
 

“O Brasil não pode se dar ao luxo de ter sua população perdendo a confiança nas instituições neste momento crítico”, disse Menendez na carta obtida pela reportagem. “Durante sua conversa com o presidente Bolsonaro e o ministro Braga Netto, eu exorto o senhor a ressaltar a importância de se realizarem as eleições presidenciais em 2022, de acordo com as regras existentes.”
 

O senador é um moderado bastante respeitado em Washington e, à frente da Comissão de Relações Exteriores, tem grande influência sobre a política externa americana.
 

A missiva também aponta grande preocupação com a política ambiental de Bolsonaro e a resposta do governo brasileiro à pandemia.
 

“Hoje, a democracia é muito menos estável na América Latina do que era quatro anos atrás, mas, por enquanto, as instituições no Brasil têm aguentado firme”, diz. “Agora é o momento para redobrar nosso apoio para que essas instituições consigam enfrentar os desafios sem precedentes que vêm por aí.” 


Fonte: Patricia Mello/Folha S. Paulo - 07/08/2021

Tóquio: Hebert Conceição dedica medalha aos brasileiros que sofrem com a pandemia

 

                                 foto:reprodução

Hebert Conceição conquistou a medalha de ouro no boxe Olímpico na categoria peso médio de forma sensacional. Depois de perder os dois primeiros rounds, por decisão da arbitragem, Hebert precisava de um cenário totalmente diferente no round decisivo, e foi o que aconteceu. O brasileiro conseguiu aplicar um cruzado de esquerda espetacular no ucraniano Oleksandr Khyzhniak e venceu a luta por nocaute. Mas, além do show dentro do ringue, Hebert também deu um show em sua entrevista após receber a tão sonhada medalha de ouro.

A entrevista após a medalha foi repleta de espontaneidade e consciência. Entre a emoção e as brincadeiras, Hebert esbanjou autenticidade durante a entrevista. “Desculpa tomar esse tempo, sei que é caro o minuto na Globo. É a oportunidade que tenho pra agradecer!”, brincou o pugilista.

Além disso, Hebert também se mostrou bastante consciente do cenário pandêmico e dedicou sua medalha também para as famílias dos brasileiros que sofreram e ainda sofrem com a pandemia do coronavírus. “Dedicar a medalha pra todos os brasileiros! A pandemia atingiu e devastou muitas famílias. Muitos perderam emprego, entes queridos. Espero ter proporcionado um pouco de felicidade e um breve sorriso. Que esse momento passe logo!”, destacou o atleta.

Para finalizar, Hebert encerrou a entrevista ressaltando sua terra natal, o estado da Bahia, terminando o seu tempo com uma frase icônica: “Bora Bahia, minha p***!, gritou Hebert efusivamente.

Fonte:ISTOÉ -07/08/2021

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

STF: Sem citar Bolsonaro, Barroso afirma: "Meu universo vai muito além do cercadinho"

Barroso tem sido alvo do presidente da República
O Antagonista - /Barroso tem sido alvo do presidente da República


Em meio aos ataques contínuos do presidente da República, Jair Bolsonaro , ao Judiciário e seus integrantes, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso saíram nesta sexta-feira em defesa da democracia e avaliaram que os episódios de agressão isolados não têm o poder de abalar a atual estabilidade política no Brasil.

Os três ministros foram questionados sobre riscos para a democracia diante das declarações de Bolsonaro em um evento promovido por uma universidade de São Paulo.

"A conquista e preservação da democracia foram causas da minha geração. Não paro para bater boca. Meu universo vai muito além do cercadinho", disse Barroso, sem citar Bolsonaro. O ministro, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se tornou alvo preferencial dos ataques do presidente em sua defesa doentia do voto impresso.

Barroso ainda disse crer ter medo "das profecias autorrealizáveis", mas disse rechaçar a probabilidade de golpe por entender que as instituições estão funcionando do ponto de vista objetivo.

"Do ponto de vista objetivo, não aconteceu nada, o Congresso está funcionando, o STF está funcionando. Não acho que as Forças Armadas embarcariam nesse tipo de aventura. Eu fui professor da escola de comando do Exército por uma década e convivi e participei da formação de muitos que hoje estão no poder, mas a verdade é que eu convivi com um sentimento de patriotismo e compromisso com o Brasil. De modo que qualquer quebra da legalidade seria desmoralizante para o Brasil e quando não para as Forças Armadas. Eu duvido muito que suas lideranças se deixem seduzir por esse tipo de retrocesso histórico", ressaltou.

As declarações do presidente do TSE ocorreram horas após Bolsonaro proferir um xingamento contra ele durante viagem a Joinville, em Santa Catarina. Questionado sobre o episódio, Barroso disse que não se distrai com “miudezas”.

"Eu gosto de repetir que sou um ator institucional. Eu não sou um ator político. Eu não tenho interesse nem cultivo polêmicas pessoais", afirmou, completando ainda que "essa obsessão por mim não se justifica e não é correspondida ".

No evento, o ministro Alexandre de Moraes, que nesta semana incluiu a pedido do TSE o presidente no inquérito das fake news e passou a ser alvo dos ataques de Bolsonaro, também disse não ver uma situação de risco real para a democracia brasileira diante do que chamou de "bravatas".

"Existem três termômetros da democracia. Imprensa livre, Judiciário independente, eleições periódicas. No Brasil, hoje, a imprensa é livre, o poder Judiciário é independente, o que não significa que não apanhemos todos os dias, mas apanhamos e reagimos dentro da Constituição. E realizamos eleições no ano passado e vamos realizar no ano que vem. Não acho que bravatas levem a golpe, eu acredito fielmente nas instituições", declarou, ao responder a jornalistas.

Durante a palestra, o decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, disse avaliar que a democracia no país está "solidificada", e que o Brasil tem visto a prevalência das respostas institucionais por parte do Legislativo e do Judiciário, apesar das turbulências.

"Temos visto as respostas institucionais que têm prevalecido, de modo que eu responderia que as instituições têm funcionado, o Congresso Nacional tem dado respostas adequadas, também o Judiciário. As próprias Forças Armadas compreendem o seu papel institucional, de modo que eu entendo que a democracia no Brasil apesar das tensões que nós vivemos, desses novos ventos, nós temos vivido uma prática democrática, às vezes até um tanto turbulenta, mas me parece que há convicções democráticas, há democratas militantes", apontou.

O decano ainda afirmou que "até as pedras sabem" que a versão repetida por Bolsonaro e seus apoiadores de que o Supremo impediu o governo federal de agir no combate à pandemia do coronavírus não corresponde à realidade. Em abril de 2020, a Corte decidiu que União, estados e municípios têm competência concorrente para tomar medidas de controle em face da covid-19.

Fonte:Portal IG -06/08/2021 23h:19min.

Salvador: Criança de 9 anos morre após tentativa de assassinato de um homem na praia de Itapuã

(Reprodução)


Quem pretendia relaxar na Praia de Itapuã, nesta sexta-feira (6), viveu 

uma tarde de terror. Bandidos invadiram a faixa de areia, que estava cheia,

e não se intimidaram em atirar contra um dos banhistas. O alvo dos criminosos 

era um homem de 35 anos, mas os disparos também atingiram uma criança de 9 anos

 que  catava latinhas no local. O menino não resistiu e morreu.

De acordo com informações da Polícia Civil, dois homens e uma mulher chegaram armados ao local em um carro de modelo GM/Prisma, branco, e invadiram a praia, que fica na rua Aristides Milton. Eles já chegaram atirando contra o homem e, em seguida, fugiram sem que ninguém anotasse a placa. Vídeos gravados por populares mostram que a ação gerou pânico em quem estava no local.

Enquanto o alvo foi atingido no pé, a criança, de prenome Ícaro, ficou caída na areia após ser baleada e precisou ser levada às pressas para uma Unidade de Pronto-Atendimento, onde morreu. Não há informações de que parte do corpo foi afetada.

O estado de saúde do homem, levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, não foi divulgado. De acordo com informações da Polícia Civil, ele era o alvo dos criminosos e tem passagem por roubo e receptação. 

A polícia solicitou as imagens das câmeras de segurança do estacionamento de um bar local, que podem ter registrado a ação. O crime será investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).

As praias de Salvador, que ficaram fechadas para conter o avanço do

 coronavírus, estão  liberadas para os banhistas desde o dia 22 de julho.

Fonte:Correio da Bahia - 06/08/2021 22h:05min.

Correio Digital



Ajufe repudia declarações de Bolsonaro contra membros do STF

Presidente Jair Bolsonaro é criticado por juízes
Reprodução/Youtube /Presidente Jair Bolsonaro é criticado por juízes


A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) emitiu nesta sexta-feira uma nota de repúdio contra as  declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro contra membros do Poder Judiciário e o sistema eleitoral do país. Na nota, a entidade manifesta apoio ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), LuizFux, que na noite de quinta-feira, anunciou o cancelamento de uma reunião entre chefes dos três poderes alegando como motivo os ataques de Bolsonaro ao Judiciário.

Nos últimos dias,Bolsonaro voltou a atacar ministros do STF como Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Na quinta-feira, Bolsonaro disse que a “hora”do ministro vai chegar e que poderia atuar fora “das quatro linhas”da Constituição em reação às últimas medidas tomadas pelo Judiciário.

Na nota, a Ajufe classifica como “inaceitáveis” as manifestações de Bolsonaro.

“São inaceitáveis as repetidas mensagens distorcidas sobre decisões judiciais e sobre a higidez do processo eleitoral brasileiro, além das reiteradas ofensas a membros do Supremo Tribunal Federal, com ameaças diretas de ruptura com a ordem legalmente constituída”, diz um trecho da nota.

Em outro trecho, a entidade afirma que a liberdade de expressão não autorizaria a caluniação de magistrados.

“A liberdade de expressão não autoriza que sejam proferidas ameaças às instituições ou a seus integrantes, tampouco ilações e calúnias contra quaisquer pessoas, sobretudo magistrados no cumprimento do seu dever constitucional”, diz a nota.

A nota prossegue afirmando que atritos entre os poderes da República gera“insegurança institucional”.

“O contínuo e ruidoso atrito entre os Poderes da República somente gera insegurança institucional e dissemina sentimentos de temor às sociedade brasileira”, afirma. Informações do Portal IG em 06/08/2021.

Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro ao mesmo tempo em que defendia a adoção do voto impresso. O projeto de lei que previa a adoção do voto impresso, porém, foi rejeitada por comissão especial da Câmara dos Deputados na quinta-feira.

Em resposta às acusações de Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a abertura de um inquérito para investigar os ataques deBolsonaro à urna eletrônica. Na quinta-feira, Alexandre de Moraes decidiu incluir Bolsonaro no rol de investigado do inquérito das fake news por ataques ao Supremo e divulgação de notícias falsas.

Fonte:Portal IG -06/08/2021

Imprensa: Âncora da CNN chama Bolsonaro de ex-presidente

 A jornalista Daniela Lima, âncora do CNN 360, cometeu uma gafe nesta sexta-feira (6) e chamou o presidente Jair Bolsonaro como ex-presidente.

A falha aconteceu após a jornalista anunciar uma matéria sobre a palestra de Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um evento em São Paulo.

“Fala o ministro Luís Roberto Barroso num evento do Insper, uma entidade bastante respeitada aqui em São Paulo. Está debatendo a democracia e o futuro do Brasil. Já teve uma série de recados do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele disse que Bolsonaro demonstrou seu ímpeto autoritário. Vamos ver o que diz Barroso, o principal alvo dos ataques do ex-presidente… do… perdão! … do presidente da República”, disse Daniela. Informações da CNN em 06/08/2021

STF: Alto-Comando do Exército concordaram com a posição de Luiz Fux de interromper diálogo com Bolsonaro

                         foto:reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Mesmo sendo críticos da atuação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), integrantes do Alto-Comando do Exército manifestaram, em conversas reservadas, concordância com o gesto do presidente da corte, Luiz Fux, de interromper o diálogo com o presidente Jair Bolsonaro.

Pela primeira vez, Fux fez um discurso objetivo, em sessão do STF, em que condena textualmente a ofensiva golpista de Bolsonaro e os ataques desferidos pelo presidente contra o tribunal e contra o sistema eleitoral brasileiro.

O ministro afirmou que o chefe do Executivo não cumpre a própria palavra. Fux, então, cancelou reunião marcada com chefes dos Poderes para apaziguar ânimos.

A reação, adotada nesta quinta-feira (5), se soma a outros gestos concretos do Judiciário brasileiro diante da ameaça de golpismo de Bolsonaro.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, abriu um procedimento para investigar os ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.

O ministro Alexandre de Moraes atendeu pedido do TSE e incluiu o presidente em inquérito no Supremo que investiga um suposto esquema criminoso de fake news, em razão dos ataques às urnas.

Os dois ministros são atacados pelo presidente da República. A estratégia de Bolsonaro se concentra em Barroso, que preside o TSE.

A relação entre os Poderes não passa pelas Forças Armadas. Mas o próprio presidente envolveu Exército, Aeronáutica e Marinha na crise, de forma direta, ao insinuar golpe e falar, recorrentemente, em "meu Exército".

A empreitada de Bolsonaro tem respaldo do ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto.

As Forças estão vinculadas à pasta comandada pelo general, que defende voto impresso -mesmo sem existir qualquer relação do assunto com o ministério que comanda- e que ameaçou a CPI da Covid no Senado, por meio de uma nota subscrita pelos comandantes das três Forças.

Generais que integram o Alto-Comando do Exército têm uma visão crítica em relação à atuação de ministros do STF. Eles entendem que o tribunal avança nas esferas de atuação de Executivo e Legislativo.

Um caso sempre citado é a decisão de Moraes de barrar, em abril de 2020, a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Ramagem é diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A escalada da crise, porém, e o temor do que pode ocorrer em 2022, ano de eleição presidencial, explicam uma aceitação entre integrantes do Alto-Comando dos gestos concretos do Judiciário contra o presidente da República.

Em conversas reservadas, generais afirmam que a reação de Fux faz sentido, diante do reiterado comportamento de Bolsonaro, que deixa claro que não quer conversa, na visão desses militares.

O procedimento aberto pelo TSE, a inclusão do presidente como investigado no inquérito das fake news e o cancelamento da reunião entre chefes de Poderes -precedido de um discurso do presidente do STF em que diz que o presidente da República não tem palavra- podem fazer Bolsonaro "baixar a bola", conforme disseram integrantes do Alto-Comando do Exército.

Eles entendem, porém, que o efeito deve durar pouco. A crise deve se prolongar, com novos arroubos autoritários do presidente, que não segue a liturgia mínima do cargo que ocupa, na visão de generais da cúpula do Exército.

Esses mesmos generais afirmam inexistir a possibilidade de um golpe capitaneado por Bolsonaro e de uma consequente ruptura do processo democrático. Segundo eles, o simples exercício de imaginar o dia seguinte a um golpe mostraria a inviabilidade de uma iniciativa nesse sentido.

No Alto-Comando, existe um temor real de que se repitam no Brasil as cenas vistas nos Estados Unidos após a derrota do republicano Donald Trump, ídolo de Bolsonaro, para o democrata Joe Biden.

Em 6 de janeiro, dia da sessão que confirmou a vitória de Biden, Trump insuflou apoiadores a invadirem o Congresso americano. A invasão chegou a interromper a sessão. Cinco pessoas morreram no ataque ao Capitólio.

Trump estimulou apoiadores radicais com o discurso de fraude nas eleições. É a mesma cartilha seguida por Bolsonaro, um ano e dois meses antes das eleições de 2022.

Nos EUA, as Forças Armadas não embarcaram na aventura golpista. No Brasil, o ministro da Defesa tem se mostrado alinhado à postura do presidente.

Integrantes do Alto-Comando do Exército dizem não enxergar risco de ruptura com suporte das Forças Armadas. Para esses generais, o risco está na atuação de policiais nos estados, em um cenário de eventual derrota de Bolsonaro nas urnas.

O presidente faz reiterados acenos a forças de segurança locais, e uma parcela expressiva de policiais civis e militares é bolsonarista.

Fonte: FOLHA S. PAULO - 06/08/2021 - 20h