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sábado, 6 de junho de 2020

Bahia: Uruçuca terá lockdown na próxima semana por conta da Covid-19

URUÇUCA: TRANSPORTE ESCOLAR É ATINGIDO POR CAMINHÃO DE CERVEJARIA ...
Uruçuca -foto:Ipolítica/reprodução

A Prefeitura de Uruçuca decidiu decretar lockdown, medida que consiste no fechamento total de atividades comerciais, serviços não-essenciais e proibição da circulação de pessoas. O decreto, publicado pelo prefeito Moacyr Leite Júnior nessa sexta (5), indica que a medirá entrará em vigor na próxima quinta-feira (11) e será mantida por cinco dias, até a segunda-feira (15) seguinte.

Com 132 casos e 11 óbitos por Covid-19, Uruçuca é o município baiano que possui a terceira maior taxa de incidência da doença por 1.000.000 de habitantes, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Diante desse cenário, a gestão municipal leva em conta uma série de documentos dos governos federal e estadual e ainda da Organização Mundial da Saúde (OMS) para embasar a necessidade do confinamento. Conforme descrito no texto, a prefeitura avaliou que “o avanço de número de casos suspeitos e de casos confirmados no município de Uruçuca, com existência de óbitos, impõe adoção de medidas imediatas e emergenciais objetivando a prevenção e a contenção da propagação do vírus” e “que a situação demanda o  emprego urgente de medidas de prevenção, controle, e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença”.

Com isso, “fica instituído ‘lockdown’ (confinamento), como medida temporária de suspensão total das atividades não essenciais, no âmbito da cidade de Uruçuca, durante o período de 11 a 15 de Junho de 2020, com objetivo de conter o avanço descontrolado da pandemia da Covid-19”. A circulação de pessoas será permitida apenas para aquisição de medicamentos e produtos  médico-hospitalares; comparecimento, próprio  ou de uma pessoa como acompanhante, a consultas ou realização de exames médico-hospitalares, nos casos de problemas de saúde; e realização  de trabalho, nos serviços e atividades consideradas essenciais.


fonte:BN c/adaptações 

Covid-19: Bahia registra mais de 27 mil casos confirmados e 846 óbitos neste sábado

Justiça determina que prefeito de Euclides da Cunha não faça ...
Cidade de Euclides da Cunha - Sertão da Bahia - foto:reprodução atarde Uol.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informa que, equivocadamente, 63 municípios registraram 216 casos como positivos nas bases de dados ministeriais, quando, na verdade, eram negativos. Os dados foram contabilizados no boletim epidemiológico de ontem (5) e a inconsistência foi identificada pela Vigilância Epidemiológica Estadual neste sábado (6), sendo corrigido no documento atual e comunicado o fato às prefeituras. A lista completa dos municípios com as inconsistências, bem como o número de casos de cada localidade está detalhado no documento.
A Bahia registra 27.396 casos confirmados de coronavírus (Covid-19), o que representa 18,74% do total das notificações no estado. Os 27 óbitos contabilizados no boletim epidemiológico referem-se a um período de 16 dias, ou seja, não ocorreram em 24 horas.
Considerando o número de 27.396 casos confirmados, 11.829 recuperados e 846 óbitos, 14.721 pessoas permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica e com sintomas da Covid-19, o que são chamados de casos ativos. Na Bahia, 3.947 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Os casos confirmados ocorreram em 337 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (58,21%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 1.000.000 habitantes foram Itajuípe (7.369,09), Ipiaú (7.259,17), Uruçuca (6.579,27), Salvador (5.462,78) e Urandi (5.402,81).

Com o avanço do vírus para o interior do Estado, a cidade de Euclides da Cunha registrou seu 1º óbito, segundo o boletim da Sesab. Trata-se de uma idosa de 81 anos, residente em Euclides da Cunha, portadora de imunodeficiências, foi internada dia 17/05 e veio a óbito dia 05/06, em unidade da rede pública, em Salvador.

fonte:Sesab c/adaptações 06/06/2020

CNBB se diz indignada com proposta de TVs católicas de apoiar governo em troca de verba

CNBB Logo – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Logo - PNG e ...

BRASÍLIA - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudiou os pedidos de verbas estatais feitos ao governo Jair Bolsonaro por uma ala da Igreja Católica em troca de notícias favoráveis ao governo em canais de rádio e TV, conforme revelou reportagem do Estadão publicada neste sábado, 6.
Por meio de nota, a CNBB demonstrou indignação com a atitude de representantes desses canais, disse que não representam a instituição e que a igreja não atua em troca de favores. 
"Recebemos com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. A Igreja Católica não faz barganhas", declarou a CNBB. "Não aprovamos iniciativas como essa, que dificultam a unidade necessária à Igreja, no cumprimento de sua missão evangelizadora, 'que é tornar o Reino de Deus presente no mundo'", diz a nota, ao citar o Papa Francisco.

A nota também é assinada pela Associação Católica Internacional SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio (CRC). Como mostrou a reportagem, padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV, as quais são ligadas à ala que diverge politicamente da CNBB, prometeram “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Pediram em contrapartida, porém, anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.
A proposta foi feita no último dia 21, em reunião pública, por videoconferência, transmitida nas redes sociais com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto.
A CNBB declarou que emissoras intituladas “de inspiração católica” possuem naturezas diferentes, podendo ser geridas por associações e organizações religiosas, como também por grupo empresarial particular, seguindo seus próprios estatutos e princípios editoriais. "Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil", informou a instituição maior da Igreja Católica no País.
Ainda segundo a CNBB, "é urgente, que nestes tempos difíceis em que vivemos, agravados seriamente pela pandemia do novo coronavírus, que já retirou a vida de dezenas de milhares de pessoas e ainda tirará muito mais, que trabalhemos verdadeiramente em comunhão, sempre abertos ao diálogo".
Emissoras de TV ligadas a grupos religiosos receberam, no ano passado, R$ 4,6 milhões em pagamentos da Secom por veiculação de comerciais institucionais e de utilidade pública. Os veículos católicos ficaram com R$ 2,1 milhões e os protestantes com R$ 2,2 milhões. Em 2020, emissoras de TV católicas receberam, até agora, R$ 160 mil, enquanto as evangélicas, R$ 179 mil, de acordo com planilhas da Secom.
Apesar das críticas da CNBB e demais instituições sobre o teor das declarações feitas na reunião, a Frente Parlamentar Católica do Congresso Nacional emitiu nota para declarar “repúdio pela forma tendenciosa estampada na matéria” e que esta “distorce os temas tratados em reunião com o presidente da República”.
Segundo os parlamentares, “em nenhuma das colocações se condicionou verbas de publicidade a apoio ao governo, nem mesmo apoio político pelos membros da Frente, até mesmo, porque, entre os membros da frente parlamentar há políticos ligados a diferentes linhas ideológicas e partidárias”.
Na reunião com Bolsonaro, o padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), disse que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma “pauta positiva das ações do governo” na pandemia da covid-19. A Secretaria de Comunicação (Secom) é responsável por distribuir a verba de publicidade.
“A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo”, disse o padre. “Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem.”
Os parlamentares afirmaram que não há “qualquer clima de animosidade entre a Frente Parlamentar Católica e a CNBB", com quem dizem manter uma relação de diálogo e respeito”. Os parlamentares que assinam a carta são o deputado Francisco Júnior (PSD/GO), Eros Biondini (PROS/MG), Diego Garcia (PODE/PR), Joaquim Passarinho (PSD/BA), Hugo Leal (PSD/RJ), Miguel Lombardi (PL/SP) e Jesus Sérgio (PDT/AC).

Leia a íntegra da nota da CNBB

NOTA DE ESCLARECIMENTO
Sobre a reportagem “Por verbas, TVs católicas oferecem a Bolsonaro apoio ao governo”, com a manchete na primeira página “Ala da Igreja Católica oferece a Bolsonaro apoio em troca de verba”, do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO em 06.06.20, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, juntamente com a SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio (RCR), associações que reúnem as TVs de inspiração católica e as rádios católicas no Brasil, esclarecem que não organizaram e não tiveram qualquer envolvimento com a reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares, e nem ao menos foram informadas sobre tal encontro.
Informamos que as emissoras intituladas “de inspiração católica” possuem naturezas diferentes. Algumas são geridas por associações e organizações religiosas, outra por grupo empresarial particular, enquanto outras estão juridicamente vinculadas a dioceses no Brasil. Elas seguem seus próprios estatutos e princípios editoriais. Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.
Recebemos com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. A Igreja Católica não faz barganhas. Ela estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos pautada pelos valores do Evangelho e nos valores democráticos, republicanos, éticos e morais.
Não aprovamos iniciativas como essa, que dificultam a unidade necessária à Igreja, no cumprimento de sua missão evangelizadora, “que é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Papa Francisco, EG, 176), considerando todas as dimensões da vida humana e da Casa Comum. É urgente, sim, nestes tempos difíceis em que vivemos, agravados seriamente pela pandemia do novo coronavírus, que já retirou a vida de dezenas de milhares de pessoas e ainda tirará muito mais, que trabalhemos verdadeiramente em comunhão, sempre abertos ao diálogo.
fonte:Gonçalo Junior e Felipe Resk/Estadão - 06/06/2020 20h:15min.

TVs católicas oferecem apoio a Bolsonaro em troca de anúncios


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foto:reprodução
Jair Bolsonaro(sem partido) tem recebido propostas de padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV. Eles são ligados à ala que diverge politicamente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e prometeram “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do coronavírus. Em contrapartida, querem anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação, segundo reportagem do Estadão neste sábado 6/VI.
A proposta foi feita em 21/IV, em videoconferência com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto.
De acordo com o jornal, um dos pedidos mais explícitos foi feito pelo padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). Ele disse que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma “pauta positiva das ações do governo” na pandemia.. “A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo”, disse o padre.
Já o padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas e destacou o contraponto que os católicos podem fazer para frear o atual desgaste na imagem de Bolsonaro e do governo. “Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos”, observou Manzotti, dirigindo-se ao presidente.
O empresário João Monteiro de Barros Neto, da Rede Vida, afirmou por sua vez que “Bolsonaro é uma grande esperança”. Argumentou, ainda, que veículos católicos precisam ser “verdadeiramente prestigiados”.
fonte:Conversa Afiada- 06/06/2020 às 20h:08min.

Especialistas criticam recontagem de óbitos pelo governo; subnotificação é problema no País


Carlos Wizard, do curso de inglês, assumirá chefia no Ministério ...
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, e o ministro Eduardo -foto:reprodução
Enquanto o governo federal pretende rever os critérios das mortes por coronavírus por indícios de que os dados estariam sendo supostamente inflacionados por municípios e estados, como afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, neste sábado, os cientistas afirmam exatamente o oposto. Para virologistas e epidemiologistas, o número de vítimas no País é muito maior do que indicam os dados oficiais. Especialistas também veem na mudança de metodologia de divulgação do Ministério da Saúde uma manobra para se criar falsa sensação de controle da doença. 
Nas contas de Domingos Alves, coordenador do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), o número de mortes no Brasil seria 40% maior. Ou seja, enquanto os números oficiais apontam 35.139 mortes nesta sexta-feira, os dados corretos estariam perto de 49 mil óbitos. “Numa estimativa até simplória, nós mostramos que os óbitos mostrados nos boletins envolvem no máximo 60% do total. E nós procuramos não ser alarmistas”, diz Alves, que integra a equipe Covid-19 Brasil, formada por cientistas independentes de várias instituições brasileiras de pesquisa que monitoram em tempo real dos dados sobre a propagação do vírus.
Alves explica que a subnotificação, ou seja, a informação de menos casos do que realmente existem, seria um dos problemas centrais na incorreção dos dados. Ela se divide em vários tipos. O primeiro é o atraso na contabilização dos óbitos por covid-19, que pode levar até uma semana para serem confirmadas de acordo com os dados oficiais. “Se multiplicarmos a taxa fixa de mortes por dia pelo total de dias de atraso, nós temos o número que deveria estar sendo publicado no boletim”, diz.
Outro problema, ainda na visão do especialista, é o excesso de mortes de síndrome respiratório aguda grave. No ano passado, no período de 6 de março a 6 de junho, foram 359 mortes por essa razão. Em 2020, o número subiu para 7676 casos. “Numa pandemia, mortes por síndrome respiratório aguda grave deveriam ser levadas em consideração como suspeição para dar uma clareza maior das pessoas que estão vindo a óbito”, argumenta Alves.
Pesquisador do Laboratório de Biologia Integrativa e Sistêmica da Unicamp, Marcelo Mendes Brandão destaca outros aspectos da subnotificação. “Há pessoas que são infectadas, mas não precisam ir ao médico. Como não se faz teste, esse contingente dificilmente entra nas estatísticas”, diz. “Outro problema são os casos de dados parados, esperando para fazer a comunicação ao Ministério. Isso acontece, por exemplo, porque falta o resultado do exame ou o hospital não tem internet para fazer a transmissão."
Envolvido em pesquisa sobre tendências do número de contaminados, Brandão avalia que a recontagem de casos de coronavírus foi anunciada sem que o governo federal mostrasse evidências de erro nos índices atuais. "Fico me perguntando como vai ser uma contagem retroativa de mortos. Não existe um banco de dados formal no Brasil: fora do DataSus, não há nada. Como o governo vai dizer que na linha A23 da tabela a pessoa não morreu de covid? Quais são as métricas?", questiona.
Como o Ministério passou a divulgar apenas a ocorrência das últimas 24 horas -- e não mais os casos que ficaram retidos --, este segundo grupo acaba fora da contabilização oficial, explica o cientista. "Dizer que acabou matéria no Jornal Nacional não justifica", afirma. "Transparência de dados é importante para estabelecer políticas públicas e até melhorar a flexibilização. Estamos falando de vidas, de economia. Não é picuinha para jornal."
A partir da mudança, Brandão vê risco de distorções entre o número total de casos informado no País e o índice de casos ativos -- ou seja o número de pessoas infectadas no momento, que exclui óbitos e curados. "O governo tem a faca e o queijo na mão para dizer: 'Olha, há muito mais casos sendo falados pelo secretário do que casos novos", afirma. "Isso pode servir para criar um narrativa de que está tudo bem."
Eduardo Flores, virologista da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, afirma que existe uma intenção do governo federal em negar a gravidade da doença. “Rever critérios das mortes, postergar a divulgação de resultados e diminuir a transparência na divulgação dos números fazem parte de uma atitude negacionista do governo federal”, diz o especialista.

Contradições no número de casos

Alves também indica contradições no número de casos por covid-19 no Brasil, outro dado que o Ministério da Saúde pretende rever. O número de casos está baseado nas internações hospitalares. De acordo com o especialista, existe um consenso internacional na área de saúde que aponta esse número como apenas 15% do total de infectados por coronavírus. Existiria, portanto, um contingente de 85% que não estariam sendo observados dia a dia, caso dos assintomáticos ou sintomáticos leves. Isso gera outra distorção. No dia 5 de junho, o Brasil registrou oficialmente 654.771 casos. As pesquisas dos cientistas da rede Covid-19 Brasil indicam que, na realidade, o Brasil tinha 5.670.650.
É nesse ponto que o virologista Rômulo Neris, mestre em Microbiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cobra a realização de mais testes. Aqui, geralmente só são testados casos mais graves/hospitalizados. Sem uma testagem ampla não há como dimensionar o tamanho real da pandemia do País. O Brasil tem uma taxa de testagem hoje de 29 a 13 vezes menor do que a da Alemanha, Itália, Estados Unidos e Coreia do Sul, países que vêm investindo na ampliação dos exames para monitoramento ou controle da pandemia de covid-19. "O número de testes feitos no Brasil está muito abaixo do que outros países", diz Rômulo.
O biólogo Fernando Reinach, colunista do Estadão, vai além. "Se o governo quer usar esse tipo de método para diminuir o número de mortos é mais fácil proibir totalmente os testes no Brasil. Aí, o número de mortes confirmadas baixa a zero. Todos terão morrido de gripe ou insuficiencia respiratória", critica o especialista.
Diretor do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Luiz de Lima Filho concorda que a mudança na comunicação dos dados pode transmitir falsa sensação de controle. "Quando um número divulgado é menor do que deveria ser, a mensagem é que os casos estão diminuindo. Isso pode incentivar as pessoas a saírem de casa e retomar as atividades, o que não seria correto", diz.
"Mesmo com subnotificação, o número de infecção é muito grande no Brasil e a pandemia já está chegando a cidades menores do interior, muitas delas sem estrutura hospitalar", descreve Lima Filho, cuja pesquisa monitora casos em tempo real em Pernambuco e faz modelos matemáticos de progressão da doença no País. "O momento é perigoso: a curva não atingiu um platô nem começou a decair."
Para o cientista, não há critério técnico para reduzir a divulgação aos dados das últimas 24 horas. "Vão excluir exames que demoraram alguns dias para o resultado sair", explica. "Na prática, cidades com falta de teste não vão mais ter mortes por covid-19 pelas contas oficiais."
Para Lima Filho, a divulgação adequada dos dados também impacta na adesão da sociedade às medidas necessárias para conter a pandemia. "Com transparência, você consegue trazer a população e isso ajuda até a voltar mais rapidamente a economia."
fonte:Estadão - 06/06/2020 19h:59min.

Maquiagem de números é a nova estratégia de Bolsonaro no combate ao Covid-19

Enterro coletivo é feito em cova comum aberta por trator no Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus - Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo
Enterro coletivo é feito em cova comum aberta por trator no Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus-Imagem: Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo



Confira  a matéria completa no link abaixo(6) na coluna do jornalista Leonardo Sakamoto do ste UOL(6) de hoje.



https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/06/06/covid-governo-bolsonaro-quer-acabar-com-a-febre-destruindo-o-termometro.htm

Sai do ar site do governo federal com informações sobre o novo coronavírus

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
o presidente Jair Bolsonaro - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Saiu do ar o site Coronavírus Brasil, que reunia informações sobre o avanço da pandemia. A plataforma era alimentada pelo Ministério da Saúde com dados como número de casos acumulados, total de óbitos, taxas de letalidade e mortalidade, bem como número de leitos disponíveis em todo o país.
Quando se tenta acessar a página https:covid.saude.gov.br a única mensagem que aparece é “Portal em Manutenção”. Isso acontece um dia após o Ministério da Saúde divulgar de modo incompleto os dados sobre a Covid-19.
Imagem: Reprodução/ Coronavírus Brasil
Imagem: Reprodução/ Coronavírus Brasil

Na última sexta-feira (5), o governo Jair Bolsonaro enviou à imprensa apenas números coletados nas últimas 24 horas. As informações excluíram todos os dados somados.
Esta não foi a única mudança na prestação de contas à sociedade com relação ao avanço da pandemia no Brasil. Desde quinta-feira (4), o governo Jair Bolsonaro decidiu atrasar a divulgação das informações, comumente disponibilizada às 19h, para as 22h. A decisão partiu do presidente da República.
fonte:Bahia.Ba - 06/05/2020

Decreto de Bolsonaro inclui avião para Exército; brigadeiros criticam

Permissão. Exército poderá voltar a ter aviões em sua tropa
© Gabriela Biló / Estadão Permissão. Exército poderá voltar a ter aviões em sua tropa
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de permitir ao Exército voltar a ter aviões provocou reação de integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB). Brigadeiros ouvidos pelo Estadão criticam “a oportunidade da medida”, um período de crise econômica, em que as verbas para a Defesa são escassas. Também alegam que a medida pode afetar a operação conjunta das duas Forças.
Foi por meio do decreto 10.386, publicado no dia 2, que Bolsonaro e o ministro da defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, concederam ao Exército, após 79 anos, o direito de voltar a ter aeronaves de asa fixa. Até então, decreto de 1986 permitia ao Exército operar apenas helicópteros. “O problema não é o Exército ter sua aviação, mas o momento da decisão, que não é oportuno”, afirmou o tenente-brigadeiro-do-ar Sérgio Xavier Ferolla, ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).
Os custos de manutenção de uma aviação são considerados altos. Os brigadeiros ouvidos pelo Estadão citam o exemplo da Marinha, que depois de décadas de disputas com a FAB obteve o direito de operar aviões em seu porta-aviões São Paulo. Depois que o navio aeródromo foi aposentado pela Força, a aviação de caça naval, com duas dezenas de A-4 Skyhawk, ficou sediada em terra, na base de São Pedro da Aldeia, no Rio.
Das três Forças, os integrantes da FAB são os que têm se mostrado mais distantes das polêmicas do governo. Em um ministério repleto de generais e almirantes, nenhum brigadeiro ocupa cargo na Esplanada. Apenas um coronel da Aeronáutica – o astronauta Marcos Pontes – é ministro (Ciência e Tecnologia). E vê seu cargo em risco diante das negociações de Bolsonaro com partidos do Centrão. Dos presidentes de clubes militares, só o da Aeronáutica, o brigadeiro Marco Carballo Perez, não se manifestou em apoio ao presidente contra recentes ações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um coronel da FAB, que pediu anonimato, reclamou dos termos abrangentes do decreto presidencial, que permitiram no futuro o Exército e ter qualquer tipo de aeronave, não só as de transporte de tropa. Ferolla afirmou que não se opor à ideia de o Exército ter aviação de asa fixa. O brigadeiro, hoje na reserva, esteve entre os oficiais responsáveis por ajudar o Exército a montar sua base de helicópteros, na sede da Aviação do Exército, em Taubaté (SP). O episódio encerrou então uma disputa de quase vinte anos, desde que o Exército buscara em 1969 pela primeira vez comprar helicópteros Bell H-1H.

Prazo

Com a decisão de criar a tropa aeromóvel, o Exército foi autorizado em 1986 por decreto a ter helicóptero – decreto que Bolsonaro alterou. “ Hoje, o Exército é o maior operador do País de aeronaves de asas rotativa”, disse o deputado federal, general Roberto Peternelli (PSL-SP), que comandou a Aviação do Exército. Segundo ele, a intenção da Força – que contaria com a concordância dos comandos da Marinha e da Aeronáutica – é usar aeronaves em apoio logístico na Amazônia. “Muitas vezes a FAB tem prioridade distintas. E pode ser necessário o Exército fazer evacuação aeromédica.”
Não é a curto prazo que a aviação do Exército vai operar aeronaves de asa fixa, seus próprios cargueiros leves, para cumprir missões na linha de fronteira, da Amazônia principalmente. A primeira reunião do grupo técnico que cuida do programa está prevista para a segunda metade de julho. Só depois começará o processo de definições. Segundo um general ouvido pelo Estadão, todas as especificações devem ser revistas. O decreto que permite à Força Terrestre empregar aviões determina também que a Aeronáutica e a Marinha cooperem com a reestruturação. Recentemente, o tema passou pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, quando o general Alberto Santos Cruz era assessor especial da pasta. O plano foi exposto em uma reunião no Comando da Aeronáutica. A demanda do Exército era por maior autonomia e pronta resposta nas tarefas que exigem transporte aéreo.
“A FAB argumentou que bastava que fosse feito um aporte de dinheiro na sua infraestrutura logística para aumentar a disponibilidade dos meios”, lembra um brigadeiro, ex-integrante do Alto Comando. Em 2018, foi anunciada a intenção de compra de oito aviões Sherpa Short C-23, bimotores modernizados. Podem transportar 3,5 toneladas de carga ou 30 passageiros. Desmobilizados do Exército americano, seriam financiados por meio de operação de crédito do governo dos EUA de valor não revelado. O Exército não confirma o cronograma de entregas. O Estadão procurou o Ministério da Defesa, mas a pasta não se manifestou.
fonte:Estadão - 06/06/2020

Covid-19: Morre Mestre Joel, disseminador da capoeira em São Paulo

foto:reprodução
Um dos responsáveis por levar a capoeira para São Paulo, o Mestre Joel de Menezes, 76 anos, faleceu nesta quarta-feira (3), no Hospital Ernesto Simões, em Salvador. Internado em estado grave desde 13 de maio, ele havia sido contaminado pelo novo coronavírus. A informação foi confirmada ao CORREIO pelo filho dele, Edson de Menezes. O corpo do capoeirista será trasladado para São Paulo, onde será sepultado neste sábado.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo lamentaram nas redes sociais a morte do capoeirista.
Nascido em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, e criado em Feira de Santana, Mestre Joel residiu em Salvador, mas sempre fazia viagens para São Paulo, onde fundou e formou grupos de capoeira. 
Segundo conta o filho, o capoeirista mudou-se para o estado paulista em 1964, onde fundou a Associação de Capoeira Ilha de Itapuã, uma das principais em São Paulo. Em 1972, Joel foi reconhecido como mestre de capoeira por Mestre Bimba, criador da Luta Regional Baiana. O mestre baiano ainda era presidente do grupo Organização Onças de São Paulo e já havia sido presidente nacional da Associação Brasil Capoeira (Abracap).
Em sua carreira, Mestre Joel viajou para países como Alemanha, África do Sul, Inglaterra, Argentina e Espanha para levar conhecimento sobre a capoeira. Sua última parada foi justamente a Espanha, onde a família acredita que ele tenha se infectado pelo coronavírus. Ao retornar para Salvador, logo após o Carnaval, ele foi internado. O mestre tinha diabetes e hipertensão, comorbidades de risco para a nova doença.
Além de expandir o alcance da capoeira, Mestre Joel foi um dos primeiros a gravar discos com músicas de capoeira (ver mais abaixo). “Ele gravou discos nos chamados bolachões. Ele foi um dos pioneiros nessa gravação, com músicas que sempre falam da Bahia”, explicou Dadá. Em 1979, o mestre lançou Capoeira, que foi seguido de Capoeira Raiz, de 1993. Por fim, foi lançado o disco Capoeira Volume 1, datado de 1994.
Através do Twitter, a sambista Leci Brandão deixou pêsames. "A capoeira está de luto. Mestre Joel é uma referência da Capoeira Paulista. Sua passagem nos deixa imensamente tristes, mas com a certeza de que seu legado será levado adiante. Que Olorum o receba em festa. Descanse em paz, Mestre!", escreveu.
Informações do  Correio da Bahia.
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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Com Bolsonaro, líderes evangélicos oram no Planalto contra ‘baderna’

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta sexta-feira, 5, um grupo de líderes evangélicos que oraram no Palácio do Planalto contra “baderna” e “quebra-quebra” e por harmonia entre os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), no momento em que o País vive uma sequência de atos pró e contra o governo.
Com Bolsonaro, líderes evangélicos oram no Planalto contra ‘baderna’
O presidente Jair Bolsonaro e um grupo de líderes evangélicos oram no Palácio do Planalto 
Foto: Isac Nóbrega/PR
Sem citar os pedidos de impeachment para afastar Bolsonaro da Presidência, os religiosos se manifestaram contra a “convulsão social e institucional” e disseram que é Deus quem escolhe e retira as autoridades públicas.
“O povo brasileiro é um povo pacífico, não é povo de quebra-quebra, nem de baderna. A marca do povo brasileiro é o povo do verde e amarelo”, disse o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, um antigo aliado e apoiador do presidente. “Esse País não vai ser Venezuela, não vai ser destruído por ninguém. Esse País não vai falir.”
Malafaia fez referência aos apoiadores de Bolsonaro que, nas últimas semanas, com presença do presidente, promoveram atos de protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, majoritariamente usando símbolos pátrios e vestidos nas cores da bandeira nacional. Contra o viés autoritário, na semana passada surgiram levantes nas ruas em defesa da democracia e de oposição a Bolsonaro. Em parte deles, houve confrontos com policiais e grupos radicais bolsonaristas.

O pastor organizou o encontro como presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb).
Participaram representantes de 11 igrejas pentecostais e neopentecostais, como Assembleia de Deus em Madureira (Abner Ferreira), Igreja Universal do Reino de Deus (Eduardo Bravo), Igreja Internacional da Graça de Deus (RR Soares), Renascer em Cristo (Estevam Hernandes), Ministério Internacional da Renovação (Renê Terra Nova), Igreja Apostólica Fonte da Vida (César Augusto), Comunidade das Nações (JB Carvalho), entre outras.
O encontro é mais um apelo de Bolsonaro ao segmento religioso, enquanto enfrenta pedidos de impeachment no Congresso, queda de popularidade, alta de 34 mil mortos pela pandemia da covid-19, aumento do desemprego e crise econômica, e baixas no governo, como dois ministros da Saúde (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) e o ministro da Justiça e Segurança Pública (Sérgio Moro). Além disso, correm no Supremo Tribunal Federal investigações contra Bolsonaro e aliados.
Mesmo no segmento evangélico, houve perda de apoio e aumento da resistência à Bolsonaro, principalmente nas igrejas históricas, como Metodista, Batista, Presbiteriana, Anglicana e Luterana. Os pastores evangélicos rezaram perfilados ao lado de Bolsonaro e se manifestaram contra o que chamaram de convulsão social.
“Toda autoridade constituída é permissão de Deus. Ele põe e Ele tira, é Ele quem faz isso. Não é jogo corrupto, bandido de homens que por interesses escusos de ganância e de poder que vai trazer caos para essa nação. Que Deus livre o Brasil dessa praga e dessa pandemia, que esse espírito de morte seja repreendido da nossa nação”, afirmou Malafaia.
O pastor disse ainda que Deus vai revelar “todos os planos escondidos” dos “inimigos da nação” e que eles vão ser “envergonhados e cair por terra”. Ele ressaltou que não se referia ao presidente, mas à nação e profetizou que virão “tempos de paz e prosperidade”:
“Temos uma arma que o Exército não tem, que a Polícia Militar não tem, nós temos o poder da oração. Vão cair por terra toda essa potestade do inferno, esse principado, pensando que vai destruir o País. Convulsão institucional, convulsão social... Nós declaramos em nome de Jesus a paz sobre a nossa nação e que vão vir dias de bênção”.

TV ESTADÃO: Ato contra Bolsonaro terminou em confronto entre PM e manifestantes

missionário RR Soares seguiu a mesma linha. Disse que “o Senhor colocou o presidente Bolsonaro para ser pastor aqui durante quatro anos” e que rezou para que “os que são contra o País respeitem a decisão do povo”. “Oramos para que todo o Brasil entre num acordo. Amarramos todas as forças espirituais contrárias a Tua vontade”, disse.
Cada um deles orou e pediu a intercessão divina em benefício do País e de um dos três Poderes. Abner Ferreira, por exemplo, chegou terminar a oração com o slogan de campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O bispo Eduardo Bravo, representante do bispo Edir Macedo, pediu Justiça em tempos de “guerra de poderes, corrupção, pandemia, crise econômica, coronavírus e pessoas aflitas”.

Em poucas palavras, Bolsonaro disse que sua eleição foi um “milagre” assim como ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato, na campanha eleitoral de 2018. Ele afirmou “obstáculos serão vencidos” e que “a fé conduzirá o Brasil a um porto seguro”.
fonte: Estadão - 05/06/2020 - 23h