• Praça do Feijão, Irecê - BA

sábado, 13 de junho de 2020

SP: Prefeito Bruno Covas é diagnosticado com a covid-19

Prefeito de SP, Bruno Covas, recebe diagnóstico de Covid-19
Foto: Divulgação
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 40 anos, foi diagnosticado com Covid-19. A informação foi divulgada pela Prefeitura de São Paulo neste sábado (13).

Covas foi diagnosticado após teste preventivo de rotina. "Ele passa bem, não apresenta sintomas e recebeu recomendação de seu médico, Dr. Davi Uip, para permanecer trabalhando em casa e em observação pelos próximos dias.", diz o comunicado da prefeitura.

O prefeito da capital paulista está em tratamento para conter um câncer no sistema digestivo, entre o esôfago e o estômago, descoberto no passado. Ele é acompanhado pelas equipes médicas coordenadas por David Uip, Roberto Kalil Filho, Artur Katz e Tulio Eduardo Flesch Pfiffer. Informações do BN.

Inaugurado hospital de campanha para atender pacientes da covid-19 em Teixeira de Freitas

foto:reprodução/Teixeira hoje
O Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas já vai começar a funcionar nesta segunda-feira, dia 15 de junho, numa estrutura erguida no largo do Hospital Municipal, na Avenida Presidente Getúlio Vargas, no bairro Redenção, na zona oeste da cidade, construído para atender pacientes de Covid-19. 
Toda estrutura foi montada com recursos do município em parceria com o Governo da Bahia e com as empresas Suzano e Veracel Celulose, o investimento foi de R$ 1,3 milhão. No final da manhã deste sábado (13/06), a unidade foi inaugurada com a presença do prefeito Timóteo Brito (PP), do secretário de Estado da Saúde Fábio Vilas-Boas, do secretário municipal de saúde Herbert Chagas e de representantes da Suzano e da Veracel.
Conforme o prefeito, tudo foi feito em ritmo acelerado porque a situação tem pressa, no intuito que o Hospital da Campanha possa funcionar já nesta segunda-feira (15) e desafogar o fluxo de pacientes da Covid 19 no Hospital Municipal, nas Unidades de Saúde Básicas e na UPA 24h. 
O município de Teixeira de Freitas no extremo Sul da Bahia já registrou 557 casos positivos para a covid-19 e seis óbitos. Desses números, 180 já se recuperaram e tem 17 pessoas internadas, segundo a secretaria de saúde do municipio.
fonte:Teixeira Hoje c/adaptações

Irecê registra 1ª morte pela Covid-19

                                 praça do BB - foto:reprodução/facebook

A cidade de Irecê, centro norte do Estado registrou neste sábado a 1ª morte em decorrência da Covid-19 no município. Um idoso de 75 anos, que tinha comorbidades e era morador do povoado de Lagoa Nova, e segundo a vigilância, esteve em viagem em outro Estado. O idoso veio a falecer no Hospital Regional de Irecê.
Neste sábado, a secretaria de saúde continuou testando a população, sendo realizado 175 testes rápidos na praça Mario Dourado(BB) e no bairro Asa Sul e apenas 01 pessoa testou positivo para a covid-19, sendo de imediato iniciada a investigação e monitoramento com a pessoa encaminhada após a devida orientação ao isolamento domiciliar.
A imagem pode conter: atividades ao ar livre
foto:reprodução facebook Elmo Vaz


O anúncio do 1º óbito  foi feito através das redes sociais:

Diz a nota:

 É com pesar que noticiamos a primeira morte decorrente da Covid-19 no município de Irecê. Trata-se de um homem de 75 anos, morador do povoado de Lagoa Nova.
O paciente, que era portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), deu entrada na UPA de Irecê no dia 08/06, com sintomas característicos da Covid-19, sendo encaminhado ao P.A. Covid, onde de imediato recebeu os primeiros cuidados e foi testado positivo por meio de teste rápido, uma vez que os primeiros sintomas apareceram no dia 29/05 (10 dias antes da chegada ao P.A.). O mesmo teve histórico de viagem confirmado para outra cidade, e o contágio foi considerado importado.
No dia 11/06, com evolução para o agravamento do quadro clínico, o mesmo foi transferido para o Hospital Regional de Irecê, onde foi intubado, não resistindo e vindo a óbito no dia 12/06.
Neste momento de dor, expressamos os nossos mais profundos sentimentos de pesar a toda a sua família, amigos e à comunidade de Lagoa Nova. Que Deus conforte a todos.
Irecê, 13 de junho de 2020
Secretaria Municipal de Saúde
Prefeitura de Irecê

Caso Miguel: manicure que atendia patroa dá depoimento à polícia no Recife

Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morto após cair do edifício Píer Maurício de Nassau, condomínio de luxo em Recife, onde a mãe dele trabalhava como empregada doméstica
© Reprodução/Instagram Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morto após cair do edifício Píer Maurício de Nassau, condomínio de luxo em Recife, onde a mãe dele trabalhava como empregada doméstica
Após dez dias da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que caiu do nono andar de um prédio do centro do Recife, o delegado responsável por conduzir a investigação, Ramon Teixeira, ouviu na sexta-feira, 12, a manicure Eliane Lopes, 29 anos.
A mulher atendia Sarí Corte Real enquanto a mãe do menino e empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza passeava com a cachorra dos patrões. O gerente de operações do condomínio, Tomaz Silva, que ajudou a socorrer o menino, também foi ouvido nesta sexta. Além deles, o ex-síndico e o zelador do condomínio foram os primeiros a depor, na quarta-feira.
A manicure Eliane Lopes chegou à delegacia de Santo Amaro, que fica no centro do Recife, acompanhada por dois advogados. O depoimento durou cerca de duas horas e ela não falou com a imprensa.

Em entrevista para os principais canais de TV locais, um dos advogados da manicure, Irineu Ferreira, deu algumas informações sobre depoimento. “Ela não estava presente em todos os momentos do ocorrido, se manteve o tempo todo dentro do apartamento”, afirmou. Questionado sobre o que a manicure teria dito ao delegado em relação ao estado em que Sarí Corte Real voltou para casa depois de deixar o menino Miguel sozinho, o advogado disse: “o tempo todo Sarí estava preocupada com o menino. Demais detalhes não vai poder ser repassado [sic] no momento”. Irineu Ferreira afirmou ainda que uma nota sobre o depoimento de Eliane Lopes será enviada à imprensa.
De acordo com o advogado, a manicure é funcionária do salão de beleza que Sarí Corte Real costuma frequentar e só começou a ir à casa dela por causa da pandemia da covid-19.
Também foi ouvido nesta sexta-feira, 12, o gerente de operações do condomínio do Edifício Pier Maurício de Nassau, no centro do Recife, onde mora Sarí Corte Real. Tomaz Silva foi o terceiro a encontrar Miguel caído, depois do zelador do prédio e da mãe, Mirtes Renata.
“Quem fez os primeiros socorros na criança fui eu. Foi uma cena muito triste, muito chocante. Infelizmente, senti o garoto indo embora, porque ele apertou a minha mão, eu dizendo a ele: aperta a mão do tio, a gente ainda vai jogar bola, reage! Mas, com mais ou menos um ou dois minutos, ele começou a enfraquecer e infelizmente aconteceu o que nós não queríamos”, disse também em entrevista para os principais canais de TV locais.
Perguntado sobre a reação de Sarí Corte Real no momento do acidente de Miguel, o gerente de operações do edifício disse que achou que ela estava muito tranquila. “Achei dona Sarí uma pessoa muito tranquila. Eu prestei os primeiros socorros, mas depois chegou um médico propriamente dito, porque não sou médico, e disse para socorrer a criança porque ele não estava reagindo. E ela [Sarí] disse para socorrer no carro dela”, contou Tomaz Silva. O gerente de operações afirmou que após 15 minutos recebeu a notícia de que Miguel tinha ido a óbito.
Agora, o depoimento mais esperado é o de Sarí Corte Real, que deixou o Miguel sozinho no elevador e apertou um botão de andares superiores no equipamento. Ela foi indiciada por homicídio culposo após a morte de Miguel, mas está respondendo em liberdade depois de ter pago fiança de R$20 mil.

fonte:Estadão - 13/06/2020

Bahia: SEC divulga selecionados para as 6.710 vagas dos cursos pelo PRONATEC



A Secretaria da Educação do Estado (SEC) divulgou, ontem(12), o nome dos contemplados para as 6.710 vagas ofertadas em cursos de qualificação profissional, pelo Programa Nacional de Acesso do Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC)

Os cursos serão on-line, por causa da pandemia do novo Coronavírus, na modalidade de ensino não presencial de Educação à Distância (EAD). O processo seletivo foi realizado por meio de sorteio eletrônico, durante live no canal Educação Bahia, no YouTube, e a lista pode ser conferida no Portal da Educação

Matrícula 

o candidato contemplado deverá encaminhar eletronicamente no período de 15 a 17 de junho, para o e-mail suprotpronatec@enova.educacao.ba.gov.br em uma única mensagem, os seguintes documentos no anexo:
 cópia legível do RG
 CPF (frente e verso);
ópia legível do comprovante de endereço atualizado dos últimos 60 dias (exemplo: conta de água, luz, telefone fixo, contrato de aluguel e IPTU);
cópia legível do certificado e/ou histórico escolar em frente e verso (Ensino Fundamental ou Ensino Médio).

 No assunto, devem ser escrito o nome completo, o nome do curso e o município.
 
Os cursos serão realizados através do Google Sala de Aula e os selecionados passarão por um treinamento com a equipe técnica da SEC, no dia 20 de junho, para acesso a plataforma.

As aulas iniciam no dia 22 de junho, para os cursos FIC de Assistente de Recursos Humanos; Microempreendedor Individual (MEI); e Promotor de Vendas. 

No dia 29 de junho, começam as aulas para os cursos FIC de Agente de Assistência Técnica e Extensão Rural; Agricultor Familiar; e Agricultor Orgânico.
 
Os candidatos que não foram selecionados terão dois dias para apresentar recurso, através do e-mail suprotpronatec@enova.educacao.ba.gov.br. O sorteio eletrônico foi acompanhando por representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE),  do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).

CLIQUE AQUI ABAIXO E CONFIRA SE SEU FOI SORTEADO:


http://www.educacao.ba.gov.br/midias/documentos/sorteio-eletronico-pronatec-12062020-2




fonte:SEC c/adaptações



Em Brasília: Acampamento dos “300” do Brasil é desmantelado e Sara Winter apela: “Presidente, reaja!”

Justiça decide manter acampamento "300 do Brasil" na Esplanada
foto:reprodução
A líder miliciana Sara Winter teve seu acampamento dos ‘300’ do Brasil desmontado hoje pela Polícia Militar do Distrito Federal.
Desesperada, pediu uma reação do presidente Jair Bolsonaro.
O relato de Sara não corresponde ao ato da Polícia, que foi feito de maneira pacífica. (Veja o vídeo abaixo)
As 6 da manhã a @pmdfoficial junto à Secretaria de Segurança desmantelou baixo gás de pimenta e agressões.
Barracas, geradores, tendas, TUDO TOMADO à força!
A Militância bolsonarista foi destruída HOJE.
PRESIDENTE, REAJA!!!

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fonte:DCM -13/06/2020

Compra de respiradores: Gov. Rui diz não temer investigação e defende 'transparência absoluta, doa quem doer'


Rui diz não temer investigação e defende 'transparência absoluta, doa quem doer'
foto:Governo da Bahia/Camila Souza


O governador da Bahia, Rui Costa (PT), respondeu questionamentos sobre a Operação Ragnarok, que investiga suposta fraude na aquisição de respiradores pelo Consórcio Nordeste, neste sábado (13) em entrevista à CNN. Questionado sobre o fato do processo ter deixado o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e passado para as mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que julga acusados com prerrogativa de foro, e por isso o foco poderia ser ele, Rui disse ter "absoluta tranquilidade".

O governador baiano destacou que partiu dele a determinação para que a investigação ocorra, e que chegou a enviar uma carta ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, solicitando a retomada da ação. 

O Bahia Notícias teve acesso com exclusividade ao depoimento de duas pessoas presas por envolvimento na fraude dos respiradores, a CEO da Hempcare Cristiana Prestes, e o presidente da Biogeoenergy Paulo de Tarso. Os dois acusados citaram pessoas ligadas ao governo da Bahia durante os depoimentos, como o ex-secretário da Casa Civil Bruno Dauster e o vice-governador João Leão (PP).

Durante a entrevista o governador baiano defendeu "apuração absoluta e total, doa quem doer e alcance quem alcançar". Segundo ele, se a investigação apontar como culpado algum integrante ou ex-integrante do governo estado, eles devem ser responsabilizados pelos erros.

O ex-secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (5), após ter o nome citado nos depoimentos. A justificativa dada por Dauster foi de que optou por sair da gestão a fim de evitar politização do caso. Informações do Bahia notícias c/adaptações.

No Pará: Cidade usada como exemplo por Bolsonaro vive 'auge' da Covid-19 e já registra 35 óbitos

Educação e saúde são destaque em audiência pública de Itaituba
Agência Pará de notícias - foto:reprodução


A cidade de Itaituba no Estado do Pará,  que  em 14/06/2020 o  presidente Jair Bolsonaro(sem partido) deu como exemplo de economia 'funcionando' com 95% do comércio aberto, um mês depois já registra mais , 1,2 casos positivos da covid-19 e 35 óbitos.

Confira a reportagem completa no link da coluna de Rubens Valente no site do UOL de hoje(13)


https://noticias.uol.com.br/colunas/rubens-valente/2020/06/13/coronavirus-bolsonaro-prefeitura.htm


Do The Economist: Jair Bolsonaro ameaça a democracia?

foto:Adriano Machado/Reuters
Em muitos fins de semana desde que a covid-19 chegou ao Brasil, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizam manifestações em Brasília e São Paulo, para demandar a reabertura da economia, parcialmente submetida a um lockdown, o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso e o retorno do regime militar dos anos 1964/1985. Alguns estão armados. Em Brasília, Bolsonaro com frequência se junta a eles, distribuindo abraços e apertos de mão e desafiando as regras de saúde estabelecidas. Nem ele e nem as pessoas usam máscaras no rosto.
Desde que Bolsonaro, antigo capitão do Exército com ideias de direita, assumiu o governo, em janeiro de 2019, muitos brasileiros temem a ameaça que ele representa para a democracia. Alguns argumentam que as instituições do País são fortes o bastante para freá-lo. Na verdade, o presidente lotou o seu governo com oficiais militares. Mas eles são vistos como tendo uma influência moderadora e as manifestações são pequenas.
As tensões aumentaram nas últimas semanas. Bolsonaro se tornou mais ameaçador, ao se dirigir ao Congresso afirmando que “o tempo da vilania acabou, agora é o povo no poder”, e ao Poder Judiciário dizendo “acabou, porra!”. Alguns ministros militares, a começar pelo vice-presidente Hamilton Mourão, general aposentado, também fizeram ameaças veladas contra o STF, o Congresso e a mídia.


Em uma mensagem pelo WhatsApp vazada no mês passado, o ministro do STF Celso de Mello escreveu: “temos de resistir contra a destruição da ordem democrática para evitar o que ocorreu na República de Weimar “que foi derrubada por Hitler”. “A democracia brasileira está sob uma grave ameaça”, diz Oscar Vilhena Vieira, diretor da faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “O presidente não vem tentando apenas criar um conflito institucional, mas também estimulando grupos violentos”.
Deputado durante 28 anos, Bolsonaro nunca mostrou muito respeito pela democracia. E se tornou mais controvertido por duas razões. Em primeiro lugar, o STF iniciou investigações que o envolvem. Uma delas tem a ver com a destituição do diretor da Polícia Federal para proteger um dos seus filhos contra um processo, afirmam seus críticos.
E a outra se refere a apoiadores (incluindo dois filhos dele) suspeitos de orquestrarem acusações falsas e ameaças contra ministros do STF. A segunda razão é que Bolsonaro mostra pouca capacidade para governar. 
A pandemia amplificou isto. Sua recusa em apoiar os lockdowns e o distanciamento social contribuíram para agravar a propagação da covid-19, com o País registrando hoje quase 40 mil mortes, o terceiro número mais alto do mundo.
Ele vem perdendo apoio popular embora mantenha uma base de 30% de eleitores. Um sinal da sua fragilidade é que ele cada vez mais depende do Exército. Dez dos seus 22 ministros são militares e outros três mil ocupam cargos no governo. “Na verdade, temos um regime miliar”, disse um oficial aposentado. E isto representa um risco para as forças armadas e para a democracia. Bolsonaro tem exacerbado a divisão interna e a politização do Exército, cuja disciplina e hierarquia vêm se desgastando. Muitos oficiais de escalão inferior apoiam Bolsonaro nas redes sociais. Quatro generais com cargos no governo, dois no serviço ativo, têm mais poder do que o comandante das forças armadas, seu superior.
O Exército também coloca em sério risco a sua reputação. Está hoje à frente do ministério da Saúde (onde por um breve período tentou suspender as publicações de dados completos sobre a covid-19), da coordenação política e proteção do Amazonas. “Eles realmente acreditam que sabem como fazer as coisas”, diz um ex-oficial. Eles poderão aprender da maneira difícil, como durante a ditadura, que não sabem. Bolsonaro não parece forte o bastante para desencadear um golpe. Ele enfrenta oposição de muitos governadores.
Embora o vírus tenha temporariamente incapacitado o Congresso, Oscar Vilhena Vieira observa que o STF tem atuado de uma maneira inusitadamente unida. Entretanto, “a democracia pode desaparecer se você não tiver um homem forte”, alerta Matias Spektor, do Centro de Relações Internacionais da FGV. Se Bolsonaro acabar sofrendo um impeachment, Mourão o sucederá, trazendo o Exército para ainda mais perto do poder.
Uma outra ameaça, observa Spektor, é o esvaziamento das instituições democráticas por Bolsonaro, como também a instigação do conflito. Nomeou um procurador geral mais simpático a ele e tem influência sobre as forças de polícia estaduais, como também sobre a Polícia Federal. Uma batida policial silenciou o governador do Rio de Janeiro, que recentemente começou a criticá-lo. Os democratas brasileiros, seus adversários, começam a reunir uma oposição ao presidente. E estão certos em ficar alarmados. 
fonte: Estadão/O The Economist/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO - 13/06/2020

sexta-feira, 12 de junho de 2020

'Eu não conhecia essa Regina, ela traiu seus irmãos, traiu uma categoria,' diz ator Antônio Pitanga.

vergonha Para Antônio Pitanga, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, “é a avacalhação de uma raça”
© Divulgação vergonha Para Antônio Pitanga, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, “é a avacalhação de uma raça”
Ele desafiou até mesmo a mãe ao nascer. Ela planejava para o dia 13 de junho para homenagear Santo Antônio, mas ele veio antes, no dia 6 de junho de 1939. Hoje, Antônio Pitanga está em isolamento social, junto com a esposa Benedita da Silva, deputada federal e ex-governadora do Rio de Janeiro. Morador das proximidades do aterro do Flamengo faz sua caminhada matinal e depois se organiza para os afazeres em casa. Também ajuda a esposa com as tarefas do gabinete. Pitanga tem um currículo de sucesso na TV, no teatro e no cinema. Aos 81 anos, participou de mais de 50 filmes e continua na ativa. Seu último filme “Casa de Antiguidades” representa o Brasil no Festival de Cannes e tem como tema principal o racismo. O seu próximo projeto é o filme “Males” que fala sobre a revolta do povo africano e será gravado pós-pandemia com elenco 99% negro. Crítico ao governo Bolsonaro, Pitanga é um entusiasta da juventude e acredita que o movimento negro tende a se organizar melhor. “Sou representante de uma multidão que tem um grito sufocado”, disse, em entrevista à ISTOÉ.
A arte no Brasil passou por vários momentos, foi até marginalizada. Como estão hoje: a arte e os artistas?
Nós éramos equiparados às prostitutas, e sem desmerecê-las, nós artistas não fazemos parte dessa profissão. As elites tiveram que nos engolir. O povo é a cultura! O governo é que não tem a sensibilidade e visão de nos reconhecer como profissionais. Mesmo hoje nós não estamos classificados como trabalhadores. Não dá para pensar que todos são Antônio Fagundes, Lázaro Ramos, Tony Ramos, Sônia Braga. Por trás das grandes estrelas existe um exército de invisíveis que faz o show acontecer. E agora durante a pandemia deixaram todos fora do auxílio emergencial. A cultura é um braço importante da economia nacional que movimenta R$ 24 bilhões por ano. São mais de 5 milhões de pessoas envolvidas na cultura em todo o País.

O seu trabalho mais recente, o filme “Casa de Antiguidades”, foi indicado ao Festival de Cannes. Qual a importância do reconhecimento dessa obra que fala de racismo?
É muito importante. É um personagem muito próximo de todo o início da minha carreira. Ele é um segundo “Barravento” na minha vida. Nele, lutamos contra todo tipo de preconceito, todo tipo de perseguição, seja religiosa, de cor de pele ou contra nordestinos. Eu estava nas ruas na década de 50 e 60 vendo nascer o Black Panther, Malcolm X, Martin Luther king, Patrice Lumumba. Esse personagem do “Casa de Antiguidades” está cicatrizado na minha alma. Como dizia o Waly Salomão, “o cérebro é uma ilha de edição”. Eu só puxei, já estava tudo ali. Essa obra é especial nesse momento que todas as mãos negras e brancas estão nas ruas. Porque nós negros já estamos há décadas sem conseguir respirar.

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A Regina Duarte fez um desserviço à cultura. Traiu seus irmãos, traiu uma categoria. É como se ela dissesse que a carreira dela é uma mentira

O senhor já sofreu discriminação racial?
Claro e quantas vezes. Imagina o negro que quer ser artista. Quer viver da arte. Cuja arte nem era reconhecida. Foram muitos os caminhos para poder resgatar minha autoestima, sem ter ódio, sem ter qualquer tipo de azedume, sem sentimento de vingança. Mas nessa estrada eu fui registrando quantos impedimentos tive, quantas porteiras fechadas. Sempre respondendo e não perdendo o foco no objetivo da minha caminhada. Na escola em que estudei no Ipiranga, onde estudou Castro Alves na Bahia, eu era o único negro. Existe um processo subliminar covarde para que você se renda, fique de joelhos e não tenha força para continuar. É a arte da guerra. A gente precisa ter uma fortaleza para compreender o outro e criar uma terceira ou quarta pele pra poder suportar: sem ceder e sem achar que isso é maravilhoso. Eu sou representante de uma multidão que tem um grito sufocado.
Porque o governo Bolsonaro mantém um distanciamento da classe artística?
Porque é proibido pensar. A cultura é um instrumento socializador de qualquer civilização e alcança multidões. Com voz e vez ela pode dar esclarecimento ao povo e isso não serve para o atual governo.
A atriz Regina Duarte ficou muito pouco tempo no comando da Cultura. Qual foi o papel que ela desempenhou no governo?
A Regina é uma pessoa que eu conheço há quase 50 anos. Surpreendeu-me ela assumir um cargo e dizer que era a noiva do Bolsonaro. Eu não conhecia essa Regina. Ela esteve sem nunca ter estado. Fez um desserviço à cultura. Até hoje eu quero entender o que a Regina teve na cabeça. Ela traiu seus irmãos, traiu uma categoria. É como se ela dissesse que a carreira dela é uma mentira. Porque ela representou um governo que não tem o menor respeito pelos artistas.
Onde o senhor acha que o presidente quer chegar com os ataques às instituições e aos seus opositores?
Ditadura né! Só ele tem voz. Só ele decide. Ele mesmo disse que sabia onde estava o corpo do pai do presidente da OAB, o Felipe Santa Cruz. O Bolsonaro diz que a Ditadura não fez o serviço completo, tinha que matar e esquartejar. O que me surpreende é que ele não é uma mentira. Ele falou para uma deputada no Congresso: “eu não te estupro porque você não merece”. Disse que não gosta de mulher, de gay, de negro, de índio. Que movimento raivoso é esse dos eleitores que o escolheram? Poderiam ter escolhido Ciro Gomes, Alckmin, Haddad, qualquer um.
Desde a redemocratização dos anos 80, este é o período mais difícil para a democracia brasileira?
É. Porque você vivia na democracia mais longa, 30 anos. Houve um golpe democrático, porque o Bolsonaro foi eleito pelo voto. Mas a história não mente, porque o Mussolini foi eleito pelo voto. O Hitler também foi eleito com o voto. É um golpe mais pesado para a democracia. Porque o Bolsonaro é um civil, mas que mostra bem as garras ao sentar na cadeira de presidente da República. Ele dizia no Congresso que usava a verba de gabinete para comer mulher. É uma dor grande o atual momento.
De onde virá uma solução que responda às questões de miséria e desenvolvimento social do Brasil?
Ela virá no momento em que a esquerda tiver a capacidade de sentar, tirar os seus egos, esquecer as disputas ideológicas, ter humildade de enxergar o tamanho de nação com 212 milhões de habitantes, com um povo ávido para que os políticos apresentem uma nova maneira de agir. A esquerda ainda tem um discurso democrático seja com Brizola, Lula, Fernando Henrique ou Arraes. A direita não tem nada além de um pensamento fascista.

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Sou fã do Luiz Gama. Ele só foi aprender a ler e escrever aos 17 anos. E esse cara virou um dos maiores advogados da causa negra

Bolsonaro desrespeita os mais necessitados?
Ele diz que é só uma gripezinha. Ele classifica os filhos como 01, 02, 03, 04. Ele não tem coração, Bolsonaro não tem comportamento humano. Ele não tem um senso de família. Quem tem senso de família teria uma extensão da família ao lidar com o povo. Não existe o povo para ele. Os melhores amigos já estão se afastando.
A Covid-19 deixou claro que o barco Brasil não está preparado com botes salva-vidas para todos. Depois da pandemia o senhor acredita que as pessoas terão uma postura mais solidária frente à miséria.
Eu espero, mas isso não é uma questão brasileira, é uma questão mundial. O povo só se une a partir da tragédia. A solidariedade nasce com o combate ao sarampo, a gripe espanhola, na Segunda Guerra Mundial. Nesse momento a gente está tendo tempo de fazer uma revisitação aos nossos pensamentos para sermos melhores. O presidente esconde o resultado diário de mortes. Espero que a gente adquira uma consciência e saia dessa quarentena melhor.
A educação de jovens pobres no ensino público é de imensa desigualdade frente aos jovens do ensino privado. O isolamento mostrou a distância tecnológica?
Total distância. Entendo que quando você utiliza meios de comunicação, redes sociais para que o jovem com tablet e computador possa ter o direito de ter aula em casa. Mas milhões de jovens não tem esses instrumentos. É preciso que essa consciência possa emergir de nós nessa situação. Do mesmo modo que eu vivi, que eu senti por ser negro. Como você sai e constrói a partir da negação, do isolamento, da invisibilidade, do preconceito, de todo tipo de discriminação e emerge criando dignidade e autoestima? Estamos com a oportunidade de ver como a educação é realmente tratada apenas para alguns e não para a maioria.
É possível para o jovem das comunidades mais pobres, independentemente das questões raciais, competir em grau de igualdade no ensino público superior ou mesmo disputar uma vaga no mercado de trabalho?
Acredito que sim. Porque as oportunidades nascem mesmo num processo em que te negam. Aí é que você cria condições para moldar o ser humano que pretende ser. É a superação. Nós vamos sair desse processo superando muitas adversidades. Eu sou romântico. Vamos construir com a adversidade uma nova nação. Não acredito que a gente saia de tudo isso mais pobre.
Qual a expectativa das pessoas mais pobres, em especial da população negra com a atual crise econômica?
É mergulhar na fonte da educação. Independentemente de ser negro ou branco. Tem que trazer a educação para ser o pilar número um. Para, a partir da educação, crescer. Esse foi o legado que os meus pais me deram. O negro precisa disso. Nós precisamos disso. Os governantes não precisam nos dizer isso. Os nossos pais nos dizem isso desde muito cedo. O momento que o negro detém o conhecimento ele se torna muito importante. Sou fã do Luiz Gama, uma criança que nasceu livre. Com dez anos se tornou escravo, depois do pai, um fidalgo português, perder a liberdade num jogo de cartas. Ele só foi aprender a ler e escrever aos 17 anos. E esse cara virou um dos maiores advogados da causa negra. A educação é o conhecimento da alma humana.
O preconceito tende a aumentar?
Claro que vai aumentar. No momento que você detém o conhecimento ele é uma arma, uma força, é uma potência. Há um movimento no mundo que brota, para acordar. Para que os negros tenham voz e vez. Parece que surpreende esse preconceito, mas sempre esteve ali guardado. Estamos conquistando espaços que nos foram negados por centenas de anos. É uma reação visceral.
A reação da população brasileira à morte do garoto negro de 14 anos João Pedro foi proporcional ao tamanho da violência?
Não foi e é muito preocupante. Somos uma população formada por mais de 50% de pessoas negras. Nós estamos tendo uma reação muito maior com a morte do americano George Floyd do que as nossas crianças. Não só o João Pedro, assassinado com 70 tiros na sua residência, como outros 80 tiros do Exército no carro de uma família negra que ia para um chá de bebê. Não é normal. Eu fico muito espantado. Não existiu reação, não aconteceu e eu cobro isso. Precisa ter uma reação humana em se ver uma tragédia dessas. Me assusta ver como o braço do poder ainda metralha crianças negras.
Por que nos Estados Unidos a reação foi tão impactante?
Porque nos Estados Unidos você tem um componente de liderança muito forte, que é a igreja evangélica. Eu fui com a Benedita a Washington conhecer a igreja frequentada pelo Obama. A igreja evangélica americana traz pela religiosidade um calor, uma presença de organização e defesa do povo negro muito evidente. No Brasil, você tem na colonização um número de africanos sequestrados em mais de 54 países e que foram dizimados ao chegar ao maior interposto de escravos. As famílias que chegavam com conhecimento eram dizimadas ou classificadas como lotes e enviadas para distintos locais. Essa foi a realidade de fundação. Essa foi a grande manobra do colonizador para governar. O candomblé que poderia ser o guia religioso do negro do Brasil, perdeu esse elo com a causa. Nos Estados Unidos são 13% de negros, mas como uma força de organização muito maior que a nossa.

© Ann Ronan Picture Library

Em 1964 eu fui para a África. Eu podia ter me exilado na Europa ou no Chile. Mas queria conhecer mais a minha origem. Entendi a importância de James Meredith, o primeiro negro formado numa universidade americana

O governo Bolsonaro atrapalha no combate ao racismo?
Ele bota um presidente negro na Fundação Palmares que não se reconhece como tal.
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, chamou o movimento negro de: “escória maldita, que abriga vagabundos”. O que senhor responderia a ele?
É um negro que é um capataz. Ele acha que é loiro de olhos azuis. Ele não se enxerga. Ele não se olha no espelho? Que pobreza de alma desse homem! Ele está a serviço de quem, para quem? Eu tenho dificuldade de entender essa família negra que tem vergonha dele. Essa mãe que pariu esse cara tem que dizer que ele não é loiro de olhos azuis: você é negro. Sua pele grita do chicote que dobraram nas costas dos seus antepassados. O Sérgio é a avacalhação de uma raça, de um povo. Que chicote bateu nesse cara. Ele nega a Fundação Palmares que foi criada pela Benedita no governo do presidente José Sarney para dar dignidade e voz ao povo negro. Negar isso é negar a cultura brasileira. É negar dança, música, culinária, jeito de ser. Ele nasceu no coração do Brasil, não foi na Áustria. Não há muitas palavras para tentar classificar esse cidadão.
A atual geração está melhor educada para se defender dos preconceitos sociais.
Está sim. Na minha época a gente tinha a informação por cabo submarino. Por acaso até trabalhei nessa área na Uespa, uma empresa de telégrafo inglês. Você mandava a informação e só duas horas depois chegava. As notícias vinham de navio, demoravam. Hoje com tantas ferramentas tecnológicas que a globalização traz de presente dá para se comunicar com o mundo. Então tem uma juventude seja negra, branca, homens, mulheres que tem uma fonte de conhecimento para se libertar e tem condições de se organizar como nós não tivemos. A gente tem a luz do futuro. Quando eu sai do Brasil em 1964, em 16 de abril, no início da ditadura de Castelo Branco, eu fui para a África e fiquei quase dois anos por lá. Eu podia ter me exilado na Europa ou no Chile. Fui para a África porque eu queria conhecer mais, saber da minha origem, ter mais informação. Aprofundei-me na discussão racista. Entendi a importância de James Meredith, o primeiro negro que se formou numa universidade dos EUA, em 1963. Essa consciência eu tive a partir da leitura.
Em 80 anos de vida o que, essencialmente, mudou nas relações humanas no Brasil que pode nos deixar otimistas em relação ao futuro?
Mudou para melhor, eu olho no retrovisor da minha caminhada e vejo muita esperança nos olhos dessa juventude negra. O sucesso de representantes do povo negro como Thaís Araújo, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Fabrício Boliveira, Maju Coutinho me emociona. Porque eu vejo em cada um o resultado de uma trajetória que deu frutos. Sinto como se todos fossem meus filhos. Hoje vem uma juventude que não é racista, que não é alienada, que tem vigor e um olhar promissor. Também em relação à política essa nova juventude não é radical, ela faz política com mais generosidade. Eu tenho dito muito para a minha mulher e meus filhos que eu vou retardar a minha morte porque eu quero assistir o resultado desse projeto de humanidade. É um novo olhar que me dá força para continuar vivendo.
fonte:ISTOÉ - 12/06/2020 22h:56min.