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sábado, 8 de junho de 2019

Região de Irecê: Projeto UPT realiza aula inaugural em João Dourado



                                fotos: Lucas Publicidade/reprodução


A UNEB - Universidade do Estado da Bahia através do Campus XVI-Irecê, realizou a aula inaugural do Projeto Universidade Para Todos - 2019 no município de João Dourado na última quinta-feira(07). A extensão que funciona na cidade desde de 2012, já atendeu mais de 350 alunos, com uma aprovação de mais de 60 alunos nas Universidades Públicas e Privadas.

A aula aconteceu nas dependências da Câmera Municipal, sendo ministrada pelo gestor do Projeto no território de Irecê Jorge Luiz, que em nome do Diretor do Departamento prof. Claudio Meira saudou a todos os presentes e parabenizou o município pela parceria, sendo acompanhado pelo seu colega da UNEB Eddie Santana, tendo a como mestre de cerimônia a profª Leci que  leu uma mensagem do prefeito Dr. Celso Loula e em seguida houve a execução do Hino Nacional na abertura do evento.

O evento contou com a presença dos vereadores Flavio Eres e Marcia Fernandes, bem como da secretaria de Educação Marina Loula, da diretora  do Colégio Estadual Idalina Dourado profª Camila,  dos professores que irão atuar no projeto e dos cursistas, razão maior do projeto.

"Foi uma noite em que conversamos um pouco sobre o atual momento da educação brasileira, principalmente no ensino médio, e as perspectivas para os cursistas do projeto em João Dourado", afirmou Luiz, expressando e parabenizando o município pela parceria e compromisso com  projeto e a UNEB de Irecê e a SEC do Governo do Estado. 


Governo cancela assinatura de pacto entre poderes em apoio a reformas


[Governo cancela assinatura de pacto entre poderes em apoio a reformas]
foto:reprodução
O Palácio do Planalto decidiu adiar a cerimônia de assinatura do "Pacto pelo Brasil", protocolo de intenções que seria chancelado pelos chefes dos três poderes na próxima segunda-feira (10). De acordo com informações do jornal Estado de São Paulo, os envolvidos não chegaram a um acordo quanto ao formato do documento. 
A ideia inicial era construir um texto em defesa das reformas da Previdência, tributária, pacto federativo, e que também abordasse segurança pública e a desburocratização. “Nós não podemos transformar o texto em um documento de política partidária, ideológica”, avalia o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). 
Para o democrata, a proposta está "muito carimbada como pauta do governo", e é preciso avaliar a adoção de um pacto nos moldes anteriores. Em 2004 e 2009, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), documentos dessa natureza foram assinados pelo executivo, legislativo e judiciário. Também segundo a publicação, até o momento, foram redigidas pelo menos duas versões, sem que exista um consenso sobre os temas tratados. 
O primeiro documento foi sugerido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. Já a segunda opção foi redigida por Toffoli, Maia, pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e por Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado. Na ocasião, o quarteto se reuniu dois dias  depois das manifestações em defesa do governo, marcadas por ataques tanto ao Supremo quanto ao Congresso.
O texto também sofre resistências de líderes de partidos do partido do centrão, e críticas de membros do judiciário quanto a participação do presidente do Supremo – algo que pode ferir a independência do Judiciário. Desta maneira, a divulgação do “Pacto pelo Brasil” está suspensa por tempo indeterminado.

fonte:Bnews 08/06/19 - 

Trânsito: ‘Valor da cadeirinha é irrisório comparado ao de um caixão’, diz aliada de Bolsonaro

Christiane Yared

foto:Cléia Viana/reprodução Câmera dos Deputados
Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Christiane Yared (PL-PR) fez um dos discursos mais duros até agora contra o projeto de lei apresentado pelo governo que afrouxa punições nas regras de trânsito. Em discurso no plenário da Câmara na última quarta-feira, 5, ela criticou, principalmente, a suspensão de multas para quem não transportar crianças em cadeirinhas. 
"Quanto custa uma cadeirinha? Eu não sei o valor de uma cadeirinha, mas sei o valor de um terreno no cemitério. Eu sei quanto custa um caixão, eu paguei o caixão do meu filho. Eu sei quanto custa choro, flores", disse Christiane. Seu filho, Gilmar Souza Yared, foi morto em 2009, após o carro do ex-deputado estadual José Carli Filho atingir o veículo em que estava. Na ocasião, exames apontaram que Carli Filho estava embriagado.
Em entrevista ao Broadcast/Estadão, serviço de cobertura em tempo real do Grupo Estado, Christiane afirmou que Bolsonaro teve pressa em apresentar a proposta "no afã de mostrar que está fazendo alguma coisa", mas disse que o presidente não fez isso "com a intenção de prejudicar a população brasileira". Para ela, além da obrigatoriedade do uso da cadeirinha, ela defende que exames toxicológicos para motoristas profissionais possam ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e afirma que é até favorável ao aumento de pontos na carteira de motorista, mas diz que é preciso fazer uma análise primeiro para saber qual aumento pode ser tolerado. 
A deputada federal Christiane de Souza Yared Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
A senhora perdeu o seu filho em um acidente de carro e tem sua atuação política voltada para o combate à violência no trânsito. Como a senhora avalia o projeto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro? 
Sabemos que é uma promessa de campanha dele. O que sugerimos ao presidente é que daríamos a ele saídas para essas promessas que ele fez e que seriam viáveis para o País. Eu vi que houve uma pressa na apresentação desse projeto e ele não vai passar do jeito que está no Congresso porque nós, ali, estamos na defesa do trânsito mais seguro. Já temos, inclusive projetos apresentados, como os 40 pontos na carteira para profissionais da área – caminhoneiros, taxistas, motoristas de Uber, quem trabalha diretamente no trânsito, entregadores, caminhões de pequeno porte. 
Então a senhora é a favor de aumentar pontos na carteira para os motoristas profissionais?
Sim. A gente vê, por exemplo, como motoristas de táxi que param para desembarcar e acabam sendo multados, e às vezes nem viram que pararam onde não poderia. Não são multas graves ou gravíssimas. São multas médias. Nós até sugerimos algumas mudanças para essa situação. 
Mas para o condutor como nós, motoristas normais, estamos conversando para ver se a gente teria a possibilidade de aumentar um pouco essa pontuação. Nossa preocupação é realmente segurança. A preocupação em relação ao farol aceso durante o dia é importantíssimo. A gente viu aí uma redução de 15% das mortes nas estradas, nas rodovias no país, que é realmente um número significativo, em relação a quando não se havia obrigatoriedade do farol (aceso). 
Quais outros pontos do projeto a senhora defende que sejam alterados? 
Vemos com extrema preocupação a questão das cadeirinhas. Isso, para nós, foi motivo até de manifestação em plenário mostrando que o valor de uma cadeirinha é completamente irrisório se você for comparar a um terreno no cemitério, a um caixão, ao tempo de choro e flores. 
Trouxemos essa realidade para dentro do plenário para mostrar que os valores desses dispositivos de segurança para crianças são valores mínimos, que a gente poderia até conseguir algumas reduções com isenções de impostos, projetos que já foram apresentados. Sem contar que há ONGs no Brasil inteiro que providenciam esses equipamentos para famílias que não têm possibilidade de comprar. 
Também vemos com preocupação a questão dos dez anos para renovar uma habilitação. Às vezes, em questão de dois anos as pessoas podem ter um glaucoma, um prejuízo de visão sério e continuar dirigindo. No meu caso, o jovem que matou o meu filho teve a habilitação concedida aos 18. Quando ele fez a renovação estava com 23 anos, e quando fez 26 era um drogado. Ele tinha um problema sério com alcoolismo, tinha bebido quatro garrafas de vinho. Ele já tinha um histórico de pontos assustador na carteira e continuava dirigindo. Matou duas pessoas. 
O presidente chegou a procurar a senhora ou outros parlamentares que atuam na mesma área para ouvi-los antes de apresentar o projeto? 
Eu tive uma reunião com o ministro Tarcísio (de Freitas), da Infraestrutura, e mostrei a minha preocupação. Até porque eu já tinha ouvido falar sobre o projeto. Inclusive, comentei que eu gostaria de conversar com o presidente Bolsonaro porque, como estamos com essa bandeira há dez anos, eu até sugeri que eu poderia contribuir com o projeto para deixá-lo mais seguro para a sociedade. Mas, infelizmente, não consegui ter essa conversa com o presidente. 
Mas agora, apresentado à Câmara, ele vai ter que passar pelas comissões. Estou lutando para pegar a relatoria porque, como relatora, eu posso apresentar algumas saídas para que o presidente fique bem. 
Tenho certeza de que ele não fez isso com a intenção de prejudicar a população brasileira, mas num afã de tentar mostrar que tem muita coisa que pode ser resolvida. Infelizmente, com o que temos hoje no Brasil, não há educação para o trânsito, não tem fiscalização. Não temos nada em relação às tragédias de trânsito. 
Um dos argumentos do presidente é de que existe uma “indústria da multa” no país e que as pessoas não precisariam necessariamente receber essas multas, elas poderiam receber advertências, algo no sentido mais educativo. Funciona? 
Quanto à indústria da multa, eu dei uma sugestão porque fui relatora de um projeto, que está parado, para que as empresas sejam contratadas para prestar serviço e não para cobrança por multa aplicada. Então, a empresa seria contratada, ela presta um serviço por um tal valor, independente da quantidade de multas que ela apresenta. Temos infratores contumazes que continuam fingindo indiferença à multa que recebem, tanto é que tem carros aí com quase um milhão em multas. Porque é um infrator contumaz, esse não tem o que fazer com ele. Esse realmente tem que punir. 
A senhora apoia o presidente Bolsonaro, é de sua base aliada. No momento em que ele apresenta um projeto como este, isso frustra de alguma forma o seu apoio? 
Veja, o que ocorre é o seguinte: é como você ter um amigo que de repente não concorda ou não faz aquilo que você acredita. Se tem opinião, não vai perder a amizade ou o relacionamento por causa disso. Mas olha, não é bem assim. É o que nós estamos fazendo com o presidente. 
Sabemos que é sua promessa de campanha, o que estamos mostrando é que não é bem assim, não é por esse caminho. Temos especialistas na Casa. Se nós legislamos para um país melhor, a nossa preocupação é defender as pessoas de bem do País e não os assassinos, os vagabundos sem vergonha que não estão nem aí para o País. Nossa voz dentro do Congresso Nacional é a voz das pessoas de bem.
O projeto tem condições de ser aprovado do jeito que está, sem mudanças? 
É uma oportunidade de levarmos esse assunto a toda a sociedade brasileira e fazer com que as pessoas acordem para essa realidade. O inimigo número um que o Brasil tem, em mortes de crianças, é o trânsito. As famílias insistem em não levar seus filhos nos dispositivos de segurança que são vendidos. O preço de um dispositivo desse é irrisório perto das consequências. 
A senhora pretende conversar com o Rodrigo Maia nesta semana? 
Pretendo sim, e alguns líderes de partidos já me procuraram pedindo para que eu pegue a relatoria. Se dependesse só de mim, eu pegaria sim a relatoria do projeto. Mas depende do presidente da Casa e da articulação dos próprios partidos. Até pedi aos líderes que sugerissem o meu nome. Estou pronta e lutaríamos para apresentar um projeto de lei à Casa que possa ser feito. 
Com as mudanças nos pontos que a senhora já citou? 
Sim, tem coisas que sabemos que não dá para a gente aceitar. Tem pontos em que vamos lutar até o fim e não vamos desistir dessa briga árdua, porque são vidas. 
O que mudou na sua trajetória pessoal e política desde a tragédia com o seu filho? 
Mudou tudo. Eu era uma empresária, tinha uma empresa de confeitaria, grande e conhecida no estado do Paraná. Trabalhei 30 anos nessa empresa, graças a Deus era bem sucedida e em uma madrugada fui acordada por dois agentes federais que traziam a informação da morte do meu filho. Na hora eu não entendi muito bem, até achei que fosse um assalto. Corri para falar com a polícia e me transferiram para o Corpo de Bombeiros, e tive a certeza de que tinha acontecido uma coisa séria. No IML, não deixaram meu esposo reconhecer o corpo. Pediram para que ele não entrasse, porque falaram que nunca tinham visto nada igual e que ele não dormiria mais na vida. Depois, eu recebi no cemitério um caixão lacrado, caramelo com alças prateadas. E foi muito difícil. 
Para toda mãe, toda família que perde filhos dessa maneira muito bruta, muito violenta, a reestruturação familiar é muito complicada depois. Porque normalmente a gente não quer fazer mais nada da vida. Normalmente as famílias se desmancham. Não aceitei tomar medicação porque eu tinha medo de ficar dependente. Com o tempo eu compreendi... no dia que eu o enterrei, eu disse para ele que eu não ia enterrá-lo, ia plantá-lo. Criei uma ONG. Já dei quase 3 mil palestras, na ânsia de tentar diminuir essas mortes no trânsito. 

fonte:Estadão 08/06/19 - 07h:54min.

EUA: Para Donald Trump, a Lua “faz parte de Marte”

foto: (Jim Young/Reuters)

Em deslize pelo Twitter, presidente americano afirma que Nasa não deveria investir em projetos para retornar à Lua, para os quais prometeu US$ 1,6 bilhão

A Lua é um satélite da Terra. Marte é outro planeta do sistema solar, certo? Não, de acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Como “ensina” o republicano, que não acredita em aquecimento global, a Lua faz parte do “Planeta Vermelho”.
Em postagem confusa em sua página oficial no Twitter nesta sexta-feira, 7, o presidente americano afirmou que a Agência Especial Americana (Nasa) não precisa investir em projetos para voltar à Lua, mas, sim, “concentrar-se nas coisas muito maiores que estamos fazendo, incluindo Marte (do qual a Lua faz parte) ”.
Trump abordava os investimentos já feitos pela agência espacial americana para voltar ao único satélite da Terra – os mesmos que, em maio passado, ele recomendava. Naquela época, ele afirmou que destinaria 1,6 bilhão de dólares a mais do orçamento nacional para que a Nasa voltasse a investir em uma nova viagem espacial à Lua.
Não ficou claro o que fez o presidente mudar de ideia. Segundo Trump, voltar ao satélite natural da Terra não deveria ser prioridade. E, acertadamente, concluiu: “Já fizemos isso há 50 anos”.
 Seguidores de Trump no Twitter ironizaram e destilaram ironias e humor em seus comentários sobre o post do republicano. Vários deles questionaram a mudança de postura do líder sobre a nova missão para a Lua, enquanto outros caçoaram de sua posição sobre o satélite pertencer a Marte.
“Espera, a Lua faz parte de Marte? Eu faltei a esse dia na aula de Ciência? ”, brincou uma seguidora.
“Imagine como ele fala com outros líderes mundiais durante as duras negociações com tradutores. Se Trump é confuso e incoerente no Twitter em inglês, imagine o que acontece em outros lugares. É assustador e absolutamente perigoso”, escreveu outro usuário.
“A Lua não faz parte de Marte, mas fique à vontade para cumprir sua sentença de prisão em qualquer um deles!”, escreveu mais um seguidor, em referência aos pedidos de impeachment e de abertura de processo criminal contra Trump levantados por membros do Partido Democrata.
Após a postagem do presidente americano, o termo The Moon (A Lua), se tornou um dos mais comentados do Twitter nesta sexta-feira, 7. Mais cedo, a Nasa anunciara a abertura da Estação Espacial Internacional (ISS) para viagens turísticas e empresariais a partir de 2020.
A medida permite que empresas privadas possam alugar por um tempo parte da ISS. Entre os propósitos comerciais, as viagens poderiam ser usadas para gravação de filmes e propagandas, além de testes de novos produtos. Trump ainda não manifestou interesse na excursão pelas redes sociais.
fonte:Veja.com - 08/06/19 - 07h:43min.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Bahia: Justiça Federal determina que MEC suspenda contingenciamento nas universidades federais


[Justiça Federal da Bahia determina que governo suspenda contingenciamento nas universidades federais]
foto:ag.Brasil/reprodução

Alegando abuso de direito, a Justiça Federal da Bahia determinou, nesta sexta-feira (7), a suspensão do contingenciamento realizado pelo Ministério da Educação (MEC) nas universidades federais. Se a decisão não for cumprida em 24 horas, haverá multa diária de R$ 100 mil.
"Acolho o pedido de tutela de urgência para determinar a suspensão dos bloqueios realizados pelo MEC sobre as verbas discricionárias do orçamento das universidades federais", decidiu a juíza Renata Almeida de Moura Isaac, da 7ª Vara Federal, na Bahia. 
Segundo a revista Época, a determinação ocorreu na ação apresentada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB).
A juíza lembrou que, geralmente, o Judiciário não interfere em bloqueios determinados pelo Executivo, a não ser quando é "verificada ilegalidade ou exigência que se afaste das normas constitucionais". No caso em tela, a magistrada destacou que houve "abuso de direito", pois não foi feito "prévio estudo técnico e minucioso, inclusive com a participação dos representantes destas instituições, para fins de se garantir que o bloqueio incidente sobre as verbas discricionárias não interferirá na continuidade das atividades acadêmica".
Ela também ressaltou que não está defendendo a "irresponsabilidade da gestão orçamentária", mas "assegurando que os limites de empenho, especialmente em áreas sensíveis e fundamentais segundo a própria Constituição Federal, tenham por base critérios amparados em estudos que garantam a efetividade das normas constitucionais".
A União foi intimada a se manifestar na ação e afirmou que foi realizado um contingenciamento em todo o MEC e que não haveria como isto não atingir as universidades. Segundo o governo, o bloqueio foi "operacional, técnico e isonômico" em relação a todas as instituições, mas os valores podem ser desbloqueados se a arrecadação melhorar.
Pelo menos três ações estão no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o contingenciamento. Os processos são relatados pelo ministro Celso de Mello.

fonte:Ag. Brasil/reprodução

Rio: Corte no Censo Demográfico de 2020 do IBGE motiva quinto pedido de exoneração em menos de 24 horas

RIO – O corte no questionário do Censo Demográfico, que vai a campo no País em 2020, motivou mais uma baixa no corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7.
IBGE2
foto:reprodução/Estadão

O gerente da Coordenação de Métodos e Qualidade, na área de Metadados, José Guedes, pediu exoneração, informou o sindicato de servidores do órgão, o Assibge.

Guedes foi o quinto servidor a pedir exoneração em menos de 24 horas. Nesta quinta-feira, 6, quatro servidores em posições de chefia já tinham entregado seus cargos em protesto contra a forma como a atual direção vem conduzindo os preparativos para o levantamento censitário.
Os técnicos que pediram exoneração foram Andréa Bastos, assessora da Diretoria de Pesquisas; Marcos Paulo Soares, coordenador de Metodologia e Qualidade; Barbara Cobo, coordenadora de População e Indicadores Sociais; e Leila Ervatti, gerente de análise demográfica.
"O mais importante núcleo técnico ligado ao Censo Demográfico acaba de anunciar um pedido coletivo de exoneração por compreender que o processo vem sendo conduzido de forma inadequada, em desatenção às evidências técnicas sistematizadas em estudos sólidos apresentados à Direção do IBGE", justificou ontem uma carta sobre o pedido coletivo de exonerações, distribuída pelo sindicato.
Procurado pela reportagem, o IBGE informou, em nota, que “entende e respeita a decisão, por esta ser um direito dos servidores envolvidos”.
Segundo o órgão, os cargos de chefia que ficaram vagos com os pedidos de exoneração serão ocupados por outros técnicos do instituto.
“O importante é unir forças para realizar um excelente Censo, preservando a missão institucional da Casa”, respondeu a assessoria de comunicação do órgão, em nota.
O anúncio da demissão coletiva foi feito durante o debate de lançamento da campanha Todos Pelo Censo 2020, na noite de quinta-feira, no Rio, onde fica a sede do instituto.
No evento, que reuniu cerca de 300 pessoas, três ex-presidentes do órgão fizeram a defesa pública da manutenção do Censo conforme formulado pela equipe técnica: Roberto Olinto, Wasmália Bivar e Eduardo Nunes.
Todos lembraram a excelência do trabalho exercido pelo instituto e pediram aos servidores presentes, vários ainda em cargo de gerência, que não abandonem suas posições apesar das supostas pressões e ingerências sobre o trabalho técnico do órgão.
"Há uma tentativa de descrédito à equipe do IBGE sistematicamente", discursou Roberto Olinto, substituído no fim de fevereiro pela atual presidente, Susana Cordeiro Guerra.
Os técnicos presentes no debate desconstruíram argumentos da nova direção para justificar a necessidade de um censo mais enxuto.
Wasmália Bivar, que antecedeu Olinto na presidência, lembrou que pesquisa amostral não alcança o nível municipal e que o órgão já utiliza registros administrativos há décadas na sua produção, apesar das dificuldades de obter informações com regularidade de órgãos oficias.
"Quem trabalha com registro administrativo sabe como é árduo manter esse acesso de forma consistente ao longo do tempo", relatou Wasmália.
A ex-presidente lembrou ainda que o instituto já integra a Comissão de Estatísticas das Nações Unidas e que firma parcerias com países que produzem estatísticas de forma bem-sucedida, em uma crítica à busca de Susana por consultorias do Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Convidamos quem fez, não quem ouviu falar de quem fez", disse ontem Wasmália.
O Censo Demográfico foi orçado pela equipe técnica em pouco mais de R$ 3 bilhões, mas Susana Cordeiro Guerra anunciou que fará o levantamento com R$ 2,3 bilhões.

"O Censo deixou de ser Censo. O Censo virou uma contagem rápida de população", criticou Eduardo Nunes, que presidia o IBGE no Censo de 2010.
fonte:Estadão 07/06/2019 23h:10min.