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sábado, 6 de março de 2021

Mundo: Protestos no Paraguai pedem saída de presidente por má gestão da Covid

 

Protestos no Paraguai pedem saída de presidente por má gestão da Covid
Foto: Reprodução / AFP

Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas nesta sexta (5) em Assunção após confrontos nas ruas entre policiais e manifestantes, que pedem a saída do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, pela má gestão da pandemia.

O país vive seu pior momento da crise sanitária, com falta de insumos em hospitais, recorde de novos casos de Covid e vacinação lenta.

Durante o dia, houve protestos em Ciudad del Este e em Assunção. O ato na capital, perto do Congresso, começou pacífico, reunindo jovens que usavam máscaras.

A confusão teve início perto das 20h, quando policiais começaram a reprimir os manifestantes em resposta à provocação de um grupo pequeno de homens encapuzados --participantes dizem que eles haviam sido infiltrados.

Forças de segurança dispararam balas de borracha e bombas de gás em grupos reunidos perto do Congresso. Os ativistas derrubaram barreiras de segurança, construíram barricadas e atiraram pedras na direção dos agentes.

O confronto se espalhou pelas ruas do centro da cidade, que registrou cenas de batalha campal. Em alguns locais, os agentes agitaram panos brancos para tentar pedir que os ativistas se acalmassem.

Após a confusão, parte dos manifestantes foi até a sede da Polícia Nacional exigir falar com o comandante da força, para saber quem havia dado a ordem para o ataque.

Os atos nas ruas ganharam força mesmo após a saída do ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, nesta sexta. Ele deixou o cargo após o Senado aprovar uma resolução que pedia seu afastamento. Sua gestão foi criticada por conta da falta de insumos nos hospitais, a demora na chegada de vacinas e por casos de corrupção que não foram punidos.

Segundo o jornal local ABC, grupos de manifestantes permaneceram em vigília na madrugada diante do Congresso e esperavam convocar novos atos para este sábado (6).

Ainda segundo o jornal, o primeiro escalão do governo está reunido para discutir a crise, e o presidente pediu que todos os ministros coloquem seus cargos à disposição.

"Em nome do presidente, anuncio que ele escutou o povo. Chama pela paz, pela calma entre os paraguaios, e respeita as manifestações pacíficas", disse Juan Manuel Brunetti, ministro de Tecnologias da Informação e Comunicação. A expectativa era de que Abdo Benítez fizesse um pronunciamento público ainda neste sábado para anunciar mudanças administrativas.

O senador Hugo Richer, da coalizão de esquerda Frente Guasu, pediu a renúncia do presidente e do vice e a convocação de novas eleições.

"Precisamos de um governo que lidere o processo [da crise econômica, sanitária e social], e não acredito que Abdo Benítez tenha essa capacidade."

Segundo o governo paraguaio, há quase 300 pacientes de Covid em UTIs. Até quinta (4), o país somava 164 mil casos da doença e 3.256 mortes desde o começo da crise.

O presidente Abdo Benítez tomou posse em 2018. Um ano depois, escapou de um processo de impeachment, motivado pela revelação de um acordo secreto entre Brasil e Paraguai sobre a energia gerada em Itaipu, que foi considerado prejudicial aos paraguaios e acabou cancelado.

Na Cúpula do Mercosul, realizada em Bento Gonçalves (RS) em 2019, Abdo Benítez agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por seu "apoio quando houve uma ameaça à nossa democracia", referindo-se ao processo de impeachment. O Planalto atuou para arrefecer o processo. Na ocasião, Bolsonaro chamou o mandatário de "irmão paraguaio".

Antes do pronunciamento do presidente paraguaio neste sábado, a reportagem ouviu de políticos que, por ora, o setor majoritário do partido Colorado, dominado por Horacio Cartes, não votaria por sua saída.

Abdo, 49, integra o Partido Colorado, que governa o país de forma quase ininterrupta desde os anos 1940, inclusive durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).

FONTE: FOLHAPRESS - 06/03/2021

Bahia: Estado decide prorrogar 'lockdown' na RMS por mais uma semana

 

Governo da Bahia decide prorrogar 'lockdown' na RMS por mais uma semana
Foto: Betto Jr / Secom PMS

O governo da Bahia decidiu prorrogar por mais uma semana o decreto que restringe atividades não essenciais na Região Metropolitana de Salvador. A decisão foi tomada pelo prefeito Bruno Reis, pelo governador Rui Costa e demais gestores da RMS, em reunião virtual feita neste sábado (6), mesmo dia em que o estado bateu mais um recorde de internações por Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva públicas. 

 

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, atualmente há 1.021 pessoas internadas em UTIs do SUS. Destas, 997 são adultos. Uma taxa de ocupação de 86% dos 1.165 leitos disponíveis até o momento.

 

Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, as atividades não essenciais podem ser liberadas antes do próximo domingo, dia 14 de março, desde que essa taxa de ocupação fique abaixo de 80%. Além disso, os prefeitos cogitam determinar medidas ainda mais restritas no próximo fim de semana, fechando inclusive mercados, se o número de contaminados continuar crescendo.

 

Os gestores chegaram à conclusão após avaliação dos números do novo coronavírus na cidade. Mesmo com a abertura de novos leitos no Hospital Salvador, na tenda da Arena Fonte Nova, do novo gripário em São Cristóvão e na segunda unidade de suporte ventilatório nos Barris, a taxa de ocupação de leitos em Salvador é de 85% e, na Bahia, é de 87%. Para evitar o colapso no sistema de saúde, a saída foi, mais uma vez, prorrogar a medida de restrição do comércio por mais uma semana e, assim, garantir o isolamento social e diminuir a taxa de transmissão.
 


“Após sete dias de suspensão das atividades não essenciais em nossa cidade, já começamos a observar uma pequena queda no número de casos ativos, mas ainda muito incipiente diante da gravidade que estamos vivendo neste momento. As UPAs ainda estão cheias: neste momento, 47 pacientes estão aguardando regulação para hospitais de campanha. Fizemos um esforço grande esta semana e, mesmo assim, os números não cederam. A rede privada está praticamente colapsada, com a maioria dos hospitais com mais de 95% de ocupação e pacientes aguardando vagas. Por isso, na reunião de hoje, com a presença do governador e dos prefeitos da região metropolitana, decidimos prorrogar as medidas por mais sete dias”, declarou Bruno Reis.

 

PROTOCOLOS


No encontro, os gestores também trataram dos protocolos para o retorno das atividades econômicas de forma escalonada, assim que for possível. Os detalhes serão discutidos em um próximo encontro, previsto para acontecer na próxima terça-feira (9).

 

MEDIDAS


Segue em vigor o toque de recolher determinado pelo governo do Estado, até o dia 1º de abril, que restringe a locomoção noturna de pedestres entre 20h e 5h do dia seguinte. Com a prorrogação, poderão funcionar apenas os estabelecimentos que comercializam alimentos ou que prestam serviços de saúde e utilidade pública, como supermercados, panificadoras, delicatessens e açougues; farmácias; agências bancárias e lotéricas; serviços públicos considerados essenciais; além de estabelecimentos que estejam funcionando em delivery (cujo regime está liberado até meia-noite), e sistema de retirada no local desde que mantidas as portas fechadas ao público.  

 

Além disso, poderão seguir funcionando serviços de saúde e hospital dia; serviços de imagem radiológica; atendimentos de tratamentos contínuos a exemplo de oncologia, hemoterapia e hemodiálise; laboratórios de análises clínicas; estabelecimentos que forneçam insumos hospitalares; clínicas veterinárias e pets shops, à exceção do serviço de banho e tosa; e postos de combustíveis.

 

EVENTOS E ATIVIDADES ESPORTIVAS


Fica vedada a prática de quaisquer atividades esportivas coletivas amadoras durante o período, sendo permitidas as práticas individuais, desde que não gerem aglomerações. 

 

Além disso, deverão ser suspensos eventos e atividades, independentemente do número de participantes e ainda que previamente autorizados, que envolvam aglomeração de pessoas, tais como: eventos desportivos coletivos e amadores, religiosos, cerimônias de casamento, eventos recreativos em logradouros públicos ou privados, circos, eventos científicos, solenidades de formatura, passeatas e afins, bem como aulas em academias de dança e ginástica.

 

Os atos religiosos litúrgicos poderão ocorrer, respeitados os protocolos sanitários estabelecidos, especialmente o distanciamento social adequado e o uso de máscaras, bem como com capacidade máxima de lotação de 30%.


fonte: BAHIA NOTÍCIAS - 06/03/2021

Flávio Bolsonaro pagou R$ 181 mil à vista em imposto e taxas, além de R$ 2,9 mi de entrada na mansão

BRASÍLIA – Além dos R$ 2,87 milhões que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deu de entrada pela casa que comprou em Brasília, ele precisou desembolsar mais R$ 181.111,85, à vista, para quitar impostos e taxas referentes ao negócio.

Ao todo, o imóvel à beira do lago Paranoá adquirido pelo filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro custou R$ 5,97 milhões, mas a maior parte, R$ 3,1 milhões, foi financiada pelo Banco de Brasília (BRB). Flávio se comprometeu a pagar o valor em 30 anos. De acordo com a escritura do imóvel, o empréstimo bancário não inclui impostos e taxas.

Vista aérea da ,ansão vendida por cerca de R$ 6 milhões ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) © DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Vista aérea da Mansão vendida por cerca de R$ 6 milhões ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)

Só de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cuja alíquota no Distrito Federal é hoje de 3% sobre o valor da venda, foram R$ 179,1 mil. Já a escritura do imóvel e o registro totalizaram outros R$ 2.011,95, segundo tabela da associação de cartórios do Distrito Federal.

De acordo com o empresário Juscelino Sarkis, sócio da empresa que vendeu o imóvel a Flávio, o senador realizou depósitos que somam R$ 1,09 milhão até o momento, de forma parcelada: R$ 200 mil em 23 de novembro; R$ 300 mil em 10 de dezembro; e R$ 590 mil em 11 de dezembro. As informações constam de nota divulgada pelos advogados de Juscelino.

A informação contradiz o que consta na escritura – segundo a qual Flávio já teria pago R$ 2,87 milhões pelo imóvel. Na última segunda-feira, Flávio teve um novo gasto: o senador teve de pagar a primeira prestação do financiamento no Banco de Brasília. As prestações são de R$ 18,7 mil mensais.

Como mostrou o Estadão, as parcelas representam o equivalente a 70% dos rendimentos de Flávio, que, como senador, tem salário líquido de R$ 24,9 mil. Questionado sobre o pagamento dos impostos por meio de sua assessoria, o senador não respondeu.

Casa fica em área nobre da capital federal

A nova casa do filho do presidente da República é no setor de Mansões Dom Bosco (SMDB), no Lago Sul, bairro nobre da capital. Foi vendida em anúncio como “a melhor vista de Brasília da suíte máster”. O senador, no entanto, registrou o imóvel em um cartório de Brazlândia, cidade da zona rural do Distrito Federal que fica a 50 km do Plano Piloto. A casa tem 1,1 mil m², com quatro suítes amplas, academia, piscina e spa com aquecimento solar.

O valor do novo imóvel é mais que o triplo do total de bens declarados pelo senador à Justiça Eleitoral em 2018, de R$1,7 milhão. Naquela ocasião, entre os itens declarados constavam um apartamento residencial na Barra da Tijuca, no Rio (R$ 917 mil), uma sala comercial no mesmo bairro (R$ 150 mil), 50% de participação da empresa Bolsotini Chocolates (uma franquia da Kopenhagen, de R$ 50 mil), um veículo Volvo XC de R$ 66,5 mil e aplicações e investimentos que somavam R$ 558,2 mil.

Em um vídeo divulgado na terça-feira, 2, Flávio afirmou que, além do financiamento no BRB, vendeu um outro imóvel no Rio para comprar a casa em Brasília. O negócio, porém, não foi registrado em cartório.

Flávio foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No Senado, partidos de oposição pressionam pela abertura de um processo contra Flávio no Conselho de Ética da Casa.

fonte:Estadão 06/03/2021

Segue a cartilha: YouTube remove vídeo da deputada Bia Kicis por desinformar sobre covid-19

 O YouTube removeu neste sábado vídeo postado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) em seu canal na plataforma por promover desinformação sobre a covid-19. No vídeo, a deputada, indicada pelo presidente Jair Bolsonaro e cotada para assumir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, fazia uma entrevista sobre vacinação com um médico negacionista da pandemia, chamado Alessandro Loiola.

O médico é autor do livro intitulado "Covid-19: a fraudemia", um compêndio de teses anticientíficas e teorias conspiratórias. Recentemente, o YouTube havia removido outra entrevista com Loiola, ao jornalista Luís Ernesto Lacombe. Credita-se também a ele um tuíte que teria inspirado citação feita pelo presidente Bolsonaro em sua 'live' de 25 de fevereiro a um estudo alemão sobre efeitos colaterais do uso de máscaras, um artigo que não havia sido revisado por pares acadêmicos nem publicado por revistas científicas, incapaz de comprovar relação com os problemas mencionados em crianças.

A deputada federal Bia Kicis, usando a máscara com os dizeres 'e daí?', em maio do ano passado; ela é cotada para presidir a comissão mais importante da Câmara © DIDA SAMPAIO/ESTADÃO (21/5/2020) A deputada federal Bia Kicis, usando a máscara com os dizeres 'e daí?', em maio do ano passado; ela é cotada para presidir a comissão mais importante da Câmara

"A minha resposta será no Parlamento, como uma deputada que seguirá lutando pela liberdade de expressão e contra os abusos daqueles que se julgam donos da verdade e querem transformar a ciência em uma ciência fascista, sem espaço para o debate e a pluralidade", disse a deputada Bia Kicis ao Broadcast/Estadão, reagindo à medida tomada pela plataforma de vídeos.

"O YouTube tem políticas claras sobre o tipo de conteúdo que pode estar na plataforma e não permite vídeos que promovam desinformação sobre a covid-19", declarou a plataforma do Google, por meio de nota. "Desde o início de fevereiro, analisamos e removemos manualmente mais de 800 mil vídeos relacionados a afirmações perigosas ou enganosas sobre o vírus. É nossa prioridade fornecer informações aos usuários de maneira responsável, por isso continuaremos com a remoção de vídeos que violem nossas regras."

fonte: ESTADÃO - 06/03/2021 18h.

Bolsonaro muda o tom e admite possibilidade de se vacinar contra a covid-19


 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da República voltou a espalhar desinformação sobre a vacina contra o coronavírus. Disse que, por ter se contaminado, estaria mais imunizado que alguém que tomou o medicamento. Na verdade, pesquisas mostram que quem se infectou pode ficar livre da doença por alguns meses. Mas os anticorpos desenvolvidos diminuem até que o paciente esteja novamente vulnerável. A vacina, a máscara e o isolamento social são os meios mais seguros de se proteger contra o vírus.

Apesar disso, Jair Bolsonaro (sem partido) cogitou, pela primeira vez, indiretamente, a possibilidade de fazer uso do imunizante. Em janeiro, o Palácio do Planalto decretou sigilo sobre o cartão de vacina do presidente. O chefe do Executivo foi filmado falando com apoiadores na noite dessa sexta-feira (5/3). "Eu, por exemplo, tem alguns me perturbando, 'tome vacina'. O que é a vacina? Não é o vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Estou imunizado. Deixa outro tomar vacina no meu lugar", disse.

"Lá na frente, depois que todo mundo tomar, seu eu resolver tomar, porque, no que depender de mim, é voluntário, não podemos obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei", assumiu. Por diversas vezes, o presidente desdenhou da vacinação contra o coronavírus, e chegou a comemorar quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente os testes. A fala de Bolsonaro mostra uma mudança de postura.

"Estamos disponibilizando vacina para todo mundo no Brasil. Gratuita e voluntária. Alguns governadores votaram uma emenda via parlamentares, para os estados comprarem vacina. Mas quem vai pagar a conta? Eu, não. Se quiserem comprar, podem comprar, mas a vacina vem para o Plano Nacional de Imunização", avisou o presidente.

O país registrou, nas últimas 24 horas, 1,8 mil mortes por coronavírus, segundo Ministério da Saúde. É o segundo maior número de mortes em um dia. Na quarta-feira (3/3), a cifra chegou a 1.910. Com pequenas variações, o número de óbitos por semanas epidemiológicas também tem apresentado crescimento.

fonte:Correio Braziliense 06/03/2021

Covid-19: Voos saindo do Brasil só são aceitos em outros dez países do mundo, diz site



   foto: reprodução/Correio da Bahia

Os voos que saem do Brasil são aceitos apenas em outros dez países do mundo. A lista foi apresentada por um mapa interativo divulgado pelo site de viagens Skyscanner. Outros 215 países recebem somente voos de emergência, com restrições moderadas ou fortes. Alguns deles fecharam totalmente as portas para brasileiros.

A restrição imposta ao Brasil ocorre em um momento que o país ocupa o posto de terceira nação com mais infectados pelo novo coronavírus e a segunda com o maior número de mortos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Além disso, a variante P1, detectada pela primeira vez em Manaus, ligou o alerta para a possibilidade de piora nos casos da doença.

Confira lista:

Bolívia;

Costa Rica;

México;

República Dominicana;

Seychelles;

República Centro-Africana;

Eslováquia;

Afeganistão;

Albânia;

Macedônia do Norte.

fonte:Bahia.Ba 06/03/2021

Covid-19: Temos de escolher quem vai pra UTI, diz diretor da Santa Casa em Porto Alegre


Abrir novos leitos de UTI, restringir a circulação das pessoas e acelerar as campanhas de vacinação.

Para o cirurgião Antonio Nocchi Kalil, essas três estratégias representam o único caminho possível para conter o agravamento da pandemia de covid-19 no Rio Grande do Sul e reverter o colapso do sistema de saúde, que já opera acima de sua capacidade.

Diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Kalil avalia que a situação piorou repentinamente a partir das duas últimas semanas de fevereiro e, mesmo com a boa estrutura hospitalar do Estado gaúcho, não foi possível dar conta da enorme quantidade de novos pacientes, que não param de chegar aos pronto-socorros.

A ocupação de leitos em Porto Alegre já ultrapassa os 100%. Segundo um levantamento feito pela campanha "Unidos pela Saúde Contra o Colapso", até a última quinta-feira (04/03), os hospitais operavam com 103,7% de sua capacidade. Em alguns deles, como o Hospital São Lucas e o Hospital Moinhos de Vento, a taxa está acima dos 130%.

De acordo com os números compilados até 4 de fevereiro pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Rio Grande do Sul tem 667 mil casos confirmados e 13 mil mortes causadas pela covid-19.

Em entrevista à GloboNews, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) disse que a "onda gigantesca" de novas infecções pelo coronavírus que acontece agora faz com que as curvas de casos de 2020 pareçam "marolas".

O Estado deve seguir com as medidas restritivas pelas próximas semanas, com o fechamento de comércios não essenciais e a redução da capacidade máxima de lotação em escolas, transporte público, bancos, lotéricas e centros religiosos.

"Essa é uma situação que provavelmente só se vê numa guerra", aponta Kalil, que também é professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Na última quinta-feira (05/03), a BBC News Brasil conversou com o médico, que fez diversas observações sobre o atual descontrole pandêmico no Rio Grande do Sul.

Confira os principais trechos a seguir.

BBC News Brasil - Como o senhor classificaria o atual panorama da pandemia no Rio Grande do Sul?

Antonio Nocchi Kalil - É uma situação inimaginável, ainda mais se considerarmos como estávamos há dez dias. Nosso estado tem uma capacidade de atendimento muito grande, tanto pelo Sistema Único de Saúde quanto pela rede privada. Nós nunca imaginávamos que chegaríamos num colapso como este. O problema é ainda mais sério em Porto Alegre, que acaba drenando muitos pacientes que vêm do interior do Estado e possui uma rede hospitalar mais ampla.

Essa situação acabou ocorrendo por uma série de fatores, principalmente o relaxamento das medidas de prevenção contra a covid-19. Em 2020, a gente já alertava para o perigo das festas de final de ano. Mas, durante todo o período de veraneio, nós vimos as pessoas sem máscara, sem distanciamento social e com aglomerações em festas. Era incrível o número de pessoas juntas todo dia durante o verão. Isso, claro, se reflete agora no desastre que estamos vivendo.

O cirurgião Antonio Nocchi Kalil, diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, descreve o colapso como 'uma situação de guerra'© BBC O cirurgião Antonio Nocchi Kalil, diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, descreve o colapso como 'uma situação de guerra'

BBC News Brasil - O senhor já viu uma situação parecida ou comparável com o que está ocorrendo agora?

Kalil - Não. Todo dia converso com os colegas que atuam nas unidades de terapia intensiva e na emergência e eles dizem que essa é uma situação que provavelmente só se vê numa guerra.

Claro que, além das questões de relaxamento que já citei anteriormente, precisamos mencionar a chegada da variante P.1 do coronavírus, detectada inicialmente em Manaus, que já foi documentada aqui em nosso Estado. Ela é muito mais contagiosa e acaba agredindo pessoas de uma idade inferior ao que estávamos acostumados. Agora, nós temos até pacientes de 18 anos internados nas UTIs.

Isso fez com que a situação progredisse muito rapidamente, apesar de aumentarmos o número de leitos todos os dias. O problema é que a progressão de leitos é aritmética, mas a expansão de novos casos é geométrica. Então nunca há um equilíbrio dessa conta. Felizmente, as autoridades anunciaram medidas mais restritivas nos últimos dias que podem ajudar a reduzir o impacto da pandemia.

BBC News Brasil - O senhor comentou sobre os pacientes mais jovens… Há uma mudança de perfil nos acometidos pela covid-19 que precisam de internação?

Kalil - Sem dúvida, e isso não é uma observação só do nosso hospital, mas de vários outros de Porto Alegre. Percebemos um aumento muito grande nos pacientes mais jovens em estado grave. Cerca de 30 a 40% dos que chegam até nós têm menos de 60 anos. Isso é uma característica totalmente diferente do que se observava no ano passado. Além disso, em termos de contágio, vemos famílias inteiras chegando ao hospital com covid-19 num estágio bem avançado.

BBC News Brasil - Mas esse cenário é provocado pela nova variante do coronavírus? O que a ciência já sabe sobre isso?

Kalil - Essa mudança de perfil tem a ver claramente com a nova cepa, que é mais infecciosa. Estamos com um índice de contaminação bem alto na nossa região. Esse dado, associado à diminuição de cuidados preventivos e às aglomerações, acabou levando a esse cenário. Já temos o conhecimento de que essa variante tem capacidade de atingir um número muito maior de pessoas e com muito mais rapidez.

BBC News Brasil - Esse aumento de casos graves foi repentino? Ou vocês vêm percebendo o agravamento há muitas semanas?

Kalil - Foi realmente nos últimos 15 dias, a partir de fevereiro. Nós até vivíamos uma situação tranquila no sistema hospitalar à época. Tanto é que o Rio Grande do Sul recebeu, no início de fevereiro, pacientes oriundos da região Norte. As UTIs estavam realmente muito tranquilas. Mas rapidamente a situação se reverteu, talvez pelo desconhecimento sobre a nova variante. Não imaginávamos que ela chegaria de forma tão rápida e gerasse essa situação dramática.

Estamos correndo contra o tempo, tentando diminuir ao máximo a circulação de pessoas. Sabemos que quando as UTIs atingem níveis de ocupação superiores a 100%, como acontece aqui, a única saída é reduzir a circulação das pessoas. São coisas que infelizmente afetam a economia, o que é um drama enorme. Mas chegamos ao nível de precisar escolher quem vai para a UTI ou não. Isso, claro, respeita critérios técnicos, mas são decisões que nossos médicos intensivistas precisam fazer agora.

BBC News Brasil - Mas os epidemiologistas e cientistas de dados já falavam que a situação da pandemia ia piorar desde dezembro de 2020… O senhor considera que demorou muito tempo para se tomar medidas mais drásticas?

Kalil - Nós todos já esperávamos que, com as festas de final de ano, haveria uma explosão de casos lá pela segunda ou terceira semana de janeiro. Mas isso não ocorreu. E talvez isso tenha gerado uma certa tranquilidade na população que, sem saber da presença de uma nova variante, não seguiu as medidas que deveriam ser respeitadas.

Mas é claro que não dá pra culpar agora A, B ou C, porque as situações da pandemia são dinâmicas. Todos os epidemiologistas falavam que o cenário ia piorar em janeiro e isso não ocorreu… Talvez tenha uma influência muito grande mesmo da nova variante, pela forma como esse colapso nos pegou de surpresa.

BBC News Brasil - O senhor citou medidas como a restrição da circulação de pessoas e a abertura de novos leitos de UTI. Há algo mais que a administração pública deveria fazer nesse momento?

Kalil - O esforço que fizemos para aumentar leitos foi impressionante, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. Para ter ideia, nosso hospital tinha 90 leitos de UTI exclusivos para a covid-19 em agosto do ano passado. Agora temos 155, sem contar os 160 leitos de internação. Mas, como você mesmo falou, diminuir a circulação das pessoas é muito importante agora.

Mas tudo isso não terá efeito algum se a gente não conseguir vacinar de forma mais rápida toda a população. É isso que está faltando. Nós vemos que em outros países as campanhas de imunização tiveram um enorme efeito. Isso aconteceu no Reino Unido e em Israel, por exemplo. Talvez essa seja a medida que devemos concentrar nossos esforços a partir de agora.

BBC News Brasil - E as pessoas? O que elas devem fazer para se proteger nessa situação de colapso?

Kalil - As medidas são as mesmas desde o início. A gente repete à exaustão. Infelizmente, quando andamos na rua, vemos que elas não são seguidas à risca. É importante lavar as mãos, manter distanciamento mínimo de 1,5 metro de outras pessoas, evitar aglomerações… E, claro, usar máscaras. É certo que tudo isso tem uma eficácia muito grande. Todos nós precisaremos continuar respeitando essas recomendações até que tenhamos uma parcela bem grande da população vacinada.

BBC News Brasil - Nas últimas semanas, vocês lançaram a campanha "Unidos Pela Saúde Contra o Colapso". Como foi a ideia e quais são os objetivos desse projeto?

Kalil - Essa campanha foi iniciada por uma empresa que realiza congressos médicos e tomou uma proporção que não se imaginava. Hoj,e ela está na sociedade e conta com a participação de filósofos, jornalistas e outros profissionais de destaque. O objetivo é mostrar para todos o que realmente está acontecendo, que o colapso é real. Não são coisas inventadas.

Nós vemos todos os dias como é preciso tomar decisões difíceis nas nossas UTIs. Os profissionais de saúde estão cansados. Queremos mostrar isso tudo que está acontecendo e incentivar as pessoas a usarem máscara, evitarem aglomerações e nos ajudarem a reverter esse colapso. Se ninguém fizer sua parte, vamos continuar com essa situação por muito mais tempo.

A campanha 'Unidos Pela Saúde Contra o Colapso' traz uma série de depoimentos de profissionais de saúde e mensagens de conscientização e prevenção da covid-19© Divulgação/Redes sociais A campanha 'Unidos Pela Saúde Contra o Colapso' traz uma série de depoimentos de profissionais de saúde e mensagens de conscientização e prevenção da covid-19

BBC News Brasil - Como o senhor vê o futuro depois da covid-19? Quais são os caminhos para sair dessa situação?

Kalil - Nós vamos sair disso. Esse é um primeiro aspecto que precisamos reforçar. Claro que toda essa experiência vai deixar uma cicatriz grande no nosso sistema de saúde. Mas creio que é possível sairmos mais fortes e unidos. Houve uma aproximação muito grande entre aquelas pessoas que querem o melhor para a população. E nós podemos mostrar que é possível, sim, fazer muita coisa boa em termos de saúde.

Papa faz visita histórica ao grande aiatolá Ali al-Sistani no Iraque

 O Papa Francisco e o principal clérigo xiita do Iraque, o grande aiatolá Ali al-Sistani, se reuniram nesse sábado (6.mar.2021) em um encontro histórico na cidade sagrada de Najaf, sul do Iraque. Essa é a 1ª vez que um papa se encontra com um clérigo xiita sênior.

Papa Francisco chegou ao Iraque na 6ª feira (5.mar.2021) e fica no país até 2ª (8.mar)© Creative Commons Papa Francisco chegou ao Iraque na 6ª feira (5.mar.2021) e fica no país até 2ª (8.mar)

Os dois conversaram por aproximadamente 55 minutos na casa de Sistani.

Uma das figuras mais importantes do islamismo xiita, o clérigo tem grande influência sobre a política da região. Foi a partir de um decreto seu que milhares de homens lutaram contra o Estado Islâmico em 2014 e derrubaram o governo iraquiano em 2019 ao realizarem manifestações em massa.

Aos 90 anos, ele raramente faz reuniões. Segundo a Reuters, Sistani se recusou a encontrar os atuais e ex-primeiros-ministros do Iraque.

Uma fonte do gabinete do presidente disse à agência de notícias que, para se reunir com o papa, o clérigo impôs a condição de que nenhuma autoridade iraquiana estivesse presente.

Depois do encontro, o papa partiu para visitar as ruínas da antiga Ur, também no sul do Iraque. A área é venerada como o local de nascimento de Abraão, considerado o pai do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.

O Papa Francisco iniciou sua viagem ao Iraque na 6ª feira (5.mar), sob forte esquema de segurança. A visita tem o objetivo de fazer um apelo aos líderes iraquianos e ao povo pelo fim da violência e conflitos religiosos.

Francisco disse que queria mostrar solidariedade à devastada comunidade cristã do Iraque. Hoje, essa comunidade reúne cerca de 300 mil pessoas, 1/5 do número de antes da invasão dos Estados Unidos, em 2003, e do conflito com o Estado Islâmico.

O papa se reunirá neste domingo (7.mar) com representantes das comunidades cristãs de Bagdá e Mossul. Também irá a Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, onde, em 2014, o Estado Islâmico exterminou os remanescentes do cristianismo que haviam sobrevivido a ataques da Al-Qaeda. Muitas comunidades se refugiaram no Curdistão, Turquia, Líbano e Jordânia.

No mesmo dia, o papa se reunirá com autoridades curdas em Erbil. A visita se encerra na 2ª feira (8.mar), com uma cerimônia no Aeroporto Internacional de Bagdá.


CRISTÃOS IRAQUIANOS

Antes da invasão ao Iraque, liderada pelos EUA, em 2003, o país tinha cerca de 1,6 milhão de cristãos de diferentes denominações. Hoje, há menos de 300 mil, de acordo com dados da Igreja Caldeana. Desde a invasão, 58 igrejas foram danificadas ou destruídas e cristãos iraquianos foram mortos.

Sob a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003), as comunidades cristãs foram toleradas e não enfrentaram ameaças significativas, ainda que tenham sido discriminadas.

A partir de 2003, a Al-Qaeda iniciou uma campanha de assassinatos e sequestros direcionados a padres e bispos, além de ataques contra igrejas.

Em outubro de 2006, um padre ortodoxo, Boulos Iskander, foi decapitado. Em 2008, o grupo sequestrou e matou o arcebispo Paulos Farah Rahho.

Em 2010, 48 fiéis foram mortos em uma catedral em Bagdá. O Papa Francisco visitou o local na 6ª feira (5.mar.2021).

Em 2014, quando o Estado Islâmico ocupou Mossul, o grupo destruiu mais de 30 igrejas. Ao chegar a Mossul, o Estado Islâmico pediu aos cristãos que se convertessem ao Islã ou seriam decapitados. Milhares fugiram para países vizinhos.

O EI perdeu força em 2017, mas poucos cristãos retornaram ao Iraque desde então.

fonte:Poder 360 - 06/03/2021 - 09h:49min.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Covid-19: Quadro do Senador Major Olímpio se agrava; diz site

 

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

 

O quadro de saúde do senador Major Olímpio (PSL-SP) se agravou e ele precisou ser intubado. Segundo informações do Congresso em Foco, o político foi internado na UTI de um hospital particular de São Paulo após contrair o novo coronavírus. De acordo com um parlamentar próximo ao senador, quatro funcionários do gabinete de Major Olímpio também contraíram a doença.

Conforme a assessoria do senador, ele procurou o hospital há alguns dias como precaução e, na época, o estado dele era estável. Ao portal, os interlocutores não souberam informar o atual quadro de saúde dele.

Major Olímpio, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Lasier Martins (PODE-RS) contraíram Covid-19 na última semana, após uma “romaria” de prefeitos e assessores visitar o parlamento em busca de emendas no orçamento federal.

fonte:Bahia.Ba 05/03/2021

Cultura: Governo corta recursos para cidades com restrições para o combate à Covid-19

 

Foto: Prefeitura de Lauro de Freitas
Foto: Prefeitura de Lauro de Freitas

 

O governo federal suspendeu o repasse de recursos para atividades culturais em estados e municípios que adotaram restrição de locomoção e de atividades econômicas. A Bahia está incluída na medida, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (5) pela Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura.A medida vale por 15 dias, mas pode ser prorrogada ou suspensa, “a depender da manutenção ou não das medidas restritivas nos referidos entes da Federação”.

Em nota, a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo alegou que serão priorizadas as análises das propostas culturais que possam ser executadas, entre elas reformas de museus, patrimônios tombados e eventos online.

“Essa é uma medida que visa garantir eficiência e probidade da aplicação dos recursos públicos, tendo em vista que não haveria justificativa para liberar recurso público de um projeto que, no momento, não possa ser executado”, sustenta o órgão, na nota. Com informações da Agência Brasil.

MEC recua e suspende ofício que barrava atos políticos em Universidades

 

MEC recua e suspende ofício que barrava atos políticos em universidades
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

Após forte repercussão negativa, o MEC (Ministério da Educação) recuou sobre um ofício que orientava universidades federais a "prevenir e punir" atos políticos nas instituições.

 

Em novo documento, que chegou na noite desta quinta-feira (4) aos reitores e foi obtido pela reportagem, o MEC argumenta que não havia no ofício original "quaisquer intenção de coibir a liberdade de manifestação e de expressão" nas instituições federais de ensino superior.

 

"Informamos o cancelamento do ofício", diz o texto, "por possibilitar interpretações diversas da mensagem a que pretendia". O documento diz reforçar que o posicionamento da Secretaria de Educação Superior e do MEC é de "respeito à autonomia universitária preconizada na Constituição".

 

O novo comunicado é assinado pelo secretário de Educação Superior, Wagner Vilas Boas de Souza. A mensagem anterior fora enviada por um funcionário de menor escalão, o diretor de desenvolvimento da rede de instituições federais do MEC, Eduardo Gomes Salgado.

 

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) havia encaminhado às universidades, no dia 7 de fevereiro, ofício em que pedia providências para "prevenir e punir atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino". O ato foi baseado em recomendação de 2019 do procurador Ailton Benedito de Souza, que se intitula conservador e apoia o presidente.

 

A iniciativa veio à tona no mesmo momento em que também surgiu a informação de que a CGU (Controladoria-Geral da União) abriu processos de investigação contra professores universitários que criticaram o presidente em eventos transmitidos pela internet.

 

Os dois docentes da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) tiveram de assinar termos de ajustamento de conduta para encerrar as investigações, baseadas em "manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao Presidente da República".

 

O STF (Supremo Tribunal Federal) já decidiu, em ação finalizada em maio de 2020, pela inconstitucionalidade de atos que atentem contra a liberdade de expressão de alunos e professores e tentativas de impedir a propagação de ideologias ou pensamento dentro das universidades.

 

O ofício gerou reações inclusive dentro do MPF (Ministério Público Federal). Um grupo de subprocuradores pediu, também nesta quinta, que a PGR (Procuradoria-Geral da República) enviasse ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, defesa da liberdade de expressão nas universidades --no entendimento deles, a recomendação original da procuradoria de Goiás era isolada e não representava a integralidade do MPF.

 

Na quarta (3), a liderança da Minoria na Câmara já havia anunciado representação à PGR para que o ofício fosse revogado. O pedido se baseou no entendimento recente do STF sobre a liberdade de atos políticos nas instituições, assim como a reação dos subprocuradores.

 

Bolsonaro e aliados mantêm discurso de que as universidades são aparelhadas pela esquerda. O governo tem atuado na escolha de reitores, preterindo os mais votados nas consultas internas em várias universidades.

 

Além disso, Bolsonaro patrocinou duas medidas provisórias para tentar mudar o formato de escolha dos reitores e reduzir a autonomia das universidades. Ambas não prosperaram.


fonte:FOLHAPRESS - 05/03/2021