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sábado, 2 de maio de 2020

Salvador: Hospital Português nega surto de covid-19 na UTI neonatal


foto:reprodução/arquivo correio
O diretor médico para gestão de crise da covid-19, do Hospital Português, em Salvador, Márcio Peixoto negou neste sábado (2) que a unidade de saúde esteja enfrentando um surto do novo coronavírus, especialmente na maternidade Santa Maria. Em reportagem exclusiva do CORREIO mostrou que pelo menos um recém-nascido testou positivo para coronavírus e há suspeitas de que dois bebês também tenham sido contaminados.
Em entrevista concedida para a TV Bahia, o médico garantiu que, dos 100 funcionários que atuam na UTI neonatal, 14 testaram positivo para o coronavírus e foram afastados, e que, dos bebês internados, apenas três apresentavam suspeitas, sendo que apenas uma menina de quatro meses, que nasceu com problemas congênitos e desenvolveu um quadro grave de infecção respiratória, testeou positiva para o vírus. Ao todo, a unidade de saúde tem 15 pessoas infectadas.
“Desde o início da pandemia, o hospital tomou todos os cuidados para garantir a segurança dos pacientes, além de ter garantido equipamentos de proteção individual a 100% da equipe de colaboradores”, garantiu. O diretor fez questão de enfatizar o cuidado com a triagem de pacientes com quadro respiratório, além de ter adotado os protocolos de segurança para impedir o avanço da doença. 
O médico salientou que a comunidade do Hospital Português reflete o quadro geral da sociedade local, onde a transmissão do vírus já ocorre de forma comunitária, sem saber precisar a origem da contaminação dos profissionais e da recém nascida. 
O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) fará, nos próximos dias,  uma fiscalização na ala neonatal para checar a segurança no local.
O CORREIO teve acesso com exclusividade aos prontuários médicos dos três recém-nascidos (uma menina e dois meninos) e de suas mães. A menina, que testou positivo para coronavírus, nasceu em 6 de janeiro e teve uma série de complicações por conta de uma doença congênita, evoluindo com problemas respiratórios, cardiovasculares e infecciosos. Luta pela vida há quase quatro meses. No dia 24 de março, ela foi submetida a exame para identificar coronavírus. Em 28 de março, o resultado dava positivo. “Vírus detectados: Coronavírus Sars-CoV2”, confirma o prontuário. A bebê segue em estado grave.
Nos documentos do hospital não há qualquer indicação de que a mãe da paciente tenha testado positivo, o que reforça a ideia de que a recém-nascida foi infectada dentro da própria unidade. A então gestante passou por cesárea de urgência. Com ela, tudo transcorreu normalmente. Enquanto a criança era internada na UTI, a mãe, que mora em Placaford, recebia alta médica no dia 8 de janeiro, dois dias após dar entrada na maternidade.
A reportagem entrou em contato com a mãe da bebê, mas ela preferiu não dar qualquer declaração sobre o caso. Também não informou se passou por teste para coronavírus. “Não tenho interesse e nem condições de falar nada”, afirmou a mulher, de 30 anos.  Uma profissional de saúde, que preferiu não se identificar, disse que o hospital busca adquirir respiradores específicos para recém-nascidos infectados por covid-19.
Pelos corredores do Hospital Português, só se fala sobre esse assunto. Os funcionários estão assustados com a onda de casos. A maioria evita entrar na UTI neonatal. Ao menos três fontes ouvidas pelo CORREIO dão conta de que, somente naquele setor ,entre 15 e 20 profissionais de saúde foram afastados. Apesar disso, é difícil ter 100% de certeza que a recém-nascida pegou covid-19 dos funcionários do hospital, já que isso pode ter ocorrido em uma visita.  De qualquer forma, a infecção se deu dentro da unidade.
“Eles estão tentando abafar, mas todo mundo já tá sabendo. A gente tá evitando entrar lá na ‘neo’ (UTI neonatal) por causa da covid-19. Só entra quando não tem jeito. Do total, parece que tem 13 funcionários infectados. O resto é suspeito”, confirma uma funcionária.  “Isso só da UTI neo. Mas já teve gente de outros setores que testaram positivo”, garante.  O CORREIO tentou entrar em contato com alguns dos funcionários infectados, mas não teve resposta.
Da mesma forma, a reportagem procurou seis médicos, entre obstetras, ginecologistas e pediatras. Alguns acompanham pacientes da UTI neonatal e outros são plantonistas da unidade. Nenhum deles quis falar sobre o assunto. “Você quer que eu te dê informação do hospital, eu sendo funcionário? Quer me complicar?”, disse um obstetra que atua na unidade. Uma médica disse que não sabia dos casos de covid-19 porque estava há alguns dias sem ir ao Hospital Português. 
fonte: Correio da Bahia -02/05/2020 - 22h:50min.      

Covid-19: Bahia registra 123 mortes, casos passam de 3 mil, diz Sesab


Mais uma vez Vitória da Conquista ficou entre as 100 melhores ...
Vit. da Conquista no Sudoeste do Estado  registra 03 mortos -foto:pmvt/reprodução
A Secretaria de Saúde da Bahia divulgou neste sábado (2) o último boletim com os casos confirmados de covid-19 no estado. Já são 3.315 casos, com 123 mortos.
De acordo com o boletim, 2.465 pessoas são consideradas casos ativos, já que ainda apresentam sintomas da doença. Elas permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica. Outros 727 pacientes estão recuperados.
Os casos confirmados ocorreram em 145 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (63,35%). Os municípios com os maiores incidência por 1 milhão de habitantes são:

Mortes


A Sesab contabiliza 123 mortes pelo novo coronavírus nos seguintes municípios: Adustina (1); Água Fria (1); Araci (1); Belmonte (1); Buerarema (1); Camaçari (1) ; Capim Grosso (1); Catu* (1); Feira de Santana (1); Gongogi (2); Ilhéus (5); Ipiaú (1); Itabuna (5); Itagibá (1); Itapé (1); Itapetinga (2); Jequié (1); Juazeiro (1); Lauro de Freitas (5); Maraú (1); Nilo Peçanha (1); Salvador (78); São Francisco do Conde (1); Ubaitaba (1); Uruçuca (4); Utinga (1); Vitória da Conquista (3).

fonte: Correio da Bahia c/adaptações 02/05/2020

STF suspende ato de Bolsonaro que determina expulsão de funcionários de Embaixada da Venezuela

Embaixada da Venezuela em Brasília é invadida por apoiadores do ...
Embaixada da Venezuela em Brasília foto:reprodução
BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso suspendeu neste sábado, 2, o ato do presidente Jair Bolsonaro, que determinava a expulsão de funcionários da Embaixada da Venezuela em Brasília. A decisão também previa a expulsão de funcionários de consulados venezuelanos em Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
A retirada compulsória do corpo diplomático venezuelano tinha sido determinada por ato do presidente Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores,Ernesto Araújo. O governo brasileiro havia estipulado até este sábado, 2, a saída dos diplomatas do governo Nicolás Maduro. A Venezuela se recusa a cumprir a decisão alegando ‘pressões desnecessárias’ do Planalto.
No início de 2019, Bolsonaro reconheceu a ‘presidência autoproclamada’ de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, que teve suas prerrogativas anuladas pela Justiça controlada por Maduro.
Um sua decisão, Barroso atendeu a um pedido do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e concedeu liminar por considerar que pode ter ocorrido “violação a normas constitucionais brasileiras, a tratados internacionais de direitos humanos e às convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares”.
A suspensão vale por dez dias e o ministro requisitou, neste período, que Bolsonaro e o ministro Ernesto Araújo prestem informações sobre a expulsão. Na avaliação do ministro, a decisão era urgente em razão da pandemia da covid-19. Para ele, a ordem de saída imediata “viola razões humanitárias mínimas” porque os integrantes do corpo diplomático “não representam qualquer perigo iminente”.
A decisão de Barroso marca mais um revés que o Supremo impõe ao governo Bolsonaro. Nas últimas semanas, o presidente virou alvo de inquérito aberto por determinação de Celso de Mello, viu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal ser suspensa por Alexandre de Moraes e foi proibido de veicular qualquer campanha contra o distanciamento social por decisão do próprio Barroso.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, já havia recomendado, nesta sexta-feira, 01, ao ministro das Relações Exteriores, que suspendesse a medida, para evitar riscos físicos e psíquicos aos envolvidos.
Em entrevista publicada neste sábado pelo EstadoBarroso foi questionado sobre as pressões políticas do País e a possibilidade de Bolsonaro vir a ser alvo, efetivamente, de um processo de impeachment. O ministro disse que, numa democracia, a maneira de se administrar a decepção é com eleições. “Impeachment é a última opção”, afirmou. “É preciso que os fatos sejam graves, demonstrados”.
fonte:Estadão 02/05/2020

Bahia: Vice-prefeita de Ipiaú anuncia que testou positivo para a Covid-19

Vice-prefeita de Ipiaú anuncia que testou positivo para a Covid-19
Foto: Reprodução
Margarete Chaves, vice-prefeita do município de Ipiaú, anunciou através de rede social que testou positivo para o coronavírus. Três funcionários da Fundação Casa Deraldina de Amparo à Velhice, fundado por Margarete, e outros dois idosos da instituição também estão contaminados. 

Na publicação feita na última sexta-feira (1º), a vice-prefeita informou que na quarta-feira (29) ela e os funcionários do abrigo receberam o resultado do teste e, no dia seguinte, dois idosos do local receberam o mesmo diagnóstico. Segundo ela, todos passam bem e não possuem sintomas da doença. 

Margarete do Abrigo, como é conhecida no município de Ipiaú, ressaltou a importância de usar máscaras e luvas quando for necessário sair de casa para evitar a disseminação do vírus. 

Até o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a cidade de Ipiaú registrou, até agora, 17 casos de coronavírus e dois óbitos pela doença. A Bahia possui 3.085 casos, segundo a Sesab, e 114 mortes pela Covid-19. Informações do BN.

Eleições 2020: Futuro presidente do TSE vê "risco real de adiar as eleições, mas no máximo até dezembro"

O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 4 de outubro. - Foto: AFP|
foto:AFP/reprodução

O ministro Luís Roberto Barroso, futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta sexta-feira, 1, que há um “risco real” de que as eleições municipais de outubro, para escolha de novos prefeitos e vereadores, sejam adiadas em razão da pandemia do novo coronavírus.
O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 4 de outubro. Nas cidades em que houver segundo turno – somente podem ter segundo turno municípios com mais de 200 mil eleitores –, a data prevista é 25 de outubro. A mudança da data das eleições depende do Congresso.
“Por minha vontade, nada seria modificado porque as eleições são um rito vital para a democracia. Portanto, o ideal seria nós podermos realizar as eleições. Porém, há um risco real, e, a esta altura, indisfarçável, de que se possa vir a ter que adiá-las”, afirmou o ministro em transmissão ao vivo em uma rede social promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Segundo informações do G1, o ministro, que sucederá a ministra Rosa Weber no final de maio na presidência do TSE, se não houver condições para realizar as eleições em outubro, o pleito, na avaliação dele, teria de ser feito "em poucas semanas, ou no máximo em dezembro, para não haver risco de se ter que prorrogar mandatos”.

Rio: Gov. Witzel pede desculpa por ter apoiado Bolsonaro: ‘Porque errei’


Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
foto:Wilson Dias/reprodução AE
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pediu desculpas por ter acreditado “num projeto com o presidente Jair Bolsonaro”, a quem chamou de irresponsável. A declaração foi feita durante um vídeo gravado para por ocasião do Dia do Trabalho, na sexta-feira (1º).
“Aproveito, neste primeiro de maio, para pedir desculpas ao povo. Porque eu errei. Erramos. Escolhemos um presidente que é irresponsável, que não entendeu a responsabilidade do cargo que ocupa. Ele, hoje, só pensa nas eleições de 2022 e não exerce aquilo que esperávamos que ele exercesse, que é governar, fazer as reformas necessárias que o Brasil precisa”, disse Witzel.

fonte:Bahia.Ba c/adaptações 02/05/2020

Ex-aliada: Dep. Dayane Pimentel diz que Bolsonaro mente e engana a população na frente das câmeras


Dayane Pimentel diz que Bolsonaro mente e engana a população na frente das câmeras
foto:Ascom/reprodução

Em entrevista a jornalista Orisa Gomes do site Acorda Cidade de Feira de Santana, a deputada federal Dayane Pimentel(PSL) que se elegeu colando o nome ao de Jair Bolsonaro em 2018, mas que em 2019 rompeu com o presidente e foi alvo de críticas dos filhos do presidente pelas redes sociais, afirmou dentre outros assuntos abordados que Bolsonaro mente diante das Câmeras e reafirmou que é Pré- Candidata a prefeitura de Feira neste pleito de 2020.

Confira a entrevista abaixo:

Acorda Cidade - Como a senhora avalia os últimos acontecimentos no governo Bolsonaro, a exemplo da saída de Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, de Sérgio Moro, da Justiça, e agora esses impasses na nomeação do novo diretor geral da polícia federal?


Dayane Pimentel - As opiniões mais críticas possíveis. O presidente Bolsonaro, diante da celeuma que ele mesmo construiu com sua própria base, em meados de outubro do ano passado, eu já vinha entendo todo o modus operandi do Bolsonaro. Esta forma de ele trabalhar nos bastidores de jeito, mas na frente das câmeras ele trabalhar de outra maneira. Ele mentia, ele enganava a população. O presidente Bolsonaro, de Julho de 2019 pra cá, tem mudado muito sua postura, restando saber se ele ficou maluco de vez ou se ele está realmente com medo da justiça, com medo que essas investigações acerca da sua família revelem atos que ainda sejam do desconhecimento da população. Então, essa mudança de comportamento do Bolsonaro, sancionando emendas que vem conflitar com o combate a corrupção, que vem conflitar com aquilo que ele prometia em campanha trouxe uma insatisfação muito dominante dentro de PSL. Nós tentávamos dialogar sempre sobre isso, dentro dos bastidores, até porque o presidente foi eleito no próprio partido, o PSL, só que ele não nos dava ouvido. Sempre nos preterindo em detrimento do grupo do Centrão. No momento em que as pessoas começam a perceber que há uma insatisfação e começam a questionar as nossas insatisfações, nós começamos a pontuar essas insatisfações. Com a pontuação dessas insatisfações, o presidente Jair Bolsonaro tem a pior manifestação possível, uma forma muito truculenta de lidar com as críticas que, ao primeiro momento, seriam construtivas.
A nossa ideia é: “presidente, o senhor precisa colocar a mão na cabeça e entender que não foi eleito para isso: não trabalhar as leis anticorrupção, não trabalhar a prisão em segunda instância, estar de mãos dadas com o Centrão”. Por não aceitar nossos argumentos, ele começou a distribuir a narrativa de que seríamos os traidores. Pois bem, com relação aos ministros Mandetta e Moro, pensamos da mesma forma. O novo ministro da Saúde (Nelson Teich) ele veio falar a mesma coisa que o Mandetta já estava falando, mas com uma grande diferença: ele está totalmente perdido diante da pasta. Já tem quase duas semanas e não sabe nem ao menos os dados corretamente. Eu não culpo o atual ministro, realmente é muito difícil assumir uma pasta neste momento, com essa pandemia. A culpa é do Bolsonaro, que quis tirar o Mandetta, porque sentiu nele uma liderança muito forte. Com o Moro a mesma coisa, ele não aceitou, assim como nós do grupo PSL, outros deputados e outros senadores não aceitamos a interferência do presidente Bolsonaro indo de encontro no combate a corrupção. Em relação ao diretor geral da PF é uma prova: o Bolsonaro quer sim informações privilegiadas, interferir em investigações que chegam na porta da sua família e seus novos aliados que são investigados, inclusive na Operação lava Jato. Então, é isso que está acontecendo e o cenário é visto com muita tristeza.


AC – E como a senhora avalia agora a aproximação de Bolsonaro com o Centrão?

DP - Na verdade, as nossas insatisfações já estavam se dando, porque já sabíamos que isso estava acontecendo nos bastidores e agora está acontecendo com mais força. Antes, o presidente Jair Bolsonaro se aproximava e atribuía cargos em menores escalões para esses grupos, agora o presidente chega a abrir mão de ministérios para abastecer esses grupos. Estou falando de ministério como o da Agricultura, onde órgãos como o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) já está na mão do Centrão; FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que é um dos maiores fundos do Ministério da Educação, estamos falando de mais de R$ 50 bilhões, e já está nas mãos do deputado Arthur Lira (Progressistas), investigado por corrupção. É importante que as pessoas pesquisem quem é Arthur Lira, (senador) Fernando Bezerra (MDB), Valdemar da Costa Neto (PL), Roberto Jefersson (PTB), que são os novos aliados do presidente Bolsonaro, todos investigados por corrupção. O PL, por exemplo, antigo PP, é um dos partidos mais citados na Operação Lava Jato e está de mãos dadas com o presidente Jair Bolsonaro e nós vemos isso com muita insatisfação. E não estamos falando de espaços. Republicanos. Todo governo, seja ele municipal, estadual ou federal, cede em parte aos parceiros, aliados, a diferença é que Bolsonaro está colocando os maiores orçamentos nas mãos de pessoas envolvidas com corrupção. O presidente Bolsonaro, que dizia que vinha para mudar o Brasil, está na verdade garantindo a manutenção das velhas práticas e dos velhos perfis da política brasileira.



AC – Explique uma questão, deputada, a senhora rompeu com Bolsonaro, mas continua na base do governo. Como é que está funcionando isso?

DP - Existe uma diferença entre o presidente e o governo federal. O governo federal é composto por deputados como eu, que querem contribuir com ministros responsáveis, que é o caso agora do Tarcísio (Gomes – Infraestrutura), de Tereza Cristina (Agricultura), Paulo Guedes (Economia) e Mandetta e Moro, que já foram excluídos mas existem outros perfis técnicos. Embora eu entendo que o presidente esteja trabalhando para tirar esses perfis, para atender aos pedidos do Centrão. Pois bem, o governo é formado por senadores responsáveis, secretários e todo um conjunto, para que o país tenha garantias de dignidade. O presidente, obviamente, é a maior figura, é uma figura de grande expressão, mas ele não fala sozinho. Mesmo rompida com Bolsonaro, estou votando favorável a todas as pautas que entendo serem para o bem da sociedade, pautas conservadoras nos nossos costumes e liberais no sentido de abrir mercados e pautas favoráveis ao combate a corrupção. Acontece que presidente Jair Bolsonaro se tira dessas questões e está observando todos os movimentos.

Quando nós temos forças dentro do Congresso, a gente consegue vetar ou eleger alguma lei que garanta dignidade, quando não temos força, nós perdemos e nem sempre contamos com a força do presidente para fazer propaganda negativa ou positiva de uma lei que estejamos votando. O maior exemplo disso é lei anticrime, o processo prisão em segunda instância e a própria Reforma da Previdência, onde eu mergulhei de cabeça enquanto o presidente ficava da sua cadeira apenas observando para não ter o desgaste diante da opinião pública, já que era uma medida extremamente necessária, e poucos tinham a coragem de defendê-la como eu estava defendendo de peito aberto. Então, são nessas questões que a gente vai fazendo as análises devidas em relação ao presidente e separando os movimentos do governo federal. Em relação a essa intromissão que ele quer dentro da Polícia Federal, por exemplo, não é uma situação governamental, mas pessoal e por isso mesmo o ex-ministro Sérgio Moro se colocou contra. É uma questão pessoal, onde ele se utiliza da máquina pública, de órgãos estatais para beneficiar a sua família e os seus aliados.


AC – Quanto a queda de popularidade do presidente, a senhora acredita que se deve ao modo como ele está tratando a pandemia do coronavírus?

DP - Tanto o combate ao coronavírus, que é a nossa prioridade no momento, quanto o combate a corrupção. O combate a corrupção é mais forte, porque foi isso que fez o Bolsonaro se eleger. As suas promessas de combater a roubalheira e em relação a segurança pública foram o que fizeram o público sentir simpatia pelo presidente Bolsonaro. A questão do coronavírus foi uma situação a parte, porque ninguém esperava por isso. Mas a sua irresponsabilidade, falta de empatia, insensibilidade diante do péssimo momento que atravessamos, despertou em seus eleitores uma visão diferente em relação ao presidente. Um presidente que fala “e daí?”, quando é questionado sobre um número expressivo de mortes, que fala que não é coveiro, ou seja, não está preocupado com o tanto de corpos que estão sendo enterrados, com o tanto de famílias que está sofrendo nesse momento, mostra uma insensibilidade expressiva. Na campanha ele mostrava que iria unir o Brasil, que iria ser uma pessoa sensível a nossa população brasileira e agora entendemos através de fatos ele se mostra totalmente avesso às insatisfações em um momento de tristeza que o Brasil está enfrentando.



AC – Sobre as eleições, a senhora acredita que o calendário será mantido?

DP - Observando o que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal - Celso Barroso) vem falando, serão mantidas sim as eleições. Agora, óbvio que precisamos entender quais serão os próximos passos em relação às questões sanitárias. O que será da curva de contágio coletivo: irá aumentar, estagnar ou irá diminuir? Essas respostas é que irão ser utilizadas para definir sobre o adiamento ou não.



AC – Sua pré-candidatura a prefeita de feira de Santana está de pé?

DP - A pré-candidatura pelo PSL com o meu nome está de pé sim, mas, neste momento, estamos totalmente concentrados no combate ao coronavírus. Agora é salutar falarmos aqui que estamos vindo com uma chapa de vereadores que representa a renovação. Não temos um único pré-candidato a vereador com mandato, estamos investindo nessa bandeira, possibilitando pessoas comuns a fazerem uma política diferenciada na Câmara Municipal de Feira de Santana, através da renovação. Estamos com a estimativa de fazer vereador com a menor votação eleitoral dentro do pleito de 2020, ou seja, com chances reais de pessoas comuns se tornarem políticos dentro de uma disputa justa e equilibrada, que o PSL está oportunizando.

fonte:Acorda Cidade c/adaptações 02/05/2020

Em Salvador: Traficantes fazem queima de fogos de 15 minutos para comemorar aniversário de 'chefão'

foto:reprodução redes sociais
Era o início de um dia de festa. Mandaram subir caixas de fogos de artifício para colorir o céu em comemoração ao aniversário de um dos principais traficantes do Calabar, conhecido como Averaldinho. À meia-noite de domingo (26), a pirotecnia começou. “Pulei da cama, parecia que o mundo tava acabando, não entendi nada”, contou uma moradora do Rio Vermelho, sob condição de anonimato. No Largo do Camarão, no Jardim Apipema, próximo a uma das entradas do bairro do Calabar, os fogos eram disparados sem intervalo. 
A queima de fogos foi vista ou ouvida por moradores das redondezas durante 15 minutos em, pelo menos, oito bairros da capital baiana, relataram à reportagem - Calabar, Jardim Apipema, Ondina, Barra e Federação e partes da Graça, Rio Vermelho e Amaralina.
No Twitter, usuários perguntavam uns aos outros se sabiam o porquê do foguetório, que durou o mesmo tempo que o do Festival da Virada Salvador, na passagem de 2019 para 2020. “Tá mais que no Réveillon”, ironizou um morador de Ondina.
Uma moradora da Graça acordou assustada. “Sinto o cheiro de pólvora, mas não consigo ver de onde é”, escreveu ela, na rede social. Como chovia e relampejava em Salvador naquela madrugada, o estranhamento foi ainda maior nos endereços mais distantes, que ouviam, mas não viam o céu colorido, nem aspiravam o queimado.
O CORREIO conversou com proprietários de três grandes empresas de venda de fogos de artifício em Salvador. Eles assistiram aos vídeos e viram as fotos dos fogos utilizados na festa. O custo médio de uma compra legal para viabilizar 15 minutos de queima de fogos gira em torno de R$ 9 mil, calculou o trio de empresários. 
"Isso porque também não houve licença, nem técnicos especializados para fazer o procedimento", explicou um deles. Quando há, o gasto é ainda maior. 
As queimas de fogos precisam ter licença do Corpo de Bombeiros - a da madrugada de domingo não teve autorização, disse o órgão. No âmbito da comércio, podem existir fiscalizações da Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados da Polícia Civil.
No Calabar, poucos moradores chegavam às janelas - embora a noite tenha sido pacífica. Eles sabiam que queimas de fogos como aquela costumam ser códigos do pessoal do “movimento”, como são denominados os envolvidos diretamente com o tráfico de drogas.
O aniversariante homenageado, Averaldo Ferreira da Silva Filho, responde a dois processos que correm em segredo de justiça, informou o Trbiunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Ele já foi preso por tráfico de drogas e participação em assassinato. Também já foi detido em duas situações de festa: em 2018, em pleno Carnaval de Salvador, quando descumpriu a liberdade condicional e foi flagrado em cima de um trio de uma banda de pagode; e em 2010, na Micareta de Feira de Santana. 
Uma pessoa conseguiu ver, pela fresta da cortina, em média 20 pessoas, entre homens e mulheres, na comemoração. Cinco dos participantes da festa portavam armas, que, alternadamente, disparavam balas para cima.  O relato foi enviado à reportagem também anonimamente. A testemunha ligou para a polícia logo depois de avistar a cena.  
Por volta da 0h30, guarnições da 12ª e da 41ª Companhia de Polícia Militar (CIPM) receberam a denúncia sobre a festa. Depois de rondas e abordagens, a Polícia Militar (PM) informou que não foi constatado nenhum ato criminoso. 
Simbologia da queima de fogos
A queima de fogos tem diversos significados - dentro e fora do ambiente criminoso -, explicou Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da Fundação Getúlio Vargas. 
É um dos recursos de comunicação mais utilizados pelos traficantes, por comemoração ou comando para recuar. O fogaréu é utilizado, por exemplo, quando a droga chega à comunidade; em caso de aproximação ou suspeita de alguma batida policial, para dissipar os criminosos; em demarcação de território; e em festas.
“É uma clara demonstração de poder”, diz Rafael Alcadipani
A pirotecnia dos traficantes demonstra uma atitude de afrontamento. Chamar atenção fora daquele espaço comandado pelo tráfico é uma das formas de demonstrar força. “Por outro lado, não me aparece uma atitude muito inteligente, porque as autoridades, em geral, dão respostas. Isso atiça toda a estrutura de combate ao tráfico para cima dele”, opinou o especialista.
Geralmente, a pirotecnia vem acompanhada do som de balas. Na mesma noite do aniversário no Calabar, houve registro de queima de fogos em Itapuã seguida de tiros, disse um morador do bairro, sob anonimato. A PM também foi questionada se houve denúncia referente ao que foi visto e ouvido no outro extremo da cidade, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.
No dia 2 abril do ano passado, na comunidades da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, o aniversário de Marcinho VP também foi comemorado com queimas de fogos. Ele já cumpria, na época, pena de 48 anos de prisão na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, pelos crimes de tráfico de drogas e dois homicídios.
Mas, como explicou Eduardo Ribeiro, historiador e cofundador da Organização Não Governamental (ONG) Iniciativa Negra por uma Nova Polícia sobre Drogas, não se trata apenas de um hábito dos traficantes. Ocorre uma extensão da simbologia.
A queima de fogos é historicamente relacionada a momentos de comemoração, disse Ribeiro. As próprias heranças religiosas - como do Candomblé e do Catolicismo - contribuem nesse sentido. Tanto que um morador do bairro de Ondina acordou certo de que se tratava de uma noite de festa num terreiro de Candomblé próximo. "Precisava essa queima de fogos toda uma hora dessa?", reclamou, com o quarto iluminado pelos fogos. 
O Candomblé, explicou Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia, costuma, sim, fazer as comemorações madrugada adentro. A perseguição religiosa contra adeptos de religiões afro-brasileiras forçava os filhos de santo a render homenagens aos orixás em espaços afastados e horários estratégicos. A tradição permaneceu. "Mas no dia 25, 26, não houve nenhuma celebração", garantiu Leonel.
Nos dias de comemorações cívias, como no 2 de Julho, dia da Independência da Bahia - e religiosas, como na Lavagem do Bonfim, os fogos também são recursos utilizados para homenagens. O homem que teve o quarto invadido pelas luzes do foguetório encontrou, na internet, um vídeo que mostra, ainda, uma sequência de tiros depois da queima de fogos. Concluiu que não havia religiosidade naquilo que ouvia. Nada restou senão voltar a dormir.
 
Tráfico e pandemia

A proporção da queima de fogos do domingo mostra, ainda, como o tráfico segue sua rotina em meio à pandemia de coronavírus. “O cenário não alterou, por enquanto, as condições de violência nos territórios criminalizados de Salvador”, avaliou o historiador e ativista Eduardo Ribeiro.
“A questão é que estamos concentrados - a imprensa também - na pandemia, mas essas condições em territórios criminalizados permanecem”, complementou.
Desde o início da quarentena em Salvador, e em outras cidades brasileiras, ocorre, na verdade, uma reconfiguração do mercado ilegal de drogas que só poderá ser analisada minuciosamente no futuro, comentou Ribeiro. 
Traficantes chegaram a ordenar, em algumas comunidades, toques de recolher durante o período de isolamento social. A redução de circulação de pessoas envolvidas indiretamente no comércio ilícito de drogas - usuários, por exemplo - é um ponto a ser considerado. O próprio consumo tende a diminuir por esse motivo, explicou o historiador.
A pirotecnia - material e simbólica - dos traficantes apenas reflete que “[no crime] tudo vai, obrigada”, acrescentou Alcadipani. “A tendência é que o aumento de apreensões e essas mudanças tendam a mudar somente a configuração das ações. O tráfico tende a ir mudando sua atuação para roubo de residências, coisas assim”. 
Naquela madrugada do aniversário banhado por queima de fogos, dois assassinatos entraram para a estatísticas oficiais, segundo boletim da Secretaria de Segurança Pública (SSP) - um em Águas Claras e outro em São João do Cabrito. 
fonte: Fernanda Santana/correio da Bahia 02/05/2020/reprodução 12H:15min.