quarta-feira, 9 de julho de 2025

Rio: Malafaia pede "oferta" de R$ 1 milhão para intermediar "benção de Deus" e não paga imposto; VÍDEO

 Um vídeo vergonhoso, divulgado pelo pastor Hermes Fernandes no Instagram, revela o motivo de Silas Malafaia, guru de Jair Bolsonaro (PL), não apoiar a taxação da grandes fortunas e atuar contra a tentativa do governo Lula de fazer justiça tributária, aumentando a alíquota do Imposto de Renda para aqueles que ganham acima de R$ 50 mil por mês para compensar a isenção a milhões de brasileiros que recebem até R$ 5 mil mensais.

"Não é de se admirar que pastores como Silas Malafaia se oponham à taxação de grandes fortunas. Talvez o receio não seja apenas que bilionários, bancos e Bets sejam taxados, mas que chegue a hora de se cobrar impostos também das megas igrejas cujos líderes vivem nababescamente", afirma Fernandes na publicação.

No vídeo, em um culto transmitido pela TV, Malafaia expõe uma tabela gigante como "sugestão" de valores a serem "ofertados" pelos fiéis da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), que pertence a ele.

Ao relatar que havia recebido no passado uma doação no valor de R$ 1 mil, Malafaia diz que "hoje nós já estamos em outro nível" e pede uma doação, até então inédita, no valor de R$ 1 milhão.

"Uma semente de honra por um milagre. Eu ainda não recebi não numa campanha dessa, eu ainda não recebi uma oferta acima de 1 milhão", diz Malafaia, gabando-se de já ter recebido "aqui na campanha oferta acima de 500.000".

Em seguida, o guru de Bolsonaro passa a contar as doações de cada valor estipulado, que inclui faixas que vão de R$ 100 a R$ 1 milhão, e se coloca como uma espécie de intermediador da "benção de Deus".

"E eu não quero impedir a benção de Deus para você como se Deus tivesse um valor teto. Olha, é acima de 100, abaixo já era. Não tem milagre para você", diz aos fiéis, de forma surreal.

"Eu só peço isso para você, não obrigo ninguém ninguém a participar de campanha, eu só ensino e desafio", emenda Malafaia, que busca tentar colocar a pecha de que "Lula é contra os pobres" para se opor à taxação dos super-ricos nas redes.

Malafaia também não conta nas redes que as igrejas, como a ADVEC, não pagam impostos sobre as "ofertas" dadas pelos fiéis.

"Por isso, há tanto empenho em eleger bancadas evangélicas e apoiar candidaturas que se comprometam a proteger os interesses desses impérios eclesiásticos", denuncia o pastor Hermes Fernandes na publicação.

"O mesmo Malafaia, em entrevista a Bolsonaro, afirmou que os trabalhadores têm direitos demais no Brasil e que os empresários são sobrecarregados de deveres trabalhistas. Enquanto isso, milhares de obreiros servem em escalas semanais nessas igrejas-empresas sem receber um centavo. Tudo pela “expansão do Reino de Deus”, como alegam. Mas seria mesmo pelo Reino, ou pela expansão de seus próprios impérios?", indaga em seguida.

Segundo Fernandes, ao redor de "templos faraônicos" das igrejas, com pastores passeando em carros de luxo blindados, "multiplicam-se bolsões de miséria".

"O evangelho de Jesus vai na contramão de tudo isso: volta o olhar para os vulneráveis, valoriza os trabalhadores em seus direitos e denuncia a ganância dos poderosos. Quem defende o evangelho não pode fechar os olhos para essas contradições. A propósito, Jesus jamais cobrou uma 'semente' pelos milagres que realizou", conclui o pastor.

Veja

 

Fonte: REVISTA FÓRUM - 09/07/2025

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