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Na proposta anterior da Americanas, havia a previsão de um desembolso de R$ 10 bilhões pelos acioonistas, com outras duas rodadas de R$ 1 bilhão cada, mas com prazos mais longos e ambas condicionadas a fatores como a evolução do endividamento e a situação do caixa da empresa. Agora, a quantia entra nos cofres da empresa “assim que a oferta de ações acontecer”, disse ao Metrópoles uma fonte a par da negociação, e “isso altera a negociação”.
Dívida por ações
O segundo tópico do fato relevante de 10 de setembro estabeleceu ainda que os credores também vão participar de uma capitalização de dívida no valor de R$ 12 bilhões, dentro do processo de recuperação judicial. Isso quer dizer que quem está na fila para receber dinheiro da varejista vai poder trocar o débito por ações até esse montante. Isso não é dinheiro novo, mas reduz de forma expressiva o endividamento geral.
Além disso, segundo o acordo em discussão, haverá mecanismos como um leilão reverso e o pré-pagamento de dívidas com descontos. Se todos os pontos da negociação avançarem de forma positiva, a atual dívida da Americanas, estimada em R$ 42 bilhões, será reduzida a R$ 1,875 bilhão. Para liquidar essa quantia remanescente, a empresa propõe emitir uma nova debênture, um título da dívida, com novos prazos e condições de mercado.
Forte pressão
Na Justiça e nos bastidores das negociações, a Americanas vinha sendo fortemente pressionada pelos credores. A ação suspensa na semana passada pelo Bradesco, por exemplo, realizava uma perícia em e-mails e outros documentos trocados pela cúpula da companhia nos últimos dez anos. O objetivo da varredura, agora interrompida, era definir os responsáveis pela fraude contábil de R$ 20 bilhões identificada no balanço da companhia, divulgada ao mercado no início de janeiro.
Fonte: Carlos Rydlewski/ Metrópoles 23/10/2023
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