247 - A operação Última Milha, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal com o objetivo de apurar o monitoramente ilegal de opositores, críticos e adversários políticos do governo Jair Bolsonaro (PL) por parte de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teve entre seus alvos Fabrício Cardoso de Paiva, que atuou na campanha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Oficial da Abin, Paiva trabalhou na área de segurança da campanha de Tarcísio de Freitas para o governo paulista e integrou sua equipe no Ministério da Infraestrutura, em 2019, como servidor cedido pela agência. Na sexta-feira passada, ele foi um dos alvos de busca e apreensão da PF”, diz a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo.
Ainda conforme a reportagem, Paiva é tido como pessoa de confiança e próximo do governador e foi avistado por membros do governo em diversos eventos no Palácio dos Bandeirantes neste ano, apesar de não possuir nenhum cargo na atual gestão.
Investigadores apontam que o oficial tem ligações com Paulo Maurício Fortunato Pinto, diretor da Abin que foi afastado do cargo após a PF encontrar US$ 171,8 mil em dinheiro vivo em sua residência durante a operação da última sexta-feira.
Nesta segunda-feira (23), veio à tona que o governo paulista também adquiriu o software isralense First Mile, utilizado ilegalmente pela Abin na gestão Bolsonaro para monitorar opositores.
A assessoria de imprensa do governador Tarcísio de Freitas confirmou a aquisição da ferramenta, mas esclareceu que a transação ocorreu durante a gestão de João Doria, em novembro de 2021, por intermédio da Secretaria de Segurança Pública. Além disso, a negociação para a aquisição do First Mile pela Polícia Militar se concretizou no primeiro semestre de 2023, embora tenha sido iniciada em 2022, ainda durante a gestão anterior.
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