LONDRES (Reuters) – Centenas de milhares de manifestantes se reuniram em cidades da Europa, Oriente Médio e Ásia neste sábado para mostrar apoio aos palestinos enquanto os militares de Israel ampliavam sua ofensiva aérea e terrestre na Faixa de Gaza.
Numa das maiores marchas, em Londres, imagens aéreas mostraram grandes multidões a marchar pelo centro da capital para exigir ao governo do primeiro-ministro Rishi Sunak um cessar-fogo.
"As superpotências em jogo não estão a fazer o suficiente neste momento. É por isso que estamos aqui: apelamos a um cessar-fogo, apelamos aos direitos dos palestinos, ao direito de existir, de viver, aos direitos humanos, a todos os nossos direitos." disse a manifestante Camille Revuelta.
“Não se trata do Hamas. Trata-se de proteger as vidas palestinas”, acrescentou ela.
Fazendo eco da posição de Washington, o governo de Sunak não chegou a pedir um cessar-fogo e, em vez disso, defendeu pausas humanitárias para permitir que a ajuda chegasse às pessoas em Gaza.
A Grã-Bretanha apoiou o direito de Israel de se defender após o ataque de 7 de outubro do grupo militante Hamas, que Israel disse ter matado 1.400 pessoas, a maioria civis.
O número de mortos em Gaza subiu para 7.650 mortos, também a maioria civis, desde que o bombardeio de Israel começou há três semanas, de acordo com um relatório diário divulgado no sábado pelo Ministério da Saúde palestino.
Tem havido um forte apoio e simpatia por Israel por parte dos governos ocidentais e de muitos cidadãos devido aos ataques do Hamas, mas a resposta israelita também suscitou raiva, especialmente em países árabes e muçulmanos.
Na Malásia, uma grande multidão de manifestantes entoava slogans em frente à embaixada dos EUA em Kuala Lumpur.
Dirigindo-se a centenas de milhares de apoiantes num grande comício em Istambul, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Israel era um ocupante e repetiu a sua posição sobre o Hamas não ser uma organização terrorista.
Erdogan recebeu uma forte repreensão de Israel esta semana por chamar o grupo militante de “combatentes pela liberdade”.
Os iraquianos participaram de um comício em Bagdá e na Cisjordânia ocupada por Israel. Os manifestantes palestinos em Hebron pediram no sábado um boicote global aos produtos israelenses.
“Não contribuam para o assassinato das crianças da Palestina”, gritavam.
Noutras partes da Europa, as pessoas saíram às ruas de Copenhaga, Roma e Estocolmo.
Algumas cidades em França proibiram comícios desde o início da guerra, temendo que pudessem alimentar tensões sociais, mas apesar da proibição em Paris, teve lugar um pequeno comício no sábado. Várias centenas de pessoas também marcharam na cidade de Marselha, no sul do país.
Na capital da Nova Zelândia, Wellington, milhares de pessoas segurando bandeiras palestinas e cartazes com os dizeres “Palestina Livre” marcharam até o Parlamento.
Em Londres, existiam restrições especiais que restringiam os protestos em torno da Embaixada de Israel.
A marcha de sábado foi maioritariamente pacífica, mas a polícia disse ter feito nove detenções: duas por agressões a agentes e sete por ofensas à ordem pública – algumas das quais foram tratadas como crimes de ódio.
A polícia estimou a participação entre 50.000 e 70.000 pessoas.
A polícia de Londres tem enfrentado críticas nos últimos dias por não ter sido mais dura com os slogans gritados por alguns manifestantes durante outra marcha pró-Palestina na capital na semana passada, que atraiu cerca de 100 mil pessoas.
Fonte: BRASIL 247 - 28/10/2023
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