No corredor do Cemitério Campo Santo, na Federação, um desabafo dolorido de uma mãe: "Ele não teve chance de defesa. A polícia julgou e a própria polícia sentenciou. Colocaram ele de joelho e atiraram à queima-roupa. Foi um assassinato", declarou Ana Sueli Conceição Souza, mãe do adolescente Patrick Souza Sapucaia,16 anos, um dos três moradores mortos pela Polícia Militar, na madrugada desta terça-feira (1º) na Gamboa.
Além de Patrick, morreram Cleverson Guimarães Cruz, 22, o Cauê, e Alexandre dos Santos, 20, irmão do atacante Juninho do Esporte Clube São Bernardo do Campo, de São Paulo. Parentes da vítima alegam execução, que os três foram levados para uma casa abandonada e executados à queima-roupa. No entanto, a versão da PM diz que houve uma troca de tiros. O caso é investigado pela Corregedoria da PM.O enterro de Patrick aconteceu por volta das 10h desta quarta-feira (2). O rapaz era filho, sobrinho e neto de policiais militares. "A justiça divina e a militar vai apurar a situação", disse o pai de Patrick, um tenente aposentado da PM. O rapaz era o caçula de seis irmãos. "Eu vi que foram seis perfurações. Posso afirmar porque fui eu que arrumei o corpo na funerária. Sem falar nas raladuras, porque, após morto ele foi arrastado no chão", declarou a irmã de Patrick, Cláudia Sapucaia.
Velório
Durante o velório, moradores e amigas de Patrick manifestaram suas revoltas. "A gente fala, fala,mas nada adianta. Por mais que a gente diga e prove que todos eles eram inocentes, a versãoda polícia sempre será a verdade absoluta", disse Ana Cristina Souza, amiga da família."Essa é polícia que a gente precisa? Claro que não! Uma polícia que ao invés de nosdefender, mata nossos filhos e maridos? Isso precisa mudar!', declarou Paula Martins, tambémamiga da família de Patrick.Patrick estava no 8° ano do ensino fundamental no ColégioEstadual Úrsula Catarino, além de trabalhar vendendo roupas no centro da cidade. Do do 2°ao ao 7°, ele estudou na Escola Municipal Amélia Rodrigues. "Era um aluno muito querido epopular. Mesmo após ter saído da nossa escola, ele passava lá pra falar com a direção,professores e ex-alunos. Todos da escola estão arrasados", declarou a diretora dainstituição, Maria Eugênia Sampaio. "Foi um susto muito grande quando tomamos conhecimento.Ele era muito querido por todos nós", disse a vice-diretora Márcia Teixeira.
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