Biden em discurso no Congresso — Foto: Jabin Botsford/ Pool via AP
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, atacou o presidente russo, Vladimir Putin, proibiu voos russos no espaço aéreo norte-americano e liderou parlamentares democratas e republicanos em uma rara demonstração de unidade em discurso do Estado da União, na noite de terça-feira, dominado pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Vamos cada um de nós, se puder, ficar de pé, e enviar um sinal inconfundível para a Ucrânia e para o mundo", pediu Biden a democratas e republicanos.
Parlamentares que estão profundamente divididos sobre impostos, direitos de voto e segurança de armas se uniram para aplaudir a Ucrânia, muitos agitando bandeiras ucranianas e se manifestando na Câmara dos Deputados. Várias parlamentares usavam cores amarelo e azul da Ucrânia.
A aclamação de ambas as partes marcou um retorno à tradição para Washington. Dois anos atrás, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ficou tão enojada com a fala do então presidente Donald Trump em seu discurso que rasgou sua cópia em pedaços durante o pronunciamento.
"O Estado da União é forte -- porque vocês, o povo americano, são fortes", disse Biden. "Estamos mais fortes hoje do que estávamos há um ano."
Pela primeira vez em meses, os membros do Congresso não foram obrigados a usar máscaras para se proteger contra a pandemia.
Uma pesquisa instantânea da CNN com observadores do discurso mostrou 41% reagindo muito positivamente, 29% um pouco positivamente e 29% negativamente.
Biden falou ao Congresso dos Estados Unidos no sexto dia da invasão russa à vizinha europeia Ucrânia, enquanto Kiev se depara com o avanço de uma coluna russa de blindados de quilômetros de comprimento potencialmente preparando-se para assumir a capital ucraniana.
No discurso no horário nobre, Biden anunciou mais uma medida contra a Rússia ao proibir os voos russos de utilizarem o espaço aéreo norte-americano, e também um esforço do Departamento de Justiça para apreender iates, apartamentos de luxo e jatos particulares de russos ricos com laços com Putin.
Em um desvio de seus comentários preparados, Biden disse sobre Putin: "Ele não tem ideia do que está por vir".
Biden busca reconfigurar sua Presidência após um primeiro ano no cargo marcado por rápido crescimento econômico e trilhões de dólares em novos programas, mas assolado pela maior inflação em 40 anos e uma persistente pandemia de coronavírus.
O discurso anual ao Congresso deu a Biden uma plataforma para destacar sua agenda, tranquilizar norte-americanos inquietos e buscar aumentar seus números tímidos nas pesquisas de opinião, em meio a advertências de que seus correligionários democratas podem enfrentar perdas nas eleições parlamentares de novembro.
Ele também sinalizou passos para enfraquecer as Forças Armadas da Rússia no futuro, mesmo reconhecendo que os militares russos podem ganhar terreno na Ucrânia.
"Estamos sufocando o acesso da Rússia a uma tecnologia que vai sugar sua força econômica e enfraquecer suas forças militares nos próximos anos", disse.
"Quando a história desta era for escrita, a guerra de Putin contra a Ucrânia terá deixado a Rússia mais fraca e o resto do mundo mais forte", acrescentou.
Biden, que falou no início do dia com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou mais uma vez a participação militar direta dos Estados Unidos na Ucrânia.
Mas o governo dos EUA compartilhou informações sobre as operações da Rússia e liderou o mundo na imposição de um conjunto histórico de sanções econômicas ao governo de Putin, a seus aliados e aos maiores bancos do país, levando a moeda russa a desabar.
Fonte: Globo - 02/03/2022 17h:45
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