sexta-feira, 24 de abril de 2009

DIRETORA DA UNEB CAMPUS XVI - IRECÊ FALA SOBRE SUA GESTÃO.

Cenilza Pereira dos Santos, Pedagoga, formada pela Universidade Estadual de Feira de Santana –UEFS, mestranda em Educação e Contemporaneidade pela UNEB, com pesquisa no Campus XVI sobre a formação de professores no curso de Pedagogia com foco na relação do professor –aluno. Professora do Departamento desde 2004, eleita pelo voto direto, coordenou o Colegiado de Pedagogia do Campus no período 2005-2007, em 27.05,08, foi eleita pela comunidade acadêmica para Direção do Departamento para o biênio 2008-2010. Com os cursos de graduação em Pedagogia,Letras e Administração(EaD), Rede UNEB - Formação de Professores em Pedagogia nos municípios de Ibititá,Lapão e São Gabriel e PROESP (Letras e Geografia), além dos programas de extensão,como o Universidade Para Todos, UATI (Universidade Aberta Terceira Idade),numa comunidade acadêmica composta de 40 professores,32 funcionários e mais de 800 alunos, professora Cenilza, concedeu gentilmente essa entrevista ao Jornal Informa da cidade de Irecê, para que a comunidade conheça mais sobre suas propostas de trabalho para o DCHT – Campus XVI –Irecê.

1-Jornal Informa: Mais um desafio em sua carreira profissional, como está se sentindo após a assunção no cargo à diretora Cenilza?

Os desafios são muito bem vindos. Afinal minha carreira profissional chegou até aqui pelos desafios que sempre assumi com a responsabilidade que tenho em tudo que faço. Portanto, mais este desafio é muito bom e pode ter certeza que o assumirei dando o melhor de mim para atender as expectativas de quem apostou e acreditou que eu seria capaz de gerir esta instituição.

2-Jornal Informa: Como à senhora avalia a Educação no país hoje?

De certa forma está um pouco melhor do que antes pelas políticas públicas que estão sendo pensadas e implementadas para a educação. No entanto, muito ainda precisa ser feito. Os nossos representantes políticos têm que mudar sua forma de pensar. Ainda há a concepção que não é bom politicamente um povo educado, mas vejo a potencialidade de um povo que deixa de pensar em seu bem estar individual para pensar no coletivo, pensar que exigir educação de qualidade é um direito seu e um dever do Estado e não um favor de A ou B. Portanto, investir mais nas escolas e seus profissionais, não apenas nos professores, mas coordenadores, gestores, agentes educativos, enfim se preocupar com a formação de todos que trabalham na escola sem exceção: desde quem trabalha na portaria, os auxiliares de limpeza etc. Além de modernizar o ambiente educativo, ter uma proposta de valorização profissional para todos e não apenas para professores. Penso que todos devem assumir-se como educadores. Disponibilizar material para formação desses profissionais, recursos didáticos para auxiliar o trabalho pedagógico, materiais informativos. Resumindo: quando os nossos representantes políticos e o Estado conscientizarem-se que a educação, saúde e segurança é a prioridade em todos os sentidos aí sim, podemos dizer que o país reconhece o real valor da educação. No entanto diante das dificuldades que a Educação Básica e a Educação Superior estão enfrentando, fica difícil pensar que a Educação é prioridade.

3-Jornal Informa: Sabemos dos problemas enfrentados pelas Universidades Públicas Brasileiras, mas, especificamente na UNEB e o Campus XVI, quais tem sido essas dificuldades?

As Universidades, apesar de ser a instituição que produz e valoriza os saberes, tem o mesmo tratamento que todas as instituições educativas, claro que as demandas são diferentes, mas... Assim, precisa-se lutar por uma política de valorização profissional dos professores e técnicos-administrativos, por investimento na produção de conhecimentos. Afinal, só podemos fazer intervenções sociais de acordo às condições que nos dão e o que o DCHT XVI faz ainda é muito pouco para a potencialidade de seus profissionais, mas infelizmente não podemos atuar de forma mais efetiva na região devido a falta de professores e funcionários. Hoje, um dos maiores problemas que enfrentamos é a falta de professores, técnicos, e o orçamento muito menor do que precisamos para atender as necessidades do Departamento. Temos o mesmo orçamento que tínhamos para administrar um campus menor e com apenas um curso. Hoje temos dois cursos e um espaço muito maior e com muito mais demandas. Aí fica difícil, mas temos a proposta de continuar lutando para que os nossos deputados, principalmente os da região, percebam o quanto a Uneb pode ajudar no desenvolvimento da região e assumam essa luta conosco.

4- Jornal Informa: Como pretende resolver esses problemas?

Mantendo sempre o diálogo tanto com a Reitoria quanto com a comunidade para que possamos unir forças para promover o desenvolvimento da região. O que já foi iniciado desde a última gestão, da Profa. Dayse Lago. A comunidade, através do Território de Cidadania de Irecê nos deu um Centro de Pesquisa, compreendendo o quanto a pesquisa pode favorecer o desenvolvimento da região. Essa foi uma conquista da comunidade a partir da inserção da Uneb nesses espaços. Continua sendo uma meta manter o diálogo com os diversos setores da comunidade. Hoje, a UNEB já assinou o convênio com o Ministério de Desenvolvimento Agrário - MDA, para a construção do Centro de Pesquisa em Educação do Campo ainda 2009. Além disso, o Território aprovou um quantitativo para a sua estruturação,equipamentos,móveis, e curso de Formação de Professores para a Educação do Campo no recurso de 2010. Portanto, estamos intensificando o diálogo com a Sociedade Civil.

5- Jornal Informa: Dentre suas propostas de trabalho, está a elaboração de um projeto para a ampliação do Campus inaugurado há menos de um ano,inclusive já percebemos o início da obra, por que?

Na realidade, a sede própria foi uma conquista muito grande para nós da comunidade acadêmica, principalmente porque tínhamos o desejo de fazer com que a comunidade participasse do campus e já estávamos sem espaço. Agora temos um auditório com capacidade para 200 pessoas, entre outros espaços, mas continua sem atender as nossas demandas de salas de aula. Assim, compreendemos que precisamos ampliar a nossa estrutura para atender à pesquisa e a extensão e não só ao ensino. Estamos implementando a Universidade Aberta à Terceira Idade, já temos curso de informática para a terceira idade que irá ser incluído dentro desse programa. Além deste, pretendemos trazer outros programas que já existem na Uneb, mas que devido a um espaço pequeno não podíamos oferecer. Estamos oferecendo a Pós-Graduação em Gestão de Processos Educacionais; os de Gestores e Agentes Culturais em convênio da UNEB com a SECULT; estamos discutindo sobre sustentabilidade e meio ambiente.

6- Jornal Informa: Com isso, dificulta o Campus XVI ter novos cursos, ou não é só isso?

Não é só isso. Temos a convicção de que precisamos ampliar a quantidade de cursos, mas isso significa que precisamos ter professores para atender aos cursos implantados, técnicos, salas de aula suficientes e, a depender do curso, laboratório de pesquisa, aumentar o orçamento, pois aumenta os gastos do Departamento, entre outras demandas.

7- Jornal Informa: Com relação aos cursos de Pós-Graduação, o que tem previsto para 2009?

Acreditamos que uma Universidade pública deveria oferecer cursos gratuitos, mas não temos profissionais para isso, pois todos os nossos professores estão com a carga horária fechada com a Graduação. E o objetivo não é tirar da Graduação e recolocá-los na Pós-Graduação. De qualquer forma, o nosso Campus irá oferecer os cursos de Pós-Graduação mais barato que os que são oferecidos pelas Faculdades particulares, e após a publicação no Edital no Diário Oficial do Estado, do dia 07.04, está aberta, a inscrição para o processo seletivo da Pós Lato Sensu “Especialização em Gestão de Organizações Educacionais” até o dia 13.05, num valor acessível diante do momento econômico que vivenciamos, onde essa ação fortalece a educação e reafirma o nome do campus na oferta de cursos de pós-graduação na região. E estamos pensando em organizar projetos de Especialização, se possível gratuita.

8- Jornal Informa: Como se dará em sua gestão a relação Universidade-comunidade?

Meu desejo é estabelecer uma aproximação cada vez maior com a comunidade. É preciso que a Uneb possa mostrar que pode contribuir mais na área de educação do que vem sendo feito. É preciso que a comunidade acredite que podemos contribuir para o desenvolvimento da região, é preciso trazer a comunidade para dentro da Universidade e hoje temos um espaço que favorece isso e não vamos sub-utilizá-lo. Pretendemos fortalecer o diálogo com os movimentos sociais e unir forças para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Afinal, essa é uma função da educação.

9- Jornal Informa: Tendo em vista a proximidade do Campus com bairros carentes de nossa cidade, qual a sua proposta para a inserção da UNEB nessa comunidade ou vice-versa?

Acho que o fato de estarmos próximos desses bairros que denominamos carentes não nos dá o direito de adentrar nessas comunidades e oferecer o que achamos que lhes falta, mas precisamos discutir isso com as comunidades. Vamos estabelecer um contato com as associações de bairros para que possamos dialogar, pois temos a Meia Hora, a Lagoa do Tió e Baixão de Sinésia que estão muito próximos de nós e, talvez tenha aspirações diferentes das nossas.

10- Jornal Informa: Professora, tendo em vista que ainda tem 14 meses de mandato, qual à sua mensagem a população de toda micro-região?

Que estamos dispostos a fomentar discussões para atuarmos de forma significativa na micro-região e aquele espaço é de todos que pensa que a educação é o início de uma transformação social.

Fonte: www.jornalinforma.com.br

Entrevistador: Jorge Luiz - Colaborador


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