quinta-feira, 13 de junho de 2024

Genebra: Presidente Lula é ovacionado na OIT ao defender a democracia

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social no âmbito da 112a Conferência Internacional do Trabalho, no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sessão de encerramento do Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social no âmbito da 112a Conferência Internacional do Trabalho, no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - Em discurso na 112ª Conferência Mundial do Trabalho da OIT (Organização Mundial do Trabalho), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aplaudido de pé ao defender a democracia e criticar os ataques feitos a ela pela extrema-direita em todo o mundo.  “Sem a democracia, um torneiro mecânico jamais teria chegado à Presidência da República de um país como o Brasil”, disse, sobre a própria eleição em 2002. 

Lula também criticou o retrocesso e a violação de direitos trabalhistas promovidos por outros governos, em referência clara a Jair Bolsonaro (PL). “Os ataques à democracia historicamente implicaram em perdas de direitos. Não é mera coincidência que meu país foi investigado por violar normas desta organização durante o governo anterior. O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham mentiras e ódio”, afirmou.

O presidente falou sobre a importância da recuperação da bandeira anti-hegemônica pelos setores progressistas e populares, e criticou a visão econômica neoliberal, que defende a redução do tamanho do Estado. “A contestação da ordem vigente não pode ser privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares, progressistas e democratas. Recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente. A ‘mão invisível’ do mercado só agrava a desigualdade. O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização. Não se pode discutir economia e finanças sem discutir emprego e renda”, declarou.

Lula também voltou a defender a taxação de super-ricos, considerada a principal pauta da presidência do Brasil no G20. “O Brasil está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos nos debates do G20. Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3 mil pessoas que detêm quase US$15 trilhões. Isso representa a soma dos PIBs de Japão, Alemanha, Índia e Reino Unido”, disse.

Por fim, tratou sobre as mudanças climáticas e citou o exemplo das enchentes no Rio Grande do Sul, que mataram centenas de pessoas no mês de maio. “A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais, certamente tentando encontrar um planeta melhor que a Terra, para não ficar no meio dos trabalhadores, que são responsáveis pela riqueza deles. Não precisamos buscar saída em Marte. É a Terra que precisa do nosso cuidado. As enchentes que levaram destruição ao Sul do Brasil, ao Quênia e à China, e as secas na Amazônia, na Europa e no continente africano mostram que o planeta já não aguenta mais”, alertou Lula.

Fonte:BRASIL 247 - 13/06/2024

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