foto:Ricardo Stuckert
Em discurso na cúpula do G7 nesta sexta-feira (14), na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a taxação de super-ricos e propôs ainda uma cúpula para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“O G7 é uma reunião um pouco complicada, nós temos um espaço para falar. Os assuntos que eu quero falar são sobre democracia mesmo, sobre inteligência artificial, sobre a desigualdade. São os assuntos que eu gosto de discutir em qualquer lugar que eu vou”, afirmou Lula à imprensa.
Lula iniciou o discurso desta sexta-feira falando sobre tecnologia. Ele disse que a inteligência artificial (IA) apresenta "oportunidades e riscos".
"A inteligência artificial acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias. Seus benefícios devem ser compartilhados por todos. Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Que potencialize as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética. Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra", afirmou o presidente brasileiro.
Desigualdade
Logo depois, Lula falou sobre a desigualdade e mencionou que "já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos".
"Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia. Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza. Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades", disse Lula.
"O apoio de todos os presentes nesta reunião à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, será fundamental para dar fim a essa chaga que ainda assombra a humanidade", acrescentou.
Guerras
Segundo Lula, em Gaza, onde acontece a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas desde 7 de outubro do ano passado , é possível ver "o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança".
"Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça", afirmou o mandatário.
Sobre a Rússia e Ucrânia, Lula ressaltou que "o Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar".
O petista então propõe que a paz seja viabilizada através de uma "conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China", referindo-se resoluções de paz apresentadas pelos países no Conselho de Segurança da ONU.
"O G7, o BRICS e o G20 reúnem as maiores economias do planeta. O futuro que compartilharemos dependerá de nossa capacidade de superar desigualdades e injustiças históricas para vencer as batalhas que a humanidade enfrenta hoje", encerrou o presidente do Brasil.
Fonte: PORTAL IG- 14/06/2024
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