© Adriana Machado/Reuters Segundo Paulo Guedes, por conta dos gastos com o surto de Covid-19, o Brasil terá déficit primário “extraordinário” neste ano
As medidas para enfrentamento ao coronavírus somam de 4,8% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB), num desvio transitório do foco do governo, que permanece sendo de reformas para retomada do crescimento, defendeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, na noite de hoje (28).
“Se nós fizermos um programa colossal de (medidas) emergenciais sem sinalizar as estruturantes, aí nós vamos desestabilizar as expectativas, aí começa o juro a subir, começa a inflação a subir e isso nós não podemos permitir”, disse ele, ao participar de mesa redonda virtual com executivos da XP Inc.
Segundo Guedes, passado esse período de três, quatro meses, o país precisará destravar investimentos e aprovar projetos e reformas no Congresso com esse objetivo.
Ele pontuou que, por conta dos gastos com o surto de Covid-19, o Brasil terá déficit primário “extraordinário” neste ano. Mas o ministro afirmou que o Brasil arcará rapidamente com essa conta. “Vamos pagar em um ano as despesas do coronavírus”, disse Guedes. “Nós vamos vendendo, vamos fazer como fizemos no ano passado”, acrescentou ele, lembrando de iniciativas levadas a cabo em 2019, como a venda de reservas internacionais pelo Banco Central e a venda de ativos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao especificar os impactos fiscais de iniciativas já anunciadas, o ministro afirmou que o programa voltado aos autônomos e informais, de concessão de um vale de R$ 600 por três meses, terá um custo de cerca de R$ 50 bilhões.
Já a complementação do salário para os trabalhadores formais que tiverem jornada e remuneração reduzidas –ação que ainda está sendo finalizada pela equipe econômica– terá um impacto em torno de R$ 45 bilhões a R$ 50 bilhões, disse.
O ministro também afastou a possibilidade de saída do governo, afirmando que isso é “conversa fiada total”.
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