O presidente faz critica pública ao seu ministro da saúde -foto:reprodução
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, segue disposto a não pedir demissão do cargo. Ele tem sido apoiado a permanecer, nos bastidores, pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, pelos ministros generais e pela chamada ala “técnica” do governo, composta, entre outros, por Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Tarcísio Freitas (Infra-Estrutura) e Tereza Cristina (Agricultura).
Nas conversas com Mandetta, os ministros adotam tom entre preocupado com o que pode ser da crise caso ele seja substituído por alguém mais ideológico, afinado com a disposição de Bolsonaro de relaxar as recomendações de isolamento social, e condescendente em relação aos arroubos presidenciais contra o auxiliar, dizendo se tratar do “jeito” de Bolsonaro, e que esses surtos costumam passar caso o alvo dê tempo ao tempo e não “provoque”.
Aliados do ministro no DEM e em outros partidos do Congresso também monitoram sua disposição em conversas diárias. Ouvem do titular da Saúde muita preocupação com o que pode acontecer no sistema de saúde nas próximas semanas e a disposição de manter o esquema do ministério, que está azeitado e em boa conexão com Estados e municípios.
Mas o ministro também teme ser alijado, aos poucos, do comando do manejo da crise, o que poderia fazer com que fosse engolfado caso o número de casos e mortos e a situação dos hospitais saiam de controle. Auxiliares de Mandetta reclamam da exposição desnecessária do ministro em um momento tão grave, como a decisão de exclui-lo de uma reunião com profissionais de saúde e a entrevista com críticas abertas a ele.
O ministro e Bolsonaro devem voltar a conversar ao longo do fim de semana. Aliados temem que, se o presidente encorajar ou de alguma maneira participar de manifestações previstas para domingo, seja a gota d’água para Mandetta.
fonte:BR político/Vera Magalhães e Marcelo de Moraes -03/04/2020
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