quinta-feira, 2 de abril de 2020

Bahia: 'Negativa e mal conduzida', diz superintendente da Fieb sobre cortes no Sistema S

'Negativa e mal conduzida', diz superintendente da Fieb sobre cortes no Sistema S
Foto: Divulgação
A Medida Provisória do governo federal que reduziu a 50% a contribuição ao Sistema S por três meses, como medida de enfrentamento ao novo coronavírus no Brasil, foi classificada como negativa pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Em entrevista ao Bahia Notícias, o superintendente da instituição alegou que a medida “não afeta somente o Sistema S, mas toda a sociedade, sobretudo neste momento de em que são necessárias as ações de combate ao coronavírus”. 

“É uma medida negativa e mal conduzida. Simplesmente se tomou uma decisão sem avaliar os efetivos impactos. Afeta o Sistema S diretamente porque mexe com metade das nossas despesas compulsórias”, explicou Vladson Menezes. O superintendente alegou ainda que ações do sistema na Bahia estão promovendo ações cujo potencial de economia para o poder público pode chegar a, pelo menos, R$ 21 milhões. 

No estado, a partir da ação do Sesi e Senai, estão sendo desenvolvidos teste de diagnóstico da Covid-19, com a pretensão de atender cerca de 54 mil pessoas até o final do ano. 

Pela média de incidência de coronavírus, a estimativa da Fieb é que, ao testar essas pessoas, poderá gerar uma redução potencial de 2.600 internações. “Isso gera uma economia de mais de R$ 15 milhões [ao poder público] entre o custo do teste e as internações. Na prática, há uma economia para o setor público e o governo não vê”, disse Menezes. 

“A Fieb se prepara também para a realização de testes rápidos, com perspectiva de atender até 100 mil pessoas até dezembro”, listou. 

Outra ação desenvolvida na Bahia pelos federados é o envasamento de 100 mil litros de álcool a 70% para ser usado em hospitais e UPAS e outras unidades de saúde. Integra também a lista o reparo e manutenção de 120 respiradores que estavam em desuso nos hospitais do estado.

“O valor de mercado disso dessa atividade é de mais de R$ 9 milhões e tem um potencial de salvar cerca de 620 vidas”, acrescenta o superintendente. Menezes acrescentou ainda que a FIEB vai custear a vacinação de 50 mil trabalhadores contra a influenza e H1N1. “Isso também é uma economia para o sistema público”, reforça. 

O centro de supercomputação do Senai está imbuído ainda da realização de pesquisas para apoiar o diagnóstico da Covi-19 a partir de outros exames como tomografia computadorizada, raio-x, etc., além do planejamento de ações na área de telemedicina. Menezes, adiciona ainda à lista a oferta de cursos de educação a distância para capacitar profissionais que, segundo ele, dará condições ao estado e ao país de, logo após a quarentena, ter força de trabalho melhor preparada para retomar a economia. 

“Todo trabalho de importância social e econômica está sendo ameaçado por um corte que sequer foi negociado. Um corte imposto. Aqui na Bahia a gente perde muito. Em nível nacional também porque existe um conjunto de ações focadas na formação profissional, capacitação, atendimento à população carente”, pontuou Vladson Menezes. 
 
“Outros países estão com medidas de aumentar a proteção social, logo, quando reduz os recursos do Sistema S está sendo feito o oposto disso. É uma colaboração para desarticular toda uma rede a essa população de educação e também atendimento à saúde que nesse momento é importante”, concluiu. 

fonte:Bahia notícias - 02/04/2020 -reprodução

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