Em entrevista exclusiva ao Sunday Telegraph, Dalai Lama, ganhador do Nobel da Paz em 1989, disse que tem recebido relatórios do Tibete avisando que agentes chineses teriam treinado mulheres tibetanas para a missão de envenená-lo, enquanto fingem ser devotas que procuram por suas bênçãos. O líder budista tibetano disse viver com um cordão de alta segurança em seu templo em Dharamsala, no Himalaia, a conselho de oficiais de segurança indianos.
Apesar de ser um dos líderes espirituais mais reverenciados no mundo, ele tem inimigos na China e em algumas seitas budistas. Seus assessores não puderam confirmar os relatórios, mas eles destacaram a necessidade de segurança elevada.
"Nós recebemos algumas informações do Tibete. Alguns agentes chineses estão treinando tibetanos, especialmente mulheres, usando veneno - nos cabelos e lenços - elas supostamente me procurariam para ser abençoadas, para que eu as tocasse", anunciou Dalai Lama.
As relações entre a China e o governo tibetano em exílio na Índia são pobres e de suspeita mútua, após mais de 30 autoimolações por tibetanos no último ano, em protesto aos movimentos chineses que buscam marginalizar sua língua e cultura.
Dalai Lama diz que a interferência chinesa para encontrar sua reencarnação após a morte significava que ele pode ser o último Dalai Lama, e que os tibetanos poderiam decidir abandonar a instituição. Ele acredita que muitos jovens monges budistas, incluindo o Karmapa Lama, poderiam emergir como líderes espirituais do budismo tibetano.
Apesar das relações congeladas com Beijing, capital chinesa, o líder diz acreditar que a China vá mudar sua linha-dura e adotar reformas democráticas para proteger seu crescimento econômico. Ele afirma, ainda, que os líderes chineses deveriam usar a lógica budista para superar suas suspeitas e sua raiva, mas confessa que luta para controlar seu próprio temperamento.
"Conselheiros, secretários, outras pessoas ao meu redor, quando comentem alguns pequenos erros, então eu às vezes estouro. Sinto raiva e grito. Mas isso permanece por alguns minutos, e então acaba", contou Dalai Lama. Apesar de lamentar esse comportamento, ele acredita que isso, ocasionalmente, é bom para corrigir os defeitos.
O líder estará amanhã na Grã-Bretanha para receber o Prêmio Templeton na Catedral de São Paulo por defender a ciência como elemento vital da vida religiosa.
Fonte:portal terra /reprodução
Imagem:google
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