Pelegrino x ACM Neto
A terceira via não emplacou na capital baiana. Com 40,17% dos votos válidos, Antônio Carlos de Magalhães Neto (ACM Neto), 33 anos, irá para o segundo turno em uma disputa histórica com o candidato petista Nelson Pelegrino, 51 anos, que conquistou 39,73% do eleitorado. Apostando na saturação da "briga" entre petistas e carlistas, Mário Kertész (PMDB) não passou dos 9,43% dos votos.
ACM Neto (DEM) é herdeiro de uma dinastia política inaugurada pelo avô, Antônio Carlos Magalhães, que foi governador, senador e ministro. Colheu duas vezes os louros desta tradição em votações recordes para a Câmara dos Deputados. Pelegrino, por sua vez, luta para se colocar como o representante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A campanha petista joga todas as fichas se posicionando como o "time de Lula".
Para mostrar o momento político que marca o fim de oito anos de administração do prefeito João Henrique Carneiro, atualmente no PP, o Terra acompanhou as duas campanhas e entrevistou com exclusividade os finalistas do pleito. Em comum, além da graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Neto e Pelegrino têm os jingles carnavalescos e o discurso de que o poder público municipal fracassou sendo necessária uma liderança firme para a cidade.
Em um caso raro na política, nenhum dos dois é apoiado de forma direta pelo atual ocupante do palácio Tomé de Souza. Eleito com apoio do PT com 74,69% dos votos para sua primeira gestão em 2004, e reeleito em 2008 com apoio de ACM Neto, que ficara de fora do segundo turno, João Henrique (PP) amarga mais de 80% de avaliações negativas em pesquisas de satisfação do eleitorado. Na reta final do primeiro turno, enquanto Neto afirma que o adversário declarou desejar o apoio de João Henrique, cujo partido empresta tempo de televisão à coligação "Todos Juntos por Salvador", Pelegrino atribui ao adversário o apoio não declarado do atual prefeito.
Na semana passada, a campanha de Pelegrino ganhava força para chegar pela primeira vez à marca dos 30% de intenção de voto, alcançando empate técnico com o até então líder ACM Neto. Dez dias antes o ex-presidente Lula estivera em um comício pedindo votos. O embate eleitoral repercutia também nos tribunais, com ações de um prefeiturável contra o outro e o mesmo motivo: injúria.
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