terça-feira, 21 de julho de 2009

Pelo Mundo: Ahmadinejad fará ao Brasil primeira viagem do 2º mandato

Na véspera da chegada do chanceler israelense, Avigdor Liberman, ao Brasil, o embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, cobriu nesta segunda-feira de elogios o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que seu colega Mahmoud Ahmadinejad escolheu o Brasil para a primeira visita internacional após a posse para o seu segundo mandato, que acontecerá na primeira semana de agosto.
Segundo Shaterzadeh, a atitude de Lula após a polêmica reeleição de Ahmadinejad foi "muito corajosa, independente e soberana". Logo após o início dos protestos da oposição no Irã, o presidente brasileiro defendeu a vitória do iraniano, dizendo que sua votação foi "muito grande para a gente imaginar que possa ter havido fraude".
Para Shaterzadeh, os comentários feitos pelo brasileiro são baseados "numa ideia realista e sincera sobre o Irã". O embaixador afirmou a jornalistas que a visita de Ahmadinejad ao Brasil deve ocorrer "muito mais cedo do que vocês pensam", sem citar uma data. Ele disse que a escolha é consequência da crescente relação comercial entre os dois países.
Ahmadinejad é inimigo declarado de Israel e já pediu mais de uma vez o seu desaparecimento, além de negar o Holocausto. A visita do presidente iraniano ao Brasil tinha sido marcada para maio, mas, após provocar protestos de entidades judaicas, foi cancelada na véspera do dia escolhido --segundo o governo iraniano, para que Ahmadinejad pudesse se dedicar à sua campanha.
Shaterzadeh citou números que mostram um crescimento de 38% no fluxo comercial entre Brasil e Irã no primeiro semestre deste ano, comparado a igual período de 2008. Enquanto isso, houve queda de 27% em relação ao bloco econômico do Oriente Médio, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Israel isoladamente, por exemplo, apresenta um índice ainda maior de redução: cerca de 52%.
"O Brasil é um país emergente, importante e poderoso, que deve ser respeitado. Acho que existe aqui essa mesma visão sobre o Irã", afirmou.

Israel

Questionado sobre a visita de Liberman, o embaixador respondeu que o Brasil não será "facilmente influenciado por um país pequeno, racista e não reconhecido". "É um governo racista, com ideias fascistas", disse, ao comentar que Israel tem um histórico de "massacre do povo inocente e injustiçado da Palestina".
Consultada pela Folha, a Embaixada de Israel fez o seguinte comentário sobre as declarações do embaixador iraniano: "Ao contrário do Irã, Israel e Brasil são países democráticos que mantêm relações diplomáticas num espectro amplo, que abrange vários temas de cooperação e parceria. Não precisamos do aval de nenhum governo, muito menos do Irã, para continuarmos essa boa relação bilateral".
Além de Liberman, o primeiro chanceler israelense a visitar o Brasil desde 1987, o país deve receber em novembro o presidente de Israel, Shimon Peres.

Fonte:Folhaonline
Colaborou SAMY ADGHIRNI, da Reportagem Local

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