segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Brasília: Henrique Alves confirma favoritismo e assume Presidência da Câmera

Henrique Alves tem onze mandatos consecutivos - Foto:Alan Marques/folhapress/reprodução

A eleição do peemedebista faz parte de um acordo costurado com o PT para os dois maiores partidos da Casa se revezarem na presidência da Câmara, que nos últimos dois anos esteve nas mãos do petista Marco Maia (RS).
Parceiro do vice-presidente da República, Michel Temer, a candidatura de Henrique Eduardo Alves recebeu o aval do Planalto.
Foi eleito com o apoio oficial de 20 partidos dos 24 com representatividade na Câmara.
Henrique Alves tem como ponto a seu favor a facilidade com a qual transita entre os partidos, tanto da base quanto da oposição, mas enfrenta resistência do chamado baixo-clero, parlamentares com menor expressão na Câmara.
Assim como Renan Calheiros, o deputado também resistiu às acusações de que suspeita de ilegalidades.

ACUSAÇÕES

Conforme a Folha revelou, a empresa de um então assessor do deputado recebeu recursos por meio das emendas parlamentares indicadas pelo próprio Henrique Alves. A sede da empresa era simples, vigiada por um bode.
Na semana passada, Henrique Alves também passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal por repassar R$ 357 mil para duas empresas de aluguel de veículos.
Antes da votação na Câmara, nesta segunda-feira, um material apócrifo foi distribuído nos gabinetes com acusações contra Henrique Alves.
O documento é baseado em uma sentença judicial e cópia de reportagens que o colocam sob suspeita. Na capa do material, está escrito: "candidato condenado no Rio Grande do Norte, com direitos políticos cassados e responde a vários processos".
Henrique Alves nega irregularidades nos casos. "Agora de repente, no período eleitoral, aparece isso, aparece aquilo. São labaredas que não chamuscam o alicerce de uma vida inteira que construí com trabalho, com coerência e com lealdade", disse.

PROMESSAS

Em seu discurso durante a votação, ele fez um discurso corporativista. O peemedebista afirmou que se eleito, cada veto presidencial será discutido pelo Congresso.
"Assumiremos posições. Faço mea-culpa por todos nós termos nos omitirmos e deixado 3.000 vetos sem ser apreciados. Vamos corrigir o erro. A partir de agora o veto não pode ser, não vai mais ser, a última palavra da ação legislativa". A fala motivou aplausos entre os deputados.
Ele reclamou da edição de medidas provisórias. "Essa Casa é sufocada pelas medidas provisórias. Vamos tornar essa casa um palco de debates."
O deputado ainda prometeu criar uma comissão especial para reformular o sistema de pagamento de emendas parlamentares, para os deputados não ficarem dependendo da liberação do Executivo.
"Se esta Casa é a mais injustiçada dos poderes, e é, se é a mais criticada dos poderes, e é, não é pelos seus defeitos é por ela se expor, ser transparente, ser verdadeira."
O peemedebista reforçou sua promessa de ampliar a atuação da TV Câmara, para mostrar o trabalho dos parlamentares ao fim de semana em seus redutos eleitorais.
"A TV Câmara tem que ser mais Câmara do que TV. Não quero mais ver aquela imagem do plenário vazio. Aquilo era sempre uma segunda ou sexta-feira. Uma imagem de que o deputado não trabalha. Vou dizer à TV Câmara: 'seja mais Câmara e menos TV", afirmou.

Fonte:MÁRCIO FALCÃO
ANDREZA MATAIS

ERICH DECAT/ folha São Paulo
DE BRASÍLIA

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