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Joseph Blatter, que renunciou à presidência da Fifa nesta terça-feira,
estaria sob investigação da procuradoria do Estado de Nova York no
processo que prendeu sete cartolas na semana passada. A informação foi
publicada pela rede de TV ABC News e o New York Times. Segundo os dois
veículos, as autoridades norte-americanas estavam tentando construir um
caso contra o cartola suíço, que até então não havia sido implicado
diretamente no caso.
A ABC News publicou, horas depois do anúncio de renúncia de Blatter,
que uma fonte ligada as investigações confirmou que o suíço está na
lista de suspeitos dos procuradores, ainda que não tenha sido citado
nominalmente semana passada. Em parceria com o FBI, a Receita americana e
a Justiça da Suíça, os investigadores indiciaram 14 pessoas ligadas ao
escândalo e prenderam sete delas em Zurique, onde ocorria o Congresso da
Fifa - José Maria Marin, vice-presidente da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol), está entre os presos e enfrentará uma processo
de extradição.
Blatter não teria sido citado, segundo a ABC News, porque as
autoridades não reuniram informações suficientes sobre ele. A fonte
anônima ouvida pelos jornalistas, no entanto, confirmou que o cartola
está sob investigação e disse acreditar que a exposição dos fatos
levaria subordinados de dentro da Fifa a ajudarem na investigação. O New
York Times, que tem acompanhado o caso intensamente, foi pelo mesmo
caminho.
Na última segunda, o jornal nova-iorquino publicou que a investigação
nos EUA aponta Jeróme Valcke, secretário-geral da Fifa e braço direito
de Blatter, como principal suspeito de ter autorizado o repasse de US$
10 milhões de uma conta da Fifa para um dirigente da Concacaf. As
autoridades apuraram que o repasse seria um pagamento de propina da
África do Sul pelo apoio de cartolas da América do Norte na disputa pela
sede da Copa do Mundo de 2010.
Valcke e a Fifa disseram que quem autorizou o repasse foi Julio
Grondona, cartola argentino que morreu no ano passado, e negaram
qualquer ilegalidade. Segundo as partes, seria uma doação da África do
Sul ao futebol da região do Caribe e da América do Norte, que teriam
ajudado o continente africano na diáspora da região. À procuradoria de
Nova York, porém, o americano Chuck Blazer, ex-membro do Comitê
Executivo, disse que os cartolas entenderam que se tratava de um
pagamento pelo voto do grupo na África do Sul na eleição ocorrida anos
antes.
Esse conjunto de informações, como mostrou o blog do Rodrigo Mattos,
aproximou a investigação de Joseph Blatter. Essa proximidade foi o
"fato novo" em relação ao que estava ocorrendo na semana passada, quando
o suíço foi reeleito e prometeu cumprir o mandato e tentar, ele mesmo,
resolver o problema da corrupção no esporte.
Fonte: uol/reprodução
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