O empresário baiano, Demerval Gusmão, dono da DAG Construtora e amigo e parceiro de negócios de Marcelo Odebrecht, foi alvo da Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (26).
Na capital baiana, a polícia cumpriu mandados na casa do empresário na Mansão Terrazzo Imperiale, no Horto Florestal, e também no bairro do Stiep, onde fica a sede da construtora. A PF esteve ainda em Camaçari, região metropolitana de Salvador, no Condomínio Busca Vida, onde o empresário também uma casa.
Durante coletiva nesta manhã, investigadores afirmaram que a DGA Construtora foi quem comprou um terreno em São Paulo, a pedido da Odebrecht, para sediar o Instituto Lula. Posteriormente, os agentes encontraram um projeto para construção de um prédio com dimensões que coincidiam com as do terreno. As negociações para a construção do suposto prédio eram constantemente submetidas à avaliação do ex-ministro Antônio Palocci.
A PF buscou na localidade “documentos de qualquer natureza que envolvam a compra e venda, pagamento e recebimento do preço, destinação, do imóvel localizado na Rua Doutor Haberbeck Brandão, 178, São Paulo/SP, matrícula nº 188.853 do 14º”. Além disso, buscaram “HDs, laptops, pen drives, smartphones, arquivos eletrônicos, de qualquer espécie, agendas manuscritas ou eletrônicas, dos investigados ou de suas empresas, quando houver suspeita que contenham material probatório relevante”
Em junho de 2010, a DAG Construtora adquiriu um prédio de três andares na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo. No local, a empreiteira baiana planejava instalar a sede do futuro Instituto Lula. Segundo as investigações da operação Lava Jato, a família do ex-presidente Lula sabia dos planos de usar o prédio para o instituto: um projeto de reforma do imóvel, que incluía auditório, sala para exposição e até apartamento com cinco suítes na cobertura. Embora o prédio tenha sido efetivamente comprado pela DAG, o Instituto Lula não ganhou a sede e acabou sendo instalado no prédio do antigo Instituto Cidadania, no Ipiranga, onde permanece até hoje. Os responsáveis pela compra teriam desistido do projeto original de uso depois de descobrir que o imóvel estava envolvido em pendências judiciais dos antigos proprietários.
Segundo a força-tarefa, a negociação do prédio chegou ser feita por Roberto Teixeira, amigo e advogado do ex-presidente. Teixeira, que costuma assessorar negócios imobiliários, foi quem ajudou na aquisição do sítio de Atibaia por Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
Embora a DAG tenha registrado em cartório a compra do prédio por R$ 6,8 milhões, a PF acredita que o valor real foi R$ 12,3 milhões, o mesmo citado nos e-mails enviados a Teixeira. Num e-mail de setembro de 2010, apreendido nas investigações e divulgado em maio deste ano pelo jornal “Valor”, Marcelo Odebrecht afirma: “Preciso mandar uma atualização sobre o novo prédio para o Chefe amanhã. Qual a melhor maneira?”. O destinatário é Branislav Kontic, braço-direito do ex-ministro Antonio Palocci.
fonte:Bocão News
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