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foto:reprodução
Cerca de mil procuradores foram às urnas nesta terça-feira, 18, para eleger a lista tríplice para procurador-geral da República. Os mais votados foram, pela ordem, Mário Bonsaglia (478 votos), Luiza Frischeisen (423) e Blal Dalloul (422). A escolha foi feita dentro de um universo de dez candidatos. Os três nomes mais votados serão levados ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que promoveu a eleição.
Cabe ao presidente da República escolher o chefe do Ministério Público Federal, conforme prevê a Constituição. Ele não é obrigado a indicar nenhum nome da lista da associação.
Bolsonaro já deu sinais de que pode descartar o resultado desta eleição. “Todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição”, disse ao ser indagado sobre a possibilidade de manter Raquel Dodge no cargo.
Ainda durante a campanha eleitoral no passado, o então candidato sinalizava que poderia não seguir a lista tríplice. “O critério é isenção, que seja alguém que esteja livre do viés ideológico de esquerda, que não tenha feito carreira em cima disso e que não seja um ativista no passado por certas questões nacionais”, afirmou no último mês de outubro.
A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001. Daquele ano até agora, o vencedor da lista tríplice para o cargo de PGR não foi acolhido apenas em sua primeira edição e, mais recentemente, em 2017, quando o então presidente Michel Temer escolheu Raquel Dodge.
A atual procuradora-geral não se inscreveu para concorrer na eleição promovida pela associação, o que não quer dizer que ela não pretenda a recondução pela “via direta” do Palácio do Planalto. Internamente, procuradores comentam que a procuradora-geral se movimenta para um segundo mandato, sem concorrer pela lista tríplice.
No último dia 7 de junho, Dodge admitiu, de forma explícita, estar no páreo para ficar mais dois anos no cargo. O mandato à frente da Procuradoria vai até setembro, quando Bolsonaro deverá indicar o próximo ocupante do cargo.
“Estou à disposição da minha instituição e do país para uma eventual recondução ao cargo, mas não sei se isso vai acontecer” disse ela, após participar de evento do Ministério Público em São Paulo.
Parlamentares do Centrão, bloco informal de partidos que tem imposto as principais derrotas de Bolsonaro no Congresso, têm defendido, em conversas reservadas, a recondução de Raquel a mais um mandato.
A avaliação do grupo é a de que ela tem uma postura mais “moderada” do que seu antecessor no cargo, Rodrigo Janot, criticado por apresentar denúncias contra políticos com base nas delações premiadas.
O bloco teme, ainda, que Bolsonaro escolha um nome mais “linha dura”, alinhado ao discurso de criminalização da política, que permeou a campanha eleitoral. Para ser confirmado, o nome escolhido pelo presidente precisa passar por sabatina e ter o aval do Senado.
Desde que assumiu o comando do Ministério Público Federal, Raquel desacelerou os acordos de colaboração premiada. Dos 110 acordos na Lava Jato homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até hoje, apenas um foi em sua gestão.
Por outro lado, ela pediu para anular quatro das delações assinadas por Janot. O mais recente foi o do ex-diretor da Hypermarcas Nelson de Mello, que havia acusado políticos do MDB de receber R$ 30 milhões para fins eleitorais. Mello foi acusado de ter omitido informações e de não apresentar as provas para sustentar as denúncias contra políticos.
fonte:Veja.com c/adaptações
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