foto:reprodução
A irmã do alagoano Jeferson de Souza, executado a tiros durante uma abordagem policial em São Paulo, pede justiça. O crime ocorreu na quinta-feira, 13 de junho, sob o Viaduto 25 de Março. Dois policiais militares envolvidos na abordagem estão presos.
Imagens de câmeras corporais mostram que Jeferson, em situação de rua, foi executado por dois policiais militares da Força Tática durante abordagem no Viaduto 25 de Março. Os PMs, um tenente e um soldado, alegaram que ele tentou tomar a arma de um dos agentes, mas os vídeos mostram o contrário: Jeferson estava desarmado, acuado, chorando e com as mãos para trás quando foi morto com três tiros de fuzil — na cabeça, no tórax e no braço.
Antes dos disparos, ele foi levado para trás de uma pilastra, onde ficou sentado durante o interrogatório. Em um momento, o soldado cobre a lente da câmera. Segundos depois, Jeferson aparece morto. A gravação desmente a versão dos policiais.
Em um depoimento divulgado na quarta-feira, 6, pela TV Pajuçara, Micaele de Souza contou detalhes da trajetória do irmão. Jeferson havia deixado Alagoas em busca de uma vida melhor após perder os pais.
"Jeferson era um menino do coração muito bom, sempre disposto em ajudar a família, em fazer favor. Minha mãe faleceu em 2019, de câncer, e o pai dele foi morto. Aí ele decidiu ir embora para São Paulo em busca de uma vida melhor, já que a gente morava em interior", relatou Micaele.
Jeferson sonhava em ser jogador de futebol, mas enfrentou dificuldades ao chegar à capital paulista. "Ele foi atrás [de atuar como jogador de futebol], porque aqui não tinha muita oportunidade. Aí ele começou a trabalhar em uma pizzaria, depois saiu, foi para outra, e com o tempo, virou a cabeça e entrou no mundo das drogas. Ficou em situação de rua", explicou.
Micaele contou ainda que ele era seu único irmão e que ambos perderam a avó recentemente. "Creio que ele não teve o psicológico suficiente para aguentar tanta coisa acontecendo [...] Eu nunca pensei em ver meu irmão morto de uma forma tão cruel, por alguém que estava ali para proteger", lamentou.
"Espero muito que a justiça seja feita. Nada nesse mundo justifica tirar a vida de um ser humano de uma forma tão cruel. Se ele devia algo para a Justiça, por que não prenderam? Foram lá e tiraram a vida dele. Espero que a Justiça não pare por aí", concluiu.
Fonte: EXTRA ALAGOAS - 06/08/2025
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