quinta-feira, 11 de março de 2010

Educação: Instituto de Quimíca da UFBA ainda sem a reforma

No próximo dia 21, se completa um ano do incêndio que destruiu o 5º andar do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (IQ-Ufba) e não houve reforma da área atingida nem construção de anexo do prédio. O 5º andar, que foi totalmente destruído, permanece fechado e os alunos assistem a aulas de modo improvisado. Insatisfeitos com a situação, estudantes de química caminharam do IQ à reitoria em protesto na manhã desta quarta.
O vice-reitor, Francisco Mesquita, recebeu os manifestantes e informou que depende apenas da liberação de recursos, pelo Ministério da Educação (MEC), da ordem de R$ 14 milhões, para que as obras sejam iniciadas.
No dia 17 próximo, Mesquita terá uma reunião com o secretário-executivo do MEC, em Brasília, onde espera sair com a data da liberação da verba. Somente com a garantia dos recursos em conta, a Ufba abrirá a licitação para as obras. Segundo Mesquita, a reforma só deverá ser iniciada após uma média de 60 dias depois do início do processo licitatório.
“O que depende da Universidade Federal da Bahia já está encaminhado. Os projetos estão prontos, vamos a Brasília tentar agilizar”, afirmou Francisco Mesquita.
Ministério - A equipe de reportagem tentou falar com gestores do Ministério da Educação, por intermédio da assessoria de imprensa da pasta federal, para confirmar se há atrasos no repasse e os motivos, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
Os alunos do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia afirmaram que permanecerão atentos e acompanharão o processo de negociação entre a Ufba e o Ministério da Educação.
“Queremos transparência e celeridade no processo. O vice-reitor prometeu uma reunião nossa com o ministro. Vamos continuar pressionando”, afirmou o estudante do sétimo semestre Alanjone Azevedo.
No próximo dia 22, os alunos da unidade prometem fazer uma nova manifestação pública para marcar a data (21 de março) de um ano do incêndio, sem obras.
Nas faixas e cartazes levados à reitoria pelos estudantes, ontem, eles chamavam a atenção da comunidade acadêmica, autoridades e a sociedade para a demora para as obras e sobre a importância de se formar profissionais de qualidade.
“O 5º andar do IQ está parado e o 4º andar da unidade está sem aula prática nos laboratórios de graduação”, lamentou o estudante do sexto semestre Vinícius Silva. Segundo ele, “já tivemos aula em locais onde foi preciso imaginar que o experimento estava acontecendo”.
Laboratórios - O incêndio no Instituto de Química da Ufba, no mês de março de 2009, começou nos laboratórios 517 e 519. Não houve vítimas.
As chamas consumiram dez laboratórios da unidade no Campus de Ondina da universidade, além de salas de professores dedicados às práticas científicas, vizinhas aos locais atingidos.
Houve prejuízos com perda de equipamentos, materiais e projetos de pesquisa atingidos pelo fogo. O prédio de Química, conforme anunciado na época pelo diretor da unidade, Dirceu Martins, apresenta uma estrutura caótica para abrigar os laboratórios, que devem, segundo o gestor da unidade, funcionar em um prédio anexo ao das salas de aula.
“O incêndio alertou para o perigo, mas o pessoal se acomodou. O prédio foi reaberto parcialmente, mas continua inseguro e sem condições de abrigar um Instituto de Química”, pontuou o estudante da pós-graduação André Rosa Martins.
Incêndio - A natureza da unidade, repleta de produtos explosivos e inflamáveis, agravou o acidente que destruiu grande parte do IQ. Os bombeiros precisaram da ajuda dos professores, que entraram no prédio para ceder máscaras e respiradores, pois a inalação dos produtos causaria asfixia e destruição das vias respiratórias.
Havia risco também de explosão de cilindros contendo hidrogênio e acetileno, produtos de forte potencial explosivo, chegando a 100 vezes mais que um botijão de gás de cozinha. Desesperados, professores e alunos choravam a perda de anos de pesquisas.
Há suspeitas de que um forno de alta temperatura ligado ou um curto-circuito tenham dado início à destruição. Ao todo, eram 50 laboratórios, antes muito requisitados por empresas como a Braskem, Ford e Petrobras, e responsáveis por um terço da produção científica da Bahia.
Fonte Texto: Danille Rebouças/ag.atarde
Foto:Lunaé Parracho/ag. atarde

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