sábado, 17 de janeiro de 2015

Capes recusa pagar passagem de volta a viúva e filho de bolsista guineense

Beteba: após sua morte, Capes diz não ser responsável por sua família
Beteba: após sua morte, Capes diz não ser responsável por sua família-foto:reprodução
A Capes, órgão do país que se orgulha de enviar estudantes para universidades no exterior, recusa-se a pagar a passagem de volta para a Guiné-Bissau à viúva e ao filho do bolsista guineense Augusto Lopes Beteba, que cursava o doutorado de Economia do Desenvolvimento na UFRGS e morreu na semana passada.
Há um ano, Beteba conciliava o curso com o tratamento de uma doença nos rins. O período da bolsa havia terminado em março de 2014, mas ele não havia concluído todas as etapas do doutorado a tempo, devido à doença. Em novembro, defendeu o projeto de sua tese. Fazia diálise e mantinha-se em Porto Alegre graças a pequenos trabalhos de pesquisa com os professores do doutorado da universidade.
Segundo a Capes, a modalidade de bolsa de Beteba é uma parceria com o Itamaraty, e caberia ao ministério emitir a passagem de retorno do bolsista. O Itamaraty informou aos professores de Beteba que nada pode fazer sobre a família, e recomendou que recorressem à Embaixada da Guiné-Bissau, em Brasília. Segundo o ministério, a bolsa para estrangeiros não prevê passagem para a família do bolsista.
Agora, professores e amigos juntam dinheiro para pagar as passagens da mãe e da criança. O menino tem dois anos.

fONTE: Lauro Jardim/VEJA

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