sábado, 5 de junho de 2021

Enquanto Exército absolve Pazuello, sargento da Marinha cumpre prisão por críticas a Bolsonaro

A Escola Naval do Rio de Janeiro, instituição de ensino superior da Marinha, manterá em prisão disciplinar por dois dias Michel Uchiha, que é terceiro sargento, e alvo de duas sindicâncias internas na instituição após ter sido denunciado por críticas ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais durante as eleições do ano passado.
Segundo a Marinha, o primeiro procedimento investigava “declarações ofensivas em redes sociais” e o segundo, no qual se insere a punição, concluiu que o militar mentiu durante uma audiência disciplinar sore o caso. A audiência foi realizada em janeiro deste ano.

A postagem pela qual Uchiha está sendo punido tem relação com o fato de quando, durante uma coletiva, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre os R$ 89 mil repassados, em cheques, à primeira-dama Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz, que era assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) e é acusado de liderar o esquema das rachadinhas no gabinete de Flávio.

À época, o presidente Bolsonaro se irritou com a perguntar e respondeu que “estava com vontade de encher” a boca do repórter de porrada. Uchiha teria feito uma publicação sobre o tema nas redes e, a partir daí, a sua investigação teve início.ulher fala de pai que morreu e Bolsonaro faz piada; veja vídeo

O militar era filiado ao Partido Socialista BRasileiro (PSB) e, durante a eleição, se licenciou das obrigações militares para se candidaar a uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio.

Segundo informações d’O Globo, Uchiha foi preso dentro da escola militar entre esta quarta (2) e sexta-feira (3) e está isolado em um alojamento e não pode deixar a unidade durante a o período da punição.

A defesa do militar sustenta que a investigação não apresentou provas das acusações contra ele. A Escola Naval considerou que essa linha argumentação foi uma tentativa de embaraçar a apuração.

Anterior a sua prisão, a defesa de Uchiha entrou com um pedido de habeas corpus junto à Justiça Federal do Rio de Janeiro. A ação não foi analisada até o momento.

“Fui perseguido dentro da Escola Naval, certamente por minhas convicções ideológicas ou mesmo por eu ser homossexual declarado, o que incomoda muitos oficiais antigos. Como não conseguiram comprovar as infrações para a punição, abriram uma segunda sindicância na qual nem mesmo tive direito a defesa, algo extremamente inconstitucional. É normal alguém ser punido sem direito a ampla defesa e ao contraditório? Eu sofri por omissão, sem tomar ciência desta segunda sindicância. Fui punido sem ao menos ser tido uma audiência específica sore esse caso”, declarou o militar ao jornal O Globo.

fonte:Revista Fórum -05/06/2021

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