foto:reprodução/William Cardoso/Metrópoles
O crime organizado usa todo tipo de artifício para transportar cocaína pelos rios amazônicos em segurança, para diminuir o risco de flagrante. Entre as estratégias adotadas, traficantes se aproveitam dos carregamentos de pirarucu, uma das iguarias da região, para despistar cães farejadores e conseguir atingir o destino.
Depois que se retira as vísceras, o pirarucu é disposto em lâminas ou mantas, entre camadas de gelo. A cocaína viaja sob o carregamento, o que dificulta o farejamento dos cães treinados pela Polícia Militar. Dessa maneira, o tráfico consegue escoar a produção de cocaína pelos rios amazônicos.
Na Amazônia, a pesca ilegal e outros crimes ambientais caminham lado a lado com o tráfico de drogas, até por usarem as mesmas rotas logísticas, que são os rios da região.
foto:reproduçãoEm espigas de milho, carregamentos de cebola ou banana, dentro de tanques de combustível ou de ar condicionado. Tudo serve como disfarce para a cocaína que cruza o Norte do país. Um dos métodos mais eficazes para se “muquiar” a droga é sob os seixos (pedras de rio), dentro de embarcações.
Barcos com fundos falsos ou até mesmo com compartimentos sob os cascos também são usados pelo crime.
Outra estratégia dos criminosos é traficar cocaína dentro dos botijões de gás, que cruzam o Rio Solimões em cima de grandes embarcações para abastecer cidades inteiras e até mesmo as comunidades ribeirinhas.
Barcos com fundos falsos ou até mesmo com compartimentos sob os cascos também são usados pelo crime.
Outra estratégia dos criminosos é traficar cocaína dentro dos botijões de gás, que cruzam o Rio Solimões em cima de grandes embarcações para abastecer cidades inteiras e até mesmo as comunidades ribeirinhas.
Em uma dessas situações, policiais receberam a informação de que determinado barco trazia consigo cocaína em parte dos botijões. Depois de usarem um cão farejador, conseguiram encontrar a droga. Curiosamente, ao apertar a válvula, saía gás. A cocaína estava somente na parte inferior.
A carga foi escoltada até Manaus, onde 200 alunos do curso de formação da PM retiraram todos os botijões. A carga foi levada até uma empresa que, em segurança, separou a cocaína. Era um carregamento de uma tonelada.
Convergência
Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Marta Machado afirmou durante o Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em Manaus (AM), que o crime organizado fez com que o órgão do governo federal recuasse diante da possibilidade de apoiar a iniciativas relacionadas ao pirarucu.
“A gente até iria trabalhar com incentivo à cadeia do pirarucu. Mas a gente deu um passo atrás justamente pela vulnerabilidade das pessoas que estavam ali e tinham, inclusive, medo de se envolver por conta do crime organizado”, afirma. É frequente a cooptação de ribeirinhos e indígenas pelos traficantes.
Marta diz que o pirarucu tem uma forte convergência com o tráfico. “Tem vários casos do peixe sendo transportado com a droga dentro. É um cenário muito complicado de convergência de crimes. Crimes ambiental, garimpo, desmatamento, tráfico de fauna com narcotráfico” afirma.
Segundo a secretária, os caminhos usados para escoar a produção do peixe são também compartilhados por narcotraficantes.
Fonte: William Cardoso/Metrópoles 24/08/2025
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