A ministra aposentada do STJ Eliana Calmon - foto:divulgação/reprodução
A ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon, ex-corregedora nacional de Justiça, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que acredita que a Operação Lava Jato vai atingir também o Poder Judiciário.
"Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois", disse a baiana na entrevista. Para Calmon, as delações mostram que o "sistema político brasileiro que está apodrecido".
Calmon criticou o atual corregedor de Justiça, João Otávio Noronha, afirmando que ele está mais preocupado em "blindar os juízes". "Do tempo que eu fui corregedora para cá, as coisas não melhoraram. Há aquela ideia de que não se deve punir o Poder Judiciário", diz.
Para Calmon, há uma mudança no perfil do Judiciário hoje em dia. Antes, juízes mais rígidos eram vistos como "justiceiros". "Hoje, o Judiciário mudou inteiramente. Todo mundo quer acompanhar o sucesso de Sergio Moro (...) Está na moda juiz aplicar a lei com severidade", afirma.
Calmon foi questionada por uma doação recebida da Odebrecht quando foi candidata ao Senado pela Bahia na eleição de 2014, ela respondeu: "Não foi doação a Eliana Calmon, foi ao partido, ao PSB, que repassou para mim. Esse dinheiro está na minha declaração".
fonte:Correio da Bahia c/adaptações
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