terça-feira, 30 de outubro de 2018

Em SP: Protesto leva Mackenzie a suspender aluno que falou em "matar a negraiada"

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foto:reprodução/conversa afiada
Na manhã desta terça-feira (30), centenas de estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, protestaram em repúdio às falas de um aluno da instituição que aparece em vídeos ameaçando matar “negraiada” e “vagabundo com camiseta vermelha”.
Segundo um aluno do 9º semestre, que pediu para não ser identificado, o ato não pretendia “fazer justiça com as próprias mãos” ou transformar a vida do aluno “em um inferno”, mas sim cobrar uma posição da universidade.
“O protesto foi apartidário, pessoas de direita e esquerda estavam lá. Ele serviu para dizer que tem negros no Mackenzie, que essas vidas importam, que a gente não pode criar um ambiente acadêmico onde a pessoa se sinta confortável para fazer um vídeo ameaçando de morte minorias”, explica ele.
Os vídeos que geraram a reação foram postados no perfil pessoal do próprio estudante, que está no 10º semestre do curso de direito. Na segunda-feira (29), eles começaram a circular entre outros alunos e ganharam repercussão nacional, após publicação de reportagem no Painel, da Folha. O jovem foi identificado pelos colegas e demitido do escritório de advocacia onde trabalhava.
Em um dos vídeos, ele aparece dentro de um carro, vestindo uma camiseta com a foto do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e diz que vai “estar armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vagabundo com camiseta vermelha para matar logo”. Ele segue dizendo que “essa negraiada, vai morrer” e grita “é capitão, caralho”. No segundo vídeo, o estudante segura um revólver e canta “capitão, levanta-te”.
Integrante do Coletivo Negro Mack, que reúne estudantes negros do Mackenzie, Lucas, 23, aluno do 7º semestre de direito, conta que alguns alunos negros faltaram a aulas desde a divulgação dos vídeos por medo.
“É uma coisa que a gente está vendo crescer no país. A eleição do Bolsonaro legitimou esse discurso, como se não tivesse mais barreiras, nem ética, nem moral, só uma desumanização e um ódio muito grandes. A gente tem que mostrar que isso tem que ser combatido”, diz.
Em nota enviada à Folha, o reitor da universidade, Benedito Aguiar Neto, afirma que as opiniões e atitudes expressas no discurso do aluno “são veementemente repudiadas” pela instituição.
 
Ele diz ainda que foi instaurado um processo disciplinar “aplicando preventivamente a suspensão” do aluno e aberta “sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade”.
(...)
fonte:Conversa afiada 30/10/2018 - 22:14min.

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