sexta-feira, 30 de novembro de 2018

SP: 'O fogo veio para cima do carro', diz motorista sobre explosão de avião

Slide 14 de 14: Avião de pequeno porte cai sobre uma casa na zona norte de São Paulo - 30/11/2018
foto:reprodução
Um morador do bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, e uma testemunha da queda de um avião de pequeno porte na Rua Antonio Nascimento Moura, na tarde desta sexta-feira, 30, relataram a VEJA os momentos que sucederam o acidente com o monomotor Cessa 210 Centurion. A aeronave, que havia decolado do Campo de Marte às 15h55 rumo a Jundiaí (SP), explodiu após bater em uma casa na rua. Dois pilotos, os únicos ocupantes do avião, morreram, e 13 pessoas ficaram feridas. 
O motorista de aplicativo Selmo Eugênio da Silva, 44 anos, vinha com um passageiro da Barra Funda, na Zona Oeste, e passava pela região no momento do acidente. “O fogo veio para cima do carro, o passageiro se desesperou e saiu por cima de mim. Tentei sair, mas estava preso no cinto do carro. Quando consegui sair, poucos segundos depois, houve a explosão”, contou Silva. “Nasci de novo, é mais um aniversário, não morri por pouco”, diz.
A queda da aeronave destruiu uma casa e afetou, em menor parte, duas residências vizinhas. Segundo a capitão dos bombeiros Adriana Leandro de Araújo, as três casas não correm risco de desabamento, mas foram interditadas e as famílias não poderão passar a noite nelas. Um quarto imóvel, no fundo da casa mais atingida, passa por perícia.
As chamas da explosão, que também atingiram sete veículos, incluindo um caminhão, foram rapidamente controladas pelas dezesseis viaturas e 56 bombeiros que aturaram no local do acidente. Investigadores Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apuram as causas da queda do monomotor.
O consultor de segurança Ricardo Bustamante, 47 anos, mora na rua onde ocorreu o acidente desde que nasceu e estava em casa, a aproximadamente 50 metros do local da queda, com a porta da garagem aberta. Sua mãe, Tânia, de 70 anos, estava com ele. “Quando sai pra fora de casa, corri até a esquina, havia o incêndio, mas não sabia o que era”, relatou.
Segundo Bustamante, o combustível começou a escorrer pela rua e os moradores passaram a orientar a retirada de carros e pessoas do local. Ele conta que, após o acidente, os moradores estão sem energia e internet nas residências.
Este não é, contudo, a primeira queda de avião que ele presenciou. “Fazendo um churrasco em casa, no ano passado, chegamos antes dos bombeiros no Jardim São Bento [no acidente aéreo que matou sete pessoas, entre as quais o ex-presidente da Vale Roger Agnelli]”, relata.
Ele afirma que tem medo de viver na região, mas não pensa em se mudar. “Quem mora na cabeceira do aeroporto vive com medo, é terrível. Fazemos uma brincadeira, de quando é que vão acertar nossa cabeça, porque dá medo de vê-los passando o dia todo”, afirma.
Amigo de um de Guilherme Murback, um dos pilotos que morreu no acidente, Pedro Henrique Castaldelli Ramos, 19 anos, também foi ao local da queda do Cessna 210 Centurion. Ele trabalhou em um bar do qual Murback foi sócio, em São Paulo, e manteve a amizade com ele mesmo depois de o jovem piloto deixar o empreendimento. “Mesmo depois que ele saiu, não conseguimos nos distanciar, criamos um laço muito forte”, disse a VEJA.
fonte:Vejaonlie/reprodução

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