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O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou ontem (26), em Londrina (PR), que dará aval para a consulta prévia das provas do Enem pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), caso seja o desejo dele. "Se o presidente se interessar, ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas".
Vélez referiu-se à afirmação do presidente eleito, após a primeira prova deste ano, que "vai tomar conhecimento da prova antes" da realização do Enem pelos estudantes, o que confronta critérios técnicos e de segurança do exame.
A polêmica surgiu com uma questão da prova que tratava do "dialeto secreto" utilizado por gays e travestis. A declaração de Vélez, ocorreu em um encontro oferecido pela direção da Faculdade Positivo, onde leciona, em que foi homenageado por colegas professores.
Segundo ele, o exame poderia ser preparado por profissionais e instituições isentas. "Precisamos preparar a prova com muito carinho, para que não se torne um veículo de disseminação de determinadas posições ideológicas ou doutrinárias", afirmou.
"Tem que ser uma prova que a avalie os conhecimentos e que não obrigue o aluno a assumir determinada posição com medo de levar 'pau'". Vélez também afirmou que a reforma do ensino médio ficou incompleta e que o nome do Ministério da Educação deve sofrer mudanças -embora a reformulação completa da pasta, que deve abrigar outras como a da Cultura, ainda não esteja clara.
"Em princípio [reforma do ensino médio], foi bem encaminhada mas ficou incompleta. O aluno tem que sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta", afirmou Vélez.
"O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimento e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade".
Vélez disse se alinhar às ideias de Bolsonaro, e que o valor que considera fundamental é o de servir as pessoas. "Não podemos ficar reféns de uma doutrinação de cunho marxista que terminou prevalecendo em muitas universidades. Precisamos abrir a mente e o espírito para a compreensão de outras formas de ensino e educação".
Para o futuro ministro, é necessário voltar-se a dar mais atenção às escolas municipais. Questionado sobre as verbas para as universidades, Vélez afirmou apenas que é preciso uma gestão mais eficiente dos recursos humanos e criticou a presença dos sindicatos nas administrações.
fonte:Folhapress 27/11/2018 - 11:45min.
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