foto:reprodução divulgação
A Universidade Federal Uberlândia (UFU) anunciou na última sexta-feira (30) que 238 bolsas de Iniciação Científica foram canceladas. O motivo é o corte da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) de quase cinco mil bolsas de incentivo em todo o Estado.
Os investimentos na Fapemig caíram de R$ 300,7 milhões em 2018 para 6,7 milhões em 2019.
O corte afetará trabalhos como o desenvolvido pela engenheira de alimentos Camila Alves Moreira. Por meio da Fapemig, ela concluiu uma pesquisa para certificar que propriedades de iogurtes com zero lactose não oferecem riscos às pessoas que apresentam intolerância ao leite.
“Nós conseguimos apoio da Fapemig. Nosso projeto foi aceito, conseguimos a bolsa e foi muito importante, porque a pesquisa tem custos. Então, esse
apoio que a gente teve foi muito importante para ficarmos seguros quanto à conclusão da pesquisa”, conta.
No entanto, nem todos os bolsistas tiveram o mesmo sucesso, já
que o programa foi suspenso. É o caso da estudante do 5º período de
Relações Internacionais, Bianca Freire. Ela estava desenvolvendo um
estudo sobre a situação financeira da Venezuela, país que passa por uma
grave crise. Suspensa, a pesquisa não tem data para ser retomada.
“Esse corte nas bolsas representa um desinteresse do Estado com a pesquisa e com a ciência. Como disseram, o estado está em crise. Mas, se está em
crise, não é cortando da educação e da pesquisa que isso vai se resolver, porque o desenvolvimento vem exatamente da pesquisa e da ciência.
Então, é pensar somente no curto prazo, como tirar da educação e da
pesquisa, e esquecer o longo prazo, pois isso traria frutos e coisas boas”, lamenta.
A professora Mila Gabriela dos Santos lamenta os cortes. “Um dos pilares da universidade é a pesquisa. A gente tem sentido a desmotivação dos alunos,
sem saber se vão receber ou não. Eu tenho uma aluna que teve aprovada a bolsa e recebeu um e-mail informando que não terá recursos. E não tem uma posição de quando isso vai regularizar”, conta.
O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFU, Carlos Henrique de Carvalho, explica que os projetos precisaram ser reclassificados. Desta
forma, o número de projetos financiados diminuiu drasticamente.
“Eu não tenho como manter os melhores cérebros dentro das nossas instituições. Então, nós temos que retomar. Acho que o governo, instituições de ensino superior e institutos de pesquisa devem sentar-se à mesa e criar um cronograma de retomada desses investimentos para que isso ajude o
Estado a sair do momento difícil que ele vive hoje”, ressalta o pró-reitor.
- Fonte:UFU/Uberlândia
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