sexta-feira, 5 de maio de 2023

Economia: Preço de itens da cesta básica recua, mas ainda pesa para cerca de 70% da população


                                            foto:reprodução

Os preços dos produtos nos supermercados recuaram 0,94% no primeiro trimestre de 2023. No último mês pesquisado (março deste ano), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelou que o índice dos preços de 35 produtos como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza, tiveram uma queda de 0,62%. Dessa maneira, o preço médio nacional da cesta caiu de R$ 752,04 para R$ 747,35. O economista Leandro Rosadas explica que, outra pesquisa, do Dieese, já tinha indicado recuo no preço de itens da cesta básica em 13, das 17 principais capitais brasileiras. Já a educadora financeira, Aline Soaper ressalta que a tendência é a desaceleração no preço dos alimentos. No entanto, ela lembra que cerca de 70% dos brasileiros recebem até dois salários mínimos, segundo o IBGE, o que significa que eles comprometem boa parte da renda nos supermercados. Dessa forma, o importante é adotar estratégias para economizar.

“Os preços dos alimentos ainda representam um grande impacto no bolso dos brasileiros. Os alimentos ainda tendem a ficar caros por conta da sazonalidade, pela movimentação da economia em outros países e pelas variações climáticas, como excesso de chuvas ou seca, por exemplo. Para a maioria da população, esses fatores só são observados quando as famílias vão ao supermercado e tem que deixar produtos na boca do caixa, por que o dinheiro não vai dar para pagar. Nos últimos anos o preço das carnes, por exemplo, impactou bastante o bolso dos consumidores. Itens como ovo e leite, que também tiveram muitas altas no ano passado, continuam com preços elevados”, analisa o economista Leandro Rosadas.

Segundo a pesquisa da Abras, as principais quedas foram da cebola (- 36,75%), batata (-11,99%), tomate (-10,07%), óleo de soja (-6,60), e carnes bovinas - cortes do traseiro (-3,74%) e do dianteiro (-2,91%) -, frango congelado (-2,47%) e café torrado e moído (-2,15%). No entanto, as maiores altas do trimestre são do ovo (10,33%), farinha de mandioca (+7,64%), feijão (7,29%), arroz (6,05%) e leite longa vida (+4,40%).

Para corroborar com esse recuo, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostrou que, em março, as maiores quedas no custo da cesta básica ocorreram em Recife (-4,65%), Belo Horizonte (-3,72%), Brasília (-3,67%), Fortaleza (-3,49%) e João Pessoa (-3,42%). Mas, por outro lado, houve aumento no preço das cestas de Porto Alegre (0,65%), São Paulo (0,37%), Belém (0,24%) e Curitiba (0,13%).

“O Dieese estimou que o salário mínimo ideal, para cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, deveria ser de R$ 6.571,52, o que significa que ele deveria ser cinco vezes maior do que o salário mínimo atual, de R$ 1.302. Se a pesquisa da Abras mostrou que mesmo com queda, o preço médio nacional da cesta seria de R$ 747,35. Ou seja, podemos dizer que com base nesse salário mínimo, o valor gasto com alimentação corresponde a quase 60%. Então a estratégia na hora da compra dos alimentos é a pesquisa de preços e a substituição de produtos e marcas. Isso porque, várias pesquisas do próprio Dieese e da Abras mostraram uma grande variação no preço da cesta básica em supermercados da mesma localidade, por exemplo. Os preços vão continuar desacelerando, mas estamos vendo isso de forma gradual. Portanto a regra básica é: coloque no papel tudo que precisa comprar, leve calculadora e procure não passar muito tempo no supermercado para não acabar gastando mais”, finaliza Aline Soaper.

Sobre Aline Soaper:

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.

Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. 


Fonte:Broto Comunicação enviado por email em 05/05/2023

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