domingo, 7 de setembro de 2025

Economia: Lula reúne países do Brics para discutir o tarifaço de Trump

                                                                              foto:Rafa Pereira/Brics Brasil


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversa com representantes do Brics na próxima segunda-feira (8/9) para discutir as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em especial as novas tarifas impostas contra o Brasil.

A reunião ocorre de forma virtual e sucede o encontro dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na cúpula de dois dias da Organização para a Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), na semana passada.

Nas últimas semanas, o presidente Lula tem intensificado o contato com líderes estrangeiros em busca de marcar posição contra o tarifaço imposto por Washington e ampliar parcerias comerciais.

O titular do Palácio do Planalto conversou, por exemplo, com Xi Jinping, Vladimir Putin, Emmanuel Macron (França) e Narendra Modi, além de ter recebido no Brasil chefes de Estado do Panamá, Equador e Nigéria em Brasília.


O que é o Brics?

  • O Bric foi criado em 2001 por Jim O’Neill, economista do Goldman Sachs, ao se referir a Brasil, Rússia, Índia e China como economias emergentes com grande potencial de crescimento até 2050.
  • Inicialmente, o Bric era apenas uma recomendação para investidores, no entanto, a formalização do grupo aconteceu em 2006 na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) com a primeira reunião ministerial informal.
  • O trabalho conjunto ganhou força depois da crise financeira de 2008, seguido pela primeira cúpula de chefes de Estado em 2009, na Rússia. No ano seguinte, em 2010, se formalizou a entrada da África do Sul, oficializando o “S” no acrônimo: Brics.

  • Apesar das diferenças culturais e regionais, os membros do Brics compartilham um vasto território com uma população numerosa, além de um rápido processo de industrialização.
  • Agora, fazem parte do Brics: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia.

As medidas de Donald Trump tiveram destaque na cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, em julho. Naquele momento, os 11 países do bloco divulgaram uma declaração conjunta criticando o “aumento indiscriminado de tarifas” e medidas protecionistas, embora sem menção direta aos Estados Unidos. No dia seguinte, Donald Trump reagiu ameaçando taxar em 10% países que se alinhassem às “políticas antiamericanas” do grupo.

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Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Xeique Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, também conversou com o petista
Reunião com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh
Lula e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali
Lula recebeu o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, à margem do Brics

Logo depois as ameaças se transformaram em medidas concretas. Em 9 de julho, o presidente norte-americano enviou uma carta ao presidente Lula anunciando a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, decisão que aprofundou a crise entre os dois países. No entanto, Trump alegou que a nova alíquota se dá em decorrência do que ele chamou de “caças a bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Trump assinou uma ordem executiva que eleva a sobretaxa contra produtos brasileiros em mais 40 pontos percentuais, levando a alíquota total a 50%. Apesar disso, o representante da Casa Branca decidiu deixar uma série de produtos estratégicos de fora dessa alíquota.

Em eventos internacionais, Lula tem defendido o multilateralismo e reforçado a importância do alinhamento do Sul Global contra as ações indiscriminadas de Donald Trump. A expectativa é de que depois do encontro de segunda, os líderes divulguem uma carta conjunta.

Fonte:/Metrópoles - 07/09/2025

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