sábado, 14 de novembro de 2009

Bahia: Festival do Descobrimento começa com bom público e polêmica em Porto Seguro

Apesar dos problemas com a equalização do som, o III Festival de Música do Descobrimento começou na noite desta sexta-feira atraindo à Passarela do Álcool, em Porto Seguro, cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar. No palco, nove músicos da região e 11 de outros estados, como Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro, alguns já com anos de estrada e outros ainda em início de carreira. Na plateia, turistas despreocupados com o surto de meningite que assustou o Sul da Bahia há poucas semanas. E, para despertar ainda mais a atenção do público, apresentação de Guilherme Arantes, no primeiro dia, e Titãs como a grande deste sábado.A diversidade de estilos marcou o primeiro dia. Teve de cantora evangélica fervorosa – e também outra da mesma religião, que cantou um axé gospel que terminou com solo de heavy metal – a bandas de rock estilo trash, talvez as mais prejudicadas pela má qualidade na equalização do som. Volume da guitarra inferior ao do baixo, voz alta e bateria pipocando eram alguns dos problemas que dificultavam a apreciação da melodia tocada. A falha foi tão evidente que os jurados mandaram alguns concorrentes se apresentarem de novo, porque não tinham como fazer a avaliação.Pela primeira vez no festival, o cantor da banda mineira "Dias de Truta", de Divinópolis, Eduardo Tarcício, afirmou que nunca foi tão bem recebido. "Já participei de vários festivais e aqui foi onde as pessoas nos deram mais atenção. Estou muito feliz de estar aqui e pode apresentar nosso som para esse público maravilhoso", disse ele, cuja banda ganhou um festival em Divinópolis ano passado.Clima familiar e polêmica - Para um município que ganhou espaço nos principais meios de comunicação do País há poucas semanas por causa do surto de meningite C – a forma mais letal da doença e que fez nove vítimas, sendo seis delas fatais –, Porto Seguro recebeu um público considerado bom. Turistas de vários lugares do Brasil nem se importavam com o problema de saúde pública. "Vir a Porto Seguro e ter a sorte de participar de um festival desses, com cantores maravilhosos, é um privilégio. Eu me considero um sortudo", afirmou o empresário mineiro Roger Carlos dos Santos Lima, 34, morador de Valadares. "É a primeira vez que vejo o festival e, se ano que vem ele for nessa mesma época, quando tiro férias, vou aproveitar e vir", disse ele, que estava acompanhado da esposa e de dos dois filhos pequenos, num clima familiar que deu o tom do primeiro dia do festival.Para o cantor Guilherme Arantes, que cantou sucessos acompanhados do público, a importância desse tipo de evento é que valoriza quem corre atrás de mostrar seu trabalho. "Isso me lembra muito o meu passado, quando fazia apresentações em diversos festivais. É uma emoção diferente se tocar num festival do que num show comum", afirmou. Depois, apimentou uma polêmica. "O som que a Bahia produz hoje, com cantores bombados e sem conteúdo, letras nostálgicas, vai acabar em breve. Penso que há um pessoal novo aí fazendo um trabalho interessante, com pop, e o monopólio da Axé Music vai acabar. E a queda vai ser grande".



Fonte:Mario Bittencourt/Sucursal Eunapólis/atarde
Foto:Google

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