Dilma durante a 21ª Cúpula Ibero-Americana-Foto:AFP
A presidente Dilma Rousseff atacou neste sábado as políticas de austeridade para enfrentar a crise e defendeu a adoção de medidas de estímulo ao crescimento e à inclusão social na 21ª Cúpula Ibero-Americana.
Dilma sustentou enfaticamente que o Brasil "defende que a consolidação fiscal exagerada e simultânea não é a melhor resposta à crise mundial, e que pode até agravá-la, levando a uma maior recessão", e acrescentou que esta visão permitiu ao Brasil superar os efeitos da crise a partir de 2008.
Em um discurso seguido com atenção pelos chefes de Estado e de governo de Espanha e Portugal, países europeus fortemente atingidos pela crise, a presidente da sexta maior economia do mundo afirmou que a austeridade, por enquanto, submeteu suas populações a "enormes sacrifícios".
"Sabemos que os impactos da crise são diferentes entre os países, e que as respostas também têm suas diferenças, e que produzem consequências diferenciadas. O erro é pensar que a consolidação fiscal coletiva, simultânea e acelerada seja benéfica e resulte em uma solução eficaz", disse.
A prioridade da austeridade, acrescentou Dilma, "embora afaste o risco de uma quebra financeira, não afasta a desconfiança dos mercados, e, ainda mais importante, não afasta a desconfiança das populações". Para enfrentar a crescente insatisfação social, acrescentou, é necessária a adoção de uma estratégia que "mostre resultados concretos para as pessoas e apresente um horizonte de esperança, não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento".
Além disso, a austeridade sequer foi capaz de consolidar seu objetivo principal, o equilíbrio fiscal, afirmou. "Em virtude do baixo crescimento e do austero corte de gastos, assistimos agora ao crescimento dos déficits fiscais, e não sua redução, que, por sua vez, conduzem à redução do PIB", afirmou.
Fonte:AFP/Terra /reprodução
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