Ophir Cavalcante - Presidente da OAB do Brasil -foto:reprodução
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou a “falta de segurança” com que trabalham os advogados, profissionais que, segundo ele, estão mais próximos do cidadão. A declaração foi feita na noite desta segunda-feira (12) durante a sessão plenária do Conselheiro Federal da OAB, que relatou a morte do advogado de Rio Real, Urbano Nascimento Jr., de 28 anos, executado no último sábado (10). “O Conselho Federal da OAB se solidariza com a Bahia, com sua advocacia e se coloca à disposição para tomar toda e qualquer medida a fim de manifestar nossa preocupação junto ao governador Jaques Wagner e ao secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, para que situações como essa não se repitam", afirmou Cavalcante. O delegado titular da cidade, Geuvan Franca, responsável pelas investigações, descartou a possibilidade de latrocínio – roubo seguido de morte – no caso. Até esta terça (13), seis pessoas já foram ouvidas, segundo o delegado. "Foi execução. Todos os pertences dele estavam no carro", contou, em entrevista ao Bahia Notícias. A polícia investiga a participação de policiais militares. Urbano foi agredido por PMs duas vezes este ano em Rio Real. Em janeiro, o jurista se envolveu em uma discussão com PMs após tentar defender uma testemunha. Em julho, o advogado voltou a ser agredido após se negar a parar o veículo em uma abordagem policial. Ele só parou o carro ao chegar em frente à delegacia da cidade. Segundo a OAB, um dos policiais responsáveis pela agressão na época, já tinha outros antecedentes graves registrados em sua ficha e acabou excluído da corporação na última sexta (9). "O PM é suspeito de, por vingança, ter perseguido o advogado e o assassinado a tiros, com o uso de uma motocicleta", acusa a entidade. Em janeiro, um documento enviado pela OAB-BA à SSP-BA com um pedido de punição aos “desrespeitadores ao exercício profissional da advocacia” cita os nomes dos soldados da PM Hermes, Ferreira, Valnei e Genivaldo, todos lotados em Rio Real. Procurada, a assessoria da PM ratificou o processo na corregedoria militar contra um dos soldados envolvido nas agressões, mas não confirmou o seu desligamento. Após o assassinato, a OAB requereu a designação imediata de um delegado especial para a investigação do caso. A seccional na Bahia informou que solicitará ao Comando Geral da PM uma intervenção imediata no batalhão da 6ª Companhia Indenpendete (CIPM). Moradores ouvidos pela reportagem do Bahia Notícias atribuem o caso à uma possível ação de milícia no município que estaria sendo prejudicada pela atuação do jurista, que costumava atuar nas camadas mais pobres do município, inclusive chegou a presidir o Conselho Titular na cidade.
Fonte: Davi Mendes/Bahianotícias/reprodução
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