foto:Fábio Pozebom/Ag. Brasil/reprodução
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a correção da tabela do Imposto de Renda pela inflação, pedida pelo presidente Jair Bolsonaro, não deve acontecer neste momento, em que o governo fala em corte de gastos e insiste na necessidade da reforma da Previdência. Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, o ministro afirmou que o reajuste custaria de 50 bilhões a 60 bilhões de reais.
“O presidente Jair Bolsonaro que falou que atualizaria tabela de IR pela inflação, eu não disse nada. Estamos no meio de uma batalha da Previdência, não adianta me distrair com outra tabela de IR”, declarou nesta terça-feira, 14.P
A afirmação de Guedes causou uma saia justa no governo. Tanto que, logo após a fala de Guedes, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que a equipe econômica do governo ainda realiza estudos para avalizar o reajuste da tabela do Imposto de Renda, mas não há prazo para o anúncio das mudanças. Na última segunda-feira, Rêgo Barros havia dito que Guedes concordou em estudar a correção da tabela.
Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro conversou sobre o tema com Guedes, na segunda. “Estudos estarão a ser desencadeados lá no Ministério da Economia para comprovar perante o nosso presidente a possibilidade de adaptar, ou melhor, atualizar a tabela com a inflação no ano de 2019. Os detalhes técnicos precisarão ser, como é natural numa área tão sensível, estudados com profundidade para que não haja um impacto que venha a dificultar a nossa retomada de crescimento'”, disse o porta-voz.
No domingo, Bolsonaro disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que havia pedido para que o ministro corrigisse a tabela do IR para 2020 aplicando a inflação. As faixas do imposto não são atualizadas desde 2015. Caso fosse aplicada a inflação de 4,04%, prevista no Boletim Focus desta semana, contribuintes que recebem até 1.980,90 reais estariam isentos. Hoje, a isenção é para quem recebe até 1.903,99 reais. “Pedido não é uma ordem. Mas pelo menos corrigir o IR pela inflação para o ano que vem, com certeza vai sair”, declarou o presidente.
Segundo um estudo realizado pelo Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindisfisco Nacional), a tabela do IR está defasada em 95,46% por causa de sucessivos congelamentos na correção das faixas.
fonte:Veja (Com Estadão Conteúdo) 14/05/19
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