Foto:TJ-BA/divulgação
Depois de ter a disputa adiada em meio a suspeitas de venda de sentenças, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) elegeu nesta quarta-feira (4), em votação dividida, o novo presidente da Corte. O desembargador Lourival Almeida Trindade assume oficialmente em 3 de fevereiro de 2020 e terá mandato até 2022. Após a vitória, Trindade defendeu o combate à corrupção, mais transparência e o fortalecimento das instâncias de primeiro grau da capital e do interior como principais bandeiras e desafios.
A eleição para presidência do TJ deveria ter ocorrido no último dia 20 de novembro, mas foi adiada por conta da Operação Faroeste. Deflagrada pela Polícia Federal, a ação investiga desembargadores, juízes, advogados, empresários, servidores e produtores rurais supostamente envolvidos no esquema de grilagem de terras no Oeste do estado por meio de decisões controversas do Judiciário baiano.
Dois dos alvos, os desembargadores José Olegário Monção Caldas e Maria da Graça Osório Pimentel Leal, eram candidatos à presidência do TJ, mas foram impedidos nesta terça-feira (3) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de continuarem na disputa. Apenas após a determinação do CNJ, os magistrados retiraram as candidaturas. Ambos eram considerados favoritos para vencer a eleição.
Prioridades
O presidente eleito do TJ afirmou que o maior desafio da nova administração será resgatar a imagem do tribunal, arranhada por casos de corrupção ocorridos nos últimos anos. “Nós estamos assumindo o tribunal em um momento crítico. Sem qualquer exagero, diria que são tempos sombrios. A nossa proposta principal é tentar fazer um soerguimento do abalo sísmico que a casa sofreu”, afirmou o desembargador.
“O jurisdicionado quer e exige que o tribunal da Bahia volte às suas origens históricas. Eu pretendo fazer uma gestão compartilhada com todos os companheiros e colegas desembargadores e com os nossos servidores”, disse Trindade, para quem a gestão terá um olhar mais atento aos juízes que atuam no interior do estado e nas instâncias de primeiro grau. Ele garantiu que o concurso para juízes que está em andamento, com 50 vagas, deve ajudar a amenizar o problema e que pretende aproximar mais o TJ da população.
“Nós temos várias prioridades. A estrutura do Judiciário é crítica. O segundo grau está com uma desenvoltura bastante razoável. Já o primeiro grau é um verdadeiro caos. Esses juízes estão lá mal estruturados e nós temos que ter um olhar mais prospectivo sobre a situação do primeiro grau de jurisdição, porque ele representa um ponto de estrangulamento dentro do sistema”, emendou Trindade.
fonte:Correio da Bahia - 05/12/19 -10h:17min.
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